GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A Renúncia e os Palhaços – A Palhaçada do Ano

A população de Caraguatatuba ficou surpresa quando na última sexta-feira – 4 de abril, soube que o Chefe do Executivo, o Prefeito Antonio Carlos da Silva, em mais uma de suas incontinências verbais, anunciou em alto e bom som, sua renúncia ao cargo. 
O fato tem uma particularidade e uma inovação: o anúncio foi feito no dia do seu aniversário e com prazo para definição de 90 dias. Neste ponto não posso deixar de concordar que qualquer aniversário ganha um destaque diferente com um fato como esse e parece que ninguém, ninguém mesmo, nem os puxa-sacos de plantão, lembraram-se, antes, do aniversário do alcaide.
Já a inovação chama atenção e é única em todo território nacional: é o lançamento da “RENÚNCIA PRÉ-DATADA”. Já imaginou se a moda pega???!!!!.
O alvoroço foi total no município. Alegria por parte de setores que se dizem de oposição e indignação por parte dos correligionários e situacionistas, que não esperavam tal declaração.
Eu também nunca imaginei coisa semelhante. Aliás, cheguei a falar na Rádio Integração, Programa do Oscar de Oliveira, que era mais uma jogada de marketing do prefeito.
É bom frisar que renúncia não se anuncia. Renúncia declara-se. É unilateral e se cumpre, tudo automático, ao mesmo momento e no mesmo dia.
Mas o rebuliço não parou por aí. Na Câmara Municipal os ânimos ficaram acesos e pelo menos 2 legisladores tiveram aumento de adrenalina: O Presidente Neto Bota e seu vice, Lelau. O primeiro que iria assumir a Prefeitura, tanto por 90 dias como pelas chances de manter-se no cargo até dezembro de 2016 e o segundo, a Presidência do Legislativo. Sem falar que outros dois vereadores já estavam compondo “dobradinhas” para disputar eleições em noventa dias. 
Pessoalmente, acho que a cidade na mão de qualquer destes parlamentares poderia estar em melhor situação que na mão do atual Prefeito, cuja maior preocupação, estão em seus negócios, estes quase sempre num limite perigoso de se confundirem com a coisa pública. 
O certo é que, houve apenas uma forte divulgação da renúncia pré-datada, anunciada, mas, não cumprida. Como eu previra.
Da entrevista do prefeito, deu para se entender que suas razões estão atreladas á sua condenação, pela Justiça, em mais um processo que versa sobre improbidade administrativa, lidando com fortes questões de superfaturamento de preços da merenda escolar.
Ficou claro, em sua fala, a insatisfação contra a decisão da Justiça, revelando até certa apreensão sua com a possibilidade de ter sua prisão domiciliar também decretada, como aconteceu com o prefeito de Pindamonhangaba.
Analisando a declaração dele na sexta-feira, nota-se que os processos na Justiça foram os grandes incentivadores da decisão. Percebe-se pela frase: “No futuro só vai ter bandido na política. Os juízes se apegam a formalização e não analisam se o ato foi de boa fé”.
Não vou entrar no mérito da declaração, mas não posso deixar de observar que além de muito séria é hilária.
A questão do superfaturamento de preço em que está envolvido o alcaide, foi flagrada pelo Tribunal de Contas do Estado, analisada pela Promotoria Pública de Caraguatatuba que impetrou ação civil pública precedida de inquérito civil e julgada pela 5ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo, com sua condenação e perda de direitos políticos. 
Todos reconhecendo firmemente graves irregularidades e o superfaturamento de preços da merenda escolar: o prefeito contratou a merenda a preços três vezes maiores que os praticados no mercado.
Preço três vezes mais caro de boa-fé? É ou não é hilário? 
Mas, o que não se tem qualquer entendimento é que na mesma velocidade da renúncia anunciada, destrata-se no dia seguinte. Sim, no dia seguinte, aproximadamente 24 horas depois, a renúncia tornou-se coisa do passado. Comenta-se que houve uma reunião com emissários de Deputado Estadual, de Senador e do próprio Governador, além da propalada e divulgada reunião com a maioria dos Vereadores, que apresentando um documento pediram a sua continuidade no cargo. O pedido “foi aceito” pelo Chefe do Executivo que voltou atrás com a sua decisão. 
A renúncia, como eu antecipei, não passou de uma incontinência verbal, provocada por algum desconforto de alguma espécie de ressaca ou um chororô de quem mais parecia estar carente de um ombro que o confortasse num momento difícil.
Longe de qualquer crise política que pudesse vir a ocorrer, a decisão de voltar atrás, mostra uma inconsistência na manutenção do cargo, uma indecisão proibida para um Agente Político, uma declaração absurda para um Chefe do Executivo e uma atitude incompreensível sem uma razão plausível, sem contar o clima humorístico de anunciar o fim de um trabalho num dia e desistir do fato no outro dia.
Mais uma grande falta de decoro, como dezenas de outras suas já registradas na era da turma da Nossa Caraguá. 
Os cidadãos de Caraguatatuba esperam que esta seja a última piada política deste mandato. A cidade precisa de trabalho e de solução de vários problemas, especialmente os graves problemas de saúde pública, transporte, educação. Os Agentes Políticos não ganham para fazer de nossa cidade um picadeiro e de nós palhaços. Mas, sem dúvida, hoje Caraguatatuba é picadeiro e nós os palhaços.


Fonte: Dr. Alvaro Alencar

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