Ronaldo e sua empresa 9ine não gerenciam mais a carreira de Vitor Belfort, Júnior Cigano ou qualquer outro lutador do UFC. A agência de marketing anunciou na madrugada desta terça-feira que resolveu romper com a maior organização de MMA do mundo por conta do tão contestado patrocínio com a Rebook.
O rompimento é mais uma coisa na pilha de inúmeras críticas ao acordo do UFC com a Reebok. Assinado no começo do ano e em vigor desde julho, o contrato impede que os lutadores tenham qualquer outro patrocinador. Desde o começo, o vínculo vem sendo duramente criticado por retirar boa parte da renda dos atletas, que ganhavam mais usando as próprias marcas.
Como única patrocinadora, a Reebok paga os lutadores por luta dependendo do tempo de vínculo deles com a Zuffa, em valores que variam entre US$ 2,5 e US$ 40 mil - o menor valor é para quem tem até cinco combates, e o maior para os campeões. Mas mesmo quem tem cinturão reclama, como José Aldo. Os prejuízos são estimados em até R$ 40 mil mensais.
E, neste cenário, o rompimento da 9ine faz bastante sentido. Afinal de contas, o objetivo da empresa é justamente trazer novos patrocinadores para os seus atletas. A empresa de Ronaldo está no UFC há tempos. O primeiro atleta da 9ine foi Anderson Silva, que rompeu o vínculo ainda antes do começo deste ano.
Veja o comunicado da 9ine, publicado em primeira mão pelo jornal Folha de S.Paulo:
"Comunicamos que a partir desta data a 9ine Sports & Entertainment se retira de qualquer negociação que envolva o UFC, seus eventos ou lutadores. A agência não acredita no novo modelo adotado pela empresa na captação de patrocínio e é de opinião que este fere diretamente todos os atletas da organização, além das empresas que apoiaram e apostaram no UFC por longos anos.
A história entre 9ine e UFC é antiga. Fomos a primeira agência de marketing esportivo e entretenimento a mergulhar de cabeça em projetos propostos pela franquia. Fomos também pioneiros ao trabalhar a imagem de lutadores como Anderson Silva, Junior Cigano e mais recentemente Vitor Belfort.
Todos campeões e referências em suas categorias. Mas nem só de negócios se faz uma grande empresa. Temos princípios fundados na visão de um ex-atleta e amante do esporte. Nosso presidente, Ronaldo Nazário, não tolera ver uma organização alterar suas regras de captação de patrocínio e remuneração dos lutadores - de maneira arbitrária - sem tomar uma posição.
Sendo assim, a 9ine sai do "negócio UFC" sem deixar de se posicionar a respeito do que acreditamos ser uma injustiça com os atletas, verdadeiros guerreiros, que vivem do MMA. A eles, desejamos todo o sucesso e sabedoria para lidar com as dificuldades que se avizinham."
Nenhum comentário:
Postar um comentário