O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que planeja se candidatar à Presidência da República, participa na próxima semana do Programa do Ratinho, no SBT, como entrevistado do quadro "Dois dedos de Prosa". Pelo mesmo programa, já passaram Marina Silva, que tenta criar o partido Rede Sustentabilidade, e Aécio Neves, do PSDB, prováveis candidatos ao Planalto nas eleições de 2014.
A ida ao programa, que atinge as classes C e D, em nada muda a estratégia de Campos: ele não vai antecipar sua candidatura e continuará dizendo que "2014 só em 2014". De acordo com correligionários, ele só assumirá que é candidato à presidência por volta de março do próximo ano. Aliado do governo Dilma, o PSB também só deverá entregar os cargos que ocupa no próximo ano.
O secretário nacional do partido, Carlos Siqueira, assegura que a ida a Ratinho não significa que Campos terá uma agenda de programas populares de televisão a cumprir. "Eduardo vai ao programa diante da insistência de Ratinho, que o convidou várias vezes e já cobrou no ar a sua presença", afirmou.
O governador continuará aberto, no entanto, a outros convites. "Em alguns momentos, ele estará mais disponível e, em outros, menos disponível", observou um assessor próximo. A avaliação é feita de acordo com os acontecimentos. Quando os movimentos populares ganharam as ruas em protestos contra governos e instituições, por exemplo, ele saiu de cena por algumas semanas.
Uma ida ao programa de Ratinho poderá ajudar o pernambucano, ainda pouco conhecido nacionalmente, a alcançar novos públicos.
Sem disfarce. Eduardo Campos tem pregado que o momento não é de "eleitoralizar" e, nas entrevistas que concede, chega a deixar dúvidas se realmente irá se lançar candidato. Em alguns momentos, no entanto, ele não consegue disfarçar que o projeto presidencial segue de pé.
Ao ser indagado, na terça-feira, 20, pela imprensa, sobre o relatório do banco de investimentos JP Morgan, que em artigo apontou que ele poderá ser o maior adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições do próximo ano, seus olhos brilharam. "Tentei ver ontem (segunda-feira, 19) à noite, mas não consegui", disse ele, indagando aos repórteres onde a matéria havia sido publicada. A informação foi do Valor Econômico.
A direção nacional do partido não deixa dúvidas quanto à candidatura. Segundo Carlos Siqueira, as prioridades do PSB são a candidatura de Campos, o fortalecimento do partido na Câmara Federal (a meta é eleger de 50 deputados federais) e o lançamento de candidaturas aos governos estaduais em 12 Estados.
Quanto maior o número de candidatos proporcionais e aos governos estaduais, mais o PSB poderá dar condições e suporte à candidatura do pernambucano. Esta é a reflexão do partido. O líder do partido na Câmara, Beto Albuquerque, chegou a afirmar que, se necessário, ele disputará o governo do Rio Grande do Sul para dar palanque a Campos.
Na segunda-feira, o governador se reuniu, no Recife, com representantes dos diretórios regionais de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro que, juntos, representam cerca de 60% do eleitorado brasileiro.
Depois do encontro, a conclusão foi de que a legenda enfrenta dificuldades na Bahia e no Rio, onde deverão se concentrar mais esforços. Cinco de outubro é o prazo limite para filiações. Uma comissão foi encarregada de coordenar os trabalhos de conversas, convencimentos e busca de filiações. O presidente do PSB-MG, Julio Delgado, informou que pretende formar diretórios em todos os 853 municípios mineiros neste período. Atualmente, a legenda está presente em 605 deles.
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