Ele morreu com mais de 20 tiros por volta das 22h45 de domingo, na
esquina das ruas Uranos e Antonio Rêgo, em Olaria, Zona Norte. Ele tinha
sido expulso da escola de samba há seis meses, após briga com o
presidente.
Familiares durante o sepultamento de Marcone | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Marcone estava sozinho no carro dele, o Honda Fit cinza, placa
LUA-0015. No local do crime, foram encontradas cápsulas de calibre 9 mm e
380. Homens num veículo não identificado emparelharam com o Honda e fizeram os disparos.
A polícia está em busca de imagens de câmeras de segurança próximo ao
local do crime que possam ter flagrado a ação dos bandidos e vai pedir
quebra de sigilo telefônico da vítima. “Tomaremos todas as medidas
necessárias para elucidar esse caso”, disse o titular da DH, Rivaldo
Barbosa, que vai investigar também se o crime tem a ver ainda com
suposta relação que a vítima teria com uma filha de Luizinho Drummond,
embora Marcone vivesse com outra mulher.
De acordo com o delegado Alan Duarte, também da DH, a perícia constatou
que os disparos foram feitos próximos ao vidro do carona do carro da
vítima.
Denúncias de agressão
Acusado no fim do ano passado por Marcone de agressão, o presidente da
Imperatriz Leopoldinense, Luizinho Drummond, afirmou que o mestre de
bateria provocou quebra-quebra na quadra da escola de Ramos no dia 27 de
novembro. O ritmista teria destruído a sala da presidência.
Mestre Marcone (esq.) comandou a bateria da Imperatriz por cinco carnavais | Foto: Divulgação
Na ocasião, Mestre Marcone registrou queixa na 21ª DP (Bonsucesso). O
ritmista afirmou que foi agredido com três tapas no rosto por Luizinho,
por supostamente se recusar a dar entrevista a um repórter na quadra.
Luizinho negou.
No dia seguinte, Luizinho esteve na mesma delegacia para acusar o ex-diretor
de bateria também de agressão e por danos materiais. Os dois passaram
por exame de corpo de delito no IML. Na noite do dia 16 de dezembro, um
homem foi assassinado a poucos metros da quadra da Imperatriz
Leopoldinense e outros três foram baleados.
O crime aconteceu perto do local onde Marcone morava, na Rua Professor
Lacê, em Ramos. Dois homens com pistolas em um carro preto atiraram
contra o grupo, que estava em um trailer.
Pai está com ‘coração despedaçado’
Marcone foi morto quando saía da casa dos pais, onde foi comemorar o
Dia das Mães. “Não podemos acusar ninguém, mas no samba se faz amigos e
inimigos. Saber que meu filho morreu com mais de 20 tiros me deixou com o
coração despedaçado”, contou, emocionado, o pai de Marcone, Ivo
Sacramento, 52.
Na chuva e diante de pelo menos 300 pessoas, o corpo de Marcone foi
enterrado ontem no Cemitério do Caju. Sobre o caixão, uma coroa de
flores da ala das baianas da Imperatriz Leopoldinense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário