Constelação familiar é uma prática terapêutica desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger. Por meio dessa técnica, as pessoas são levadas a compreender suas relações familiares e como estas influenciam no seu comportamento e nas suas emoções.
Essa técnica parte do princípio de que os indivíduos estão conectados energeticamente com sua família - até mesmo com seus antepassados - e que compreender os sistemas familiares pode ajudar na superação de bloqueios, medos e traumas.
Como funciona a constelação familiar?
A constelação familiar é uma vivência que pode ser realizada em grupo ou individualmente e é guiada por um terapeuta com formação específica. Durante a constelação, o terapeuta busca acessar o campo morfogenético da pessoa para identificar as causas de seu problema.
O campo morfogenético seria uma espécie de memória coletiva onde estão armazenadas informações sobre nossos antepassados e que exercem influência sobre nossas ações, emoções e comportamentos.
Isso significa que nós carregamos informações de nossos antepassados, como crenças, valores, traumas e comportamentos. E, mesmo sem conhecê-las, essas memórias impactam e podem determinar nossa maneira de interpretar e agir com o mundo.
Para acessar esse campo, o terapeuta cria representações para os familiares da pessoa que está sendo constelada. Caso a terapia seja individual, podem ser usados bonecos ou objetos para essa representação. Nos casos de constelações em grupo, pessoas desconhecidas participam da dinâmica representando os familiares.
Com a escolha dos representantes de cada familiar, inicia-se a dinâmica e à medida que o campo morfogenético se abre, os participantes são guiados por sua energia. Ao longo do processo, o constelador pode fazer algumas interferências, realizando perguntas, por exemplo.
À medida que a dinâmica acontece, o constelador busca identificar a origem do problema relatado pela pessoa constelada e encaminhar os os representantes para uma imagem de solução, de modo que todos se sintam em harmonia naquele sistema familiar.
Como surgiu a constelação familiar?
A constelação familiar foi criada pelo alemão Bert Hellinger. Hellinger tinha formação em teologia, pedagogia e filosofia e se inspirou nas vivências que teve como missionário durante 16 anos em comunidades zulus na África do Sul.
Depois dessa experiência dedicou-se ao estudo da psicanálise e outras terapias como a gestáltica, os sistemas familiares e a hipnoterapia, para então criar a constelação familiar. Uma terapia que busca entender o indivíduo de maneira profunda e integral.
Além do âmbito familiar, Hellinger também aplicou a técnica em ambientes empresariais, educacionais e organizacionais. Ao conjunto de todas as constelações criadas por ele, da-se o nome de constelações sistêmicas.
Quando Hellinger começou a trabalhar com as constelações, em 1980, a terapia era vista com um certo misticismo. Mas a terapia ganhou respaldo científico em 1990, quando descobriram que os genes transmitem memórias dos antepassados.
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As ordens do amor
A constelação familiar tem como objetivo resolver conflitos e bloqueios nas relações familiares e curar padrões e hábitos negativos que são transmitidos geneticamente. Assim, a terapia pretende levar harmonia e permitir a fluidez do amor entre as pessoas.
Para que essa situação de equilíbrio seja alcançada por uma família, Hellinger afirma que é preciso respeitar as três ordens do amor:
Lei do pertencimento
Segundo essa lei, todo indivíduo deve se sentir pertencente a um grupo familiar ou institucional. Caso algum membro da família seja excluído ou esquecido (mesmo em casos de morte desse familiar), o sistema entre em desequilíbrio e esse problema poderá ser enfrentado por outros membros das gerações futuras.
Lei da hierarquia
Em uma família há sempre uma hierarquia, que se estrutura a partir do momento de nascimento, isto é, os pais estão e devem estar em uma hierarquia superior à dos filhos. Caso os filhos precisem ocupar a posição dos pais, haverá um desequilíbrio, que poderá se perpetuar.
Lei do equilíbrio
Nas relações familiares, é preciso haver um equilíbrio entre dar e receber. Quando as relações de afeto, por exemplo, são desequilibradas porque um dos lados se doa muito mais do que o outro, pode haver desequilíbrios. Esses desequilíbrios podem se refletir em dificuldades de demonstrar emoções ou então, dependências afetivas.
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