GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Grupo é preso sob suspeita de ter desviado 62 cheques


Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, a 210 quilômetros do Recife, sob suspeita de ter desviado 62 cheques no valor total de R$ 277 mil do Hospital Regional Dom Moura, do governo do Estado. O esquema seria encabeçado pela dentista e ex-diretora do hospital no período de 2007 a 2010, Maria Emília Pessoa, que teve prisão temporária decretada, junto com o ex-auxiliar administrativo Lúcio Ferreira Duarte Neto, o ex-porteiro do hospital Marconi Souto Araújo - em cuja conta bancária foram depositados os 62 cheques - e a mulher dele, Maria Veridiana da Costa Vieira, que continua trabalhando como servidora do Departamento Financeiro do Dom Moura.
Os recursos desviados pelos quatro suspeitos se destinavam, originalmente, à compra de remédios e materiais hospitalares, cujos empenhos eram emitidos como se tivessem sido pago aos fornecedores. A operação foi realizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Polícia Militar do Estado (PMPE) e integrou a megaoperação deflagrada pelo Ministério Público Federal (PPF) em 12 Estados visando ao combate à corrupção.
As investigações tiveram início em janeiro de 2010, a pedido da Secretaria Estadual de Saúde, que descobriu um desvio de dois cheques totalizando R$ 10 mil no hospital, a partir de denúncia de um fornecedor. A Polícia Civil foi acionada e concluiu o trabalho há seis meses, encaminhando-o ao Ministério Público Estadual, que decidiu aprofundar as investigações por meio do grupo de combate à corrupção. Identificou mais 62 cheques desviados.
De acordo com o procurador-geral do MPPE, Agnaldo Fenelon, na operação, também foram apreendidas câmeras fotográficas, notebooks, pen drives e outros materiais que serão analisados pelos promotores e equipe técnica do Ministério Público. Fenelon adiantou que outras prisões poderão ser pedidas, se for descoberto que mais recursos tenham sido desviados. "As investigações continuam", afirmou.
Eventos
No Recife, o MPPE cumpriu dois mandados de busca e apreensão em duas empresas de promoções e eventos - Luan e Mota - a pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), para a desarticulação de esquemas de contratações fraudulentas de apresentações artísticas pela prefeitura de Guamaré (RN).
Foram apreendidos computadores, documentos, dois carros e dinheiro nas duas empresas. Na Mota Promoções e Eventos, foram recolhidos R$ 6,9 mil. Na Luan Promoções e Eventos, R$ 43.489,00, cheques no valor total de R$ 1,7 milhão, mil dólares e 16.800 euros. De acordo com o MPRN, o sistema consistiria na contratação de bandas e serviços por valores superfaturados. Somente em dois eventos de 2012 - carnaval e festa da emancipação política da cidade -, foram despendidos R$ 6,1 milhões com as contratações. No caso das empresas pernambucanas, um dos sócios da Mota teria sido responsável pela negociação superfaturada de nove atrações musicais no carnaval 2012, enquanto a Luan representou duas bandas com faturamento de preços para a festa de emancipação política.

Associações de juízes chamam Barbosa de 'grosseiro'


Depois de serem acusados de trabalhar de forma sorrateira para aprovar a criação de novos tribunais federais, as associações de classe da magistratura divulgaram nota nesta terça-feira em que afirmam ter o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, agido "de forma desrespeitosa, premeditadamente agressiva, grosseira e inadequada para o cargo que ocupa".
No documento, indicam que já esperam o fim do mandato do atual presidente. "Como tudo na vida, as pessoas passam e as instituições permanecem. A história do Supremo Tribunal Federal contempla grandes presidentes e o futuro há de corrigir os erros presentes", afirmaram os presidentes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra; da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Toldo; e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), João Bosco de Barcelos Coura.
Os presidentes das associações afirmaram que Barbosa "mostrou sua enorme dificuldade em conviver com quem pensa de modo diferente do seu, pois acredita que somente suas ideias sejam as corretas". E dizem que Barbosa liberou a presença de jornalistas com a intenção de dirigir-se à imprensa e não para dialogar com as associações. "O modo como tratou as Associações de Classe da Magistratura não encontra precedente na história do Supremo Tribunal Federal, instituição que merece o respeito da magistratura", afirmaram.
Na nota conjunta, os dirigentes disseram ainda que Barbosa "injustificadamente" desrespeitou o Congresso Nacional e a advocacia. "Dizer que os senadores e deputados teriam sido induzidos a erro por terem aprovado a PEC 544, de 2002, que tramita há mais de dez anos na Câmara dos Deputados ofende não só a inteligência dos parlamentares, mas também a sua liberdade de decidir, segundo as regras democráticas da Constituição da República", afirmaram os presidentes das associações.
"É absolutamente lamentável quando aquele que ocupa o mais alto cargo do Poder Judiciário brasileiro manifeste-se com tal desprezo ao Poder Legislativo, aos advogados e às Associações de Classe da Magistratura, que representam cerca de 20 mil magistrados de todo o País", afirmaram.

Indigesto, Você na TV recicla o que a Rede TV já teve pior: João Kleber


Indigesto, Você na TV recicla o que a Rede TV já teve pior: João Kleber - 1 (© Divulgação Rede TV)
Quase no fundo do poço, a Rede TV decidiu tirar do limbo o apresentador João Kleber na ânsia de sair do sufoco. Após a forte crise financeira que assola emissora há algum tempo, o canal fechou 2012 atrás da TV Cultura em audiência na TV aberta, em sexto lugar.
Esse é, talvez, o principal motivo para a emissora investir no sensacionalismo barato do humorista. Não bastasse o “Teste de Fidelidade” nas madrugadas de sábado e noites de domingo, Kleber assumiu na última segunda-feira (8) as manhãs com o “Você na TV”.
A atração nada mais é do que uma versão 2013 do antigo “Tarde Quente”, comandado por ele até 2005 e que saiu do ar após ser processado pelo Ministério Público Federal devido as suas atrações para lá de duvidosas.
Tal qual os demais “telebarracos”, o matinal incita a violência e a rivalidade entre os convidados em nome de uma saída pacífica para o caso. Na estreia, uma vizinha ameaçou incendiar a casa da outra por conta do barulho na casa ao lado, um homem procurando por uma mulher que conheceu na balada e o quadro “Amigo Inimigo” nada mais é do que uma versão para menores do “Teste de Fidelidade”.
Apesar de seu conteúdo bastante indigesto para o horário, o programa dobrou os números da emissora durante as duas horas em que permaneceu no ar sem nenhum intervalo comercial. Com média de dois pontos, ultrapassou a Band e ficou em quarto lugar.
No entanto, os números não mudam o panorama atual dos envolvidos. João Kleber está jogando fora a segunda chance que a vida está lhe dando de prolongar sua carreira no vídeo. A Rede TV! caminha, com atitudes como essa, a passos largos para o fundo do poço. E o público, que já estava cansado das bobagens do “Se Liga Brasil”, continuará evitando começar o dia com a turma de Osasco.
Os deslizes de Daniela Albuquerque no “Manhã Maior” são fichinha perto do show de baixaria de João Kleber. Está mais do que na hora da emissora trocar seu slogan. “Nada é tão ruim que não possa piorar” é perfeito para a ocasião.

Caio Fábio - Sobre dízimos e ofertas 1/3

Caio Fábio desmente Marco Feliciano

Governador Sérgio Cabral apoia Marco Feliciano

Preço do tomate: o que há por trás do aumento de 150%?


Aumento do preço do tomate: monocultivo e latifúndio desempregam o povo do campo e acabam com as roças voltadas para a produção de alimentos

No último ano, o preço do tomate subiu cerca de 150%. A imprensa culpa o clima e os custos de transporte para esse fato. Mas estaria aí a explicação? Vejamos alguns dados, tirados do último IBGE.
aumento preço tomate
O preço do tomate no Brasil aumentou no último ano cerca de 150% 
70% dos alimentos que chegam a mesa dos brasileiros vêm da agricultura familiar. Realizada em pequenas propriedades, em geral pelas próprias famílias, diferentemente da agricultura patronal. Essas pequenas propriedades representam cerca de 84,4% do total, mas ocupam apenas 24,3% da área agricultável no Brasil. As outras 15,6% de propriedades ocupam 75,7% da área agricultável nacional, são os latifúndios.
Esses latifúndios, produzem apenas 30% do consumo nacional agropecuário. Apesar de suas enormes dimensões eles não estão voltados para alimentar o povo brasileiro. Sua orientação maior é para o lucro e o que tem dado mais lucro a eles é a produção de soja para fazer, por exemplo, ração para os porcos na Europa.
Além disso, a agricultura familiar reponde por 74% do emprego de toda mão-de-obra formal no campo, enquanto o agronegócio emprega apenas 26%.
No entanto, a prioridade do governo não é garantir a alimentação de seu povo com qualidade e a um preço barato. Atualmente, a agricultura familiar, também conhecida como agricultura camponesa, recebe apenas 14% de todo crédito disponível para o setor agrícola, enquanto os 86% restantes ficam com a agricultura e a agropecuária de extensão, também classificados como agronegócio.
    Os dados, ao contrário de mostrarem uma melhora nesse cenário, mostram seu recrudescimento. A reforma agrária praticamente acabou no Brasil e os investimentos no agronegócio só vêm aumentando, inclusive pressionando a área agricultável familiar.
Portanto, o elemento central para a alta dos preços dos hortifrutis e do tomate (que tem sido tão falado) não é São Pedro. O responsável é o monocultivo e o latifúndio, que desempregam o povo do campo e acabam com as roças voltadas para a produção de alimentos, substituindo-as por plantações de soja. E o pior, o governo é cúmplice dos latifundiários, pois financia essa expansão.

Número de abortos no Uruguai diminui após descriminalização


Uruguai: número de abortos diminuiu após descriminalização. Dados preliminares apontam entre 300 e 400 abortos por mês no país

O Uruguai realiza por mês entre 300 e 400 abortos legais desde a promulgação, em outubro do ano passado, da lei que descriminalizou a prática até a 12ª semana de gestação. A informação foi divulgada pelo subsecretário de Saúde Pública, Leonel Briozzo, nesta terça-feira.
aborto legal uruguai
Aborto legal no Uruguai: antes da aprovação da lei, país registrava mais de 30 mil abortos por ano. 
Em entrevista à rádio Universal, Briozzo disse que, com esse número, o Uruguai chagaria a 4 mil abortos por ano, cifra inferior a estimativa anterior à aprovação da lei, de 33 mil. Na opinião dele, leis como a aprovada no ano passado “fazem com que diminua a quantidade de abortos”.
“A prática da despenalização diminui o número de abortos e abate a mortalidade materna, ou seja, faz com que o aborto seja seguro”, afirmou. Para ele, o referendo proposto pelo deputado nacionalista Pablo Abdala para consultar a população sobre o tema “não é a melhor forma de fixar o tema”.

Caso Zezé Polessa e o motorista falecido: a lição que fica


Ministério Público decidiu abrir investigação contra Zezé Polessa, pois é muito provável que sua atitude destemperada diante da falha do motorista possa ter desencadeado o ataque do coração que ele sofreu

Guilherme AAraújo, consultor de negocios e politicas
Um caso doloroso envolveu a atriz Zezé Polessa e motorista da Globo que a levava de casa à gravação da novela Salve Jorge e errou o caminho, fazendo-a se atrasar para evidente compromisso importante, desencadeando bronca veemente da atriz. O motorista acabou falecendo de ataque do coração por, supostamente, ter ficado nervoso com a reprimenda.
atriz zezé polessa motorista globo
Motorista da Rede Globo morreu após discussão com atriz Zezé Polessa. 
De um lado, há acusações de arrogância da atriz que são justificáveis porque pessoas dos estratos mais abastados costumam agir assim com subalternos. De outro lado, dizem que tentam “linchá-la” por reação igualmente justificável de se irritar com um motorista que, pago para conhecer caminhos, a levou a lugar errado, o que por certo lhe causou danos.
Que atire a primeira pedra quem nunca se irritou com um motorista de táxi, por exemplo, que errou o caminho e lhe causou atraso que, muitas vezes, pode ser muito prejudicial. Contudo, quantas vezes já não vimos um subalterno sendo humilhado enquanto se apavora e se submete à humilhação com medo de ser demitido?
Uma procuradora do Ministério Público decidiu abrir investigação contra a atriz, pois é muito provável que sua atitude destemperada diante da falha do serviçal possa ter desencadeado o ataque do coração que ele sofreu, o que seria agravado caso Polessa soubesse dos problemas de saúde do homem – o que parece pouco provável.
Discordo de opinião que está surgindo de que a conduta da procuradora é, apenas, vontade de aparecer. Uma vida humana foi perdida e, ainda por cima, durante o desempenho de função empregatícia da vítima. Ora, quem tem poder nesse tipo de relação, em uma situação como essa deve, no mínimo, dar explicações, as quais devem, sim, ser investigadas.
Por outro lado, penso que daí a partirmos para condenar primeiro a atriz e investigarmos depois o que foi que aconteceu, vai uma distância imensa. Uma das pragas que se abatem sobre este país é justamente essa, de atirarmos primeiro e perguntarmos depois.
Por fim, esse caso terrível deve servir de lição a todos nós que nos valemos da prestação de serviços de outras pessoas. Reclamar de erros que possam cometer e que nos causam danos é legítimo. Contudo, a vida que se leva nos dias de hoje não pode nos levar a transformar uma reclamação em uma sessão de humilhação daquele que errou.
Em vez de lincharmos alguém que pode, sim, ter errado – e feio –, talvez seja melhor tirarmos uma lição de vida desse caso, buscando sempre nos lembrarmos de que uma pessoa que nos presta serviço não pode ser tratada como escrava, até porque nunca se sabe que dramas pessoais podem levá-la a errar no desempenho de suas funções empregatícias.

Família alemã vive praticamente sem usar dinheiro há 3 anos


Famíla alemã vive há três anos praticamente sem usar dinheiro. Este novo modo de vida vem recebendo atenção de pessoas na Europa e fomentando discussões na internet

Um alemão de 29 anos conseguiu desenvolver um sistema de vida ao lado de sua família, cujo gasto de dinheiro é mínimo. Raphael Fellmer sustenta sua família há três anos com alimentos encontrados em caçambas de lixo de supermercados e adquire móveis e outros utensílios através da prática do escambo.
família alemã vive sem dinheiro
Fellmer mora com sua mulher e filho no bairro Kleinmachnow, em Berlim. (Foto: Reuters)
Fellmer mora de aluguel em um pequeno apartamento no porão de uma casa em Berlim, ao lado de sua esposa Nieve e seu filho. O casal paga as despesas de aluguel com serviços domésticos como jardinagem e reparos na residência. O único uso de dinheiro é para quitar contas de luz e água.

O casal utiliza dinheiro somente quando não há escolha. Uma dessas ocasiões foi durante a gestação do menino, quando Nieve teve que fazer um plano pré-natal. Raphael, nascido em uma família de classe média alta alemã e formado em Estudos Europeus, percebeu que há coisas mais importantes na vida do que o dinheiro.
    Para ele, o dinheiro é uma invenção do homem e seu sistema pode entrar em colapso a qualquer instante. Desta forma, Fellmer adotou o modo de vida para proteger sua família dos efeitos negativos do sistema. A inspiração ocorreu após decidir realizar uma viagem para o México ao lado de amigos sem gastar um centavo. Prestando serviços em troca de transporte em navios e contando com caronas em caminhões, o alemão percebeu que o dinheiro não é fundamental para a vida do ser humano.

família vive sem dinheiro
O alemão encontra os alimentos em caçambas de lixo de supermercados. Além de coletar comida na rua, Fellmer paga seu aluguel com serviços domésticos. 
Já em relação aos alimentos, o Raphael encontra tudo o que precisa nas caçambas de lixo orgânico dos mercados do país. Segundo Fellmer, grande parte dos alimentos recolhidos na rua estão em perfeito estado. De acordo com a Organização de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO), 30% de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado.
Este novo modo de vida vem recebendo atenção de pessoas na Europa e fomentando discussões em fóruns na internet. Fellmer é tido como o líder do movimento, batizado de “vida-sem-dinheiro”.
Guilherme AAraújo, consultor de negocios e politicas

147 empresas controlam quase metade da riqueza mundial


Apenas 147 conglomerados empresariais controlam 40% da riqueza mundial. Esse pequeno grupo de companhias – principalmente bancos – exerce um poder enorme sobre a economia global

Um estudo da Universidade de Zurich revelou que um pequeno grupo de 147 grandes corporações trasnacionais, principalmente financeiras e mineiro-extrativas, na prática controlam a economia global.
O estudo foi o primeiro a analisar 43.060 corporações transnacionais e desentranhar a teia de aranha da propriedade entre elas, conseguindo identificar 147 companhias que formam uma “súper entidade” que controla 40% da riqueza da economia global.
empresas ricas mundo nova york
A maior parte das corporações mundiais está no Hemisfério Norte e controlam a economia mundial com graves riscos para o mundo.
O pequeno grupo está estreitamente interligado através das juntas diretivas corporativas e constitui uma rede de poder que poderia ser vulnerável ao colapso e propensa ao “risco sistémico”, segundo diversas opiniões. O Projeto Censurado da Universidade Sonoma State de Califórnia desclassificou esta notícia sepultada pelos meios e seu ex diretor Peter Phillips, professor de sociologia nessa universidade, ex diretor do Projeto Censurado e atual presidente da Fundação Media Freedom /Project Censored, referiu-a em seu trabalho “The Global 1%: Exposing the Transnational Ruling Class” (1%: Exposição da Classe Dominante Transnacional), assinado com Kimberly Soeiro e publicado em ProjectCensored.org.
Os autores do estudo são Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston, pesquisadores da Universidade de Zurich (Suíça), os quais publicaram seu trabalho a 26 de outubro 2011, sob o título “A Rede de Controle Corporativo Global” (The Network of Global Corporate Control) na revista científica PlosOne.org.
Na apresentação do estudo publicado em PlosOne, os autores escreveram: “A estrutura da rede de controle das empresas transnacionais afeta a concorrência do mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, foram estudadas só pequenas mostras nacionais e não existia uma metodologia adequada para avaliar o controle a nível mundial. Apresenta-se a primeira pesquisa da arquitetura da rede de propriedade internacional, junto ao cálculo da função mantida por cada jogador global”.
“Encontramos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura como garavata de laço e que uma grande parte dos fluxos de controle conduzem para um pequeno núcleo muito unido de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como um bem econômico, uma “súper-entidade” que propõe novas questões importantes, tanto para os pesquisadores comoo para os responsáveis políticos”.
O diário conservador britânico Daily Mail foi talvez o único do mundo que recolheu esta notícia, a 20 de outubro 2011, apresentada por Rob Waugh com o chamativo titular “Existe uma “súper-corporação que dirige a economia global”. O Estudo clama que poderia ser terrivelmente instável. A pesquisa concluiu que 147 empresas criaram uma “súper entidade” dentro do grupo, controlando 40% da riqueza”.
Waugh explica que o estudo da Universidade de Zurich “prova” que um pequeno grupo de companhias -principalmente bancos- exerce um poder enorme sobre a economia global. O trabalho foi o primeiro a examinar um total de 43.060 corporações transnacionais, a teia de aranha da propriedade entre elas e estabeleceu um “mapa” de 1.318 empresas como coração da economia global.
O estudo encontrou que 147 empresas desenvolveram em seu interior uma “súper entidade“, controladora de 40% de sua riqueza. Todos possuem parte ou a totalidade de um e outro. A maioria são bancos -os 20 top, incluídos Barclays e Goldman Sachs-. Mas o estreito relacionamento significa que a rede poderia ser vulnerável ao colapso”, escreveu Waugh.
O tamanho dos círculos representa os rendimentos. Os círculos vermelhos são “corporações súper-conectadas” enquanto os amarelos são “corporações muito conectadas”. As 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia globalizada mostram suas conexões de propriedade parcial entre uns e outros, e o tamanho dos círculos corresponde aos rendimentos. Através das empresas seus proprietários controlam a maior parte da economia “real” (Ilustração dos autores, PlosOne, 26/10/2012).

O 1% do mundo

“Efetivamente, menos de 1% das empresas foi capaz de controlar 40% de toda a rede”, disse ao Daily Mail James Glattfelder, teórico de sistemas complexos do Instituto Federal Suíço de Zurich, um dos três autores da investigação.
Alguns dos supostos que subjazem no estudo foram criticados, como a ideia de que propriedade equivale a controle. “No entanto, os pesquisadores suíços não têm nenhum interesse pessoal: limitaram-se a aplicar à economia mundial modelos matemáticos utilizados habitualmente para modelar sistemas naturais, usando Orbis 2007, um banco de dados que contém 37 milhões as companhias e investidores”, informou Waugh.
Economistas como John Driffil, da Universidade de Londres, especialista em macroeconomia, disse à revista New Scientist que o valor do estudo não radicava em ver quem controla a economia global, mas em mostrar as estreitas conexões entre as corporações maiores do mundo. O colapso financeiro de 2008 mostrou que este tipo de redes estreitamente unidas pode ser instável. “Se uma empresa sofre angústia, esta se propaga”, disse Glattfelder.
Para Rob Waugh e o Daily Mail há um “senão”: “Parece pouco provável que as 147 corporações no coração da economia mundial pudessem exercer um poder político real, pois representam demasiados interesses”, assegurou o diário conservador britânico.
A riqueza global do mundo estima-se que se aproxima dos 200 biliões de dólares, ou seja, duas centenas de milhões de milhões. Segundo Peter Phillips e Kimberly Soeiro, 1% mais rico da população do planeta agrupa, aproximadamente, 40 milhões de adultos. Estas pessoas constituem o segmento mais rico da população dos países mais desenvolvidos e, intermitentemente, em outras regiões.
Segundo o livro de David Rothkopf “Súper-classe: a Elite de Poder Mundial e o Mundo que está Criando”, a súper elite abarcaria aproximadamente 0,0001% (1 milionésima parte) da população do mundo e compreenderia umas 6.000 a 7.000 pessoas, embora outros assinalem 6.660. Entre esse grupo, teria que procurar-se os donos das 147 corporaçõess que refere o estudo dos pesquisadores de Zurich.
Guilherme AAraújo, consultor de negocios e politicas

“No Brasil, capitalismo tem nome e sobrenome”


Quem são as famílias? Quem são as pessoas? Estudo aponta quais os principais grupos econômicos que concentram o poder no Brasil

Em levantamento inédito, o Instituto Mais Democracia (IMD) revelou na pesquisa “Quem são os proprietários do Brasil?” os grupos econômicos que são recordistas em concentração de poder no país. O estudo identifica todas as empresas que se articulam com as grandes corporações brasileiras: Vale, Gerdau, Votarantim, JBS, Grupo Ultra, entre outras. Além disso, um ranking explicita nomes e sobrenomes dos proprietários finais dessa intricada rede de poder empresarial.
concentração renda brasil
Capitalismo tem nome e sobrenome no Brasil.
Ao mesmo tempo, o instituto mostra que essas empresas recebem dinheiro público de estatais brasileiras sem a necessária transparência e controle social. A pesquisa completa será divulgada no próximo dia 12 de dezembro.
“Quem são as famílias? Quem são as pessoas? Normalmente se diz que o capitalismo não tem rosto, não tem nome. Pelo contrário, na maioria dos casos tem nome, sobrenome e endereço. São pessoas que se beneficiam de toda essa estrutura vigente e inclusive de todo o recurso público que é carreado através das estatais e do financiamento público”, explicou um dos coordenadores da pesquisa, o cientista político e professor universitário João Roberto Lopes Pinto.
Diferentemente de outros rankings divulgados pelo jornal Valor Econômico e revista Exame, o foco do Mais Democracia não é mostrar os maiores faturamentos, mas analisar a estrutura de poder por trás das empresas que se articulam com esses grandes grupos. “Com outra perspectiva, o ranking da concentração de poder econômico é um paralelo a esses rankings convencionais, é um ‘contra-ranking’. A primeira diferença é que vamos explicitar, renomear e colocar novos nomes no debate público com base no Índice de Poder Acumulado (IPA). E todas as empresas que estão no topo do ranking são irrigadas pelo dinheiro público”, explicou Pinto.
Geralmente difusas e de difícil acesso, as informações analisadas pelos pesquisadores constam em uma base de dados que está sendo construída por uma cooperativa de jovens desenvolvedores, a Eita – Educação, Informação e Tecnologia para a Autogestão. O ranking está sendo elaborado com base nos dados de 400 empresas de sociedade de capital aberto que foram fornecidas para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado acionário brasileiro. Além disso, informações disponíveis nas bases de dados Economática e Econoinfo também serão incorporadas. Dessas 400 empresas iniciais, os pesquisadores já estão monitorando mais de 5 mil empresas que atuam no interior delas. O instituto tem como referência uma metodologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Zurich que realiza o cruzamento do faturamento líquido dessas empresas com dados sobre a participação acionária dos proprietários.
O pesquisador revelou algumas empresas que controlam alguns grupos econômicos brasileiros, cujos nomes não costumam ser divulgados. “Não é Odebrecht é Kieppe, não é Vale é Bradesco e Previ, não é JBS é FB Participações, que também controla a Vigor Foods, empresa que controla todo o setor lácteo no Brasil, não é Camargo Corrêa é a Morro Vermelho”, antecipou Pinto. O pesquisador também revelou que no ranking dos maiores proprietários, ao lado do homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista, está uma das controladoras da Camargo Corrêa, a empresária Dirce Navarro Camargo, com patrimônio de 13,1 bilhões de dólares.
O instituto costuma utilizar o caso da Odebrecht para mostrar o emaranhado de articulações empresariais que compõem os grandes grupos econômicos no modelo capitalista contemporâneo. “A Braskem e a construtora Odebrecht são controladas pela Odebrecht Participações, que por sua vez é controlada pela Odebrecht Sociedade Anônima, que por sua vez é controlada pela Odebrecht Investimento, que por sua vez é controlada Kieppe Participações, depois Kieppe Patrimonial. Ou seja, Kieppe Patrimonial é o nome da Odebrecht e por trás da Kieppe está a família Odebrechet”, explicou João Roberto.

Participação

“O enfrentamento das corporações é um debate necessário, isto está no limite da democracia contemporânea. Com este grau de concentração, não se pode mais tratar essas empresas como se fossem atores individuais. São atores complexos que envolvem atores públicos. E essa rede complexa ninguém conhece ou discute”, afirmou o cientista político.
Em 2013, o Instituto Mais Democracia pretende cruzar o ranking dos proprietários com os dados oficiais sobre financiamento de campanha das últimas eleições. A ideia é analisar o retorno que essas empresas têm com a eleição dos políticos. Além disso, uma plataforma colaborativa com todas as informações utilizadas pelos pesquisadores serão disponibilizadas para a sociedade.

O bonzinho Bill Gates e os bajuladores brasileiros


Cidadãos de alma caridosa foram convencidos de que “mais vale acender uma vela na noite do que maldizer a escuridão” – e nunca mais se perguntaram a origem de tudo aquilo. Dá para entender que ninguém é bonzinho nesta história, não é mesmo?

A entrevista de Bill Gates a Raul Juste Lores, na Folha de S.Paulo, deverá inspirar um imenso cortejo de bajuladores brasileiros, que logo irão apontar o primeiro bilionário da internet como exemplo a ser seguido.
Não faltam pessoas prontas para elogiar os muito ricos e bem sucedidos por qualquer coisa – de preferência estrangeiros, que alimentam o conhecido complexo de vira-latas dos críticos de nossa vidinha social.
bill gates brasil doação filantropia
Bill Gates é fundador e proprietário da Microsoft
Bill Gates conta na entrevista que já doou grande parte de sua fortuna pessoal a entidades filantrópicas e agora pretende convencer seus pares do mundo inteiro a fazer a mesma coisa.
Sua ideia é que o pessoal que representa 1% (ou menos) da população mundial, mas controla 99% (ou mais) da riqueza, tenha bom coração e entregue 95% para a caridade.
Não custa reconhecer que, em matéria de utopias, já tivemos ideias mais ousadas.
Warren Buffet, bilionário do mesmo patamar que Bill Gates, foi mais coerente quando disse que os ricos pagam pouco imposto – e havia chegado a hora de o Estado cobrar mais.
Buffet também faz doações para instituições de caridade, mas reconhece a diferença entre uma coisa e outra.
A cobrança do imposto dos ricos, eliminado há mais de 30 anos nos EUA pelos republicanos, sempre foi uma forma de a sociedade cobrar dos bilionários uma retribuição pelos recursos acumulados.
Um instrumento da República para contribuir para a igualdade entre os cidadãos.
Isso porque nenhuma fortuna é obra de um indivíduo isolado. É um produto social, onde entram consumidores, investidores, clientes – e todo um conhecimento acumulado ao longo da história, que é patrimônio da humanidade.
No caso específico das fortunas da era tecnológica, não custa recordar que as inovações vieram acompanhadas de práticas monopolistas condenáveis e mesmo iniciativas para impedir o crescimento de concorrentes que foram parar na Justiça. Basta lembrar a disputa entre o sistema Windows e o Linux, não é mesmo? Ou entre o Internet Explorer e seus adversários.
Num artigo do início da década passada, o New York Times definia a internet como uma colônia dos Estados Unidos.
Pioneiros da internet argumentam que essas práticas ajudaram a tornar o acesso à rede de computadores mais caro, mais difícil e mais exclusivo.
Escrevo isso para dizer que as fortunas contemporâneas não são o capítulo final de um conto de fadas envolvendo um empreendedor com grandes ideias e muita perseverança num mundo de preguiçosos, decrépitos e pouco inteligentes. Há iniciativa, pode até haver genialidade, mas há luta, confronto, jogo de interesses e esquemas de poder.
Basta doar uma moeda de 1 real num semáforo para perceber uma coisa. Além do benefício imediato que este gesto pode causar – inegável em várias situações, pernicioso em outras –, essa moeda representa uma transferência de poder. Ainda que por uns minutos, aquele sujeito que recebeu o donativo deve gratidão ao doador. Irá lhe dizer palavras reverentes, respeitosas.
É por isso que há mais de 2 000 anos a Igreja Católica tornou-se a maior instituição de caridade que se conhece. Não vamos negar os benefícios que essa atividade da Igreja trouxe para muitas pessoas. Nem vamos esquecer o papel de padres e bispos no combate a regimes tirânicos, como a ditadura militar brasileira.
Mas basta visitar os tesouros do Vaticano para entender uma outra mensagem. Se distribuiu bondades, patrocinou artes e cultura, a Igreja também acumulou riqueza e muito poder. Financiou guerras, organizou exércitos, abençoou a colonização e fechou os olhos para tantos crimes em troca do direito de catequizar as almas do Novo Mundo. Em 1964, estava lá – abençoando tanques e baionetas.
Isso porque o principal compromisso de uma instituição desta natureza é com ela mesma, com sua preservação e expansão.
Com todas as distâncias guardadas, é razoável observar que nossos filantropos pertencem à mesma escola e filosofia. A questão é a autopreservação.
Doadores milionários são os patrocinadores das principais ONGs no mundo. Dirigem sua atividade, escolhem seus dirigentes e definem, conforme suas opções ideológicas, quais causas serão estimuladas e quais serão combatidas ou marginalizadas.
Sua fortuna serve, assim, como força política. Têm um poder de pressão acima de qualquer cidadão comum. Identificadas – corretamente ou não – a partir de causas generosas, que envolvem questões necessárias, têm uma legitimidade única.
Fazem uma atividade que, em outras situações seriam identificadas como simples atuação de lobistas – mas agora são chamados de ativistas. Entram em parlamentos, são recebidas por ministros, disputam verbas públicas. Fazem política sem precisar comprar o debate público nem pedir votos – porque seu sustento vem de fora, de donativos que os bilionários adoram sustentar. Como são privadas, não precisam prestar contas – nem fazer balanços políticos.
A expansão das ONGs nas últimas décadas coincide com um desmanche do Estado de Bem-Estar Social nos Estados Unidos e na Inglaterra, nos anos de Ronald Thatcher e Margaret Reagan. O corte de verbas públicas – inspirado pelo fim dos impostos para os mais ricos – foi tão grande que criou novos bolsões de pobreza e abismos entre os cidadãos.
Serviços que eram públicos se tornaram privados – ao alcance de quem poderia pagar por eles – reservando-se poucas migalhas para quem estava nos degraus inferiores da pirâmide. Os pensionistas da Previdência Pública eram tratados como marajás e estigmatizados.
Nessa situação de emergência social, era preciso chamar as boas almas (sim, boas almas, porque elas existem) da classe média para olhar pelo destino dos pobres.
Foi neste período que as ONGs se expandiram, ganharam recursos e adeptos, como a face generosa de um processo perverso.
Empresas “generosas” contratavam funcionários que eram obrigados a prestar serviços “voluntários” em suas horas de folga.
Cidadãos de alma caridosa foram convencidos de que “mais vale acender uma vela na noite do que maldizer a escuridão” – e nunca mais se perguntaram a origem de tudo aquilo.
Dá para entender que ninguém é bonzinho nesta história, não é mesmo?
Guilherme AAraújo, Consultor de negocios e politicas

O esquerdista fanático e o direitista visceral: dois perfeitos idiotas


Direitista visceral e esquerdista fanático os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo

Guilherme Araújo, Consultor de negocios e politicas entrevista o Frei Betto
Nada mais parecido a um esquerdista fanático, desses que descobrem a nefasta presença do pensamento neoliberal até em mulheres que o repudiam, do que um direitista visceral, que identifica presença comunista inclusive em Chapeuzinho Vermelho.
Os dois padecem da síndrome de pânico conspiratório. O direitista, aquinhoado por uma conjuntura que lhe é favorável, envaidece-se com a claque endinheirada que o adula como um dono a seu cão farejador. O esquerdista, cercado de adversários por todos os lados, julga que a história resulta de sua vontade.
frei betto direita esquerda
Frei Betto: “Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista”.
O direitista jamais defende os pobres e, se eventualmente o faz, é para que não percebam quão insensível ele é. Mas nem pensar em vê-lo amigo de desempregados, agricultores sem terra ou crianças de rua. Ele olha os deserdados pelo binóculo de seu preconceito, enquanto o esquerdista prefere evitar o contato com o pobre e mergulhar na retórica contida nos livros de análises sociais.
O esquerdista enche a boca de categorias teóricas e prefere o aconchego de sua biblioteca a misturar-se com esse pobretariado que nunca chegará a ser vanguarda da história.
O direitista adora desfilar suas ideias nos salões, brindado a vinho da melhor safra e cercado por gente fina que enxerga a sua auréola de gênio. O esquerdista coopta adeptos, pois não suporta viver sem que um punhado de incautos o encarem como líder.
O direitista escreve, de preferência, para atacar aqueles que não reconhecem que ele e a verdade são duas entidades numa só natureza.
O esquerdista não se preocupa apenas em combater o sistema, também se desgasta em tentar minar políticos e empresários que, a seu ver, são a encarnação do mal.
O direitista posa de intelectual, empina o nariz ao ornar seus discursos com citações, como a buscar na autoridade alheia a muleta às suas secretas inseguranças. O esquerdista crê na palavra imutável dos mentores do marxismo e não admite outra hermenêutica que não a dele.
O direitista considera que, apesar da miséria circundante, o sistema tem melhorado. O esquerdista vê no progresso avanço imperialista e não admite que seu vizinho possa sorrir enquanto uma criança chora de fome na África.
O direitista é de uma subserviência abjeta diante dos áulicos do sistema, políticos poderosos e empresários de vulto, como se em sua cabeça residisse a teoria que sustenta todo o edifício de empreendimentos práticos que asseguram a supremacia do capital sobre a felicidade geral.
O esquerdista não suporta autoridade, exceto a própria, e quando abre a boca plagia a si mesmo, já que suas minguadas ideias o obrigam a ser repetitivo. O direitista é emotivo, prepotente, envaidecido. O esquerdista é frio, calculista e soberbo.
O direitista irrita-se aos berros se encontra no armário a gola da camisa mal passada. Dedicado às grandes causas, as pequenas coisas são o seu tendão de Aquiles.
O direitista detesta falar em direitos humanos, e é condescendente com a tortura. O esquerdista admite que, uma vez no poder, os torturados de hoje serão os torturadores de amanhã.
O direitista esbraveja por ver tantos esquerdistas sobreviverem a tudo que se fez para exterminá-los: ditaduras militares, fascismo, nazismo, queda do Muro de Berlim, dificuldade de acesso à mídia etc. O esquerdista considera o direitista um candidato ao fuzilamento.
Direitista e esquerdista – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo.
Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista. Quero todos com acesso a pão, paz e prazer, sem que os direitistas queiram reservar tais direitos a uma minoria, e sem que os esquerdistas queiram impedir os direitistas de acesso a todos os direitos – inclusive o de expressar suas delirantes fobias.

Seja feliz, coloque um chinês trabalhando para você


O espertinho norte-americano, que não trabalha mais para a empresa, estava simplesmente colocando em prática o que o bizarro sistema produtivo de seu país lhe ensinou desde pequeno: lucre o máximo possível, colocando alguém para trabalhar por você

Guilherme Araújo, consultor de negocio e politicas
Uma notícia deliciosa está correndo a internet há alguns dias. Um programador norte-americano terceirizou para uma
empresa chinesa o próprio trabalho, pagando um quinto do seu salário, enquanto passava o dia navegando no YouTube, Facebook, eBay, entre outros. Conforme noticiou o jornal The Telegraph, com isso, ganhava centenas de milhares de dólares anuais, seu trabalho era considerado excelente e a performance tida como a melhor de todo o escritório.
trabalho escravo china eua
O programador passava o dia navegando na internet antes de enviar o relatório de desempenho diário a seus superiores
O causo é delicioso não pela lamentável relação de exploração trabalhador-trabalhador que se estabeleceu. Muito menos pelo orgasmo dos conservadores ao ler essa história, bradando que essa é a prova que o custo da força de trabalho nos Estados Unidos, Europa e mesmo no Brasil está mandando os empregos para longe e que, por isso, o modelo a ser copiado é o da China, Vietnã, Índia, entre outros. Como se a única coisa que importasse fosse o crescimento do bolo e não a sua distribuição ou a qualidade de vida dos envolvidos (onde mesmo que eu li isso?… Ah, claro, no material de divulgação da Gloriosa durante os anos de chumbo).
Não é justo perdermos empregos por aqui, muito menos explorar trabalhadores por lá para garantir que nossos bens de consumo favoritos sejam mais baratos. Eu, como consumidor, aceito pagar R$ 20 a mais no preço de um celular, se a Apple topar reduzir, por exemplo, o dobro desse valor em margem de lucro por aparelho, e esses R$ 60 forem destinados a melhorar os salários e condições dos trabalhadores. Isso já foi possível com trabalhadores do tomate que melhoraram suas condições de vida quando alguns centavos foram acrescentados ao preço do ketchup nos Estados Unidos.
Pois, quando uma grande empresa faz isso é uma excepcional política para uma cadeia de produção global visando à redução de custos e quando uma pessoa faz é um inaceitável comportamento antiético?
Essa “regra do jogo”, que varia conforme quem é o jogador, me faz lembrar um restaurante self-service. Os grandes passam com a bandeja primeiro e escolhem o que querem e o que não querem para o almoço. Os menores são obrigados a comer o que sobrou. Calados. Isso sem contar que quem cuida do restaurante, ou seja, o Estado, garante que essa ordem continue existindo. Afinal de contas, pessoas jurídicas valem mais que as físicas.
O espertinho norte-americano, que não trabalha mais para a empresa, estava simplesmente colocando em prática o que o bizarro sistema produtivo de seu país lhe ensinou desde pequeno: lucre o máximo possível, colocando alguém para trabalhar por você.