A jornalista Vera Magalhães afirmou nesta terça-feira, 30, que vai processar o pastor Silas Malafaia por ele ter divulgado mentiras sobre sua remuneração. Em publicação nas redes sociais feita na segunda-feira, 29, o religioso disse que ela recebe R$ 500 mil por ano do governo de São Paulo e insinuou que, por esse motivo, ela seria crítica ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “Entendeu? Doria começou a bancar a jornalista que ataca o presidente em todo o tempo”, ele escreveu.
A fake news que alega que Vera Magalhães teria um contrato com o governo de São Paulo é antigo. Ela é apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura, emissora gerida pela Fundação Padre Anchieta. A instituição é custeada por dotações orçamentárias estabelecidas pela Lei Orçamentária Anual (LOA), que é aprovada pelos deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo, e por recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada. O salário da jornalista é de R$ 22 mil mensais, ou pouco mais de R$ 260 mil por ano. É incorreto afirmar que a remuneração vem do governador de São Paulo, já que a LOA é aprovada pelos deputados estaduais. Além disso, a verba vai para a Fundação, que tem independência para decidir quem contratar.
“O senhor vai levar um processo e ter de provar que eu ganho 500 mil por ano, pastor. Se prepare para receber a notificação do meu advogado. Mentir usando a religião como escudo é ainda mais vil e torpe”, publicou a jornalista sobre o caso. “Já acionei meu advogado. Mentir usando o nome de Deus é pecado e é crime”.
No último domingo, 28, Vera foi destratada pelo presidente Jair Bolsonaro durante o debate presidencial da Band. Após perguntar ao chefe do Executivo sobre a cobertura vacinal no País, ela foi chamada pelo presidente de “vergonha para o jornalismo”. Bolsonaro chegou a dizer que ela “deve dormir pensando nele”.
Procurado, o pastor Silas Malafaia afirmou que só errou o valor da remuneração, mas insistiu que a jornalista foi contratada pelo governo de João Doria (PSDB). Ele também acusou a apresentadora do Roda Viva de preconceito religioso.
A pauta feminina tende a ganhar protagonismo nas campanhas após o debate presidencial da Band, marcado pelos gestos do presidente Jair Bolsonaro contra Vera Magalhães e a senadora Simone Tebet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário