O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) lançou nesta segunda-feira, 4, uma espécie de contra campanha em seu site oficial defendendo a indicação de seu nome para a presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
As chances de ele assumir o comando do colegiado deflagrou na semana passada a abertura de uma petição online com mais 43 mil assinaturas de pessoas que são contra a indicação. No seu abaixo assinado, Feliciano diz já ter colhido mais de 57 mil assinaturas em seu apoio. O pastor afirma também que está sofrendo "perseguição" e até recebido "ameaça de morte". Ele ainda não assumiu o cargo.
O pastor foi alvo de polêmica em 2011 após escrever em seu perfil do Twitter que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva "ao ódio, ao crime e à rejeição" e que descendentes de africanos são "amaldiçoados".
A decisão de o comando do colegiado ficar com o PSC saiu de um acordo entre lideranças da Casa fechado na última quarta-feira. O PT, que tradicionalmente comanda esse colegiado, abriu mão da vaga em favor da sigla cristã, que faz parte da base de apoio do governo Dilma Rousseff. Após publicação de reportagem no estadão.com.br, o líder do PSC na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), afirmou que há mais três nomes na disputa pela presidência da comissão.
Ao Estado, Feliciano disse na semana passada que a comissão se tornou um espaço de "privilégio" de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Segundo ele, 90% do tempo da última gestão do colegiado foi dedicado a assuntos relacionados à comunidade LGBT.
O pastor afirmou também que sua religião "o gabarita" para fazer um bom trabalho à frente do órgão. "Se tem alguém que entende o que é direito das minorias e que já sofreu na pele o preconceito e a perseguição é o PSC, o cristianismo foi a religião que mais sofreu até hoje na Terra", disse.
Em nota oficial, o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, deputado Domingos Dutra (PT-MA), afirmou que Feliciano é desinformado e que ele pretende presidir um colegiado de minorias de forma "preconceituosa, fundamentalista, externando ódio homofóbico e intolerância".
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