Relator no Conselho de Ética da Câmara da representação contra o deputado André Vargas (sem partido-PR), o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) anunciou nesta quarta-feira, 25, que vai encaminhar diligência ao Ministério da Saúde pedindo o registro de reuniões - desde agosto do ano passado - do ex-ministro Alexandre Padilha (PT) e do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da Saúde da pasta, Carlos Gadelha. O objetivo, segundo Delgado, é identificar as empresas e parlamentares que solicitaram reuniões com Padilha, que é candidato do PT ao governo de São Paulo, ou Gadelha.
O Conselho de Ética analisa um processo de cassação contra Vargas, acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato. Investigações da Polícia Federal sugeriram que o ex-ministro da saúde indicou um executivo para a Labogen, laboratório controlado pelo doleiro Alberto Youssef e que tentou firmar contrato milionário com a Saúde. Gadelha também é citado nas apurações da PF.
As ligações de Vargas - que ao final do processo pode perder o mandato - com o doleiro vieram à público depois que foi revelado que ele pegou carona em um jatinho fretado por Youssef. Pressionado pelo PT a abrir mão do mandato, Vargas renunciou à vice-presidência da Câmara e acabou se desfiliando do partido.
O Conselho de Ética se reuniu hoje para o depoimento de testemunhas arroladas por Delgado no caso, mas ninguém compareceu à sessão - o conselho não tem poder de convocação. O pessebista pediu para ouvir Youssef; o presidente nacional do PT, Rui Falcão; o deputado Cândido Vaccarezza, também citado na Lava-Jato; o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP); dois sócios do laboratório Labogen (Leonardo Meirelles e Esdra Ferreira); o proprietário da empresa Elite Aviation, Bernardo Tosto; além do próprio Gadelha. Destes, não responderam aos convites Falcão e Vicentinho, que por isso foram dispensados pelo relator. Vaccarezza deverá comparecer na próxima terça-feira, 1º, e os dois sócios do laboratório, na quarta-feira, 2.
Youssef participará na semana que vem de uma videoconferência e Tosto responderá a perguntas por escrito. Gadelha argumentou que não pode comparecer por compromissos já agendados e também foi dispensado.
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