Em uma certa cidade fantasma, cheia de fantasmas por todos os cantos. Daqueles fantasmas que não assombram a ninguém, mas recebem como se estivessem assustando, o chefão reuniu a sua “base de apoio”, uma vergonhosa base que se mantém à custa do tal mensalinho de cinco paus por mês, apresentou um projeto de lei que reduzia os direitos dos servidores e determinou que eles votassem a favor da matéria porque se não a previdência municipal vai quebrar daqui a uns cinqüenta anos. A cidade é a mesma que aparece na TV com nome de Sucupira, cujo prefeito Odorico, um grande trapalhão exigiu que toda a base votasse a favor da matéria, mesmo contra os interesses do servidor municipal. Um certo vereador daqueles que recebem vantagens para estar ao lado do chefe, resolveu por a boca no trombone e nem acabou de falar a frase inicial da sua insatisfação com o fato e o prefeito foi logo dizendo: “não quer aprovar, vota contra e sai da bancada”. Onde se lê bancada entenda-se “base de apoio”. Isso iria significar que o tal edil não mais receberia os seus benefícios mensais e poderia ter algumas pessoas que lhes são amadas fora dos empregos que o chefe oferece. Seria uma PEDRada no seu côco. Moral: Quem está com rabo preso não pode chiar, ou melhor dizendo: “O bom cabrito não pode berrar”..
A sorte do edil é que o projeto provocou grande alarde entre os servidores e ainda não foi para a pauta de votação. Mesmo assim, na última sessão de câmara os servidores encheram o plenário da câmara como nunca se viu antes. Mexe no bolso e a coisa fica agitada. O prefeito está com medo de mandar o projeto porque depois dos últimos entreveros entre prefeito e edis, houve certa divisão velada na corte. O prefeito pode não ter os votos necessários para aprovar a matéria. Também, depois de tantos sinais de fraqueza, fica fácil se rebelar e chutar cachorro morto. O homem está com bola baixinha, baixinha, mas continua roncando grosso. Os servidores precisam ficar atentos porque a qualquer momento vão fazer surpresa, principalmente se houver sessão extraordinária durante o expediente. Vale a pena ficarem de olho vivo, porque tem gente que não consegue viver sem os mensalinho.