Diante do agravamento da crise com o PMDB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira, 5, em Brasília e se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, na tentativa de soldar a aliança para a campanha da reeleição. Lula e a cúpula do PT avaliam que Dilma deve ser mais "política" e não entrar em novo confronto com a ala do PMDB representada pelo líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Assim, conseguiria evitar mais problemas no Congresso e na campanha.
Embora o encontro de Dilma e Lula já estivesse marcado antes de Cunha pregar o rompimento da parceria com o PT, a ofensiva do deputado causou preocupação no governo. Não foi só: o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que a situação está ficando "insustentável" e cobrou uma solução para a empacada reforma ministerial.
"Lula saberá avaliar se o PMDB quer mesmo sair de verdade da coalizão ou se quer sair para poder entrar mais", disse ao Estado um ministro do PT, sob condição de anonimato. No Palácio do Planalto, Cunha é visto como "imprevisível" e capaz não apenas de fazer bravatas como de pôr a reedição da dobradinha com o PMDB em risco.
Além de Lula, toda a coordenação da campanha petista se reuniu hoje com a presidente, no Palácio da Alvorada. Atacado por Cunha em sua página do Twitter, o presidente do PT, Rui Falcão, foi um dos primeiros a chegar. O marqueteiro João Santana, o jornalista Franklin Martins, que coordenará a comunicação do comitê, o tesoureiro Edinho Silva, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, também participaram do encontro.
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