O advogado que investiga acusações de corrupção envolvendo a Fifa disse nesta quarta-feira que pretende revisar toda a informação contida nos documentos aos quais a imprensa teve acesso recentemente, antes de chegar a conclusões finais.
Michael Garcia disse que ele e sua equipe já tiveram acesso à "vasta maioria" dos milhões de documentos que o jornal Sunday Times se referiu em uma matéria recente alegando que houve suborno na eleição que deu ao Catar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022.
Ele tentará acessar o restante da documentação em breve, acrescentou em um relato ao Congresso anual da Fifa, que está sendo realizado em São Paulo, na véspera da abertura da Copa do Mundo com a partida entre Brasil e Croácia, na cidade.
"Primeiro, ninguém deve presumir qual informação temos ou não temos", disse ele a delegados de 209 federações de futebol filiadas à Fifa. "Revisamos as matérias recentes, e todos os documentos referidos e anexados a essas matérias. A vasta maioria deste material está disponível para nós há algum tempo."
Garcia parecia estar tentando afastar as preocupações de que sua investigação não analisaria evidências vitais contidas em material que ele não teve tempo de estudar antes de entregar um relatório provisório na segunda-feira.
"Fomos ao que parece para nós a fonte original desses dados e estamos confiantes que teremos acesso total para o que quer que esteja nesse conjunto de dados, e vamos revisar o que quer que seja relevante e esteja nesses dados antes de emitirmos um relatório final."
Garcia acrescentou que sua equipe vai considerar qualquer material fornecido a ela, mas que não vai atrasar a publicação do relatório final indefinidamente.
O Sunday Times disse que alguns "milhões de documentos" aos quais teve acesso relacionam pagamentos feitos pelo ex-integrante do Comitê Executivo da Fifa Mohammed Bin Hammam para autoridades, como parte de uma campanha para conquistar apoio à candidatura do Catar para sediar o Mundial.
Bin Hammam não comentou sobre seu envolvimento desde que foi banido para sempre do futebol em 2012, enquanto os catarianos que trabalham no projeto afirmam que ele não fez parte da candidatura.
As acusações ofuscaram as preparações da Fifa para o Congresso deste ano e provocaram grande constragimento à entidade e seu presidente de longa data, Joseph Blatter.
Delegados da Europa pediram abertamente que Blatter não dispute a reeleição no ano que vem, mas o dirigente suíço tem amplo apoio de outras regiões, o que o coloca em boa posição para seguir à frente da Fifa até 2019.
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