SÃO PAULO - Uma família de Santa Lúcia, a 286 quilômetros de São Paulo, na região central do estado, acusa o pronto-socorro da cidade de negligência após a morte de uma mulher na sexta-feira. De acordo com os parentes, houve demora no atendimento e, após o motorista da ambulância se recusar a levar a vítima, o próprio marido teve que dirigir uma ambulância até um hospital de Araraquara.
Durante a manhã, Maria Aparecida Bergamim, de 65 anos, não se sentia bem. A filha dela, Márcia Elaine Bergamim, pediu uma ambulância para levá-la até o hospital mais próximo, a 12 quilômetros, em Araraquara.
- O horário do motorista estava terminando e ele falou que não ia levar - explicou.
No boletim de ocorrência, a enfermeira Alaíde Gouveia Jardim disse que chamou o motorista pelo interfone, mas não teve retorno. Quando percebeu, o funcionário já tinha ido embora.
Diante da confusão, o marido da vítima, que é motorista da prefeitura, conseguiu autorização da diretora de saúde para dirigir a ambulância. Apesar disso, nenhum médico ou enfermeiro acompanhou a viagem. Foram apenas o marido, a filha e uma sobrinha da aposentada.
Maria teve um infarto e morreu assim que chegou na Santa Casa de Araraquara. O médico que recebeu a paciente registrou um boletim de ocorrência por omissão de socorro.
A diretora de Saúde de Santa Lúcia, Vera Lúcia Casterete, disse que a prefeitura abriu um processo administrativo. Motoristas, médicos, enfermeiros e parentes da vítima devem ser ouvidos ainda esta semana.
- A norma é a enfermeira acompanhar. É obrigação do motorista levar, mesmo que o horário esteja acabando, a prefeitura paga hora extra - disse.
O médico e o motorista que estavam de plantão não foram encontrados.