O candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, rebateu as críticas de adversários e afirmou que não se arrepende do convite público que fez ao juiz federal Sérgio Moro para assumir o Ministério da Justiça em um eventual governo seu. Um suplente de Dias no Senado, o empresário Joel Mucelli, teve empresas de seu grupo implicadas na Operação Lava Jato, cujos processos são julgados por Moro.
"Em hipótese nenhuma me arrependo. Este convite não se trata de oportunismo. Eu sempre apoiei a operação Lava Jato, assim como o trabalho do Moro e do Ministério Público Federal, apresentando projetos que são conciliadores com o que eles pregam", afirmou o candidato em entrevista à Record TV.
Questionado sobre a amizade com Joel Malucelli, seu suplente no Senado e dono de grupo que foi alvo da Lava Jato, o candidato disse que ele é um "empresário de respeito, de muita respeitabilidade". O senador paranaense disse ainda que as investigações sobre o caso prossigam.
Reforma trabalhista
Ainda na noite desta sexta-feira (24), Dias disse que apoia modernizaçções nas leis trabalhistas, mas que é contrário à reforma sobre o tema que foi aprovada no Congresso. Para Dias, há pontos na legislação que ainda precisariam ser corrigidos, entre eles a previsão de trabalho de gestantes em locais insalubres. Ele votou contra a reforma no Senado. Ainda sobre a economia, o candidato defendeu a simplificação tributária.
"Sou contra os erros da reforma trabalhista, mas não contra a reforma em si", afirmou, em entrevista à Record TV. "Nós temos de corrigir alguns defeitos dela, como as condições de trabalho para a mãe gestante, deixar mais claras as regras de terceirização e trabalho intermitente. Mas a modernização era necessária."
Dias afirmou ainda que, se eleito, vai trabalhar para que a economia cresça 5% ao ano e gere 10 milhões de emprego nos próximos anos. O senador reafirmou ainda a necessidade de ampliar a taxa de investimento na economia para 22% do Produto Interno Bruto (PIB).
Sobre segurança pública, Alvaro Dias sugeriu a criação de uma frente latino-americana vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA) para o combate ao tráfico de drogas.
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