Após o PSC em manter o deputado PastorMarco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) daCâmara, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) disse que a decisão vai levar os movimentos sociais a radicalizarem sua postura contra o deputado. Além disso, ele pediu uma postura mais enérgica do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Na semana passada, o peemedebista disse que a situação de Feliciano era insustentável. Hoje, afirmou ser necessáriorespeitar a postura do partido.
“O PSC usou um discurso enviesado em que ele confunde a crítica pessoal ao deputado Marco Feliciano a uma crítica ao PSC. E não é isso. Em nenhum momento o partido foi acusado de machista e homofóbico. Quem foi acusado é o deputado Feliciano e as provas estão aí. As declarações são públicas e os vídeos estão na internet. Eu acho que a decisão do PSC de radicalizar vai levar os movimentos sociais no país inteiro a radicalizarem também. Então é um impasse que não é bom para o país”, disse.
As sessões para escolher Feliciano como presidente da CDH e as presididas pelo deputado do PSC foram envolvidas em confusão. Deputados bateram boca. Manifestantes interromperam a última reunião do colegiado, que não conseguiu completar uma audiência pública conjunta com a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) sobre pessoas com deficiência. Ontem, cerca de 40 pessoas fizeram uma vigília em frente ao Congresso. Nas redes sociais, protestos não faltam contra o pastor, considerado racista e homofóbico por entidades de direitos humanos.
Para o deputado, a solução é fortalecer a frente parlamentar criada na semana passada como alternativa à CDH e continuar discutindo possibilidades com o presidente da Câmara. “O presidente da Câmara tem que sair de cima do muro. Ele tem permanecido em cima do muro até agora. Ele tem que ter um lado. Ou defende publicamente a permanência de Feliciano na comissão ou diz que vai entrar de maneira mais eficaz nessa disputa e diz que a melhor saída é que o PSC indique outra pessoa”, afirmou.
O parlamentar, único gay assumido na Câmara, afirmou ainda que as desculpas que Feliciano pediu na CDH não são sinceras. “As desculpas dele não são sinceras porque ele acredita naquilo. Eu soube que ele fez recentemente uma reunião com o embaixador do Irã e ele não fez nenhuma menção, por exemplo, aos assassinatos de homossexuais no Irá. Então ele acredita no que falou. Não basta pedir desculpas. A palavra pronunciada não é retirada”, afirmou.
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