Tratados como guardiões da nova política, os 269 integrantes
do braço nordestino do movimento RenovaBR concluíram,
neste sábado (28/09), o curso de formação para “aprender a ser político”. A
ideia é que muitos concorram às prefeituras e câmaras de vereadores em 2020.
Criado em 2017, o movimento elegeu representantes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal.O RenovaBR é o primeiro de políticos do Brasil, apoiado
basicamente por executivos e empresários, como o apresentador Luciano Huck. “Nossa proposta é reconhecer a política como uma missão pra
gente talentosa e comprometida. Não é um negócio”, explica o fundador do
RenovaBR Eduardo Murarej.
Segundo
ele, integrantes do RenovaBR conseguiram 4,5 milhões de votos nas eleições de
2018. Quando começou, o programa reuniu pouco mais de quatro mil pessoas. Hoje,
são mais de 31,3 mil inscritos nas aulas preparatórias. “É para mostrar que
pessoas comuns podem ser políticos fora do comum”.
Como a ideia do
projeto é ser inclusivo, os executivos incentivam a presença de candidatos de
diferentes etnias e meios sociais, por exemplo. Dos cinco alunos com
deficiência física que fizeram o curso em 2017, dois foram eleitos no ano
seguinte. “O número de estudantes deficientes subiu para 55 em 2019”, conta o
responsável pelo setor de Diversidade Danilo Lima.
Candidaturas femininas
Num momento em
que o Congresso Nacional discute o fim da obrigatoriedade de 30% de candidaturas
femininas, o RenovaBR aponta 31% de usuárias mulheres em seus cursos de
formação. Uma delas é a advogada Ludmila Ribeiro, 29 anos, natural de Colinas,
no Maranhão. “O número de mulheres é baixo, então, não me sinto representada.
Acho que metade dos parlamentos, sejam federais ou municipais, deveria ter um
número maior de mulheres eleitas”.
Ainda assim,
Ludmila reconhece a dificuldade das candidaturas femininas. Embora tenha se
formado neste sábado e possa contar com o apoio do RenovaBR nas eleições de
2020, não pretende concorrer. “Tenho um tio que é vereador, é machista e
arcaico, mas não abre mão. Tenho que fazer um trabalho para conquistar até
minha família, imagine nas urnas..”.
Confiança
Eleito na
esteira da mudança, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), ex-aluno do
RenovaBR Cidades, explica que “a má qualidade dos representantes quebra o elo
principal do político com a sociedade: a confiança”. Ele diz que a solução é ir
para “a batalha” e aprender tudo o que puder para tentar fazer um bom trabalho
depois das eleições.
“Minha maior
vitória foi uma grande derrota. Sei porque não me elegi, sei os erros que
cometi. Mas saí maior por causa dos vínculos que fiz”, explica Mônica
Rosenberg, líder do RenovaBR em São Paulo. Ela concorreu à vaga de deputada
federal, mas acabou fora desta legislatura. “Vou concorrer de novo. A maior
derrota não é não se eleger, é desistir de lutar por um Brasil igual”,
acrescenta.
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