GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dominguinhos da Estácio: Ele começou sua carreira como cantor e compositor, em meados da década de 60 na Unidos de São Carlos.

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Dominguinhos da Estácio: Ele começou sua carreira como cantor e compositor, em meados da década de 60 na Unidos de São Carlos. Após um período de quase 20 anos, finalmente foi convidado para se tornar voz oficial da Imperatriz Leopoldinense, e logo de cara, conquistou o título de campeão do Grupo de Acesso interpretando o samba enredo “O que a Bahia tem?”, no Carnaval de 1980. No final de 83, Dominguinhos foi para a atual Estácio de Sá, onde permaneceu por cinco anos. Em 1989, conquistou mais uma vitória pela Imperatriz, com o samba “Liberdade, Liberdade, Abra as Asas Sobre Nós”. Em 1990, ajudou a Grande Rio a ser campeã no Grupo de Acesso, o que promoveu a escola pela primeira vez para o Grupo Especial. No Carnaval de 2011, fez história com o samba enredo "O Brasil de todos os Deuses" no qual cantou e encantou em conjunto com a bateria, que fez lindas paradinhas durante o desfile. O intérprete foi destaque por animar a Sapucaí durante as emocionantes paradas. O estilo de Dominguinhos causa polêmicas. Há quem diga que ele é pura empolgação e quase nada de voz, mas o intérprete já conquistou dois Estandartes de Ouro.

Daniel Collête: Além da potente voz, Daniel Collête lançou moda no sambódromo.

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Daniel Collête: Além da potente voz, Daniel Collête lançou moda no sambódromo. Foi intérprete da Mocidade Alegre entre 2000 e 2007 e no Carnaval de 2003 resolveu ir para a Avenida caracterizado de acordo com o enredo. Foi intérprete do sambas enredo campeões de 2006 e 2007, sendo que neste último, surpreendeu novamente, quando cruzou o sambódromo vestindo uma fantasia de palhaço. Nos dois anos seguintes, Daniel Collête foi intérprete da X-9 Paulistana, e, em 2010, partiu para a Dragões da Real. No Carnaval de 2011 sua voz ajudou a escola a conquistar o título de campeã, fato que promoveu a Dragões da Real para o Grupo Especial de São Paulo. Em 2012, continua à frente da escola paulista e irá interpretar o samba enredo “Mãe, ventre da vida, e essência do amor”.

Paulinho da Mocidade: Este aqui tem o Estandarte de Ouro (prêmio oferecido pelo jornal "O Globo") de melhor puxador/interprete, bem guardadinho em sua estante.

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Paulinho da Mocidade: Este aqui tem o Estandarte de Ouro (prêmio oferecido pelo jornal "O Globo") de melhor puxador/interprete, bem guardadinho em sua estante. Paulinho começou sua carreira na Ala de Compositores da Mocidade Independente de Padre Miguel e lá foi puxador por muitos anos. Em 1990, assumiu o posto de interprete oficial da escola de Padre Miguel, conquistando o titulo de campeão nos dois anos seguintes com os sambas enredo “Vira, virou, a Mocidade chegou” e “Chue... Chuá... As águas vão rolar”. Paulinho da Mocidade também já passou pela Unidos da Tijuca, Império da Tijuca, Imperatriz Leopoldinense, e pela Águia de Ouro. Com sua voz irreverente, todo mundo sabe que ele chegou quando escuta o bordão "Aloooooo Comunidade... Chegou a Hoooooora!"

Wander Pires: Aqui está um nome polêmico, pois Wander Pires já protagonizou idas e voltas em várias escolas de samba no eixo Rio-São Paulo

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Wander Pires: Aqui está um nome polêmico, pois Wander Pires já protagonizou idas e voltas em várias escolas de samba no eixo Rio-São Paulo. Com sua potente voz, Wander tornou-se intérprete oficial da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1994, e dois anos depois conquistou o título de campeão com o samba enredo “Criador e Criatura”. A alegria não durou muitos e após ter problemas com dirigentes da escola Wander foi para o Salgueiro. O problema é que ele não ficou por lá muito tempo, e partir daí, passou pelas escolas União da Ilha e Grande Rio. Em 2008, Wander voltou a ser notícia, pois chegou atrasado ao desfile da Grande Rio, que não perdoou o fato e o demitiu. Ele ainda poderia ter representado a escola paulista Império de Casa Verde no Carnaval de 2009, o que não ocorreu devido a uma quebra contratual. Em 2011, o intérprete voltou com tudo e defendeu no Anhembi o samba enredo campeão da Vai-Vai “A música venceu!". Apesar de tantas polêmicas, Wander Pires está entre os intérpretes mais solicitados nas eliminatórias dos sambas enredos do Rio. Em 2012, será intérprete da Porto da Pedra, no Rio de Janeiro, e da Vai-Vai, em São Paulo.

Aroldo Melodia: Foi intérprete da União da Ilha durante 36 anos e só deixou o posto após ter um grave problema de saúde

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Aroldo Melodia: Foi intérprete da União da Ilha durante 36 anos e só deixou o posto após ter um grave problema de saúde. Mesmo assim, fez questão de preparar o filho Ito Melodia para substituí-lo. O apelido Melodia é fruto do vozeirão firme, que além de interpretar o hino da escola, animava os componentes das alas como ninguém. Apesar de nunca ter conquistado um título no Grupo Especial, Aroldo Melodia foi mestre para as antigas e novas gerações de intérpretes, pois foi o responsável por instituir os gritos de empolgação que se tornaram obrigação para qualquer bom intérprete (os famosos “gira minhas baianas ou “canta, meu povo”). Dono do célebre bordão “segura a marimba!" foi tema de samba em enredo da Lins Imperial em 2003, intitulado "Segura Marimba, Aroldo Melodia Vem Aí!". Aroldo faleceu em julho de 2008.

Royce do Cavaco - Sua voz já fez parte da conquista de seis títulos da Rosas de Ouro.

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Royce do Cavaco - Sua voz já fez parte da conquista de seis títulos da Rosas de Ouro. Também já passou pela Águia de Ouro, Pérola Negra, Império de Casa Verde, Nenê de Vila Matilde, Acadêmicos do Tatuapé e X-9 Paulista, onde está atualmente. No Carnaval 2012, será interprete do samba enredo “Trazendo para os braços do povo o Coração do Brasil, A X-9 Paulistana desbrava os ‘Sertões’ dessa gente varonil!”. Royce do Cavaco também fez sucesso fora do Carnaval, e teve a música “Frente a Frente” como a mais tocada em rádios de todo o Brasil, por seis meses consecutivos, em meados da década de 90.

I Wish It Would Rain Down Phil Collins



I Wish It Would Rain Down Phil Collins
You know I never meant to see you againBut I only passed by as a friendAll this time I stayed out of sightI started wondering why
Now I ...Ooh, now I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rainRain down on me nowOoh, yes I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rain on me
You said you didn't need me in your lifeOh, I guess you were rightOh, well I never meant to cause you no painBut it looks like I did it again
Now I...Now I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rainRain down on me nowOoh, girl I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rain on me
Though your hurt is goneMines hanging on, insideAnd I knowIt's eating me throughIt's eating me throughEvery night and dayI'm just waiting on your sign
'Cos I knowI know I never meant to cause you no painAnd I realize I let you downBut I know in my heart of heartsI know I'm never gonna hold you again
Now I ...Now I wish it would rain downDown on meOh, you know I wish it would rainRain down on me nowOoh, yes I wish it would rain downDown on meYes, you know I wish it would rain downRain down on meJust rain down on me
Just let it rain downLet it rain downLet it rain down, oh yeah
Just let it rain downRain down on me
Just let it rain downJust let it rain downJust let it rain downJust let it rain... 

Eu Queria Que Chovesse Phil Collins
Você sabe que nunca pretendi te ver novamenteE apenas me fiz passar por um amigoTodo esse tempo fiquei fora de vistaComecei a me perguntar por que
Agora eu...Ooh, agora eu eu queria que chovesseChovesse sobre mimOoh, sim eu queria que chovesseChovesse sobre mim agoraOoh, sim eu queria que chovesseChovesse sobre mimOoh, sim eu queria que chovesse em mim
Você disse que não precisava de mim na sua vidaOh, acho que você estava certaOh, eu nunca pretendi te causar nenhuma dorMas parece que fiz isto de novo
Agora eu...Agora eu queria que chovesseChovesse sobre mimOoh, sim eu queria que chovesseChovesse sobre mim agoraOoh, garota eu queria que chovesseChovesse sobre mimOoh, sim eu queria que chovesse em mim
Embora sua mágoa tenha passadoA minha persiste, por dentroE eu seiEla está me corroendoEla está me corroendoToda noite e diaEstou apenas esperando seu sinal
Pois eu seiEu sei que nunca pretendi te causar nenhuma dorE me dou conta de que te decepcioneiMas eu sei que no íntimo do meu coraçãoEu sei que nunca vou tê-la em meus braços novamente
Agora eu...Agora eu queria que chovesseChovesse sobre mimOoh, você sabe que eu queria que chovesseChovesse sobre mim agoraOoh, sim eu queria que chovesseChovesse sobre mimSim, você sabe que eu queria que chovesse sobre mimChovesse sobre mim agoraApenas chovesse sobre mim
Apenas deixe choverDeixe choverDeixe chover, oh yeah
Apenas deixe choverChover sobre mim
Apenas deixe choverApenas deixe choverApenas deixe choverApenas deixe chover...

http://www.vagalume.com.br/phil-collins/i-wish-it-would-rain-down-traducao.html#ixzz1lZqVnlVy

I Wish It Would Rain Down Phil Collins

I Wish It Would Rain Down Phil Collins

You know I never meant to see you againBut I only passed by as a friendAll this time I stayed out of sightI started wondering why
Now I ...Ooh, now I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rainRain down on me nowOoh, yes I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rain on me
You said you didn't need me in your lifeOh, I guess you were rightOh, well I never meant to cause you no painBut it looks like I did it again
Now I...Now I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rainRain down on me nowOoh, girl I wish it would rain downDown on meOoh, yes I wish it would rain on me
Though your hurt is goneMines hanging on, insideAnd I knowIt's eating me throughIt's eating me throughEvery night and dayI'm just waiting on your sign
'Cos I knowI know I never meant to cause you no painAnd I realize I let you downBut I know in my heart of heartsI know I'm never gonna hold you again
Now I ...Now I wish it would rain downDown on meOh, you know I wish it would rainRain down on me nowOoh, yes I wish it would rain downDown on meYes, you know I wish it would rain downRain down on meJust rain down on me
Just let it rain downLet it rain downLet it rain down, oh yeah
Just let it rain downRain down on me
Just let it rain downJust let it rain downJust let it rain downJust let it rain...

Neguinho da Beija-Flor: Esta voz está à frente da escola de Nilópolis desde 1976

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Neguinho da Beija-Flor: Esta voz está à frente da escola de Nilópolis desde 1976. Tanto tempo defendendo a mesma agremiação, rendeu-lhe o sobrenome artístico que causa orgulho. Neguinho da Beija-Flor é considerado um dos mais carismáticos intérpretes de samba enredo, e o criador do conhecido bordão "Olha a Beija-Flor aí, gente!". Neguinho da Beija Flor já foi ganhador do Premio Sharp na categoria de melhor cantor de samba e contabiliza uma extensa lista de sucessos. Para consagrar seu amor ao Carnaval, ele ilustrou um fato histórico: casou-se em 2009, minutos antes de cantar no Carnaval carioca. Não achou curioso? Pra completar, o cenário do casório foi a própria Marquês de Sapucaí. Isso sim é que amor ao samba.

Jamelão: "Puxador é quem puxa carro ou quem puxa fumo."

Divulgação/Heudes Regis

Jamelão: "Puxador é quem puxa carro ou quem puxa fumo." Esta divertida frase pertence a um dos maiores intérpretes de samba enredo que o Carnaval conheceu e servia como resposta para quem insistisse em denominá-lo como Puxador. Dono de uma discografia imensa, a partir de 1949 foi intérprete oficial da Mangueira. E só deixou o posto em 2006, quando ficou com a saúde debilitada. Esta grande voz calou-se em 14 de junho de 2008. Para homenagear Jamelão, um carro do corpo de bombeiros seguiu com seu caixão em um cortejo que passou pela Marquês de Sapucaí, local onde ele viveu memoráveis momentos. Há quem diga que Jamelão foi o melhor intérprete de todos os tempos.

Puxadores Históricos


FAMOSIDADES

SÃO PAULO - Esta lista já começa com uma polêmica. Há quem diga que o termo correto seria Intérprete de samba enredo. Mas outros preferem o tradicional termo: puxadores.
O que realmente importa é que suas vozes eternizam cada Carnaval e são essenciais para motivar os integrantes das escolas. Além, é claro, de animar os foliões que assistem aos desfiles.
O que seria do Carnaval sem o samba enredo? E o que seria deste samba sem uma bela e potente voz para conduzir os momentos de euforia que se seguem na Avenida?
Confira nas próximas páginas algumas vozes que se tornaram inconfundíveis no Carnaval brasileiro.

DEFINIÇÃO DE MORADOR DE RUA

       A rua pode ter dois sentidos: o de construir abrigo para os que não possuem recursos e o de constituir modo de vida para os que já tem na rua o seu habitat e que estabelecem com ela uma complexa rede de relação. 
Esta realidade revela a precariedade, empobrecimento e a marginalização em que vive grande parte da população brasileira.Segundo Vieira (2004) há três denominações que demarcam a situação de rua: Uma delas é o ficar na rua que tem um caráter circunstancial reflete um estado de precariedade de recursos e de atendimento nas políticas sociais;
Outra é o estar na rua que consiste em uma condição ainda recente, adotam a rua para pernoitar e ela não mais representa uma ameaça, porém, quando conseguem obter algum recurso,procuram pensões ou vagas em albergues;
E o ser da rua é algo permanente, aumenta as dificuldades de se conseguir algum trabalho e cresce o tempo de permanência na rua, que acabam se tornando um espaço de moradia.
Para atender a estes seguimentos o município de Caraguatatuba oferece serviços especializados de acordo com o que preconiza a tipificação nacional dos serviços socioassistenciais através da casa transitória (casa de passagem), abordagem social e centro de referencia especializado de assistência social (CREAS).

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Otimismo moderado ou André Lara Resende

O Blog O Estrategista tem apostado em um cenário externo sem rupturas o que acabaria beneficiando a bolsa brasileira. Contudo não há como ficar indiferente ao artigo do economista André Lara Resende, publicado no Valor da última sexta, 20 de janeiro.
Primeiro é preciso explicar o título do post. Ele faz referência (e uma homenagem) a dois grandes escritores brasileiros: Nelson Rodrigues e Otto Lara Resende, pai de André Lara Resende. Nelson foi um dos maiores dramaturgos brasileiros e deu a uma de suas peças o título de “Bonitinha, mas Ordinária ou Otto Lara Resende”. Qual foi a razão do inusitado título? Um dos protagonistas acredita que o ser humano é solidário somente em situações extremas. Ele, durante a peça, repete exaustivamente a frase que seria de Otto: “O mineiro só é solidário no câncer”. Segundo o biógrafo de Nelson Rodrigues, Ruy Castro, embora amigos, Otto reclamou da homenagem.
Ao longo dos últimos meses, embora reconheça a possibilidade de uma ruptura, tenho publicado alguns posts (como, por exemplo, “Para onde vai o Ibovespa?”, de 19/10, ou “Com que cenário macroeconômico eu vou?”, de 29/11), apostando em um cenário mais brando, no qual o Banco Central Europeu (BCE), conjuntamente com os governos, lidera uma saída negociada, evitando que a crise dos países avance sobre os bancos. Estados emergentes com uma dinâmica mais saudável, como o Brasil, atrairiam investimentos, provocando um reflexo positivo sobre o mercado acionário. Chamo esse cenário de “otimismo moderado”.
Por outro lado, no artigo “Os novos limites do possível”, publicado no Valor de 20/01, André Lara Resende acredita em um cenário de ruptura econômica com consequências imprevisíveis. Tendo em vista o prestígio do autor não há como ficar indiferente. Dou um exemplo do respeito que André Lara merece. Quando cursava economia, no início da década de 90, um livro muito utilizado era “Ordem do Progresso”. A edição era de 1990. O livro tratava da política econômica empreendida pelos governos republicanos desde 1889. Dionísio Dias Carneiro e Eduardo Modiano, responsáveis pelo capítulo dedicado a política econômica entre 1980-84, comentam que no início da década de 80 começaram a surgir estudos indicando que o problema da inflação era inercial. Trecho do livro: “A generalização do entendimento do caráter inercial da inflação suscitou o aparecimento de sugestões de políticas visando à redução do nível de indexação da economia brasileira. Dentre as mais ousadas destacaram-se as propostas da ‘moeda indexada’ de Arida e Resende (1985)”. Em resumo, o trabalho de Pérsio Arida e André Lara Rezende já delineava o arcabouço do que seria o Plano Real dez anos antes!
Com essas credenciais, a leitura do artigo é obrigatória. Terei a inglória tarefa de resumi-lo. Segundo André Lara, não há soluções simplistas para a resolução da crise. Ela se encontra na quarta fase na qual os governos, após assumirem as dívidas dos agentes privados, estão excessivamente alavancados. “Há três formas de eliminar o excesso de endividamento”. A primeira é provocar uma recessão com custos inaceitáveis. “A segunda é a monetização das dívidas”, o que provocaria inflação, solução descartada pela Alemanha, vítima de um processo hiperinflacionário na década de 30. “A terceira é a retomada do crescimento”. Contudo o remédio keynesiano de estímulo à demanda está esgotado em decorrência do endividamento dos países.
Mas o problema não reside apenas na questão da alavancagem. O espaço de incentivo ao crescimento é restrito, pois atingimos o “limite físico do planeta”. E sem crescimento não há como sustentar o alto endividamento dos países desenvolvidos. Nesse ponto, Resende recorre à teoria de Paul Gilding, elaborada em seu livro “The Great Disruption”. “A tese de Gilding é de que a economia mundial será obrigada a parar de crescer. Como não houve uma transição antecipada, como não nos preparamos para uma economia estacionária, seremos obrigados a enfrentar uma parada brusca, profundamente traumática”. Quando isso ocorrerá? André Lara não se compromete com o tempo: “como é sempre o caso de previsões, é mais fácil acertar a direção do que o momento”.
Segundo ele, o sistema de preços não será de valia, logo formas de racionamento serão imperativas. “A reorganização da economia será compulsória e profunda. Indústrias inteiras vão desaparecer. As de carvão, petróleo e gás, muito antes do fim das reservas conhecidas”. “O crescimento baseado na expansão do consumo de bens materiais está no seu capítulo final”. O lado positivo é que a ruptura promoverá inovações tecnológicas.
Saio do artigo, além de assustado, com algumas indagações. Talvez por motivos de espaço, André Lara trata da economia chinesa em menos de um parágrafo. Mas tem uma opinião forte: “o crescimento recente da China tem todas as características de uma bolha”, o que impediria a economia do país asiático de sustentar o crescimento mundial. Esperemos que André Lara nos brinde com um artigo mais extenso sobre a economia chinesa.
Outro questionamento: será que o Japão já não é um exemplo de economia sem crescimento, mas que mesmo assim vem mantendo um excelente padrão de qualidade de vida? Essa experiência não poderia nos ensinar algo?
Por fim, qual é o limite para o endividamento? Quem diria há 30 anos que o endividamento dos países alcançaria os patamares atuais?
Desnecessário dizer que caso o cenário traçado por André Lara Resende se materialize, o investimento no mercado acionário é uma péssima escolha. Espero que o conceituado economista esteja enganado. Quem sabe ele mesmo não torça para que, dessa vez, esteja equivocado.

Eike não construiu seu império com dividendos. O choque entre duas teses

Nos extremos, temos duas teses de investimento. De um lado, companhias pré-operacionais com geração de caixa incipiente e, por isso, com baixa distribuição de dividendos. Os empreendimentos de Eike Batista são o melhor exemplo. De outro, companhias maduras com investimentos moderados e generosa geração de caixa. Qual tese escolher é uma decisão individual. Mas será que a virtude não está no meio?
Ações de empresas pré-operacionais apresentam maior risco e, em tese, possibilidade de maior retorno. A geração de caixa ainda está distante o que reduz a confiabilidade das estimativas. Comentei esses aspectos no post “A análise das empresas de Eike pelo fluxo de caixa descontado”, de 20 de janeiro. São opções de investimento para acionistas mais agressivos.
Por outro lado, noto uma preferência dos investidores individuais pelas companhias boas pagadoras de dividendos. Embora o histórico de dividendos distribuídos deva ser monitorado, esse não pode ser o único aspecto observado. Alguns pontos vêm sendo negligenciados:
1)      Custo de oportunidade – na reportagem, “Fundos jogam na ‘retranca’ e superam retorno do CDI”, do Valor de 27 de janeiro, a repórter Natalia Viri mostra que dos cerca de 400 fundos de ações analisados, apenas dez superaram o CDI em 2011. A maior parte desses fundos é de carteiras de dividendos ou focada no setor de energia elétrica e tiveram rentabilidade variando entre 12,4% a 19,8% com mediana de 13,0%. Foram bons investimentos? Se compararmos com títulos públicos, não. Em 2011, o índice IRF-M, que calcula a rentabilidade de uma carteira de títulos públicos pré-fixados, teve retorno de 14,6%; o IMA-B, com um portfólio de títulos indexados ao desempenho do IPCA, registrou 15,3%; e o IMA-S, carteira de títulos públicos atrelados à taxa Selic, marcou 11,7%;
2)      Prêmio de risco para as ações – a rentabilidade com ações deve apresentar um prêmio sobre o desempenho dos títulos públicos. Não basta que os ativos apresentem a mesma rentabilidade. O ganho obtido com ações deve apresentar um adicional sobre a rentabilidade dos títulos públicos, chamado de “equity-risk premium”, pois o mercado acionário é mais arriscado. Os papéis públicos são considerados como “livres de risco”, embora também tenham um risco associado. Sob um ponto de vista de risco-retorno, até mesmo o índice IMA-S foi um melhor investimento do que a carteira de ações;
3)      O conceito de beta – ações defensivas tendem a apresentar maior retorno do que o índice de referência (no caso brasileiro, o Ibovespa) no caso da bolsa em baixa, mas, por outro lado, podem apresentar pior performance em mercados altistas. Veja o conceito de beta no post “As ações defensivas do Ibovespa”, de 09 de agosto. Em uma recuperação do mercado, a carteira de dividendos deve apresentar pior desempenho do que o índice de mercado.
4)      Acompanhe o preço da ação – o retorno de uma ação é composto por dois itens: os dividendos e o ganho ou perda de capital (preço de venda da ação – preço de aquisição). Cuidado, pois a queda da ação pode “roubar” boa parte do ganho advindo dos dividendos. É importante sempre atualizar a carteira para se ter exata noção do seu desempenho.
5)      Olho no crescimento dos lucros – o preço da ação é positivamente afetado pelos dividendos, mas também pelo crescimento dos lucros. Companhias que postergam investimentos produtivos para pagar dividendos podem estar abortando o crescimento o que afetará negativamente o preço da ação no futuro;
Os gestores oferecem fundos de dividendos mais por uma demanda dos investidores do que por convicção pessoal. Carteiras de dividendos apresentam menor volatilidade, mas, por outro lado, tendem a apresentar menor retorno. Não vejo vantagens em qualquer cenário: ficam para trás em momentos de alta (observe o que está ocorrendo em janeiro) e não são competitivas perante títulos públicos na queda do mercado.
Além disso, o universo não se restringe a empresas pré-operacionais e às de dividendos. Há também aquelas já operacionais com geração de caixa, dividendos decentes e perspectivas de crescimento. Para o investidor médio - nem agressivo nem conservador - a virtude está no meio. O ideal é ter uma carteira balanceada, incluindo ações defensivas e de crescimento. Essas tendem a apresentar melhor desempenho na recuperação dos mercados enquanto as geradoras de caixa reduzem a volatilidade do portfólio.

Cuidados ao investir em fundos de ações

Na última terça-feira, falei da pouca competitividade dos fundos de dividendos, tese que causa polêmica. Hoje, abordo algumas táticas usadas por gestores que podem comprometer a estratégia de diversificação dos investidores.
No post “Eike não construiu seu império com dividendos. O choque entre duas teses”, de 30 de janeiro, mostro a pouca competitividade dos fundos de dividendos. Em resumo, essas carteiras tendem a apresentar pior desempenho do que o índice de bolsa em mercados altistas. E quando a bolsa está em queda, são pouco competitivos comparados a títulos públicos que, em tese, têm menos riscos. Isso decorre do menor beta das ações defensivas. Veja conceito de beta no post “As ações defensivas do Ibovespa”, de 9 de agosto.
Além disso, os investidores dos fundos de dividendos têm negligenciado aspectos importantes como, por exemplo, o custo de oportunidade, o prêmio que o retorno em ações deve ter sobre o de títulos públicos (“ativos livre de riscos”) e a necessidade de acompanhar, além dos dividendos distribuídos, a cotação do papel. Não conheço nenhuma gestora de recursos que tenha como produto “carro-chefe” um fundo de dividendos.
Algumas estratégias de gestores de fundos de ações também podem trazer riscos à diversificação. A carteira, para ser classificada como fundo de ações (FIA) e ter benefício tributário, deve investir no mínimo 67% dos seus ativos em ações. Os FIAs possuem uma vantagem fiscal sobre fundos de renda fixa e títulos públicos. Os rendimentos desses últimos são tributados com alíquotas diferenciadas. Quanto mais tempo o investidor mantém sua aplicação, menor a alíquota. As taxas variam de 15% (para investimentos superiores a dois anos) a 22,5% (para períodos de até seis meses). Por sua vez, a alíquota dos FIAs é sempre de 15% independentemente do prazo do investimento.
Gestores de FIAs podem manter até 33% do patrimônio em títulos públicos ou em caixa caso acreditem que a bolsa possa apresentar fraco desempenho. Contudo, esse procedimento pode prejudicar a estratégia de diversificação dos investidores. Imagine um investidor com R$100 mil aplicados em um CDB de grande banco que resolva diversificar sua carteira, direcionamento R$30 mil para um FIA ativo. Suponha que, nesse exato momento, o gestor do fundo tenha alocado 33% de sua carteira em títulos públicos. Logo, no caso em questão, apesar de o investidor ter destinado 30% de sua poupança para um fundo de ações, ele terá apenas 20,1% (R$30 mil x 67%/R$ 100 mil) dos recursos com risco-bolsa.
Se o cenário do gestor se confirmar, o FIA, provavelmente, terá melhor desempenho do que o índice de ações. O aplicador ficará satisfeito. Mas imagine o oposto: a Bovespa engatando uma alta consistente. As chances de o FIA superar o Ibovespa são menores. Ao comparar a rentabilidade do FIA com o Ibovespa ou o IBrX, o investidor ficará desapontado. Importante dizer que o mau desempenho do FIA em relação ao mercado não foi necessariamente devido à escolha das ações (os 67% alocados), mas a um erro na projeção sobre a direção da bolsa.
Há estratégias ainda mais preocupantes. Alguns FIAs buscam reduzir a volatilidade. Procuram se caracterizar como fundo de ações para terem o benefício fiscal, embora tenham perfil mais de multimercado. Além de operar o nível do caixa do fundo, esses gestores podem reduzir a exposição ao mercado acionário utilizando derivativos e aluguéis de ações.
Uma possibilidade é manter 100% da carteira alocada em ações e, de vez em quando, ter uma posição 100% vendida em Ibovespa futuro caso acredite na queda do índice. É uma estratégia para ganhar mesmo com a bolsa em baixa. Se a parcela de ações se desvalorizar menos do que o índice, o fundo apresentará performance positiva decorrente do ganho no mercado futuro. Caso o mercado acionário contrarie nosso gestor, iniciando uma alta, o fundo pode até apresentar desempenho positivo, mas dificilmente superará o índice de bolsa. Mais uma frustração para o investidor do exemplo.
As estratégias acima são ruins? Não necessariamente. O importante é o investidor ter noção de como o gestor atua para não comprometer a sua estratégia de diversificação. Qual a diferença básica entre um FIA convencional (“long only”) e FIAs com estratégias mais ariscas? O primeiro tem como meta “bater” o índice de bolsa escolhendo bons ativos. Os outros, além dos ativos, necessitam acertar também a direção do mercado. Tarefa mais complexa.
E a referência desses fundos pode até mesmo se alterar, deixando de ser o índice de bolsa e passando a ser o CDI. Nesse caso, o investidor do exemplo diversificou sua carteira?