Hoje, 9 de agosto, é comemorado o dia Nacional da Equoterapia, instituído pela Lei Federal 12.067/2009.
A equitação terapêutica para crianças com deficiência foi realizada, pela primeira vez, pela fisioterapeuta Eilset Bodtker, na Noruega, em 1954. Em 1967, foi fundado o primeiro centro de equitação para pessoas com deficiências nos Estados Unidos.
No Brasil, a Equoterapia começou a ser conhecida e valorizada, a partir de 1989, em atividades equestres realizadas na Granja do Torto, em Brasília, atual sede da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE). Foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil como método terapêutico, em 1997.
Em Caraguatatuba, a Prefeitura mantém um contrato de prestação de serviços de Equoterapia com a Associação de Apoio Ao Desenvolvimento Humano Acalento, no bairro Porto Novo, que recebe um repasse mensal para atender 130 pessoas encaminhadas pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e do Idoso de Saúde (Sepedi). Dentro dos próximos meses, esse número será ampliado para 200 pessoas.
De acordo com fonoaudióloga Tatiana Pereira, da equipe técnica da Acalento, a Equoterapia emprega o cavalo como agente promotor de ganhos a nível físico e psíquico.
“Essa atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima”, apontou.
Há dois anos, quando o filho, Bruno, 15 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi encaminhado para a Equoterapia, a mãe Fernanda Oliveira dos Santos, sem saber direito como funcionava, não colocou muita fé nos resultados.
“O comportamento do meu filho, depois da Equoterapia, é outro. Ele mudou para melhor. Ganhou autoestima, força, desenvolveu a concentração e a parte motora. Hoje faço propaganda, converso com outras mães de autistas e incentivo que consigam para seus filhos essa terapia”, declarou Fernanda.
Outra mãe que comprovou os benefícios dessa metodologia, com o filho Matheus, 6 anos, foi Andressa Gardelin.
“Em decorrência do autismo, o Matheus é muito agitado. Antes da Equoterapia ele não conseguia parar para assistir um filme e tinha pouca concentração em sala de aula. Hoje, o rendimento dele na escola melhorou muito e já consegue acompanhar um filme com a gente. A princípio, ele tinha medo do cavalo, hoje ele conta os dias para fazer a atividade”, disse.
Outro testemunho positivo foi de Viviane Cruz Barbosa do Carmo, mãe de Tales, 4 anos. O menino foi diagnosticado com TEA e encaminhado no início deste ano para a Equoterapia. “Em poucos meses já deu para notar a diferença na postura, no equilíbrio, na concentração do Tales. A evolução dele é considerável. Só tenho a agradecer a equipe da Acalento, os profissionais são atenciosos e acolhedores”, ressaltou.
O secretário Amauri Toledo ressaltou que a parceria entre a Sepedi e a Acalento traz enorme benefício socioeducacional às crianças beneficiadas por esse programa. “Enquanto fisioterapeuta de formação, só tenho a enaltecer os profissionais da Equoterapia da Acalento, o amplo ganho que esse trabalho proporciona aos participantes e suas famílias. Essa terapia é um diferencial nas políticas públicas do nosso município” , declarou.
Princípios da Equoterapia
O atendimento equoterápico só poderá ser iniciado mediante parecer favorável em avaliação médica, psicológica e fisioterápica.
A prática da Equoterapia objetiva benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas com deficiências físicas ou mentais e/ou com necessidades especiais e está indicada para os seguintes quadros clínicos: doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares e clínico-metabólicas; sequelas de traumas e cirurgias; doenças mentais, distúrbios psicológicos e comportamentais; distúrbios de aprendizagem e de linguagem.
Para se trabalhar com equoterapia é necessário, no mínimo, um profissional de cada área (equitação, saúde e educação) podendo ser: instrutor de equitação, psicólogo e fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional. Outros profissionais também podem fazer parte da equipe como fonoaudiólogo, pedagogo e educador físico.
De acordo com a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE), a equipe multidisciplinar é indispensável no trabalho, pois, o ser humano é global e o principal desafio é considerar o paciente como um todo, não como um órgão lesado; ou uma patologia definida, a ser tratada por determinado profissional.
Cada um, dentro da sua especialidade, contribui para o sucesso desse recurso terapêutico.
Equobingo
A Acalento promove neste sábado (13) um evento para comemorar o Dia da Equoterapia, a partir das 15h, com apresentação dos programas básicos desse método terapêutico: hipoterapia, educação e reeducação e pré-esportivo.
Em seguida haverá o Equobingo, valendo prêmios. O montante arrecadado com a ação será revertido para a construção e reformas de novos espaços na Acalento.
O evento contará com uma Praça de Alimentação, com comidas típicas: pastel, carne louca, bolinha caipira, doces, refrigerante e Espaço para as crianças com brinquedos, pipoca e churros.
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