GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Tribunal condena Galliano a pagar 6 mil euros por injúrias antissemitas

O Tribunal Correcional de Paris condenou nesta quinta-feira o ex-diretor de criação da Christian Dior John Galliano a uma multa de 6 mil euros por injúrias racistas e antissemitas.
O estilista britânico foi julgado por incidentes ocorridos em outubro de 2010 e fevereiro de 2011 em um bar da capital francesa, que acabaram custando sua demissão da casa de moda e também a saída da companhia que leva seu próprio nome.
Pelo primeiro dos fatos, foi condenado a pagar 2 mil euros, pelo segundo, outros 4 mil.
O julgamento havia ficado pronto para a sentença em 22 de junho, em uma audiência na qual o estilista pediu perdão pelos crimes que cometeu e reconheceu que se encontrava sob o efeito de uma mistura de álcool e remédios. EFE

Facebook ultrapassa Orkut em usuários no BR e acaba com reinado de 7 anos

O Orkut perdeu seu reinado no Brasil. Segundo a revista Isto É Dinheiro, pela primeira vez o Facebook fechou um mês na frente da rede social do Google em número de usuários. A reportagem, que cita números do Ibope Nielsen Online ainda não divulgados, diz que o serviço de Mark Zuckerberg terminou agosto com 30 milhões de usuários no Brasil. O Ibope é um dos institutos de maior credibilidade em medições na internet.
Para o Orkut, é o fim de uma liderança de mais de sete anos. Desde que foi lançado e se popularizou, em 2004, nunca foi ameaçado aqui no Brasil. Sempre foi usado por cerca de 70% dos internautas, de todas as faixas etárias. Concorrentes nacionais tentaram. Não conseguiram. Internacionais também, como o MySpace. Nada.
Mais do que tudo: a vitória do Facebook é histórica por desfazer um mito: o Brasil parecia ter uma relação com o Orkut tão forte que, ao contrário do resto do mundo, outra rede social, no caso, o Facebook, não conseguiria quebrar. O País é um dos últimos a sucumbir à hegemonia da rede de Mark Zuckerberg.
O Facebook, hoje, é quase uma internet dentro da internet. É a maior rede social do mundo. Sua liderança foi conquistada país a país, derrubando as redes sociais líderes localmente. A Europa quase inteira é do Facebook. Países da África, da Oceania, do Oriente Médio. Todos adotaram a rede como a principal. A América inteira do Sul, Central e do Norte escolheu o Facebook. Quer dizer, até agora, menos o Brasil. E a Ásia, bem, essa continua com as redes locais, que são muito fortes por lá.
A pressão para crescer no Brasil foi grande. Imagina uma rede social em que o mundo inteiro está. Este é o Facebook. Se você chega no exterior e diz que está no Orkut, ninguém saberá o que é. E você acaba entrando no Facebook para manter contato com quem você conheceu em viagens. E convida seus amigos brasileiros, que convidam outros amigos brasileiros. E daí mais brasileiros passam a usar. Junte a tudo isso o fato de o Orkut estar saturado e tecnologicamente defasado. Pronto. Começou a migração.
Mark Zuckerberg esteve no Brasil em 2009. O Facebook era muito menor do que o Orkut por essas bandas. Mas ele contou ao Link a sua estratégia. Quando o Facebook foi criado, era para universitários. Ganhou primeiro a universidade de Harvard. Depois as universidades ao redor. Depois as universidades dos EUA e de outros países. Daí abriu para usuários em geral.
A lógica de Zuckerberg: países podem ser como universidades. O site vai ganhando um país a cada vez. E os países vizinhos vão se interessando e migrando. A América inteira estava no Facebook. Como o Brasil iria ficar isolado? 'No começo, muitas faculdades pequenas passaram a usar o Facebook da noite para o dia. Universidades maiores poderiam levar alguns meses. E isso tende a ser similar à escala de um país. Em um país grande como o Brasil levará tempo para chegar a esse estado (passar o Orkut)', disse ele na época.
O Orkut tentou segurar a liderança no Brasil. E foi, cada vez mais, copiando as ferramentas do Facebook. Fotos maiores no avatar, botão 'Gostou?' lembram do 'Curtir'? -, games sociais, como o que lembra o FarmVille. Trocou neste ano, pela primeira vez, seu logo, para ficar com uma identidade visual mais 'moderna' e 'ousada'. Lançou até uma campanha para dizer que o 'Orkut não para de crescer'.
Não deu. Enquanto, em abril, o Orkut estava estagnado, o Facebook já mostrava uma enorme força: nada menos do que 159% mais usuários em um ano.No fim de julho, uma pesquisa apontava que o Facebook já tinha 70% dos usuários do Orkut.
Segundo o responsável pela rede de Mark Zuckerberg no Brasil, Alexandre Hohagen, esse crescimento se acelerou após a estreia do filme A Rede Social, no ano passado, e embalou ainda mais a partir da virada de 2010 para 2011: foram 20 milhões de novos usuários em um ano, disse em agosto deste ano.
Para o Orkut, a perda da liderança no Brasil deixa um rastro de incertezas. O País era o único em que a rede social ainda era relevante. A Índia, outro país em que era historicamente líder, passou a preferir o Facebook em agosto do ano passado. Quando o Google lançou neste ano sua nova rede social, o Google+, fez questão de afirmar que o Orkut não iria acabar. Resta saber: quem vai usar?

Erundina vê 'jogo' com Comissão da Verdade

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desconfia da pressa do governo para aprovar o projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. Em sua avaliação, a correria não se deve a uma preocupação sincera com o esclarecimento de violações de direitos humanos ocorridas na ditadura militar. O objetivo verdadeiro seria dar uma satisfação rápida à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e evitar constrangimentos internacionais ao Brasil.
No ano passado, em resposta a ação movida por familiares de desaparecidos na guerrilha do Araguaia, aquela corte determinou ao País que investigue e puna os responsáveis por crimes contra a humanidade cometidos na ditadura. O prazo para que o governo comece a atender à ordem com ações acaba em dezembro.
'É possível que, em dezembro, quando a corte cobrar o Brasil, o governo responda que criou a Comissão da Verdade, tentando evitar um vexame político internacional', diz a deputada e ex-prefeita de São Paulo. 'Mas é pouco provável que a comissão tenha condições de atender ao que está sendo exigido.'
A desconfiança de Erundina é baseada em três pontos. A primeira é que a comissão não terá autonomia orçamentária: ficará dependente de verbas da Casa Civil da Presidência. Em segundo lugar, disporá de prazo de apenas dois anos para concluir seu trabalho. A terceira e última questão é que contará com poucos integrantes - serão sete - para uma missão muito ampla.
'Em países da América Latina que realizaram investigações semelhantes, as comissões chegaram a ter 200 integrantes', diz a deputada. 'Aqui serão sete, sem orçamento próprio e com pouco prazo. Tudo leva a crer que não acrescentarão nada àquilo que os que os familiares já sabem sobre os crimes.

Marcha contra corrupção ofusca desfile em Brasília

A Marcha Contra a Corrupção, convocada pelas redes sociais na internet, ofuscou o desfile comemorativo do 7 de Setembro, em Brasília, historicamente marcante por causa da participação do presidente da República e das Forças Armadas.
Cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, caminharam ontem por uma via da Esplanada dos Ministérios para protestar contra a série de escândalos que marcam a política contemporânea brasileira. No mesmo momento, a presidente Dilma Rousseff estreava, do outro lado da rua, no papel de primeira mulher presidente a comandar a cerimônia nacional do Dia da Pátria.
A forte segurança do 7 de Setembro impediu o contato de integrantes da marcha com participantes do desfile oficial. O sucesso do protesto ocorreu uma semana após congresso do PT demonstrar que não apoia nenhum tipo de 'faxina' anticorrupção no governo e de considerar que esses movimentos eram parte de uma 'conspiração midiática' e uma forma de promover a 'criminalização generalizada' da base aliada ao Planalto.
A marcha evitou as referências partidárias. Membros do PSOL tentaram levar bandeiras do partido, mas foram impedidos de seguir adiante com os adereços. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ensaiou entrar na marcha, mas, advertido, preferiu apenas acompanhá-la discretamente.
Vestidos de preto, com narizes de palhaço, faixas e cartazes, os manifestantes criticaram a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), na semana passada, o voto secreto no Congresso, os recentes escândalos de corrupção no governo e a manutenção do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no comando do Legislativo. Pediram até a destituição de Ricardo Teixeira da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Exigiram, ainda, a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa - que depende de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma faixa vinculava o nome do ditador líbio Muamar Kadafi à política brasileira, lembrando que qualquer um pode se candidatar, independentemente da ficha criminal. 'Kadafi, não importa o seu passado, no Brasil você pode ser deputado.'
Em oito meses de gestão, Dilma foi obrigada a trocar Antonio Palocci, Alfredo Nascimento e Wagner Rossi por conta do envolvimento deles em suspeitas de corrupção na Esplanada.
O protesto começou tímido no Museu Nacional de Brasília, por volta de 9h, com 2 mil pessoas, mas foi engrossando com a adesão de quem foi ao desfile oficial. No fim, ao meio-dia, na Praça dos Três Poderes, a marcha chegou a 25 mil pessoas, segundo balanço da PM. A rede social Facebook foi a principal ferramenta de convocação, observou Luciana Kalil, 30, uma das organizadoras do protesto.
Ministros
Em um desfile rotineiro e de público reduzido, o 7 de Setembro em Brasília chamou a atenção mais pela presença de quase todos os ministros no palanque presidencial, prestigiando a estreia de Dilma Rousseff - primeira mulher presidente da República - no comando da comemoração nacional do Dia da Pátria. Pelo menos 32 ministros foram à festa, que teve um esquema de segurança reforçado por conta das manifestações contra a corrupção.
Dilma foi ao desfile acompanhada da filha Paula e do neto Gabriel, de um ano. Apesar da presença maciça dos ministros, foi notada a ausência do vice-presidente Michel Temer, que viajou para Natal. Também não compareceram à cerimônia os presidentes do Congresso, senador José Sarney, e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, que cobra do Executivo e do Congresso a aprovação de um reajuste salarial de quase 15% para o Judiciário. Ao contrário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não prestigiou a tradicional exibição da Esquadrilha da Fumaça. Assim que o último batalhão militar passou à frente do palanque presidencial, Dilma foi embora, sendo seguida pelos demais ministros. O neto Gabriel deixou o palanque às 10h05, depois de brincar muito com a avó e com a faixa presidencial.

Novo imposto não garantiria mais recursos para saúde

Mesmo se o Congresso aprovasse a instituição de um novo imposto para financiar a saúde, não existe garantia de que os recursos arrecadados seriam de fato usados para investimentos no setor. Segundo um estudo do corpo técnico da Câmara, divulgado no fim de agosto, a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) - vista como um retorno da CPMF - poderia se transformar em economia do governo para pagar o juro da dívida. Isso acontece porque o texto que cria o novo imposto não obriga o governo a aplicar os recursos arrecadados.
Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o governo desistiu de defender a criação de um novo tributo para financiar a saúde. O Planalto teria sido informado de que não conseguiria apoio político para aprovar, no Congresso, a implementação de mais um imposto. 'Vale dizer, há a possibilidade de a CSS ser arrecadada e não ser aplicada, vindo a servir apenas para fazer superávit (economia do governo para pagamento de juros)', diz o estudo da Câmara.
O projeto que instituiria a CSS - que espera para ser votado na Câmara - determina que os recursos arrecadados com o imposto só podem ser destinados à saúde. O texto determina, ainda, que o montante não poderá ser usado para atingir o piso de investimentos na saúde, de cerca de 7% do orçamento da União. O projeto, contudo, não obriga que o governo de fato aplique este montante.
'Não se questiona estarem os recursos da CSS vinculados ao setor saúde. Tampouco se pode questionar que a CSS representa recursos adicionais ao atual piso constitucional', ponderam os técnicos da Câmara. 'O problema surge com a ausência de obrigatoriedade de aplicação. Justamente por não serem computados no piso constitucional, os recursos arrecadados pela CSS não terão obrigatoriedade de aplicação.

SP mantém contrato com empresa de 'contrainformação'

O governo paulista mantém há três anos contrato com uma empresa que, segundo seu proprietário, trabalha com 'contrainformação' e faz 'varreduras' em escutas telefônicas na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), empresa de economia mista - e sociedade anônima fechada - que gerencia toda a rede de dados do Executivo estadual.
A Fence Consultoria Empresarial Ltda. foi contratada em julho de 2008, durante a gestão do ex-governador José Serra (PSDB), e continua trabalhando para a administração do também tucano Geraldo Alckmin.
A Prodesp diz que a Fence presta 'serviços técnicos especializados em segurança de comunicações em sistemas de telefonia fixa' nos 'ambientes internos e externos' da estatal. Ainda conforme a Prodesp, somente as suas linhas são monitoradas, pois ela não tem acesso a linhas ou troncos telefônicos de outros órgãos.
A contratação se deu sem licitação porque a Prodesp avaliou tratar-se da única empresa no mercado que atendia a todas as suas necessidades. No dia 19 de agosto, o Diário Oficial do Estado publicou a segunda prorrogação do contrato. O valor a ser pago nos próximos 12 meses, de acordo com o documento, é exatamente igual ao do primeiro contrato - que teve duração de dois anos - e da outra prorrogação: R$ 858,6 mil por ano. Significa que ele nunca foi corrigido, nem pela inflação. E que, com esse preço como referência, o governo já pagou um total de R$ 2,6 milhões à Fence.
Monitoramento restrito
A Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) informou, em nota, que 'somente monitora suas linhas telefônicas e não tem acesso a linhas ou centrais telefônicas de qualquer outro órgão da administração pública em geral, sejam seus clientes ou não'.
A empresa sustentou também que a contratação da Fence Consultoria Empresarial Ltda. foi totalmente regular: 'Obedeceu rigorosamente aos preceitos legais e dispositivos previstos na Lei de Licitações e já foi analisada pelo Tribunal de Contas do Estado e julgada regular'.
A reportagem indagou se o governador Geraldo Alckmin tinha conhecimento do contrato e se via a necessidade dessa contratação. A assessoria do Palácio dos Bandeirantes não respondeu a essas perguntas e argumentou que a manifestação oficial era a da Prodesp, repassada à reportagem pela Secretaria de Gestão Pública. Procurada desde a semana passada, a assessoria do ex-governador José Serra informou que não conseguiu encontrá-lo até o fechamento desta matéria.
O proprietário da Fence Consultoria, coronel reformado do Exército Ênio Gomes Fontenelle, explicou que sua empresa atua na área de consultoria em segurança de comunicações. 'Faz contrainformação, varredura', afirmou. De acordo com ele, a Fence trabalha na detecção de escutas clandestinas, tanto em telefones como ambientes, e não realiza nenhum tipo de proteção de dados.
Fontenelle disse também que não poderia informar quem o procurou em 2008 para contratar a Fence: 'Isso é informação privilegiada do cliente'. Fontenelle reafirmou a versão apresentada pela Prodesp, segundo a qual nunca houve necessidade de varreduras fora de sua sede nem a realização de qualquer visita em caráter de emergência.

Justiça condena empresas envolvidas no mensalão do DEM

Seis empresas terão de devolver R$ 240,8 milhões aos cofres públicos por contratos considerados irregulares, ligados ao esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM. O valor foi estipulado pela Justiça Federal do Distrito Federal, segundo reportagem desta quinta-feira, 8, da Folha de S.Paulo.
A sentença, do dia 24 de agosto, foi dada pela juíza Gislaine Reis e ainda cabe recurso. Foram citadas as empresas Linknet (R$ 79 milhões), Linkdata (R$ 50 milhões), Prodata (R$ 38 milhões), Conecta (R$ 36 milhões), Poliedro (R$ 35 milhões) e Brasil Telecom (R$ 2,8 milhões). As cinco primeiras foram citadas pelo delator do esquema, Durval Barbosa, na investigação. A juíza sustenta que as empresas não poderiam ter sido contratadas sem licitação. As empresas afirmaram que vão recorrer da decisão.

Alckmin anuncia mínimo paulista de R$ 600 e compara aumento de metrô a reajuste do ônibus em SP

SÃO PAULO O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou no inicio da tarde desta quarta-feira, 9, o reajuste para o salário mínimo paulista. O beneficio, que tem três faixas, ficou em R$ 600 na primeira, R$ 610 na segunda e em R$ 620 na terceira. O piso salarial de servidores públicos do Estado foi para R$ 630.
Segundo o secretario estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia, os ganhos estão acima da inflação, que foram de 7,14% na primeira faixa, 7,02% na segunda e 6,9% na terceira. Os servidores tiveram o reajuste de 6,8%. O secretário anunciou também compromisso de, no ano que vem, antecipar a data de dissídio, que passa de 1º de Abril em 2011, para 1º de março em 2012.
Questionado sobre o aumento no metrô, trens da CPTM e EMTU (ônibus intermunicipais), que foi maior que o ganho concedido aos trabalhadores, Alckmin ponderou que ainda assim os aumentos são 'bem abaixo do IGP' e aproveitou para criticar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
'Nós temos custos específicos, que foram analisados, no caso do metrô, trem e EMTU. Isso é uma análise de custos que foi feita. Ele (reajuste) está bem abaixo do IGP, que chegou a mais de 11%, um pouco acima do IPCA. E bem abaixo do ônibus (São Paulo), que está em R$ 3.'

Exército diz que tráfico usou morador


Exército diz que tráfico usou morador
"Bloqueio. Militares recolocam tampas de galerias usadas como barreiras por traficantes"
A ocupação no Alemão completa dez meses com reclamações de todas as partes. O Exército alega que alguns moradores estão sendo usados pelos traficantes. E a população quer trocar os soldados pela Polícia Pacificadora.
O comandante militar do Leste, general Adriano Pereira Junior, vê uma 'orquestração' criminosa nas ações verificadas desde domingo. 'Estávamos envolvidos na investigação do que aconteceu, quando ocorreu a invasão', afirmou, referindo-se à ação de quatro militares que tentavam deter dois jovens vendendo drogas em um bar. 'Ali começou o erro, (que foi) não perceber que se tratava de uma armadilha', disse, ao atribuir o episódio a uma estratégia do tráfico.
Ele refutou a versão de que o que motivou a reação dos militares foi a recusa dos frequentadores de baixar o som da TV. 'Mesmo assim, os soldados foram afastados e um inquérito foi aberto para apurar o que houve.'
O comandante também classificou como 'uma trama' o relato feito por uma mulher à imprensa dizendo que sua sobrinha havia sido morta durante o tiroteio. 'Procuramos em todos os hospitais a noite toda. Isso foi plantado para piorar o clima.'
No entanto, o militar considera improvável que a ação se repita. 'Foi um tiro no pé do tráfico. Ficou claro para a população que houve uma orquestração. O crime não quer a nossa presença lá', disse. 'Existe tráfico lá dentro. Não há paz completa.'
UPP. Morador do Alemão, o estudante Rene Silva Santos, de 17 anos, que ganhou notoriedade durante a ocupação de novembro, narrada pelo Twitter, e relatou a ação do tráfico anteontem pelo microblog, contou que os moradores voltaram a sentir um medo que já lhes parecia superado. 'Hoje (ontem), já está tudo normal, mas à noite deu para ouvir bem os tiros.'
Na comunidade, os moradores se dividem entre os que culpam a truculência por parte dos soldados e os que acreditam que uns poucos estão agindo sob influência dos traficantes. Só há um consenso: todos querem que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) substitua o Exército.
'Em vez de chegarem com arma, por que não dão um tapinha no ombro?', indagou o auxiliar administrativo Leandro Silva, de 22 anos. 'Para quem, como eu, nasceu e cresceu na favela, e via vagabundo o dia inteiro com arma na mão, é difícil essa mudança de realidade', rebateu outro morador.
O clima de tensão ficou evidente quando militares tentaram desfazer ontem a barreira do tráfico na Rua Joaquim de Queiroz. Um grupo de nove soldados procurou, por 40 minutos, devolver as pesadas tampas à galeria de esgoto. A cada tentativa malsucedida, havia risadas de jovens.

Gunther Rudzit, cientista político (USP), é mestre em Segurança Nacional e doutor em Segurança Internacional
1. Demorou para ter uma reação forte do tráfico?
Foi uma disputa local. Na retomada do Alemão, os traficantes fugiram, porque o confronto era contra as Forças Armadas. Mas nunca achei que ia ser um processo de entrar, pacificar e acabar de vez, em nove meses. Sempre achei que fossem voltar, mas 'low profile', para evitar enfrentamento e perda de dinheiro. Nunca acreditei que o narcotráfico tivesse desaparecido.
2.O Exército é a força adequada para manter a ocupação por tanto tempo no Alemão?
O exército é capaz e foi necessário. Mas é arriscado. O soldado tem treinamento para matar e destruir o inimigo o mais rápido possível. O policial investiga e prende o bandido para ser julgado. Quando você coloca o soldado em área urbana tem de se preparar para danos colaterais. O atrito era de se esperar.