O Blog do Guilherme Araújo é um canal de jornalismo especializado em politicas publicas e sociais, negócios, turismo e empreendedorismo, educação, cultura. Guilherme Araújo, CEO jornalismo investigativo - (MTB nº 79157/SP), ativista politico, palestrante, consultor de negócios e politicas publicas, mediador de conflitos de médio e alto risco, membro titular da ABI - Associação Brasileira de Imprensa.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
A volta dos bons e velhos Chili Peppers
Com repertório repleto de baladas, californianos mostraram que ainda têm a essência do funk em suas músicas. O Red Hot Chili Peppers mudou. Não é só o bigode de Anthony Kiedis que cresceu, claro. Os californianos passam longe do som pesado que colocou a banda no patamar mais alto da música, no início da década de 90.
Apesar da metamorfose sonora, Kiedis, Flea, Chad e o recém chegado Josh, mostraram na noite de ontem, na Arena Anhembi, zona norte de São Paulo, que, com boas baladas e uma pitada de clássicos, podem, sim, resgatar as origens do bom e velho Red Hot Chili Peppers.
Nem o mau tempo que parecia pairar sobre a cidade de São Paulo foi capaz de desanimar as mais de 30 mil pessoas que compareceram à Arena Anhembi. Com 20 minutos de atraso e uma apresentação não muito animada da banda inglesa Foals, os fãs do Red Hot estavam impacientes para rever o quarteto.
A última passagem da banda pela capital paulista foi em 2002, com a turnê 'Bay the Way'. No show não faltaram clássicos como 'Higher Ground' (cover de Stevie Wonder), 'Californication', 'By the Way', 'Give it Away', e a melancólica 'Under The Bridge'.
Apesar da metamorfose sonora, Kiedis, Flea, Chad e o recém chegado Josh, mostraram na noite de ontem, na Arena Anhembi, zona norte de São Paulo, que, com boas baladas e uma pitada de clássicos, podem, sim, resgatar as origens do bom e velho Red Hot Chili Peppers.
Nem o mau tempo que parecia pairar sobre a cidade de São Paulo foi capaz de desanimar as mais de 30 mil pessoas que compareceram à Arena Anhembi. Com 20 minutos de atraso e uma apresentação não muito animada da banda inglesa Foals, os fãs do Red Hot estavam impacientes para rever o quarteto.
A última passagem da banda pela capital paulista foi em 2002, com a turnê 'Bay the Way'. No show não faltaram clássicos como 'Higher Ground' (cover de Stevie Wonder), 'Californication', 'By the Way', 'Give it Away', e a melancólica 'Under The Bridge'.
Anunciada a lista dos finalistas do Prêmio Jabuti
"Daniel Piza concorre na premiação com seu livro 'Amazônia de Euclides'"
Eleita para o TCU,Ana Arraes já defende Planalto
Em uma eleição que serviu mais para medir o poder de fogo do padrinho do que a capacidade de articulação da candidata, o plenário da Câmara escolheu ontem a deputada Ana Arraes (PSB-PE) para ocupar uma vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
A eleição mobilizou governadores, secretários de Estado, prefeitos, vereadores, presidentes de partido e até um ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e um ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O autor da proeza de agregar tantas personalidades em sua primeira grande articulação política nacional é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), filho de Ana Arraes.
Foi com esse time de reforço em ação no Congresso que Campos elegeu sua mãe e líder do PSB na Câmara. Ela disputou com outros cinco candidatos os votos dos 493 deputados presentes à sessão no plenário da Câmara ontem, mas pôs 73 votos de vantagem sobre o principal adversário, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Placar final: 222 a 149 dados ao comunista. O terceiro candidato mais competitivo para o TCU, deputado Átila Lins (PMDB-AM), obteve apenas 47 votos.
Afinada. Antes mesmo de assumir a vaga deixada pelo ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar, que se aposentou em julho passado, Ana Arraes mostra que pode ser útil ao governo federal, sempre queixoso do TCU, que paralisa obras públicas sob suspeição de irregularidades como o superfaturamento de preços.
'É preciso rever essa questão da paralisação. Deve haver muito zelo com o dinheiro público, e esse zelo eu vou ter, mas o julgamento precipitado macula e a paralisação às vezes sai mais cara do que uma retificação dos problemas com continuidade da obra', afirmou Ana Arraes, logo depois de eleita.
A nova ministra avaliou que seu filho governador deu prova de força política ao reunir tanta gente em sua campanha, mas valorizou o próprio perfil de advogada e ex-assessora do Tribunal de Contas de Pernambuco.
'A candidata responde com a inteireza de seu nome para agregar', ressaltou Ana Arraes. Apesar da fartura de padrinhos oficiais, ela disse que não houve 'chapa branca na eleição' nem 'vitória de bandeja'. 'Trabalhei duro nos últimos dois meses, sem um sábado ou domingo de folga', argumentou.
Depois da eleição, Campos foi a estrela do almoço que reuniu 14 governadores na residência oficial do presidente da Câmara, Marcos Maia (PT), para discutir a Emenda 29 que trata do financiamento da saúde pública. Agradeceu a todos, sobretudo ao anfitrião, que agendou o encontro para o dia da votação do TCU e forçou a presença de governadores em Brasília.
A maioria dos governadores acionados por Campos para ajudar na campanha trabalhou por telefone com os deputados de seus Estados, mas antes do almoço o cearense Cid Gomes fez questão de passar pela Câmara. 'Não vim fazer chantagem nem pressionar ninguém. Vim pedir o voto para Ana Arraes', disse Gomes, que acompanhou a votação do cafezinho do plenário.
Cid Gomes aplaudiu o esforço de Campos para eleger sua mãe. 'Todos os meios legítimos devem ser usados.' Mas o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reprovou a operação política. 'É um absurdo que um governador - seja ele quem for - deixe os seus afazeres no Estado para eleger a mãe para o TCU. Se isso não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é.'
A eleição mobilizou governadores, secretários de Estado, prefeitos, vereadores, presidentes de partido e até um ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e um ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti. O autor da proeza de agregar tantas personalidades em sua primeira grande articulação política nacional é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), filho de Ana Arraes.
Foi com esse time de reforço em ação no Congresso que Campos elegeu sua mãe e líder do PSB na Câmara. Ela disputou com outros cinco candidatos os votos dos 493 deputados presentes à sessão no plenário da Câmara ontem, mas pôs 73 votos de vantagem sobre o principal adversário, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Placar final: 222 a 149 dados ao comunista. O terceiro candidato mais competitivo para o TCU, deputado Átila Lins (PMDB-AM), obteve apenas 47 votos.
Afinada. Antes mesmo de assumir a vaga deixada pelo ex-deputado tucano Ubiratan Aguiar, que se aposentou em julho passado, Ana Arraes mostra que pode ser útil ao governo federal, sempre queixoso do TCU, que paralisa obras públicas sob suspeição de irregularidades como o superfaturamento de preços.
'É preciso rever essa questão da paralisação. Deve haver muito zelo com o dinheiro público, e esse zelo eu vou ter, mas o julgamento precipitado macula e a paralisação às vezes sai mais cara do que uma retificação dos problemas com continuidade da obra', afirmou Ana Arraes, logo depois de eleita.
A nova ministra avaliou que seu filho governador deu prova de força política ao reunir tanta gente em sua campanha, mas valorizou o próprio perfil de advogada e ex-assessora do Tribunal de Contas de Pernambuco.
'A candidata responde com a inteireza de seu nome para agregar', ressaltou Ana Arraes. Apesar da fartura de padrinhos oficiais, ela disse que não houve 'chapa branca na eleição' nem 'vitória de bandeja'. 'Trabalhei duro nos últimos dois meses, sem um sábado ou domingo de folga', argumentou.
Depois da eleição, Campos foi a estrela do almoço que reuniu 14 governadores na residência oficial do presidente da Câmara, Marcos Maia (PT), para discutir a Emenda 29 que trata do financiamento da saúde pública. Agradeceu a todos, sobretudo ao anfitrião, que agendou o encontro para o dia da votação do TCU e forçou a presença de governadores em Brasília.
A maioria dos governadores acionados por Campos para ajudar na campanha trabalhou por telefone com os deputados de seus Estados, mas antes do almoço o cearense Cid Gomes fez questão de passar pela Câmara. 'Não vim fazer chantagem nem pressionar ninguém. Vim pedir o voto para Ana Arraes', disse Gomes, que acompanhou a votação do cafezinho do plenário.
Cid Gomes aplaudiu o esforço de Campos para eleger sua mãe. 'Todos os meios legítimos devem ser usados.' Mas o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reprovou a operação política. 'É um absurdo que um governador - seja ele quem for - deixe os seus afazeres no Estado para eleger a mãe para o TCU. Se isso não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é.'
Sob Dilma, governo aprova Comissão da Verdade
A Câmara dos Deputados aprovou ontem a criação da Comissão da Verdade atendendo à exigência da oposição de fixar critérios para a escolha, pela Presidência da República, dos sete integrantes que realizarão o trabalho de 'examinar e esclarecer' as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. O projeto segue agora para avaliação do Senado.
Apesar de estar em Nova York participando da Assembleia-Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff participou por telefone das negociações. Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) foram enviados ao Congresso durante a noite e participaram por mais de duas horas de reuniões em busca do texto final. O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, também foi convocado.
A exigência do DEM de restringir as escolhas de integrantes da comissão foi o principal ponto da negociação. O governo concordava em impedir a participação de pessoas com cargo executivo em partidos ou com cargo comissionado, mas o DEM insistiu em afastar a possibilidade de participação de pessoas com envolvimentos com os fatos alvo de investigação.
Ao longo do dia, diversas redações foram sugeridas. Numa delas, foi proposto o impedimento da indicação de pessoas que tivessem praticados atos de tortura ou terrorismo. Na negociação final evoluiu-se para uma redação proibindo a indicação para a comissão de pessoas 'que não tenham condições de atuar com imparcialidade'.
Os representantes do governo aceitaram esta proposta, mas a presidente Dilma manifestou contrariedade. Como a oposição não concordou em mexer novamente no texto, a proposta acabou incluída no texto do relator Edinho Araújo (PMDB-SP) porque o governo fazia questão de realizar a votação ontem.
Transparência. Além da emenda do DEM, foi aprovada uma proposta do PSDB que permitirá a 'qualquer cidadão que demonstre interesse' solicitar ou prestar informações à comissão. Outra alteração determina que o relatório da comissão será encaminhado ao arquivo nacional.
A comissão terá prazo de dois anos para realizar suas investigações. Poderá requisitar informações a órgãos do poder público, convocar testemunhas, determinar a realização de perícias. Não será permitida a divulgação de documentos classificados como sigilosos. A investigação não servirá para a punição de envolvidos porque a comissão está sujeita à Lei da Anistia.
Durante a votação poucos parlamentares se manifestaram de forma contrária. Ligado às Forças Armadas, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que o projeto é 'suspeito' e só permitirá a investigação de supostos crimes realizados pelos militares e não dos opositores do regime. Com militância na área dos direitos humanos, a deputada Luiz Erundina (PSB-SP) também apresentou ressalvas. Para ela, a comissão só terá efetividade se for um caminho para a revisão da lei da anistia e possibilitar a punição de torturadores.
Os governistas ressaltaram que o objetivo da comissão não é 'revanchista'.
Apesar de estar em Nova York participando da Assembleia-Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff participou por telefone das negociações. Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) foram enviados ao Congresso durante a noite e participaram por mais de duas horas de reuniões em busca do texto final. O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, também foi convocado.
A exigência do DEM de restringir as escolhas de integrantes da comissão foi o principal ponto da negociação. O governo concordava em impedir a participação de pessoas com cargo executivo em partidos ou com cargo comissionado, mas o DEM insistiu em afastar a possibilidade de participação de pessoas com envolvimentos com os fatos alvo de investigação.
Ao longo do dia, diversas redações foram sugeridas. Numa delas, foi proposto o impedimento da indicação de pessoas que tivessem praticados atos de tortura ou terrorismo. Na negociação final evoluiu-se para uma redação proibindo a indicação para a comissão de pessoas 'que não tenham condições de atuar com imparcialidade'.
Os representantes do governo aceitaram esta proposta, mas a presidente Dilma manifestou contrariedade. Como a oposição não concordou em mexer novamente no texto, a proposta acabou incluída no texto do relator Edinho Araújo (PMDB-SP) porque o governo fazia questão de realizar a votação ontem.
Transparência. Além da emenda do DEM, foi aprovada uma proposta do PSDB que permitirá a 'qualquer cidadão que demonstre interesse' solicitar ou prestar informações à comissão. Outra alteração determina que o relatório da comissão será encaminhado ao arquivo nacional.
A comissão terá prazo de dois anos para realizar suas investigações. Poderá requisitar informações a órgãos do poder público, convocar testemunhas, determinar a realização de perícias. Não será permitida a divulgação de documentos classificados como sigilosos. A investigação não servirá para a punição de envolvidos porque a comissão está sujeita à Lei da Anistia.
Durante a votação poucos parlamentares se manifestaram de forma contrária. Ligado às Forças Armadas, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que o projeto é 'suspeito' e só permitirá a investigação de supostos crimes realizados pelos militares e não dos opositores do regime. Com militância na área dos direitos humanos, a deputada Luiz Erundina (PSB-SP) também apresentou ressalvas. Para ela, a comissão só terá efetividade se for um caminho para a revisão da lei da anistia e possibilitar a punição de torturadores.
Os governistas ressaltaram que o objetivo da comissão não é 'revanchista'.
TJ mantém condenação de Dado Dolabella a dois anos e nove meses em regime aberto
O Tribunal de Justiça do Rio manteve a condenação do ator Dado Dolabella a dois anos e nove meses de prisão, em regime aberto, por agressão à atriz Luana Piovani e à camareira Esmeralda de Souza, em 23 de outubro de 2008.
A briga aconteceu em uma boate na Gávea, zona sul do Rio. Dado agrediu a atriz; a camareira tentou intervir e também foi agredida. O ator foi denunciado por infringir a Lei Maria da Penha, que pune a violência doméstica, e condenado em agosto de 2010 pelo 1.º Juizado de Violência Doméstica Familiar contra a Mulher do Rio. Dado recorreu e a 4.ª Câmara Criminal do TJ manteve a pena, anteontem. Cabe recurso ao próprio Tribunal de Justiça.
A briga aconteceu em uma boate na Gávea, zona sul do Rio. Dado agrediu a atriz; a camareira tentou intervir e também foi agredida. O ator foi denunciado por infringir a Lei Maria da Penha, que pune a violência doméstica, e condenado em agosto de 2010 pelo 1.º Juizado de Violência Doméstica Familiar contra a Mulher do Rio. Dado recorreu e a 4.ª Câmara Criminal do TJ manteve a pena, anteontem. Cabe recurso ao próprio Tribunal de Justiça.
Juíza manda ladrões indenizarem vítima
Dois assaltantes foram condenados a pagar R$ 20 mil de indenização a uma administradora de empresas vítima de sequestro relâmpago no Morumbi, zona sul de São Paulo. A medida foi anunciada por uma juíza da 11.ª Vara Criminal, que também sentenciou a dupla a 11 anos de prisão.
A vítima, de 40 anos, foi abordada por volta das 23h45 do dia 3 de dezembro do ano passado. Ela estava sozinha, guardando as compras do mercado no carro, quando foi abordada por dois homens que a fizeram entrar no banco do passageiro, sob ameaça de arma de fogo. A ação aconteceu no estacionamento de um hipermercado na Marginal do Pinheiros.
Na mesma noite, Jaime Alves Ferreira Filho e Thiago Evangelista dos Anjos foram detidos na região pela Força Tática da Polícia Militar. Segundo o processo, os dois confessaram o crime. A juíza Cynthia Maria Sabino Bezerra da Silva estipulou pena de 11 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão. Além disso, fixou a indenização de danos materiais, após a vítima ter afirmado que teve prejuízos do mesmo valor durante o crime.
As penas, segundo o processo, serão cumpridas inicialmente em regime fechado. Os dois vão permanecer presos durante todo o processo. A juíza justificou que 'o agir dos acusados demonstra sua periculosidade, o que certamente coloca em risco a ordem pública e a paz do cidadão de bem'. A defesa dos acusados ainda poderá recorrer.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo, mas a juíza não se pronunciou sobre o caso. A vítima, que mora no Brooklin, na zona sul da capital, também não foi localizada.
No boletim de ocorrência, registrado no 34.º Distrito Policial do Morumbi, consta que ela estava perto de seu veículo, um Honda CRV, quando os dois chegaram e disseram que era um assalto. De lá, os três foram a outro mercado para fazer saques em caixas eletrônicos. Em seguida, a administradora foi deixada no local em que foi dominada. Ela não ficou ferida, mas disse que foram roubados uma aliança de R$ 3 mil, uma bolsa de grife de R$ 1,5 mil, R$ 500 em dinheiro e camisas polo.
Para o jurista Luis Flávio Gomes, tecnicamente a juíza pode determinar a indenização. O fato de o réu ser pobre não constitui impeditivo, mas dificulta a execução. Segundo ele, bens das famílias dos réus não podem ser executados. 'A responsabilidade é individual, personalizada.'
Inócuo. Ricardo Toledo Santos Filho, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção de São Paulo, diz que esse tipo de decisão não é comum. 'O roubador não tem como pagar. É uma medida inócua e cai no vazio, por conta da impossibilidade dos réus de materialmente solverem esse pagamento.'
A vítima, de 40 anos, foi abordada por volta das 23h45 do dia 3 de dezembro do ano passado. Ela estava sozinha, guardando as compras do mercado no carro, quando foi abordada por dois homens que a fizeram entrar no banco do passageiro, sob ameaça de arma de fogo. A ação aconteceu no estacionamento de um hipermercado na Marginal do Pinheiros.
Na mesma noite, Jaime Alves Ferreira Filho e Thiago Evangelista dos Anjos foram detidos na região pela Força Tática da Polícia Militar. Segundo o processo, os dois confessaram o crime. A juíza Cynthia Maria Sabino Bezerra da Silva estipulou pena de 11 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão. Além disso, fixou a indenização de danos materiais, após a vítima ter afirmado que teve prejuízos do mesmo valor durante o crime.
As penas, segundo o processo, serão cumpridas inicialmente em regime fechado. Os dois vão permanecer presos durante todo o processo. A juíza justificou que 'o agir dos acusados demonstra sua periculosidade, o que certamente coloca em risco a ordem pública e a paz do cidadão de bem'. A defesa dos acusados ainda poderá recorrer.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo, mas a juíza não se pronunciou sobre o caso. A vítima, que mora no Brooklin, na zona sul da capital, também não foi localizada.
No boletim de ocorrência, registrado no 34.º Distrito Policial do Morumbi, consta que ela estava perto de seu veículo, um Honda CRV, quando os dois chegaram e disseram que era um assalto. De lá, os três foram a outro mercado para fazer saques em caixas eletrônicos. Em seguida, a administradora foi deixada no local em que foi dominada. Ela não ficou ferida, mas disse que foram roubados uma aliança de R$ 3 mil, uma bolsa de grife de R$ 1,5 mil, R$ 500 em dinheiro e camisas polo.
Para o jurista Luis Flávio Gomes, tecnicamente a juíza pode determinar a indenização. O fato de o réu ser pobre não constitui impeditivo, mas dificulta a execução. Segundo ele, bens das famílias dos réus não podem ser executados. 'A responsabilidade é individual, personalizada.'
Inócuo. Ricardo Toledo Santos Filho, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção de São Paulo, diz que esse tipo de decisão não é comum. 'O roubador não tem como pagar. É uma medida inócua e cai no vazio, por conta da impossibilidade dos réus de materialmente solverem esse pagamento.'
Lula quer Constituinte se reforma política não sair
Em reunião ontem com líderes de partidos governistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se não houver acordo para votar a reforma política no Congresso, a base aliada deve se empenhar pela convocação de uma Assembleia Constituinte para mudar o sistema eleitoral. Lula trabalha pela aprovação do financiamento público de campanha, voto proporcional misto e fim das coligações proporcionais.
Diante do vice-presidente Michel Temer e de parlamentares e dirigentes de PMDB, PT, PSB, PDT e PC do B, Lula disse, em encontro no Palácio do Jaburu, que a corrupção 'diminui bastante' com o financiamento público, mas admitiu haver dificuldades para a aprovação da proposta.
Depois de afirmar, na véspera, que 'político tem de ter casco duro' e não pode 'tremer' quando for acusado de fazer 'coisa errada', Lula disse que 90% das denúncias hoje divulgadas pela imprensa têm como base investigações da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal e do Ministério Público.
Apesar da animação de Lula, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma, admitiu não haver consenso entre os partidos, em especial sobre o novo modelo de votação. Contudo, Fontana e o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), citaram avanços nas negociações para a aprovação do financiamento público, principal bandeira do PT.
Raupp declarou que o PMDB aceita o financiamento público, principalmente se a reforma contemplar o fim das coligações nas eleições proporcionais. No entanto, advertiu: 'O PMDB não aceita o voto em lista defendido pelo PT'. O PMDB defende o voto majoritário nas eleições proporcionais (deputados e vereadores), o chamado 'distritão'. 'Se complicar demais, a reforma política não sai', disse.
O modelo que Fontana defenderá em seu relatório é o voto proporcional misto, em que o eleitor escolhe um deputado pelo voto em lista partidária fechada, e outro pelo modelo atual, em lista aberta. Fontana admitiu que precisa avançar no diálogo sobre esse tema e adiantou que nos próximos dias vai procurar DEM e PSDB para discutir o assunto.
Votação. Mesmo diante da falta de consenso sobre o modelo de votação, Fontana acredita que as negociações estejam evoluindo para que seu relatório seja votado na comissão especial da Câmara no dia 5 de outubro. Segundo ele, os participantes da reunião de ontem prometeram somar esforços pela votação.
O PT pretende realizar uma manifestação da sociedade civil a favor da reforma. 'Está se criando um clima positivo para que se melhore a política nacional. O pior dos mundos é ficar com esse sistema que tem gerado todas as distorções que vocês têm divulgado', disse Fontana.
Diante do vice-presidente Michel Temer e de parlamentares e dirigentes de PMDB, PT, PSB, PDT e PC do B, Lula disse, em encontro no Palácio do Jaburu, que a corrupção 'diminui bastante' com o financiamento público, mas admitiu haver dificuldades para a aprovação da proposta.
Depois de afirmar, na véspera, que 'político tem de ter casco duro' e não pode 'tremer' quando for acusado de fazer 'coisa errada', Lula disse que 90% das denúncias hoje divulgadas pela imprensa têm como base investigações da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal e do Ministério Público.
Apesar da animação de Lula, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma, admitiu não haver consenso entre os partidos, em especial sobre o novo modelo de votação. Contudo, Fontana e o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), citaram avanços nas negociações para a aprovação do financiamento público, principal bandeira do PT.
Raupp declarou que o PMDB aceita o financiamento público, principalmente se a reforma contemplar o fim das coligações nas eleições proporcionais. No entanto, advertiu: 'O PMDB não aceita o voto em lista defendido pelo PT'. O PMDB defende o voto majoritário nas eleições proporcionais (deputados e vereadores), o chamado 'distritão'. 'Se complicar demais, a reforma política não sai', disse.
O modelo que Fontana defenderá em seu relatório é o voto proporcional misto, em que o eleitor escolhe um deputado pelo voto em lista partidária fechada, e outro pelo modelo atual, em lista aberta. Fontana admitiu que precisa avançar no diálogo sobre esse tema e adiantou que nos próximos dias vai procurar DEM e PSDB para discutir o assunto.
Votação. Mesmo diante da falta de consenso sobre o modelo de votação, Fontana acredita que as negociações estejam evoluindo para que seu relatório seja votado na comissão especial da Câmara no dia 5 de outubro. Segundo ele, os participantes da reunião de ontem prometeram somar esforços pela votação.
O PT pretende realizar uma manifestação da sociedade civil a favor da reforma. 'Está se criando um clima positivo para que se melhore a política nacional. O pior dos mundos é ficar com esse sistema que tem gerado todas as distorções que vocês têm divulgado', disse Fontana.
Compra de caças continua suspensa, diz Dilma
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ouviu da presidente Dilma Rousseff - desta vez pessoalmente - que a compra de caças para Força Aérea Brasileira continua suspensa. No encontro ontem à tarde, em Nova York, Sarkozy voltou ao assunto, tão caro ao governo francês, mas a resposta que recebeu é que o negócio pode voltar a ser tratado em 2012, se - sendo essa uma enorme condicional - a crise econômica mundial não se revelar tão grave como parece.
Dilma explicou ao colega francês as restrições orçamentárias enfrentadas pelo Brasil nesse momento para garantir o pagamento das contas em um momento de instabilidade internacional. Mas lembrou a Sarkozy que a cooperação em defesa entre os dois países não se resume a compra dos caças. 'A presidente explicou que por constrangimentos orçamentários os investimentos foram postergados e lembrou a crise mundial', explicou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
O negócio entre os dois países, de US$ 1 bilhão, estava praticamente fechado ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2009, Sarkozy compareceu às cerimônias do 7 de Setembro, em Brasília, em uma quase comemoração de um negócio dado como certo. No entanto, com a eleição e a pressão dos militares, que preferiam outro modelo - o Gripen Saab, da Suécia - a compra foi mais uma vez adiada. No final do ano passado, Lula passou oficialmente a decisão a Dilma.
Já no início de seu governo a presidente mandou suspender a decisão. Disse que queria analisar melhor todas as propostas - que além do Saab e do Rafale francês incluem o Super Hornet F-18 americano, fabricado pela Boeing. A notícia, divulgada por todos os jornais franceses, pegou Sarkozy de surpresa e desagradou profundamente os franceses. Em seguida, o agravamento da crise econômica suspendeu de vez a compra, pelo menos até 2012, e, provavelmente agora, indefinidamente.
O adiamento da compra, mais uma vez, atiçou os outros competidores, especialmente os americanos da Boeing. Há cerca de um mês, o CEO da Boeing Defesa, Dennis Muilenburg, passou uma semana no Brasil em diversas conversas com funcionários do governo. A empresa chegou a colocar um simular do Super Hornet no saguão do Congresso Nacional e participar de audiências públicas sobre os caças.
Em um momento de crise econômica, a encomenda brasileira ajudaria a movimentar o capital da empresa ganhadora. Dilma, no entanto, deixou claro que, mesmo a compra sendo necessária, não é, nesse momento, prioridade para seu governo.
Dilma explicou ao colega francês as restrições orçamentárias enfrentadas pelo Brasil nesse momento para garantir o pagamento das contas em um momento de instabilidade internacional. Mas lembrou a Sarkozy que a cooperação em defesa entre os dois países não se resume a compra dos caças. 'A presidente explicou que por constrangimentos orçamentários os investimentos foram postergados e lembrou a crise mundial', explicou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
O negócio entre os dois países, de US$ 1 bilhão, estava praticamente fechado ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2009, Sarkozy compareceu às cerimônias do 7 de Setembro, em Brasília, em uma quase comemoração de um negócio dado como certo. No entanto, com a eleição e a pressão dos militares, que preferiam outro modelo - o Gripen Saab, da Suécia - a compra foi mais uma vez adiada. No final do ano passado, Lula passou oficialmente a decisão a Dilma.
Já no início de seu governo a presidente mandou suspender a decisão. Disse que queria analisar melhor todas as propostas - que além do Saab e do Rafale francês incluem o Super Hornet F-18 americano, fabricado pela Boeing. A notícia, divulgada por todos os jornais franceses, pegou Sarkozy de surpresa e desagradou profundamente os franceses. Em seguida, o agravamento da crise econômica suspendeu de vez a compra, pelo menos até 2012, e, provavelmente agora, indefinidamente.
O adiamento da compra, mais uma vez, atiçou os outros competidores, especialmente os americanos da Boeing. Há cerca de um mês, o CEO da Boeing Defesa, Dennis Muilenburg, passou uma semana no Brasil em diversas conversas com funcionários do governo. A empresa chegou a colocar um simular do Super Hornet no saguão do Congresso Nacional e participar de audiências públicas sobre os caças.
Em um momento de crise econômica, a encomenda brasileira ajudaria a movimentar o capital da empresa ganhadora. Dilma, no entanto, deixou claro que, mesmo a compra sendo necessária, não é, nesse momento, prioridade para seu governo.
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