Após fechar um acordo com a Delta Airlines para vender R$ 100 milhões em novas ações preferenciais à aérea, representados por ADRs (American Depositary Receipts), os papéis da GOL (GOLL4) se apresentam descolados do Ibovespa, liderando os ganhos do índice nesta quarta-feira (7). Por volta das 16h02 (horário de Brasília), os ativos GOLL4 subiam 5,95%, cotados a R$ 15,85, enquanto o benchmark recuava 0,75%.
A operação com a norte-americana deve integrar as linhas das duas empresas e permitir que clientes da GOL se utilizem de todos os voos da Delta, e vice-versa. Além disso, o repasse de duas aeronaves B767s vai reduzir os custos na companhia em aproximadamente R$ 50 milhões, e a associação vai permitir otimizar as conexões realizadas entre viagens das duas.
A malha aérea da Delta Airlines cobre, principalmente, rotas na Europa e nas Américas, apesar de também operar fortemente pela Ásia. Na África há menos voos, mas a companhia permanece como a maior do mundo em termos de passageiro transportado por quilômetro.
Entenda o processo
Essa venda de participação para a aérea norte-americana - que representa 3% da GOL - vai passar por uma nova emissão de papéis PN que aumentará em até R$ 280 milhões o capital social da brasileira, caso os minoritários desejem fazer uso de seus direitos de subscrição atualmente em posse.
A compradora, no entanto, não poderá assumir o controle desse valor durante 12 meses, e também não será permitido a ela aumentar o montante sem autorização prévia do acionista majoritário da companhia. Uma cadeira no conselho da GOL será reservado, caso pelo menos 50% da aquisição seja mantida.
Ações não estão atraentes, diz Credit Suisse
Apesar da pecepção positiva do mercado para o anúncio, a equipe de análise do Credit Suisse acredita que as ações da GOL não estão em um ponto atrativo neste momento, já que elas estão sendo atualmente negociadas acima do preço-alvo calculado para o banco ao final de 12 meses (R$ 15,00).
O time de analistas do Credit, liderado por Luiz Otavio Campos, mostra em suas projeções que a empresa é negociada a um múltiplo EV/Ebitdar (relação entre valor de mercado e geração de caixa menos leasing) de 8,0x em 2012, maior do que o de seus pares. "Nesse cenário, vemos qualquer força para o papel como uma oportunidade potencial de operação na ponta vendedora”, afirmam os analistas.
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