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A 290 km da capital Fortaleza, Jericoacoara é lugar de descanso sem grandes luxos, com praias extensas, dunas de areia branca e lagoas cristalinas. A praia que dá nome à cidadezinha muda de visual conforme o balanço das marés: na cheia dá para arriscar um banho raso, na vazante, a água recua muito, atolando na areia os barquinhos de pesca lá ancorados.
Lugar de mergulho é a Praia Malhada, a alguns metros à direita da vila de Jeri (como os locais chamam a cidade). Um buggy em Jericoacoara leva às águas esverdeadas da Lagoa Azul, um dos melhores passeios. Perto dali, está também a Lagoa do Paraíso, menos deserta, mas com melhor infra-estrutura. Dentro delas, há redes e grandes troncos de madeira para deitar e relaxar na água – o melhor a fazer em Jeri.
Os ventos dessa parte da costa cearense atraem visitantes do mundo inteiro para praticar kite e wind-surf. O kite-surf é especialmente praticado na Praia do Preá, a 12 km de Jeri, onde o mar e a brisa são ideais para o esporte. Com tantas dunas na região, pranchas também têm vez nas areias: sandboard é diversão certa (e barata) para iniciantes e experientes na versão tropical do snowboard.
Lá pelas cinco da tarde, turistas se reúnem na Duna do Pôr-do-sol, cadeira cativa para assistir ao entardecer. Do meio de junho até meados de agosto, outro ponto estratégico na hora do crepúsculo é a Pedra Furada. Nessa época, o sol desce alinhado ao orifício na rocha que batizou o lugar – cartão postal clássico de Jeri. Também no fim do dia rodas de capoeira tomam as areias da praia e visitantes-capoeiristas são convidados a jogar.
À noite acontecem forrós na cidade, que ficam mais cheios durante a temporada. Se a idéia é ficar na trinca “bebericar-petiscar-relaxar”, há bares charmosos com música ambiente (reggae e MPB), como o Mama África. Antes de voltar para casa, a Padaria Santo Antônio libera, pontualmente às 2h, a primeira fornada de pãezinhos recheados de queijo ou banana. Baladeiros da região fazem plantão na porta da padaria atrás dos quitutes, unanimidade da noite de Jeri.
A história de Jericoacoara começa oficialmente em meados do século 17, quando lá foi erigido o Forte de Nossa Senhora do Rosário, pouco depois tomado por invasores franceses. Passados mais de trezentos anos, foram os hippies que invadiram Jeri, e então a cidade foi parar definitivamente na rota do turismo brasileiro. De lá para cá, até o New York Times e o Washington Post já ranquiaram a praia cearense como uma das dez mais do planeta.
Incômodo para alguns, garantia de preservação para outros, verdade é que o acesso à Jericoacoara ainda exige muita paciência. De Fortaleza, uma estrada asfaltada (e mal sinalizada) leva à Jijoca, mas dali em diante apenas carros 4X4, buggys e jardineiras conseguem encarar o caminho arenoso de quase 22 km. Dica: evite os meses de março a maio, época de chuva na região. A estrada fica ainda mais penosa e Jeri com chuva não compensa.
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