O ex-integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Célio Borja, apela ao Congresso Nacional para defender aquilo que para ele seria uma grande novidade no cenário político brasileiro: a adoção de candidaturas independentes.
Isso significa dizer que qualquer cidadão brasileiro teria o direito de se candidatar a cargos no Legislativo e no Executivo, inclusive à Presidência da República, sem necessitar se filiar a partidos políticos.
O ministro afirma que a existência dessas candidaturas seriam uma boa demonstração de liberdade no exercício de direitos políticos. Borja utiliza palavras duras ao se referir ao panorama político: Atualmente os partidos exercem uma ´ditadura´. Quem não se filiar não pode se candidatar a nada, nem no Legislativo nem no Executivo.
Para Célio Borja, a existência de "candidaturas avulsas" deveria ser discutida, sim, pelo Congresso Nacional. O embate ocorreria, pois os partidos dificilmente aceitariam abrir mão do "poder" que hoje exercem na escolha de candidatos.
Aos 87 anos, o ex-presidente da Câmara foi líder do governo Geisel na Câmara dos Deputados, mas tentava evitar, por exemplo, a truculência das cassações de mandatos.
"Acho extremamente inconveniente a ditadura dos partidos, que se transformaram em ditaduras. A Constituição fez uma loucura: condicionou a candidatura a cargos eletivos à apresentação de um partido. Se você não for membro de um partido e ele não lhe apoiar a candidatura, você não é nada, não pode ser nada. Como se pode quebrar essa ditadura? Penso que a maneira mais simples é a inglesa: você pode ser candidato avulso. Você se apresenta com o apoio de um número determinado de eleitores. Quinze, vinte mil eleitores apresentam a candidatura. Fazem as vezes do partido. Tornam séria a candidatura, portanto - porque, se você fosse candidato de você mesmo, não tinha muita graça...Mas, dessa maneira, não: você tem o apoio expressivo de uma parte do eleitorado e, portanto, mostra que tem condições também de se eleger. Penso que essa é uma salvaguarda contra a tiranização que os partidos exercem sobre a vida política", declarou Borja em entrevista ao GloboNews.
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