São quase 34 anos de carreira, com mais de 20 títulos no currículo, muitas polêmicas, processos judiciais e passagens por mais de duas dezenas de clubes. Demorou tudo isso para Vanderlei Luxemburgo poder, enfim, descansar. E em seu "ano sabático" - são seis meses de "folga" desde que deixou o Fluminense -, o treinador descansou em Miami, viu as semifinais da Liga dos Campeões da Europa in loco, pescou no interior da Argentina, rejeitou projeto de se tornar "manager" no Bragantino e estudou proposta da China. O técnico pretende voltar aos trabalhos após a Copa do Mundo.
Aventurando-se na equipe esportiva de uma emissora e também como colunista do jornal O Estado de São Paulo durante o Mundial, Luxemburgo recentemente recebeu proposta do Bragantino para se tornar "manager" no clube onde venceu a Série B de 89 e o Paulista de 90. A agremiação chegou com um projeto concreto para dar amplos poderes ao treinador, com possibilidade de trabalhar diretamente com categorias de base e total liberdade em negociações, mas ele não demonstrou interesse nenhum em dirigir um time da Série B do Campeonato Brasileiro. Ainda mais com o salário baixo em questão - seria menos de um terço do que ganhava no Flu (R$ 710 mil). O clube quer insistir.
O técnico recebeu no período de recesso sondagens de times de três países além do Brasil: Emirados Árabes, China e Japão. Nenhuma foi oficial ou o seduziu o bastante para deixar de lado o período recluso com a família. Conforme apurou a reportagem, só uma conversa tentadora para trabalhar em solo chinês realmente mexeu com o treinador - cerca de 400 mil dólares mensais (R$ 900 mil) -, mas Luxa ainda crê ter mercado nos times dos grandes centros do futebol mundial. Por isso, prefere pensar melhor e esperar até o fim da Copa.
O Sport foi outro que quis contar com Luxemburgo, em vão. O Vitória também mandou um representante ao Rio de Janeiro, mas não adianta: Vanderlei não pretende sair do eixo Sul-Sudeste agora. O único time considerado grande do Brasil que negociou com ele foi o Palmeiras. Mas a busca de José Carlos Brunoro e Omar Feitosa não passou de jantares. Os dois informaram sobre a atual política adotada por Paulo Nobre, que aposta em contratos salariais que podem triplicar com metas atingidas e produtividade, Luxa não concordou com a remuneração baseada em premiações e as conversas se encerraram.
Longe da rotina de técnico, por outro lado, Vanderlei está em paz. Com exceção de um momento difícil, quando sua filha caçula Vanusa precisou ser operada por problema na tireóide, o treinador teve tempo de sobra para jogar carteado com amigos e viajar pelo mundo. Principalmente para pescar. Luxa percorreu o Rio Araguaia com alguns companheiros de pescaria. Também foi ao interior da Argentina em busca dos peixes. Passou, por exemplo, por Puerto Iguazú, na fronteira com Foz do Iguaçu.
Ainda teve tempo para algumas semanas em sua casa de praia localizada em Miami antes de pegar um voo para a Europa. Passou por Espanha, Alemanha e Inglaterra, onde acompanhou as semifinais da Liga dos Campeões entre Atlético de Madrid, Chelsea, Real Madrid e Borussia Dortmund. Participou de torneio de pôquer com outros famosos, como o ex-atacante Ronaldo, no fim do ano passado. E descansou. Muito. Para em julho, enfim, voltar à ativa. No Brasil, ou não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário