O Blog do Guilherme Araújo é um canal de jornalismo especializado em politicas publicas e sociais, negócios, turismo e empreendedorismo, educação, cultura. Guilherme Araújo, CEO jornalismo investigativo - (MTB nº 79157/SP), ativista politico, palestrante, consultor de negócios e politicas publicas, mediador de conflitos de médio e alto risco, membro titular da ABI - Associação Brasileira de Imprensa.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Praça no Centro inaugura serviço de wi-fi livre Até o mês de outubro a prefeitura pretende implantar o esquema de internet grátis em mais 120 praças da cidade
O primeiro espaço com wi-fi livre na cidade de São Paulo começou a funcionar nesta quinta (01) em caráter experimental. O local escolhido foi a Praça Dom José Gaspar, na região central. Até outubro, a prefeitura pretende que 120 locais, em todos os distritos da capital, sejam beneficiados.
Durante a inauguração, o secretário de Serviços Simão Pedro afirmou que o uso de internet possibilita uma mudança na relação do paulistano com a cidade. "De Marsilac [Parelheiros] ao centro expandido, isso aqui é para todos. Queremos estimular o cidadão a frequentar as praças e parques da cidade e que nelas eles possam se comunicar."
Queremos estimular o cidadão a frequentar as praças e parques da cidade e que nelas eles possam se comunicar", diz o secretário de serviços Simão Pedro " />
"Queremos estimular o cidadão a frequentar as praças e parques da cidade e que nelas eles possam se comunicar", diz o secretário de serviços Simão Pedro
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Juliana Deodoro
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A mesma posição foi compartilhada pelo secretario da Cultura Juca Ferreira. "É o início de um novo momento de utilização do espaço público."
Para o professor de políticas publicas na Universidade Federal do ABC e integrante do comitê gestor do projeto Praças Digitais, Sergio Amadeu da Silveira, o maior desafio será criar a infraestrutura para conectar as redes - no centro e na periferia. "O problema de estrutura de internet banda larga no centro da cidade é grave. Não estamos falando do Piauí, do norte de Minas ou da fronteira do Rio Grande do Sul, mas do centro de São Paulo. Vamos forçar para que essa infraestrutura seja feita."
Testamos
Até outubro, a prefeitura pretende que 120 praças, em todos os distritos da capital
(Foto:
Juliana Deodoro
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Cada usuário terá uma conexão de 512kbs irrestritos. Na Praça Dom José Gaspar, por exemplo, a conexão atual permite que até 300 pessoas estejam conectadas ao mesmo tempo. Nesta quinta, porém, o sinal não estava funcionando completamente. Segundo técnicos da prefeitura, isso aconteceu porque vários testes de qualidade foram feitos, ocupando a banda e fazendo com que o link caísse.
Para garantir que o sinal seja permanente, a prefeitura implementou o Sistema de Serviços de Tráfego de Última Milha (SIMET) que mede a qualidade da conexão. Qualquer cidadão poderá acompanhar o desempenho por meio do site oficial do projeto.
Nova manifestação contra Alckmin tem três pessoas detidas Grupo com cerca de 500 pessoas promove ato contra o governador de SP; PMs acompanham a passeata
Aproximadamente 500 manifestantes participam nesta quinta (01) de novo ato contra o governador Geraldo Alckmin. O protesto começou por volta das 17 horas em frente à prefeitura de São Paulo com cerca de 200 pessoas. Em seguida interditou a avenida 23 de Maio e ocupou as duas faixas da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, até chegar à Avenida Paulista. Por lá, políciais militares se dividiram em acompanhar o grupo e proteger as agências bancárias, que foram palco de depredações em outro ato desta semana.
De acordo com informações da Polícia Militar, três pessoas foram detidas após tentarem invadir uma rede de farmárcias na esquina da rua Bela Cintra e encaminhadas para o 78º DP. Entretanto, manifestantes afirmam que mais pessoas foram levadas pela PM. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), chegou a registrar 157 quilômetros de filas às 2 horas e pediu que os motoristas evitassem a região.
Cinquenta policiais militares trabalharam no início da operação e foram colocadas grades amarradas e parafusadas em frente à prefeitura, para evitar tentativas de invasão.
O major Genivaldo Antônio foi até o grupo e afirmou que a PM pretende garantir a segurança de todos e que irá agir caso ocorra qualquer tipo de depredação. Um dos manifestantes que não quis se identificar afirmou que "na frente das câmeras a polícia é cidadã, bacana".
Organizado nas redes sociais, o ato tem como objetivo pedir também o fim da repressão da Polícia Militar. Mais de 600 pessoas confirmaram presença na página.
Foram colocadas grades amarradas e parafusadas em frente à prefeitura para evitar depredação
(Foto:
Juliana Deodoro
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Encabeçado pelos chamados black blocs - manifestantes mascarados que utilizam da depredação para chamar a atenção para suas reivindicações - o movimento promete não deixar as ruas da cidade enquanto Alckmin estiver no posto.
Na última terça (30), cerca de 300 pessoas fecharam vias importantes de São Paulo em um protesto contra o governador. Durante o ato, alguns manifestantes depredaram agências bancárias e entraram em conflito com a Polícia Militar. No final, cinco participantes foram presos e encaminhados para a cadeia, onde aguardam o julgamento.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os quatro homens e uma mulher são acusados de pelo menos quatro crimes. Outros quinze manifestantes foram detidos e levados para o 14º Distrito Policial no mesmo dia, mas liberados depois de prestarem depoimentos.
MPL de volta
Já no próximo dia 14, o Movimento Passe Livre (MPL) anunciou por meio de sua página oficial no Facebook que voltará às ruas. O grupo, que ganhou fama após os atos pela diminuição do preço da passagem de ônibus e levou mais de 100 mil pessoas às ruas em junho, luta agora contra uma suposta fraude nas licitações do Metrô e CTPM que podem chegar a 400 milhões de reais.
O local da concentração ainda não foi definido e deverá ser divulgado na próxima terça (6) por meio de uma carta aberta à população. O protesto será realizado em parceria com o Sindicato dos Metroviários e o Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto.
Policias acompanham o grupo de manifestantes pela avenida 23 de Maio
Silvio Santos para Patricia Abravanel: 'Você não teve que dar certo porque é filha do dono' De brincadeira, apresentador distribui petardos e elogios em edição do programa que vai ao ar neste domingo, no SBT.
Silvio Santos mostra, em programa que vai ao ar no próximo domingo, que continua todo saidinho na televisão. O apresentador, que vem fazendo declarações assanhadas para a modelo Helen Ganzarolli, volta a cortejá-la e ainda distribui petardos , durante o quadro "Jogo dos Pontinhos".
Sobrou até a filha Patrícia Abravanel. "Você não teve que dar certo porque você já está apadrinhada, é a filha do dono, nasceu dando certo", disparou para Patricia.
Sobre si mesmo, ele fez uma possível revelação, sem perder o tom irônico. "Eu, quando vou ao motel, vou por uma única razão. Não é por nada disso que vocês estão pensando. Às vezes, eu tenho que decorar um papel, então eu vou para o motel. Lá, eu fico sozinho, ninguém me perturba e eu fico decorando o que eu tenho que falar no dia seguinte no programa."
Sobre a 'amada' Hellen, ele produziu pelo menos duas pérolas. "Quando eu for lá para o céu, eu vou ser secretário de Deus e vou pedir para ele trocar o nome daquela estrela de 'estrela Dalva' para 'estrela Helen'", disse. E também: "Você é mais bonita do que a Elizabeth Taylor com 16 anos. Você não sabe o quanto você fica na minha imaginação".
Sobre a 'amada' Hellen, ele produziu pelo menos duas pérolas. "Quando eu for lá para o céu, eu vou ser secretário de Deus e vou pedir para ele trocar o nome daquela estrela de 'estrela Dalva' para 'estrela Helen'", disse. E também: "Você é mais bonita do que a Elizabeth Taylor com 16 anos. Você não sabe o quanto você fica na minha imaginação".
O Programa Silvio Santos vai ao ar no domingo, a partir das 20h, no SBT.
Deborah Secco: de Bruna Surfistinha a Irmã Dulce A atriz, que namorava o cantor cristão Allyson Castro, fará o papel da religiosa beatificada há dois anos por ajudar os pobres nas ruas de Salvador
Deborah Secco e a religiosa Irmã Dulce
Após interpretar a garota de programa Bruna Surfistinha, em 2011, a atriz Deborah Seco vai mudar da água para o vinho para viver a religiosa Irmã Dulce (1914 - 1992) no cinema. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da atriz nesta terça-feira.
O longa será produzido pela Migdal Filmes, a mesma de Minha Mãe é Uma Peça, e contará a trajetória de Maria Rita de Sousa Pontes, religiosa que ficou conhecida por sua dedicação em ajudar os pobres de Salvador. Beatificada há dois anos, ela pode ser primeira mulher nascida no Brasil a virar santa. De acordo com o site da produtora, o nome do filme será Irmã Dulce e o roteiro será assinado por Anna Muylaert, que recentemente dirigiu o filme Chamada a Cobrar. Ainda não há previsão de lançamento nem data para início das filmagens.
A atriz está investindo pesado em cinema. Neste ano, ela entrará em cartaz como a soropositivo Judite no filme Boa Sorte, para o qual fez um regime que a deixou pele e osso. No filme, viverá a mãe do garoto Felipe na versão cinematográfica de Confissões de Adolescente, seriado da TV Cultura que a revelou em meados dos anos 1990. Para 2014, Deborah está confirmada para o papel da cantora Joelma no filme Isso É Calypso, sobre a banda paraense de tecnobrega.
Fim de namoro - Apesar da proximidade de Deborah Secco com a temática religiosa, a atriz acaba de se separar do cantor cristão Allyson Castro, com quem engatou namoro em abril, pouco depois do fim do casamento com o jogador Roger. O término da relação com Castro foi confirmada pela assessoria da atriz.
'Ela pensava mais em filhos que eu', diz cantor sobre fim de namoro com Deborah Secco
Em entrevista desta semana, Allyson Castro diz que relacionamento foi intenso e que após o fim, amigável, eles continuam amigos
Diferenças de planejamento familiar foram um dos motivos para a separação da atriz Deborah Secco e do cantor cristão Allyson Castro, ambos de 33 anos. Em entrevista à revista Contigo! que chega às bancas nesta quarta, Castro disse que o relacionamento, embora curto, foi "intenso", mas balançado pelos desejos distintos de ter filhos.
“A gente sempre espera que um relacionamento dê certo, que possa durar e virar casamento. Ela pensava em filhos mais do que eu", disse, antes de comentar a "parte amorosa". "Tínhamos gostos parecidos, somos dedicados à família e ao trabalho e não gostamos de sair à noite. Mas a parte amorosa não deu certo.”
A venda da virgindade e o livre mercado do pensamento
Leilão de virgindade, venda de órgãos e bebês, infanticídio. Como alguns pensadores vão aos limites da razão para justificar o que o senso comum rejeita
Catarina Migliorini foi objeto do interesse de 15 ofertas no leilão na internet, vencido por um japonês: prostituição velada ou uma transação comercial legítima?
No dia 24 de outubro, a catarinense Ingrid Migliorini, de 20 anos, vendeu sua virgindade. Provocou desprezo, censura, indignação. Foi barrada de um desfile na Fashion Rio porque Tito Bessa Júnior, diretor da marca que a havia convidado, recebeu dezenas de mensagens de repúdio. Para os que atulharam a caixa de mensagens de Bessa, Ingrid, ao submeter seu corpo ao mercado, se degradou pessoalmente, mas também, e mais importante, feriu os códigos de ética que cimentam a nossa existência em comum. Para certos pensadores, no entanto, a ideia de que a virgindade possa ser transacionada não tem nada de chocante. Eles não param aí. Também deveria haver, dizem eles, um mercado para órgãos, embriões e até mesmo bebês, pois essa solução, apesar da aparência ultrajante, resultaria na verdade em maior benefício social. Algumas variantes desse tipo de pensamento vão ainda mais longe: ao substituir a moral pela lógica, ou reduzir os problemas éticos a teoremas, não se detêm nem mesmo diante de ideias como o infanticídio. O desafio peculiar que esses filósofos, cientistas, juristas e economistas representam é que eles não se mostram como "inimigos da sociedade" ou "transgressores". Eles não rejeitam as leis, os princípios de justiça e a democracia. Pretendem ser, no máximo, reformadores – que levam a razão até os seus limites para, hipoteticamente, aperfeiçoar nosso modo de vida e livrá-lo de tabus e superstições.
Um desses pensadores é o jurista americano Richard Posner, de 73 anos, autor de cerca de 40 livros, que há pelo menos quatro décadas é um dos pensadores mais citados — e criticados — dos Estados Unidos. Ele é considerado a principal figura de uma área conhecida como Análise Econômica do Direito, que busca usar a economia para explicar as leis e as instituições jurídicas existentes e prever os impactos que mudanças nessas estruturas podem trazer. Ainda na ativa, suas sentenças não acompanham a heterodoxia de seus livros. Porém, quando seu nome foi cotado para a Suprema Corte Americana, suas ideias debelaram as chances de conseguir a vaga.
Em seus livros mais recentes, o juiz se descreve como um pragmático, que interpreta as leis sem levar em conta princípios morais, pensando em suas consequências práticas. Para ele, as interações de mercado preservam a autonomia das pessoas envolvidas, por serem voluntárias e levar em conta os interesses individuais. "Um principio fundamental em seu pensamento é o consenso, o acordo. Ele diz que é justo alguém vender seu corpo, desde que isso não tenha consequências sobre outras pessoas", diz Bruno Meyerhof Salama, professor de Direito na Fundação Getúlio Vargas.
Em seu livro Sex and Reason, de 1992, Posner usa uma análise de custo-benefício para descrever como o comportamento sexual se desenvolveu desde a Grécia Antiga até os dias de hoje. Ele analisa o "preço" de cada tipo de comportamento — monogamia, bigamia, homossexualismo, heterossexualismo — na equação de uma sociedade. Segundo o jurista, a análise do comportamento sexual deve ser moralmente indiferente, como se o que estivesse sendo analisado fosse uma simples preferência alimentar. Ele propõe que o estado deveria abandonar as tentativas de manter controle sobre o comportamento sexual privado e consensual, e todas leis nesse sentido deveriam ser moralmente neutras. Nesse tipo análise, o leilão da virgindade é perfeitamente justificável.
Oferta e procura – O russo Alexander Stepanov, 23 anos, também leiloou sua virgindade em outubro, na mesma página de internet em que Ingrid Migliorini ganhou 1,5 milhão de reais. O maior lance recebido por ele, no entanto, foi de apenas 5.200 reais. Esse é um exemplo claro de como as leis do mercado, de oferta e procura, podem regular até o leilão do próprio corpo.
Na visão de Posner, a virgindade perdeu seu valor simbólico há muito tempo. Nas sociedades antigas, ela era muito valorizada, tanto pela tradição quanto pela religião. O verdadeiro motivo, no entanto, era que a virgindade da noiva dava ao marido a certeza de que era pai de todos os filhos nascidos após o casamento. "A principal razão para isso deve ter sido a extrema dificuldade, antes dos testes de paternidade, de provar quem era o verdadeiro pai de uma criança", escreve Posner.
No século 20, se tornou muito mais fácil estabelecer a paternidade. Além disso, métodos contraceptivos ajudaram a evitar que o sexo antes do casamento pudesse acabar em gravidez. E, mesmo quando isso acontece, as mães solteiras não são mais tão mal vistas em nossa sociedade. Como resultado, os custos de ter sexo antes do casamento caíram muito, derrubando com eles o mito da virgindade. Se alguns homens ainda valorizam isso, e estão dispostos a pagar milhões, não haveria impedimentos morais, na visão de Posner e companhia.
Posner também não vê grandes problemas na prostituição. Ele lança sobre ela o mesmo olhar que lança sobre o casamento. Enquanto no matrimônio o casal trocaria serviços sexuais por serviços de proteção e cuidado, as prostitutas trocam seus serviços por dinheiro. No passado, quando um marido pagava um dote ao pai da noiva, ele nada mais estava fazendo do que pagar pela virgindade.
Tráfico de mulheres
A atual novela das nove, Salve Jorge, está colocando em discussão o tráfico internacional de mulheres. Na trama, a personagem Morena é vítima de um esquema e viaja ao exterior acreditando que trabalhará como garçonete. No entanto, ela vai parar em uma casa de prostituição. Essa é a vida de inúmeras mulheres vindas do terceiro mundo, que passam a viver situações degradantes sendo obrigadas a vender seu corpo longe de sua terra natal.
Alguns pensadores, no entanto, defendem que esse tipo de situação acontece mais por causa de leis que reprimem a prostituição e a imigração ilegal do que por conta da venda de sexo em si. Segundo um estudo de Leyla Gulcur, psicóloga da Universidade de Nova York, a situação de imigrante e trabalhadora ilegal é que faz com que essas mulheres sofram discriminação. A exploração econômica que elas sofrem se deve ao fato de não terem para quem recorrer devido à sua insegurança jurídica no novo pais.
Mesmo nos casos em que elas foram levadas a esses países de forma forçada, essa condição impede que procurem a polícia para se proteger. Segundo a pesquisadora, o foco das políticas para defender essas mulheres não deveria ser o confronto da prostituição. "Suas necessidades podem ser atingidas ao reconhecer o trabalho sexual e liberalizar as políticas migratórias para prevenir o abuso de terceiros", escreve Gulcur.
Segundo o pensador, se houver comum acordo, a prostituição não é diferente de outras formas de comércio — e traria benefícios tanto para a prostituta quanto para o homem. Na verdade, alguns pesquisadores defendem que as condições degradantes enfrentadas por algumas prostitutas devem-se justamente à repressão dessa prática. (Veja no box ao lado). Na maioria das sociedades, a prostituição é reprovada, mas o estado não tem conseguido coibir a prática, provando que as relações consensuais privadas não estão ao alcance da lei.
Mercado de rins — Essa racionalidade sem limites leva Posner e outros pensadores a justificarem a venda do corpo em um sentido mais literal. Ao defender a lógica do mercado e os acordos consensuais, eles conseguem justificar uma rede de comércio de órgãos, que poderia ajudar diminuir as filas de espera para transplantes. Alguns órgãos, como rins e fígados, poderiam ser vendidos inclusive durante a vida, do mesmo modo como acontece com sangue, esperma, cabelo e óvulos em alguns países.
O economista Gary Becker, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 1992, fez uma análise das filas de espera pelo transplante de rim nos Estados Unidos. Segundo seus dados, 90.000 pessoas aguardam por doações do órgão e cerca de 4.000 morrem todos os anos durante essa espera. "Se o altruísmo fosse suficientemente poderoso, o suprimento de órgãos seria grande o suficiente para satisfazer a demanda, e não haveria nenhuma necessidade de mudar o sistema atual", escreveu Becker no blog que divide com Richard Posner.
Ele defende que a principal razão para a diferença entre oferta e demanda é a proibição da venda de rins. Se as leis fossem alteradas, as pessoas passariam a ceder seus órgãos em troca de ganhos financeiros. Becker cita um estudo da Universidade de Buffalo afirmando que, nesse mercado, o preço de um rim seria de 15.000 dólares e um fígado chegaria a 35.000.
Segundo Posner, esse comércio iria acabar completamente com as filas de espera, uma vez que existem bilhões de pessoas que estariam dispostas a dar um rim sobressalente para ganhar dinheiro. "A repugnância que a ideia de vendermos partes do corpo desperta em muitas pessoas não me parece ter nenhuma base racional", afirma o jurista.
Aluga-se útero – O pragmatismo também leva Posner a defender a barriga de aluguel: o direito de uma mulher "emprestar" seu útero para gerar o embrião de outras pessoas. Normalmente, isso acontece quando a mãe original é infértil, e precisa de outra barriga para carregar seu filho durante nove meses. A lei brasileira, por exemplo, proíbe que isso seja feito em troca de dinheiro.
O jurista defende, no entanto, que a barriga de aluguel seja objeto de comércio. "A prostituta vende sexo, do mesmo modo como a barriga de aluguel vende reprodução", escreve. Ele afirma que uma mulher fértil tem todo o direito de ajudar uma mulher infértil em troca de dinheiro. Alguns críticos dizem que a prática é um arranjo comercial para a produção de um bebê. Posner se defende dizendo que, sem a barriga de aluguel, a criança poderia nem nascer. Além de trazer vantagens para as duas mães, o acordo também traz vantagens para uma terceira parte: a criança.
Outros críticos dizem que, nos limites, o raciocínio permitiria que mães vendessem seus filhos mesmo depois de nascidos. Posner concorda, mas não vê nenhum problema nisso.
Bebês a venda – O processo de adoção costuma ser complexo e demorado. As crianças devem primeiramente ser destituídas de suas famílias biológicas por meio de procedimentos legais, e os pais adotivos passam por rigorosas análises de assistentes sóciais e psicólogos. Posner defende que esses procedimentos também devem ser substituídos pelas leis do mercado.
"O termo venda de bebês, embora inevitável, é enganador. Uma mulher que desiste de seus direitos parentais por um pagamento não está vendendo seu bebê; bebês não são bens, e não podem ser comprados e vendidos. Ela está vendendo seus direitos de paternidade", escreve no livro Sex and Reason. Esses direitos seriam diferentes dos direitos de posse e os novos pais não teriam poderes maiores do que os pais biológicos.
Segundo o jurista, sempre que o estado impõe um limite ao preço de algum bem, isso cria uma falta generalizada desse bem no mercado regular e um mercado negro, onde ele está disponível a preços bem maiores. É isso que acontece com a adoção, onde já existe um comércio irregular de crianças para pais desesperados.
Posner propõe a criação de um mercado de bebês, com regulamentações para impedir abusos. Os pais adotivos, por exemplo, não devem possuir nenhum tipo de registro criminal. E as crianças devem ser adotadas ainda bebês, para que não se lembrem da família original. Novamente, diz ele, é uma situação na qual os dois lados da transação têm vantagens. A criança também, pois ganha pais em condições de criá-la.
Limites do mercado – No livro, O que o dinheiro não compra (Ed. Civilização Brasileira), o filósofo Michael Sandel critica o tipo de visão que considera o mercado como o regulador perfeito das relações humanas. Como ele resume: existem coisas que o dinheiro pode — mas não deveria — comprar. Sua primeira crítica diz respeito ao pressuposto de que as decisões de ambas as partes de um contrato são sempre voluntárias. Ele diz que enormes injustiças podem ser cometidas quando alguém compra ou vende algo em condições de grave necessidade econômica, pressionado pela pobreza e pela fome.
Outra crítica de Sandel é que a mercantilização pode mudar os valores que damos a algum produto, criando uma visão degradante da pessoa humana. Ele cita o caso da venda de crianças, onde os bebês se tornariam mera mercadoria. "As inevitáveis diferenças de preço reforçariam a ideia de que o valor de uma criança depende de raça, sexo, potencial intelectual, capacidades ou incapacidades físicas", afirma no livro.
Sandel ainda afirma que o mercado altera o caráter dos bens que são vendidos. Muitas vezes remunerar alguém por algo que ele faria de graça tira sua vontade de fazê-lo. O filósofo cita um estudo clássico de Richard Titmuss feito nos anos 1970, que comparou o sistema de doação de sangue em vigor na Inglaterra e com o dos Estados Unidos. Enquanto no primeiro todo o sangue é doado por voluntários, no segundo boa parte vem da compra por bancos de sangue comerciais.
O resultado nos Estados Unidos foi ruim. Grande parte dos doadores moravam em favelas e bairros pobres, gerando uma redistribuição dos pobres para os ricos. Ali, o sistema de compra de sangue levava à uma escassez crônica, desperdício de sangue e maior risco de contaminação. Segundo Sandel, transformar o sangue em mercadoria corrói o bom sentimento dos doadores voluntários, que enxergam no ato uma compensação psicológica, não monetária.
Embriões e crianças – Há pensadores, contudo, que não têm uma fé irrestrita nos poderes do mercado, mas também deixam que seu sistema de pensamento os conduza a regiões extremas. É o caso do filósofo Peter Singer, professor de bioética na Universidade de Princeton. Ele se filia ao utilitarismo, tradição filosófica inaugurada pelo inglês Jeremy Bentham no final do século XVIII. Um dos pilares dessa tradição é a ideia de que o ato moralmente justo é sempre aquele que resulta num acréscimo da felicidade geral, em detrimento da dor. Singer adota, além disso, uma definição peculiar de "pessoa" - palavra que em seu vocabulário se aplica tão somente a seres dotados de autonomia, de autoconsciência e da capacidade para vivenciar as sensações de dor e prazer.
A combinação desses dois conceitos faz com que Singer defenda o direito ao aborto, à eutanásia - e até mesmo ao infanticídio, em determinadas condições. Ele o faz sem eufemismos nem atenuações. "Se o feto não tem o mesmo direito à vida que a pessoa, é possível que o bebe recém-nascido também não tenha, e a vida de um bebê recém-nascido tem menos valor para ele do que têm as vidas de um porco, de um cão ou de um chimpanzé, para esses animais", diz ele em um de seus livros. E ainda: "Decididamente devemos impor condições muito rigorosas ao infanticídio permissível; contudo, essas restrições talvez se devessem mais aos efeitos do infanticídio sobre os outros do que ao erro intrínseco de matar um bebê." Em consonância com sua crença de que as decisões morais devem ser tomadas levando em conta a "quantidade de felicidade geral", ele sugere que a opção pelo infanticídio deve ser tomada somente quando a criança, ao nascer, apresenta doenças e malformações que indicam uma vida de sofrimentos pela frente. Peter Singer já foi chamado de Dr. Morte da filosofia.
Seguindo a mesma linha de pensamento, no começo deste ano, os filósofos Alberto Giublini e Francesca Minerva, da Universidade de Melbourne, na Austrália, causaram indignação ao publicar um artigo na revista Journal of Medical Ethics. Eles defendiam que, se o aborto é permitido em alguns casos, a vida do recém-nascido poderia ser terminada nas mesmas condições, uma vez que não haveria grandes diferenças entre os dois.
Por causa de repercussão, os filósofos redigiram uma carta aberta ao público se desculpando "pela ofensa causada pelo artigo". Eles se justificaram dizendo que o artigo deveria ser lido apenas por filósofos, que seriam capazes de entender que se tratava de uma discussão intelectual, e não de uma proposta de política pública.
Limites da razão — A resposta dos australianos revela o quanto existe de artificial nesse tipo de proposta. Quando não é feita com o intuito direto de chocar, ela responde a uma espécie de fetichismo da lógica e dos conceitos. Confrontados com o ultraje de quem não participa do mesmo jogo de abstrações, eles reagem com surpresa e alguma consternação - como no caso de Giublini e Minerva - ou com soberba, dizendo que os críticos são incapazes de se livrar de suas superstições.
Diante disso, cabe avançar um pouco na crítica. Primeiro, essas tentativas de melhorar o mundo no laboratório do raciocínio puro não são capazes de prever todas as consequências sociais de mudanças que, quebrando com antigas tradições, autorizassem, por exemplo, a venda de bebês ou o infanticídio. "Não existe uma teoria certeira sobre como funcionam as crenças humanas. Não sabemos como mudanças na lei, monetarizando algumas relações por exemplo, podem alterar essas crenças e os comportamentos que nelas são baseados", afirma Bruno Meyerhof Salama.
Segundo, o repúdio a essas soluções radicais, desenhadas nos limites da razão, raramente brota de "superstições". Quase sempre ele tem origem no senso comum - que é algo muito diferente. Ou àquilo que o escritor britânico C. S. Lewis chamou certa vez de "retidão elementar da reação humana". Lewis refletia sobre a maneira como algumas crenças fundamentais das sociedades do Ocidente foram forjadas ao longo do tempo. Não queria dizer que elas tinham de ser imutáveis, apenas que não deveriam ser descartadas como mero entulho pela razão. Disse ele: "Essa retidão elementar da reação humana, à qual estamos sempre prontos a atribuir os epítetos de vulgar, crua, burguesa e convencional, está longe de nos ser conferida; trata-se de um delicado equilíbrio de hábitos laboriosamente adquiridos e facilmente perdidos, de cuja manutenção dependem tanto nossas virtudes e nossos prazeres como, talvez, a própria sobrevivência da espécie."
Brasileira que leiloou a virgindade diz ter sido enganada
Catarinense Ingrid Migliorini afirma não ter recebido dinheiro do leilão e garante, com orgulho, ainda ser virgem
A catarinense Ingrid Migliorini leilou sua virgindade por 780.000 dólares
A catarinense Ingrid Migliorini, 21 anos, alçada à fama em 2012 por leiloar sua virgindade, afirmou ter sido enganada pelo organizador do negócio, Justin Sisely. Em entrevista ao site americano Huffington Post, a brasileira também disse, categórica, que continua virgem.
O leilão do qual Ingrid participou resultaria em material para um documentário produzido por Sisely, Virgins Wanted (Procuram-se virgens, em tradução livre). Embora tenha vendido a virgindade por 780.000 dólares, a brasileira acabou por desistir do projeto. O mesmo ocorreu com o jovem russo Alex Stepanov, que conseguiu uma oferta muito menor por sua primeira vez: 3.000 dólares.
Segundo Ingrid, o japonês de 53 anos que venceu o leilão - identificado apenas como Natsu - em nada se parecia com as descrições dadas por Sisely a seu respeito. Além disso, reclama a catarinense, Natsu não pagou por suas despesas de viagem ou sequer lhe entregou o dinheiro pela venda da virgindade.
Em troca de sua participação no documentário, a brasileira deveria receber não apenas os 780.000 dólares, como também 20% dos lucros com a venda do documentário.
A brasileira acredita ainda que o japonês Natsu nem ao menos exista. Sisely nega as afirmações: “Temos a filmagem para comprovar o contrário”, disse.
A dificuldade do PT para achar um candidato em São Paulo Partido pretende anunciar seu candidato ao Palácio dos Bandeirantes no dia 10 de agosto; preferido de Lula é o do ministro da Saúde, Alexandre Padilha
Neves e Campos são potenciais adversários de Dilma Rousseff nas eleições de 2014
A aproximação política do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), potenciais adversários de Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2014, prevê uma tática de isolamento do PT na disputa pelo governo paulista. A dupla trabalha para que seus partidos estejam juntos nos estados onde o cenário local mostra uma conjuntura viável. São Paulo é um dos pilares dessa estratégia.
O diálogo nacional acelerou a aproximação dos tucanos com o PSB no estado de São Paulo. O partido de Campos sinaliza apoio à reeleição do tucano Geraldo Alckmin e mostra interesse pela vaga de vice na chapa. Apesar de integrar o primeiro escalão do governo paulista desde a gestão de Mário Covas, o PSB nunca apoiou o PSDB nas disputas eleitorais. Alckmin dá como certo o apoio do DEM, PTB, PPS, PRB e PSC, e negocia com PP e PR. Como PMDB, PSD, PDT e PV devem lançar candidatos próprios, restam poucas alternativas de aliança para os petistas no estado. O PSB tem 1m10s nas inserções de rádio e TV.
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Um dos principais interlocutores de Eduardo Campos no Congresso e presidente do PSB mineiro, deputado Julio Delgado, disse esperar que seu partido e o PSDB estejam juntos em pelo menos três estados estratégicos no ano que vem. "A peculiaridade de Minas Gerais (onde os dois partidos estão juntos) é a mesma de Pernambuco. A gente também tem essa preocupação com São Paulo, que é o estado mais importante nesse contexto", disse o parlamentar nesta quinta-feira.
Aliados de Aécio dizem que o acordo seria bom para o senador, e melhor ainda para Campos, pois fortaleceria um palanque local de oposição a Dilma. No primeiro turno, os dois presidenciáveis fariam campanhas separadas no estado, mas, no segundo, estariam unidos contra a petista.
Vice cobiçada – O presidente do PSB paulista, Márcio França, reuniu-se na semana passada com o deputado Duarte Nogueira, dirigente do PSDB no estado. Ele pediu que os socialistas indicassem o candidato a vice na chapa de Alckmin. França é um interlocutor frequente do governador, faz parte do núcleo político do Palácio dos Bandeirantes e ele mesmo pleiteia essa vaga. O problema é que outras siglas têm a mesma demanda. "O PTB vai reivindicar o cargo de vice. Somos o partido mais consistente da aliança", afirmou o presidente do PTB paulista, o deputado estadual Campos Machado.
Aliado de Alckmin no interior de São Paulo, o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB), disse que uma eventual aliança do governador com os socialistas daria um "tempero" que a chapa tucana nunca teve em São Paulo. "O Márcio França agregaria algo novo na candidatura de Alckmin", disse Donizete. Líderes do PSB acreditam que a composição "ganharia a sua parte de esquerda", o que poderia atrair um eleitor mais resistente a votar no PSDB. O PSB paulista, em especial na capital, tem histórico de aliado do PT.
Erundina – Outra alternativa ventilada por setores do PSB é lançar uma candidatura própria ao governo. Isso daria um palanque mais consistente para Eduardo Campos em São Paulo. Dois nomes têm força dentro do partido, caso seja essa a escolha dos dirigentes socialistas: a deputada Luiza Erundina, que deve coordenar a campanha de Campos em São Paulo, ou o próprio Márcio França.
Segundo um membro da executiva estadual do PSB, Erundina, que é egressa do PT e foi prefeita da capital paulista, tem mais "consistência eleitoral" do que França. A cúpula do PSB paulista pretende fazer uma reunião com os diretórios municipais do estado para sentir a reação da aproximação com Alckmin. Caso isso ocorra, o PSB estuda lançar a candidatura em voo solo na disputa pelo governo paulista.
A estratégia do PSB em São Paulo segue à risca o que disse Julio Delgado sobre a costura dos palanques de oposição a Dilma no país. Se houver uma decisão favorável a candidaturas estaduais próprias, PSDB e PSB trabalhariam separadamente no estado, mas respeitando um pacto de não agressão. No entanto, na esfera federal, em eventual segundo turno, as siglas se aliariam de vez, apoiando quem fosse para o embate com a petista. "Acho que temos condição de pensarmos num palanque comum, ou em pacto de não agressão, se tivermos dois palanques", afirmou Delgado. Segundo o deputado mineiro, em algum momento Aécio e Campos se unirão contra a candidatura da presidente.
"A máxima é verdadeira para os dois: tanto o Eduardo quer ter uma boa votação em Pernambuco e no Nordeste. Mas ele sabe que não terá unanimidade, o que vai obrigá-lo a deixar espaço para outra candidatura que não seja da presidente Dilma. Assim também é para Aécio", completou. Delgado assumiu a presidência do PSB em Minas com a missão de viabilizar um palanque no estado, segundo maior colégio eleitoral do país, para Eduardo Campos, se ele for mesmo candidato à presidência. Ele tomou o lugar do ex-ministro Walfrido Mares Guia, amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que declara abertamente apoio à reeleição de Dilma Rousseff.
Campos e Aécio Neves tentam isolar PT paulista Diálogo nacional acelerou a aproximação dos tucanos com o PSB, que sinaliza apoio à reeleição de Geraldo Alckmin e tem interesse pela vaga de vice na chapa
Neves e Campos são potenciais adversários de Dilma Rousseff nas eleições de 2014
A aproximação política do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), potenciais adversários de Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2014, prevê uma tática de isolamento do PT na disputa pelo governo paulista. A dupla trabalha para que seus partidos estejam juntos nos estados onde o cenário local mostra uma conjuntura viável. São Paulo é um dos pilares dessa estratégia.
O diálogo nacional acelerou a aproximação dos tucanos com o PSB no estado de São Paulo. O partido de Campos sinaliza apoio à reeleição do tucano Geraldo Alckmin e mostra interesse pela vaga de vice na chapa. Apesar de integrar o primeiro escalão do governo paulista desde a gestão de Mário Covas, o PSB nunca apoiou o PSDB nas disputas eleitorais. Alckmin dá como certo o apoio do DEM, PTB, PPS, PRB e PSC, e negocia com PP e PR. Como PMDB, PSD, PDT e PV devem lançar candidatos próprios, restam poucas alternativas de aliança para os petistas no estado. O PSB tem 1m10s nas inserções de rádio e TV.
Um dos principais interlocutores de Eduardo Campos no Congresso e presidente do PSB mineiro, deputado Julio Delgado, disse esperar que seu partido e o PSDB estejam juntos em pelo menos três estados estratégicos no ano que vem. "A peculiaridade de Minas Gerais (onde os dois partidos estão juntos) é a mesma de Pernambuco. A gente também tem essa preocupação com São Paulo, que é o estado mais importante nesse contexto", disse o parlamentar nesta quinta-feira.
Aliados de Aécio dizem que o acordo seria bom para o senador, e melhor ainda para Campos, pois fortaleceria um palanque local de oposição a Dilma. No primeiro turno, os dois presidenciáveis fariam campanhas separadas no estado, mas, no segundo, estariam unidos contra a petista.
Vice cobiçada – O presidente do PSB paulista, Márcio França, reuniu-se na semana passada com o deputado Duarte Nogueira, dirigente do PSDB no estado. Ele pediu que os socialistas indicassem o candidato a vice na chapa de Alckmin. França é um interlocutor frequente do governador, faz parte do núcleo político do Palácio dos Bandeirantes e ele mesmo pleiteia essa vaga. O problema é que outras siglas têm a mesma demanda. "O PTB vai reivindicar o cargo de vice. Somos o partido mais consistente da aliança", afirmou o presidente do PTB paulista, o deputado estadual Campos Machado.
Aliado de Alckmin no interior de São Paulo, o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB), disse que uma eventual aliança do governador com os socialistas daria um "tempero" que a chapa tucana nunca teve em São Paulo. "O Márcio França agregaria algo novo na candidatura de Alckmin", disse Donizete. Líderes do PSB acreditam que a composição "ganharia a sua parte de esquerda", o que poderia atrair um eleitor mais resistente a votar no PSDB. O PSB paulista, em especial na capital, tem histórico de aliado do PT.
Erundina – Outra alternativa ventilada por setores do PSB é lançar uma candidatura própria ao governo. Isso daria um palanque mais consistente para Eduardo Campos em São Paulo. Dois nomes têm força dentro do partido, caso seja essa a escolha dos dirigentes socialistas: a deputada Luiza Erundina, que deve coordenar a campanha de Campos em São Paulo, ou o próprio Márcio França.
Segundo um membro da executiva estadual do PSB, Erundina, que é egressa do PT e foi prefeita da capital paulista, tem mais "consistência eleitoral" do que França. A cúpula do PSB paulista pretende fazer uma reunião com os diretórios municipais do estado para sentir a reação da aproximação com Alckmin. Caso isso ocorra, o PSB estuda lançar a candidatura em voo solo na disputa pelo governo paulista.
A estratégia do PSB em São Paulo segue à risca o que disse Julio Delgado sobre a costura dos palanques de oposição a Dilma no país. Se houver uma decisão favorável a candidaturas estaduais próprias, PSDB e PSB trabalhariam separadamente no estado, mas respeitando um pacto de não agressão. No entanto, na esfera federal, em eventual segundo turno, as siglas se aliariam de vez, apoiando quem fosse para o embate com a petista. "Acho que temos condição de pensarmos num palanque comum, ou em pacto de não agressão, se tivermos dois palanques", afirmou Delgado. Segundo o deputado mineiro, em algum momento Aécio e Campos se unirão contra a candidatura da presidente.
"A máxima é verdadeira para os dois: tanto o Eduardo quer ter uma boa votação em Pernambuco e no Nordeste. Mas ele sabe que não terá unanimidade, o que vai obrigá-lo a deixar espaço para outra candidatura que não seja da presidente Dilma. Assim também é para Aécio", completou. Delgado assumiu a presidência do PSB em Minas com a missão de viabilizar um palanque no estado, segundo maior colégio eleitoral do país, para Eduardo Campos, se ele for mesmo candidato à presidência. Ele tomou o lugar do ex-ministro Walfrido Mares Guia, amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que declara abertamente apoio à reeleição de Dilma Rousseff.
Barbosa afirma que não será candidato à Presidência Em entrevista, presidente do STF disse que nunca pensou em se envolver com política e que o Brasil não está preparado para ser governado por um negro
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou que não disputará as eleições do ano que vem, avaliou que o Brasil não estaria preparado para ser governado por um negro e classificou o Itamaraty como "uma das instituições mais discriminatórias do Brasil".
Desde o julgamento do mensalão e a condenação de 25 dos 38 réus, o nome do ministro começou a ser lembrado em pesquisas de opinião. "Sou muito realista. Nunca pensei em me envolver em política", afirmou o ministro em entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Globo. O presidente do STF não foi filiado a partidos políticos no passado e, reservadamente, critica legendas que considera de direita, como o DEM, que contestou a política de cotas raciais. "Não tenho laços com qualquer partido político." Barbosa se declarou "social-democrata à europeia".
Como ministro do Supremo, ele teria de deixar o tribunal no ano que vem caso decidisse concorrer às eleições e renunciar à presidência da Corte quase sete meses antes de terminar seu mandato.
Barbosa acredita que o país não está pronto para ter um presidente negro. "Acho que ainda há bolsões de intolerância muito fortes e não declarados no Brasil."
Itamaraty – Barbosa afirmou ter sido vítima de preconceito ao ser reprovado no concurso para diplomata. Foi eliminado na fase de entrevistas. "O Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil", disse. E afirmou que "todos os diplomatas" do país queriam estar hoje na sua posição, na presidência da mais alta corte brasileira.
O Itamaraty não comentou as declarações de Barbosa, mas disse que a instituição mantém um programa de ação afirmativa.
Mensalão – Com o retorno do tribunal ao trabalho nesta semana, Barbosa afirmou que submeterá ao plenário o calendário de sessões para julgar os recursos do mensalão – o que começaria em 14 de agosto, pelos planos do presidente do STF.
Assim que forem encerrados os julgamentos dos embargos de declaração, Barbosa deve defender a prisão imediata de parte dos condenados. Os réus que eventualmente tenham direito a novo julgamento, se aceitos os embargos infringentes – recurso contra decisões não unânimes –, seriam presos posteriormente, se mantidas as condenações.
Prévias no PSDB voltam a assombrar Aécio Neves Nome do senador mineiro deixou de ser unanimidade como candidato à Presidência pelo partido, e prévias são cogitadas por tucanos de SP
Em SP há o maior foco de resistência ao projeto de Aécio de ser candidato a presidente pelo PSDB
A implosão do projeto de fusão entre o PPS e o PMN, que abriria uma janela de migração partidária e era a principal alternativa de José Serra para disputar a Presidência em 2014, reacendeu em setores do PSDB o debate sobre a realização de prévias para definir o nome tucano que estará na urna eletrônica.
A candidatura do senador mineiro Aécio Neves, tratada como fato consumado até as manifestações de junho, deixou de ser unanimidade. O cenário de prévias tem sido cogitado reservadamente pelo PSDB de São Paulo, estado que registra o principal foco de resistência ao projeto de Aécio. Atento a esse movimento, o mineiro vai concentrar sua agenda em São Paulo a partir de agosto.
"Se tivermos mais de um pré-candidato à Presidência, existirão dois caminhos: esperar a convenção de junho de 2014 ou fazer prévias e antecipar, o que seria mais conveniente", afirma o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. "Sou a favor de qualquer consulta de base. Sou contra decisões tomadas pela cúpula. Prévia é saudável porque o partido está morrendo", diz o deputado estadual Pedro Tobias, ex-presidente do PSDB paulista. Ele pondera, porém, que a disputa interna não significaria um racha dentro do partido. "Isso mostraria que o PSDB está sintonizado com a voz das ruas e sabe escutar a base."
Giro paulista – Além de manter contato regular com parlamentares e caciques tucanos do interior paulista, Aécio fará um giro por dez cidades do interior do estado. A promessa é fazer uma escala em São Paulo antes ou depois de cada agenda em outras regiões. A primeira aparição pública de peso será no próximo dia 24, em Barretos, na tradicional Festa do Peão. O senador espera circular pelo evento ao lado do governador Geraldo Alckmin, que ainda não confirmou presença.
A agenda de Aécio em São Paulo não vai se restringir a municípios governados pelo PSDB. Ele deve visitar, já em agosto, Campinas e Ribeirão Preto. A primeira cidade é governada pelo PSB e a segunda pelo PSD de Gilberto Kassab.
O tema das prévias será tratado pela primeira vez oficialmente na próxima terça-feira, em Brasília, quando ocorrerá reunião da Executiva Nacional para definir a agenda do partido em 2013 e 2014. O presidente estadual do PSDB, Duarte Nogueira, se reunirá nos próximos dias com José Serra para tratar do assunto.
Bastidores – Além de trabalhar com o cenário de prévias, Serra conversa com dirigentes de outros partidos. Depois da aproximação com o PPS, ele conversou com o PTB, PV e o PSD. Os três deixaram a porta aberta para uma eventual composição caso ele concorra, seja pelo PSDB ou por outro partido.
Segundo dirigentes tucanos, a ideia de realizar prévias esbarra em um problema prosaico: a falta de estrutura do PSDB. Além de ser um processo longo e caro (a sigla ainda tem dívidas da campanha de 2010), o cadastro de militantes aptos a votar estaria desatualizado. Pelo estatuto do partido, o processo teria que ser de eleição direta. A única vez que isso aconteceu no PSDB foi na eleição municipal de 2012, em São Paulo.
Quando isso foi denunciado, tambem se dizia que não ia dá em nada e veja o que deu.....Garotinho é condenado a prisão por formação de quadrilha Sentença não impede candidatura atual. Ex-chefe de polícia, Álvaro Lins recebeu pena de 28 anos. Todos os réus podem recorrer em liberdade
A Justiça Federal do Rio condenou o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, candidato a deputado federal pelo PR, a dois anos e meio de prisão por formação de quadrilha e uso da Polícia Civil para cometer crimes como corrupção e lavagem de bens. A sentença não impede sua candidatura, uma vez que não foi proferida por um colegiado, como manda a Lei da Ficha Limpa, mas por um juiz, Marcelo Leonardo Tavares, da 4ª Vara Federal Criminal. O ex-governador chegou a ser condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio por abuso de poder econômico, mas obteve uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o manteve na disputa.
Ex-chefe de Polícia Civil do estado na gestão de Garotinho e ex-deputado, Álvaro Lins foi condenado, na mesma ação, por formação de quadrilha armada, corrupção passiva e lavagem de bens, com pena total de 28 anos de prisão. Outras seis pessoas também foram condenadas. Todos os réus podem apelar da decisão em liberdade.
A ação, movida pelo Ministério Público Federal do Rio, é resultado da operação Gladiador, que quebrou o sigilo fiscal de Lins. A Justiça verificou que a quadrilha praticava crimes como facilitação de contrabando e corrupção ativa e passiva. Em nota, o procurador da república Leonardo Cardoso de Freitas afirmou que “a sentença é positiva e reflete uma conquista no combate à corrupção e à impunidade no país”.
Os demais condenados são os policiais civis Alcides Campos Sodré Ferreira (cinco anos e nove meses de prisão por corrupção passiva); Daniel Goulart dois anos de reclusão por formação de quadrilha; Fábio Menezes de Leão (quatro anos e meio de reclusão por corrupção passiva; Mario Franklin Leite de Carvalho (11 anos e três meses de prisão e multa, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de bem); e o ex-chefe de polícia Ricardo Hallak (sete anos e nove meses de prisão e multa, por formação de quadrilha e corrupção passiva).
A família da ex-mulher de Álvaro Lins também recebeu condenações. Francis Bullos, ex-sogro de Lins, foi condenado a quatro anos e meio de prisão e multa por lavagem de bem. Luciana Gouveia, que foi casada com o ex-deputado, pegou três anos de reclusão e multa pelo mesmo delito, que também rendeu a Sissy Toledo de Macedo Bullos Lins pena de três anos e dez meses de prisão (lavagem de bem). Quatro outros réus investigados na Operação Segurança Pública foram absolvidos.
Ex-chefe de Polícia Civil do estado na gestão de Garotinho e ex-deputado, Álvaro Lins foi condenado, na mesma ação, por formação de quadrilha armada, corrupção passiva e lavagem de bens, com pena total de 28 anos de prisão. Outras seis pessoas também foram condenadas. Todos os réus podem apelar da decisão em liberdade.
A ação, movida pelo Ministério Público Federal do Rio, é resultado da operação Gladiador, que quebrou o sigilo fiscal de Lins. A Justiça verificou que a quadrilha praticava crimes como facilitação de contrabando e corrupção ativa e passiva. Em nota, o procurador da república Leonardo Cardoso de Freitas afirmou que “a sentença é positiva e reflete uma conquista no combate à corrupção e à impunidade no país”.
Os demais condenados são os policiais civis Alcides Campos Sodré Ferreira (cinco anos e nove meses de prisão por corrupção passiva); Daniel Goulart dois anos de reclusão por formação de quadrilha; Fábio Menezes de Leão (quatro anos e meio de reclusão por corrupção passiva; Mario Franklin Leite de Carvalho (11 anos e três meses de prisão e multa, por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de bem); e o ex-chefe de polícia Ricardo Hallak (sete anos e nove meses de prisão e multa, por formação de quadrilha e corrupção passiva).
A família da ex-mulher de Álvaro Lins também recebeu condenações. Francis Bullos, ex-sogro de Lins, foi condenado a quatro anos e meio de prisão e multa por lavagem de bem. Luciana Gouveia, que foi casada com o ex-deputado, pegou três anos de reclusão e multa pelo mesmo delito, que também rendeu a Sissy Toledo de Macedo Bullos Lins pena de três anos e dez meses de prisão (lavagem de bem). Quatro outros réus investigados na Operação Segurança Pública foram absolvidos.
Em seu blog, Anthony Garotinho chamou de “perseguição” a condenação. “É de se estranhar o fato de ela (a condenação) ser anunciada justamente no período eleitoral, a 41 dias das eleições no país, e justamente quando todas as pesquisas de intenção de voto apontam meu nome como o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. Enganam-se aqueles que acham tratar-se de uma mera coincidência”. O ex-governador pretende recorrer.
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