Aluna de Direito morta por professor com quem teve relacionamento, foi enterrada na tarde deste domingo
O corpo da estudante de Direito Suênia Sousa Farias, 24 anos, foi enterrado no cemitério de Taguatinga sob pedidos da família por justiça. "Não podem deixar ele solto para matar outras filhas", disse o pai dela, Sinval Monteiro de Farias, 62 anos.Suênia Souza Faria, 24 anos, morta pelo professor
Suênia foi morta pelo professor Rendrik Vieira Rodrigues, de 35 anos, segundo ele mesmo confessou à polícia. Ele estava transtornado com o fim do relacionamento que teve com a aluna que tinha 24 anos e a matou na sexta-feira com dois tiros na cabeça e um no tórax.
Abalado, o agricultor afirmou que o professor do Centro Universitário de Brasília (Uniceub) e da Faculdade Projeção “destruiu tudo o que ele construiu”. Sinval repetia insistentemente que nenhuma mulher poderia ter esse tipo de tratamento e pedia por justiça. “A mulher é a pedra mais preciosa que existe”, dizia.
Uma das irmãs de Suênia, Cilene Sousa Farias, 34 anos, que manteve a calma durante boa parte do velório – que acontecia desde o fim da tarde de sábado – ficou muito abalada pouco antes do sepultamento. Nervosa, ela prometia lutar para que Rendrik fosse punido em prantos. “Fiquei sem a minha irmã, aquele maldito acabou com tudo. Se existe Justiça nesse País, nós vamos lutar. Vai com Deus”, gritou.
No enterro, além da família e amigos, estava o companheiro com quem Suênia havia reatado. Ele mantinha o semblante calmo, mas amigos do casal contaram que ele estava muito abalado com tudo. Os dois mantiveram um relacionamento por mais de três anos.
Ameaças constantes
Pouco antes do sepultamento, Cilene contou que a irmã passou a semana toda preocupada, com medo do professor. Ela diz que Rendrik aceitava o fim do relacionamento e a ameaçava de morte desde o rompimento. Os dois haviam tido um caso no período em que a jovem estava separada do marido, com quem reatou há cerca de dois meses.
O caso dos dois durou pouco. Ele era muito ciumento, possessivo, segundo depoimento da irmã. “Conheci ele em uma situação nada agradável. Ele invadiu minha casa atrás dela. Suênia nunca quis dar queixa porque achava que a raiva dele poderia aumentar e não queria se expor”, afirmou.
De acordo com a irmã da estudante de Direito, uma colega de sala teria visto Suênia receber uma mensagem de Rendrik a ameaçando de morte. “Ele disse que se ela o denunciasse, ele a mataria”, afirmou. Colegas de cursos e de trabalho – Suênia também trabalhou na Faculdade Projeção – demonstravam surpresa diante da tragédia. Eles garantiram que o professor sempre foi uma pessoa calma e centrada.
Cilene garante que a família vai procurar advogados para exigir punições ao professor. “Vamos procurar a Ordem dos Advogados do Brasil amanhã, porque eles têm especialistas no assunto. Estamos pensando em fazer uma manifestação também. Eu espero que esse monstro apodreça na cadeia. Ele não pode ficar solto”, disse.
O crime
Rendrik abordou Suênia por volta das 14h30, quando ela saía da faculdade, de acordo com a polícia. Ela estava no carro que pertencia a seu marido, um Sandero prata, acompanhada de uma amiga, a quem daria uma carona. Rendrick teria pedido que a amiga deixasse os dois a sós e saído com a moça em direção à Taguatinga.
Não se sabe em que momento Rendrick assumiu o volante do veículo. Segundo relato do marido, logo depois ele recebeu uma ligação da mulher dizendo que ia pegar suas coisas em casa e que iria viver com o professor. O marido estranhou o tom de voz da esposa, nervosa e confusa, e foi à delegacia da cidade satélite de Taguatinga prestar queixa.
Em dado momento do percurso, na estrada Estrutural, sem se entenderem, Rendrick atira três vezes contra Suênia. Depois de atirar contra a estudante, ele rodou por horas com o corpo dentro do carro até que, às 17h30 se entregou à 27ª Delegacia de Polícia no Recanto das Emas, cidade-satélite distante 26 quilômetros de Brasília, conforme relata o boletim de ocorrência.
Rendrik usou uma pistola .380 para matar a vítima. Ainda de acordo com seu relato, ele jogou a arma fora.
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