A presidente Dilma Rousseff recebeu o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), na manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto. Depois de um encontro de uma hora e meia com a presidente, o ministro disse que não conversou sobre as investigações de políticos suspeitos de envolvimento no escândalo da Petrobras desvendado pela operação Lava-Jato. Além de Toffoli, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) participaram da reunião.
Na breve entrevista que concedeu no térreo do Planalto, Toffoli disse que o encontro foi marcado para discutir a proposta do ministro de criar o Registro Civil Nacional, no qual desde o nascimento o cidadão já é cadastrado na Justiça Eleitoral e ganha um número que será seu título de eleitor. Toffoli se negou a responder a maior parte das perguntas.
Já de saída, de dentro do elevador, Toffoli foi monossilábico ao responder se a Lava-Jato foi tema da reunião:
— Não.
Este foi o primeiro compromisso do dia de Dilma e não estava previsto até a noite de terça-feira, quando foi divulgada a agenda da presidente. Sobre o fato de a agenda presidencial ter sido alterada apenas algumas horas depois de ele ter se candidatado para integrar a turma que julgará políticos da Lava-Jato, o ministro disse se tratar de coincidência.
— Essa agenda já estava marcada há muito tempo, esse projeto tem muito tempo. Foi apenas uma questão de circunstância e coincidência, essa agenda já estava marcada — explicou.
Toffoli, que foi assessor da Casa Civil e Advogado-Geral da União no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e, antes disso, advogado do PT, presidirá a segunda turma do STF, que julgará os casos de políticos investigados no âmbito da Lava-Jato. Toffoli pertence à primeira turma do tribunal, mas se candidatou para integrar a segunda turma na noite de ontem para evitar que os julgamentos resultem em empate, já que o colegiado está sem um membro desde a saída de Joaquim Barbosa. A sugestão da ida de algum membro da primeira para a segunda turma partiu do ministro Gilmar Mendes. Como o mais antigo da Primeira Turma, Marco Aurelio Mello, declarou que não queria mudar de colegiado, a cadeira vazia ficou com Toffoli.
O ministro Dias Toffoli se dispôs a trocar e, com isso, vai presidir, a partir de maio, a análise da maioria dos inquéritos que apuram as fraudes na Petrobras. Até lá, a presidência da Segunda Turma permanecerá com Teori Zavascki, cujo mandato de um ano chega ao fim. Como o decano da corte, Celso de Mello, não manifestou interesse em presidir a turma, ficando assim com Toffoli por ser o segundo mais antigo.
Depois do encontro com Toffoli, Dilma recebe o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em seguida ela parte para Rio Branco (AC), onde entregará 967 unidades do programa Minha Casa Minha Vida.
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