GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden, de multimilionário a terrorista mais procurado no mundo

Redação Central, 2 maio (EFE).- Osama bin Laden, líder da Al Qaeda e cuja morte foi anunciada neste domingo (horário de Washington, madrugada de segunda-feira em Brasília) pelo presidente americano Barack Obama, nasceu no dia 10 de março de 1957 em Jidá (Arábia Saudita), no seio de uma família multimilionária.

Ele é o 17º dos 52 filhos de Muammar Bin Laden, camponês saudita de origem iemenita que se tornou magnata da construção.

Estudou Religião e Ciências Econômicas e se graduou na Universidade Rei Abdul Aziz.

Em 1979, após a invasão soviética do Afeganistão, lutou com os "mujahedin" contra o Exército da União Soviética e organizou o recrutamento de milhares de voluntários no mundo muçulmano.

Em 1988, criou a organização Al Qaeda (A Base). Seu objetivo é "a guerra santa contra os judeus e os cruzados".

Após a retirada soviética do Afeganistão em 1989, retornou a seu país, onde fez duras críticas contra a monarquia pelo apoio prestado aos Estados Unidos durante a Guerra do Golfo em 1991, o que lhe valeu a ruptura com o rei Fahd e com sua própria família. Em 1991 se exilou no Sudão, onde dirigiu uma empresa construtora.

Em 1994, o Governo saudita lhe retirou a nacionalidade e em 1996, o Sudão, pressionado pela ONU, pediu que ele deixasse o país.

Voltou ao Afeganistão, onde a milícia talibã que tinha conquistado Cabul com apoio americano o acolheu. Instalou-se nos montes afegãos com um grupo de seguidores leais, os Mujahedin Khalq (Combatentes do Povo).

Dali, comandou as operações da Al Qaeda em 33 países do Oriente Médio, Ásia, Europa e América, e financiou campos de treinamento no Afeganistão, Sudão e Paquistão.

Os EUA consideram que financiou ou inspirou um primeiro atentado - em fevereiro de 1993 - contra as Torres Gêmeas de Nova York (6 mortos); a queda de três helicópteros americanos na Somália em outubro de 1993 (18 mortos); o ataque de novembro de 1995 contra o prédio da Guarda Nacional saudita em Riad (7 mortos); e outro, em junho de 1996, que matou 19 soldados norte-americanos na Arábia Saudita. Após este atentado, Bin Laden assinalou que era o princípio de uma guerra entre muçulmanos e EUA.

Em agosto de 1998, dois atentados da Al Qaeda contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia causaram 224 mortos (12 deles americanos) e 4.000 feridos. Os EUA bombardearam várias bases afegãs e uma fábrica no Sudão.

Em novembro de 1998, os EUA ofereceram US$ 5 milhões por sua captura, que elevou posteriormente para US$ 25 milhões e, em 2007, dobrou para US$ 50 milhões.

Em junho de 1999, foi incluído na lista dos dez mais procurados pelo FBI e, no novembro seguinte, entraram em vigor as sanções da ONU ao Afeganistão por ampará-lo.

Acredita-se que sua fortuna superaria os US$ 250 milhões (uma pequena parte do patrimônio familiar, de US$ 5 bilhões) e que chegou a controlar mais de 60 empresas no mundo.

Em 11 de setembro de 2001, 19 terroristas da Al Qaeda perpetraram nos EUA o maior ataque terrorista da História, com cerca de três mil mortos. Cinco dias depois, Bin Laden negou seu envolvimento em comunicado da agência "Afghan Islamic Press".

Em outubro de 2001, a televisão "Al Jazeera" mostrou imagens de Bin Laden junto com seu segundo em comando, o egípcio Ayman al-Zawahiri.

Dias depois, "Al Jazeera" divulgou uma mensagem em que Bin Laden louvava o 11-9, embora sem reivindicar sua autoria.

Em outubro de 2001 foi entrevistado no Afeganistão pelo jornalista sírio-espanhol Taysir Alony, que trabalhava para a "Al Jazeera", embora a filmagem nunca tenha sido veiculada.

Após cair, no dia 9 de novembro, a localidade de Mazar-e-Sharif, fugiu com cerca de 200 seguidores e se refugiou nas montanhas entre Afeganistão e Paquistão. Desde então se desconhecia seu paradeiro.

Em dezembro de 2001, os EUA divulgaram um novo vídeo em que ele se congratulava pelos ataques de 11-9.

No primeiro aniversário do ataque, nomeou em mensagem sonora os 19 terroristas que cometeram os atentados e louvou sua ação, em uma aparente reivindicação dos atos.

Em outubro de 2003, em uma nova gravação, ameaçou atacar os países que participassem da ocupação do Iraque.

Em abril de 2004, reivindicou implicitamente os atentados do 11-9 e do 11-3 em Madri: "É sua própria mercadoria, que lhes foi devolvida".

No outubro seguinte, irrompeu na campanha eleitoral dos EUA com um vídeo (o último com imagens suas), no qual lê uma carta ao povo americano. Pela primeira vez explica as causas e as consequências do 11-9: "Foi idealizado em 1982, quando os EUA permitiram a Israel invadir o Líbano". Também advertiu os americanos que eram conduzidos "de forma errada" pelo presidente Bush.

Dois meses depois, afirmou em uma gravação que o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi era o líder da Al Qaeda no Iraque, e pediu aos iraquianos para boicotar as eleições de janeiro de 2005.

Em janeiro de 2006, ofereceu, em mensagem "ao povo americano", uma trégua a longo prazo, enquanto ameaçava com mais ataques em território americano.

Sobre o conflito de Darfur (Sudão), pediu em abril seguinte, que os "mujahedin" se preparassem para uma "longa guerra contra os cruzados" e acusou os EUA de pretender "roubar o petróleo sudanês".

Em maio de 2006, assegurou em uma gravação divulgada na internet, que o francês Zacarias Moussaui não tinha nada a ver com o 11-9. Disse que ele mesmo tinha encarregado "aos 19 irmãos" os atentados terroristas em Nova York e Washington, e que "Moussaui não foi um deles".

Em outra declaração em áudio, de junho de 2006, lamenta a morte de Zarqawi, ao qual chamou de "leão da jihad".

Em setembro de 2007, no sexto aniversário do 11-9, Bin Laden emitiu um vídeo de 30 minutos em que aparece com seu habitual "chilaba" e turbante mas, ao contrário dos anteriores, tem a barba completamente negra. São as últimas imagens filmadas do líder da Al Qaeda.

Desde então, emitiu uma dúzia de mensagens, a maioria sonoras e alguns vídeos sobre fotos fixas, na internet ou em "Al Jazeera". Em alguns, se refere a eventos políticos recentes.

Em novembro de 2007, pediu aos europeus para concluir sua participação no Afeganistão e reafirmou sua responsabilidade nos atentados do 11-9.

No quinto aniversário da invasão do Iraque, em março de 2008, ameaçou a Europa por sua atitude perante as "caricaturas insultantes" de Maomé e atacou o papa Bento XVI.

A situação na Faixa de Gaza foi o tema principal de suas mensagens em 2008, no 60º aniversário da criação de Israel, e em 2009, quando qualificou de "Holocausto" o ataque israelense contra Gaza de dezembro anterior.

No dia 3 de junho de 2009, acusou o presidente Barack Obama de semear "novas sementes de ódio e de vingança, seguindo o caminho de seu antecessor".

Em sua última mensagem, em 21 de janeiro deste ano, o líder da Al Qaeda ameaçou, em uma gravação de áudio emitida pela "Al Jazeera", matar os reféns franceses que fossem sequestrados por seu grupo, se os soldados deste país não se retirassem do Afeganistão.

"Nossa mensagem a vocês ontem e hoje é a mesma, é que a libertação de seus reféns das mãos de nossos irmãos está condicionada à saída de seus soldados de nosso país", advertiu o líder terrorista na gravação emitida pela cadeia e cuja autenticidade não pôde ser verificada.

Acredita-se que Osama bin Laden tinha quatro esposas e 19 filhos.

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