Donald Trump pretende usar seu primeiro dia como presidente dos EUA para oficializar a intenção de seu governo de abandonar a Parceria Trans-Pacífico (TPP), acordo comercial que reúne 40% do PIB global.
Sua medida inicial na área de imigração será menos drástica que suas propostas de campanha e será centrada na investigação de irregularidades na concessão de vistos de trabalho.Em vídeo divulgado nesta segunda-feira à noite por sua equipe de transição, Trump disse que pretende usar decretos no primeiro dia de seu governo para realizar mudanças imediatas em seis áreas: comércio internacional, regulações, segurança nacional, imigração, energia e ética.
Segundo o presidente eleito, o TPP, que tem caráter multilateral, será substituído por acordos bilaterais "justos", a serem negociados com países específicos.
No combate à corrupção, Trump prometeu impor a proibição de que ocupantes de cargos públicos trabalhem como lobistas por um período de cinco anos depois de saírem do governo. O veto será vitalício para a defesa de interesses de governos estrangeiros.A primeira medida na área de imigração não está relacionada à deportação de imigrantes ilegais nem à construção de um muro na fronteira com o México.
A única decisão anunciada nesta segunda-feira é a investigação de abusos na concessão de vistos de trabalho a estrangeiros.Na área de segurança nacional, o presidente eleito disse que pedirá a elaboração de um plano para a proteção da infraestrutura do país de ataques cibernéticos e convencionais. Essa já é um prioridade do governo de Barack Obama, que lançou em fevereiro um plano de ação em segurança cibernética.
Trump disse ainda que revogará restrições à produção de energia para permitir a exploração de gás de xisto e de carvão limpo, que usa tecnologia para reduzir a emissão de gases que provocam efeito estufa.
A produção de gás de xisto teve um boom durante o governo Obama, mas diminuiu em razão da queda do preço internacional do petróleo, que tirou sua competitividade.O presidente eleito prometeu também limitar a interferência do governo na economia e disse que a adoção de cada nova regulação terá de levar à revogação de duas regulações existentes. "Seja produzindo aço, montando carros ou curando doenças, eu quero que a próxima geração de produção e inovação aconteça exatamente aqui, na nossa grande pátria, América, criando riqueza e empregos para os trabalhadores americanos", disse Trump no vídeo.
Putin. A complexidade dos desafios que o presidente eleito terá na política externa ficou evidente nesta segunda-feira com a declaração do presidente russo, Vladimir Putin, de que seu país adotará medidas preventivas contra países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Isso abrange a possibilidade de disparo de mísseis contra alvos que Moscou veja como uma ameaça a sua segurança.
As declarações foram dadas por Putin em entrevista ao cineasta americano Oliver Stone, no momento em que os EUA realizam a transição de um governo visto como hostil por Moscou para um chefiado por Trump.
Durante a campanha, o presidente eleito elogiou Putin, colocou em dúvida os compromissos de Washington com a Otan e prometeu melhorar o relacionamento com a Rússia.A relação entre Washington e Moscou se deteriorou após a invasão da Ucrânia e da anexação da Crimeia pelos russos, em 2014. O Kremlin é contra a expansão da Otan em direção às ex-repúblicas soviéticas e se opõe à instalação de um escudo antimíssil no Leste da Europa.
Um dos raros apoios que Donald Trump tem no Vale do Silício é o cofundador do PayPal, Peter Thiel, que doou US$ 1,25 milhão para a campanha do republicano.
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