GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Iluminação em LED traz economia de R$ 46 mil mensais em Caraguá Praias, praças e ruas iluminadas oferecem mais segurança e tranquilidade

Como complemento do pacote de obras que a cidade recebeu nos últimos anos, a substituição das lâmpadas tradicionais por luminárias de tecnologia LED na orla da praia e em diversos bairros de Caraguatatuba traz ganhos aos cofres públicos e torna os principais acessos mais iluminados e, com isso, mais seguros e utilizáveis por todos. 
A medida vem trazendo benefícios para toda a população em bairros e centro da cidade. Praias, praças, ruas e locais próximos a escolas iluminados oferecem mais segurança e tranquilidade para que moradores e turistas possam curtir estes espaços destinados ao lazer, ao esporte e à vida social. 
Usando tecnologia de última geração, os projetos têm melhorado, significativamente, o nível de iluminação nas ruas e avenidas da cidade e, ao mesmo tempo, proporcionando a redução do consumo de energia elétrica na ordem de 61%. O que resulta em economia mensal de R$ 46 mil até o momento. 

Entre as obras realizadas, merecem destaque a orla do Massaguaçu, a Av. José da Costa Pinheiro Junior, no Perequê-Mirim, e a Rodovia Caraguá São Sebastião, com a conclusão dos primeiros 3 km a partir da divisa do Município.
                                   
Das 4.132 novas luminárias com  tecnologia LED, 756 foram instaladas em locais onde não havia iluminação, contribuindo para a expansão dos pontos de luz na cidade.  Paralelamente, a Caraguá Luz implantou 606 novos pontos de luz com tecnologia convencional, totalizando 1.362 novos pontos de luz pela cidade. 

A Caraguá Luz é uma das primeiras empresas no Brasil constituídas em regime de PPP – Parceria Público-Privada e vem trazendo importantes avanços para o município. A empresa atua no município desde 21 de julho de 2015 e é responsável por modernizar e gerir o parque de iluminação pública da cidade, com projetos de expansão da iluminação nos bairros, operação e manutenção do sistema pelos próximos 13 anos. 

Para melhorar o atendimento e agilizar a solução de problemas, a empresa implantou o serviço de call center pelo 0800 774 1777 e realizou intensivos trabalhos de manutenção corretiva e preventiva, totalizando, até o momento, 14.354 intervenções de manutenção, com a troca de 7 mil lâmpadas e 3 mil reatores, substituição de cabos e conexões elétricas, reforma de redes subterrâneas e outros serviços. 

Conforme explica o diretor da Caraguá Luz, Pedro Vicente Lacovino, o centro de operação de iluminação pública, inicialmente previsto para 2019, teve sua implantação antecipada para 2016. “O Centro possibilita o monitoramento de toda a iluminação da cidade, podendo regular inclusive a intensidade das lâmpadas em diferentes horários. Para ter uma ideia da intensidade da manutenção, no mesmo período, foram registradas 8.800 reclamações, das quais apenas 49% (4.312) exigiram serviços de campo”, informou.

Luminárias instaladas:

De acordo com a programação, houve substituição de luminárias nos bairros Massaguaçu, 889 iluminárias; Centro, 397; Perequê-Mirim, 376; Sumaré, com 287; Indaiá, 281; Travessão, com 253; Estrela D’Alva, com 221; Gaivotas, 205; Casa Branca, 152; Olaria, 151; Jd. Primavera, 116; Martin de Sá, com 122; Porto Novo, 86; Jd. Britânia, 70; Aruan, 62; Morro do Algodão, 58; Caputera, 48; Tinga, 47; Jd. Britânia, 45; Golfinho, 36; Poiares, 36; Pontal Santamarina, 34; Prainha, 42; Barranco Alto, 38; Jetuba, 21; Querosene, 17; Tabatinga, 15; Cidade Jardim, 11; Jd. Jaqueira, 7; Capricórnio; totalizando 4.132 luminárias.

   

Secretaria de Comunicação Social

Morro do Algodão recebe última “Recreação nos Bairros de Caraguá” do ano no domingo (11) O projeto passou pelos bairros Pegorelli, Tabatinga, Massaguaçu, Jaraguazinho, Jetuba e Sumaré

A Secretaria de Esportes promove o projeto “Recreação nos Bairros de Caraguá” no próximo domingo (11), das 8h às 13h, no Núcleo de Atendimento Social do Morro do Algodão.  Em 2016, o projeto passou pelos bairros Pegorelli, Tabatinga, Massaguaçu, Jaraguazinho, Jetuba e Sumaré. A iniciativa oferece uma série de atividades lúdicas para as crianças da comunidade, gratuitamente.
A programação inclui pintura de rosto, confecção de pipas, futebol de sabão, tênis de mesa, futebol de mesa (botão), pião, damas e dominó. Os pais poderão interagir com os filhos e relembrar as brincadeiras da infância.  
O Núcleo de Atendimento Social do Morro do Algodão fica na Rua São Miguel, 1382 – Morro do Algodão. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (12) 3885-2200. 

Banda Marcial de Caraguá conquista troféus no Concurso de Itaquera Banda conquista 3º lugar no quesito Corpo Musical, 2º lugar no quesito Mor e também Baliza

A Banda Marcial Municipal de Caraguatatuba da EMEF Prof. Euclydes Ferreira (BAMMAC) retornou do Concurso de Bandas e Fanfarras de Itaquera com quatro troféus: 3º lugar no quesito Corpo Musical, 2º lugar no quesito Mor e também Baliza e um troféu de participação. A disputa ocorreu em São Paulo, na Avenida do Contorno, ao lado da estação do metrô de Itaquera, no dia 4 de dezembro. 

Em outubro, a Banda conquistou seis troféus no 27º Concurso de Fanfarras e Bandas de Caieiras, sob a regência de Daniel Maciel e coreografia da professora Rosana Silva.

A secretária de Educação, Marta de Oliveira Braz, parabenizou o grupo, que esteve na secretaria, pelo excelente desempenho em 2016. “Foi nossa primeira participação numa competição realizada em quadra fechada. Normalmente são apresentações ao ar livre”, disse Daniel.

De acordo com Maciel, a BAMMAC tem surpreendido a cada concurso. “As bandas e fanfarras de outros municípios já nos reconhecem, respeitam e aplaudem as exibições da equipe de Caraguatatuba”, disse.

Iniciado em abril de 2012, hoje o projeto conta com 106 alunos, desses 76 já integrados na corporação e 30 em fase de aprendizado em oficinas de teoria e prática. 

“Fechamos nosso trabalho este ano, com chave de ouro. Só temos a agradecer pelo apoio dado pelo prefeito Antonio Carlos e pela equipe da secretaria de Educação”, declarou. 

Secretaria de Comunicação Social 

Monólogo sobre Ghandi reúne professores no encerramento do ano letivo

“Só o amor cura, nutre, une, entusiasma, faz nascer, alivia, materializa, motiva e possibilita a vida!”, dizia o líder político e espiritual indiano, Mahatma Ghandi (1869-1948)

O monólogo “Ghandi – Um líder servidor”, com texto de Miguel Filiage e interpretação do ator João Signorelli, marcou o encerramento do ano letivo com a presença dos professores da rede municipal e equipes do Apoio Pedagógico e Supervisão, nos dias 6 e 7, no Teatro Mario Covas.

O espetáculo de 50 minutos contou partes importantes da vida desse idealizador e fundador do moderno Estado Indiano e defensor do Satyagraha (princípio da não agressão, forma não violenta de protesto) como um meio de revolução. O texto convida o público a fazer uma reflexão sobre a não-violência, ética, integração, cooperativismo e amor, essenciais nas relações humanas. 

A secretária de Educação, Marta Regina de Oliveira Braz, esteve presente nos dois dias e deu boas-vindas a todos e agradeceu pelo aprendizado e convivência com os educadores em 2016. “Este ano, em que estive à frente da secretaria, aprendi muito com vocês e espero que também tenha contribuído positivamente com a educação no município. Desejo a todos um excelente Natal e que 2017 seja de boas realizações”, disse.

O professor da EMEF Prof. Euclydes Ferreira, Pablo Dutra, 40 anos, assistiu duas vezes a peça. “A mensagem é que cada um de nós tem que ser exemplo em sociedade. Não podemos cobrar algo do outro se não praticamos. Precisamos olhar o mundo com mais compaixão, pensar nas pessoas em situação de fragilidade e diminuir a ganância”, ponderou.

A professora de História, Luciana Vitório de Oliveira, da EMEF ProfªEdna Maria Nogueira Ferraz, disse que os ensinamentos de Ghandi são no sentido de fazer o bem sem olhar a quem e de compaixão ao olhar o outro. “Em sala de aula precisamos muito disso, para enxergar a realidade de cada aluno, aproximarmos dele e tocá-lo no processo da educação. Como professora, penso que devemos sempre pensar no que queremos deixar de legado para as pessoas que passam pelo nosso caminho”, afirmou.
Secretaria de Comunicação Social

Cras Aruan será inaugurado nesta sexta-feira (9) Cerca de 2 mil atendimentos serão realizados por mês

Caraguá ganha nesta sexta-feira, (9/12/2016), o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) “Cristiano Braga Dias”, que será inaugurado, às 10h, no bairro Jardim Aruan.

O Cras tem a capacidade de realizar 2 mil atendimentos por mês, com oferta dos serviços socioassistenciais e atenderá os bairros da região central do município.

Com um investimento de R$ 1.171.433,70, o Cras Cristiano Braga Dias, possui uma área de 886,00 m² com copa/cozinha, cinco salas de serviço social, quatro salas de serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, salas de palestra, salas de reuniões, sala para atendimento de psicóloga, recepção/espera, sala para oficinas e brinquedos. 

Homenagem – Cristiano Braga Dias era um jovem empresário, estudou Administração de empresas na UNITAU. Foi tesoureiro da Apae de Aparecia/SP e integrante dos Mantena da Cavalaria de São Benedito. Defensor das causas de crianças especiais era sempre engajado nas obras de doações às crianças carentes, Cristiano doava brinquedos no dia das crianças e no Natal. Faleceu em 7 de agosto de 2016.

O Cras Cristiano Braga Dias está localizado na Rua União das Américas, 380 – Jardim Aruan.

Vencedores do prêmio do Dia do Esportista serão homenageados na próxima segunda-feira em Caraguá

Atletas de diversas modalidades recebem o prêmio do Dia do Esportista na próxima segunda-feira (12), a partir das 19h30, no Teatro Mario Covas, no Indaiá. Os internautas escolheram os vencedores em uma votação pelo Portal YouTube, no Canal “BATBOSSBR”. A eleição ocorreu entre os meses de novembro e dezembro. 

Os indicados concorreram a troféus de 1º, 2º e 3º colocados e foram selecionados em função das conquistas, disciplina, assiduidade, comprometimento e participação nas modalidades praticadas durante o ano de 2016.  

Instituído pela Lei Municipal nº 1.295, de 4 de setembro de 2006, o Dia do Esportista é celebrado anualmente em 19 de dezembro.

A data é marcada pela Corrida e Caminhada do Dia do Esportista e pelo reconhecimento de atletas de diversas modalidades, empresas, entidades e pessoas que contribuem para o fortalecimento do esporte em Caraguatatuba. 

Em 2015, os internautas votaram nos melhores do ano pelo Facebook. Nas edições anteriores, os técnicos, professores e membros do Conselho Municipal de Esportes e Recreação elegeram os atletas e apoiadores premiados. 

Mais informações podem ser obtidas no link https://www.youtube.com/user/BATBOSSBR ou pelo grupo público do “Dia do Esportista”, no Facebook. O telefone da Secretaria de Esporte é o (12) 3885-2200.

 jornalista Paulo Henrique dos Santos  

"O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário", Albert Einstein 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Brasil gasta R$ 16,4 mi ao ano com aposentadorias de juízes condenados pelo CNJ

Uso do cargo para beneficiar loja maçônica, vendas de sentenças, relações pessoais com traficantes e assédio sexual a servidoras de tribunais. É grande a lista de crimes cometidos por juízes e desembargadores em todo o país que levou o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a determinar a aposentadoria compulsória de 48 magistrados desde 2008. A punição por aposentadoria compulsória custa aos cofres públicos anualmente R$ 16,4 milhões em pensões vitalícias e valores brutos, conforme levantamento inédito.
O montante gasto com os 48 magistrados condenados pelo CNJ daria para pagar com folga durante três anos os salários dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Eles custam, juntos, cerca de R$ 5 milhões por ano entre vencimentos e impostos.
Em valores líquidos, após o desconto de impostos, a folha salarial dos ministros cai para R$ 3,2 milhões por ano. A remuneração dos magistrados punidos pelo CNJ fica em R$ 11,85 milhões anuais.
O valor médio recebido anualmente por juiz ou desembargador condenado com a aposentadoria compulsória varia de R$ 237 mil a R$ 329 mil, conforme a diferença entre vencimentos líquido e bruto. Os valores mensais foram multiplicados por 13 meses para chegar ao total anual, considerando o 13º salário.
Os dados foram coletados pelo nos sites de transparência dos tribunais brasileiros e, em alguns casos, em valores informados pelas assessorias de imprensa dos órgãos judiciários.
Duas resoluções do CNJ determinam total transparência na folha de pagamentos dos tribunais. Mas nem todos cumprem a determinação. Os Tribunais de Justiça da Paraíba e do Rio de Janeiro não disponibilizam os dados.
A reportagem procurou as assessorias para acessar os números, mas não obteve resposta. Uma servidora que pediu para não ser identificada disse que foi "repreendida" por solicitar os dados internamente.
Para o ex-corregedor do CNJ Gilson Dipp, a dificuldade em ter acesso a informações que deveriam ser públicas ocorre porque "a Justiça não tem muita transparência".

'Disparate'

O período de Dipp à frente da corregedoria nacional, entre os meses de setembro de 2008 e 2010, foi o de maior punição de magistrados. Ele participou de 18 afastamentos compulsórios, incluindo o do ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina por venda de sentenças para beneficiar empresários de bingos ilegais.
Dipp, que foi também ministro do STJ, considera o montante pago a magistrados afastados por atos ilícitos um "disparate" que contribui para reforçar na sociedade o sentimento de que a aposentadoria compulsória é um "prêmio" a corruptos.
Já o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), João Ricardo Costa, defende a manutenção das aposentadorias. "Essa regra traz muito mais ganhos para a sociedade do que fatos isolados que nós temos no país", diz.
A sociedade não perdoa juiz corrupto. É repugnante até para quem corrompe
Eliana Calmon, ex-presidente do CNJ
A aposentadoria compulsória é a pena máxima prevista na Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional), criada em 1979 e incorporada pela Constituição de 1988. É uma medida administrativa, sem efeito penal imediato, e o pagamento só pode ser suspenso caso o magistrado seja condenado pela Justiça comum.
Embora desde 2012 o STF tenha decidido que magistrados aposentados não têm direito a foro privilegiado, a condenação no CNJ não gera uma ação penal automaticamente. É preciso que o Ministério Público, um tribunal ou mesmo um cidadão acione a Justiça para investigar o magistrado fora do âmbito administrativo. No geral, os casos envolvendo juízes e desembargadores caem no esquecimento após sair do CNJ.
Costa avalia que a punição administrativa é importante para evitar que os magistrados fiquem à mercê de pressões políticas e econômicas locais, uma vez que as investigações começam nos tribunais espalhados pelo país antes de chegar ao CNJ.
O dirigente da AMB cita um caso no Acre, onde um juiz endureceu nas decisões contra nepotismo e sofreu retaliações. "A punição administrativa é feita pela administração do tribunal, que pode ser pressionada pelo poder político local, pelo governo do Estado etc. Por isso tem toda uma justificativa para que o juiz não seja demitido pelo processo administrativo", diz.
Dipp sugere uma revisão na legislação para suspender os pagamentos em casos mais graves, como a venda de sentença. "O desejável é que não houvesse nenhum benefício [como a aposentadoria compulsória após comprovação de ilicitudes]. Isso é terrível, mas está previsto na lei. O Judiciário tem vantagens [financeiras] decorrentes de leis ou de decisões judiciais que não deveriam existir", afirma.
O dirigente da AMB defende uma reforma no sistema recursal, que permite um número elevado ações para protelar decisões definitivas. "O problema todo é que temos um sistema processual em que os processos não terminam nunca, principalmente em situações que envolvem agentes políticos, grandes empresários e também a magistratura", diz.

'Bandidos de toga'

A venda de sentença é a principal causa de afastamento de magistrados pelo CNJ, que inclusive já condenou três vezes o mesmo desembargador pelo crime.
Autora da expressão "bandidos de toga" para se referir aos magistrados corruptos, a ex-corregedora do CNJ e ex-ministra do STJ Eliana Calmon diz que pouca coisa mudou desde quando fez a afirmação, quando comandava a apuração de infrações cometidas por magistrados entre 2010 e 2012. "A sociedade não perdoa juiz corrupto. É repugnante até para quem corrompe", afirma.
Para Eliana Calmon, é preciso mudar a Lei Orgânica da Magistratura Nacional para haver mais rigor na punição de ilegalidades praticadas por juízes e desembargadores. "É necessário separar as maçãs podres para fortalecer o Judiciário com ainda mais credibilidade popular, como vem acontecendo depois da Lava Jato. Isso não exclui os juízes corruptos que se escondem, se protegem por detrás das garantias da magistratura. Este foi o sentido da frase que cunhei ao me referir aos bandidos de toga", recomenda.
A revisão da Loman, contudo, ganhou os holofotes recentemente depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para "agilizar" a votação da proposta de emenda constitucional (PEC 53/2011).
A emenda foi aprovada no Senado em 2013, prevendo a cassação dos vencimentos de magistrados condenados pelo CNJ ao criar a possibilidade de "demissão" no âmbito da magistratura.
O texto dormitava nos escaninhos da Câmara, mas ressurgiu com a eclosão da Operação Lava Jato. Renan defendeu a PEC como "uma medida fundamental de combate à corrupção e à impunidade" dos magistrados e para acabar com o "prêmio" representado pela "aposentadoria por juiz e membro do Ministério Público" que cometeram crimes.
Dipp avalia que a iniciativa do Congresso fere a Constituição, uma vez que esta define o STF como órgão que deva sugerir um projeto de lei regulamentando uma nova Loman.
Na madrugada do dia 30, deputados federais aprovaram o texto-base do pacote de medidas anticorrupção proposto pelo Ministério Público. Com os novos tópicos apresentados e a derrubada de outros tantos, o projeto ficou desfigurado e foi criticado por várias instâncias do Judiciário, como a Procuradoria-Geral da República e a presidente do STF. Ele prevê punição a magistrados por abuso de autoridade.
O Poder Judiciário não está nem além nem aquém de qualquer outro sacrifício que o povo brasileiro e as instituições venham a passar
Gilson Dipp, ex-ministro do STJ e ex-corregedor do CNJ
Mas o ex-corregedor do CNJ critica a demora do STF em propor a lei. Nas contas de Dipp, o Supremo discute o tema internamente há mais de 15 anos. "Acho que o Judiciário já deveria ter ditado a adequação da nova Loman, consentânea com os tempos atuais. A Loman atual é antiquada e de certa maneira é corporativista", avalia.
Eliana Calmon também defende mudanças, ressaltando que há casos em que a aposentadoria compulsória é uma boa medida para servidores públicos em geral, inclusive no Judiciário. "É imprescindível que se façam correções na Loman", diz.
A ex-ministra do STJ sugere uma nova legislação que crie multas para infrações menores, exija o ressarcimento de dinheiro público desviado e suspenda o direito de magistrados voltarem por novo concurso. "Conheço juiz aposentado compulsoriamente por corrupção e que prestou novo concurso. Era juiz estadual e, após a punição administrativa, fez concurso para juiz federal. Se houvesse impedimento legal, ele não mais poderia fazer concurso, pelo menos para a magistratura", conta.

Penduricalhos

A folha de pagamento com os compulsórios pode ser ainda maior se considerar gratificações e indenizações pagas pelos tribunais regionais. São os chamados "penduricalhos".
O Tribunal de Justiça do Amazonas pagou neste ano, por exemplo, de R$ 10 mil a R$ 18 mil a cada um de quatro juízes aposentados por decisão do CNJ. Os valores aparecem na folha de pagamento apenas como "vantagens pessoais".
A situação permite a um ex-desembargador do TJ-AM ampliar substancialmente os seus vencimentos. O salário fixo dele é de R$ 30.471,11 por mês, mas, com o recebimento nos últimos meses de R$ 10 mil como "gratificação", o ganho mensal sobe para R$ 38.261,05. Em maio deste ano, ele recebeu R$ 15,8 mil em gratificação, que, somados à parcela do 13º, fizeram sua renda líquida atingir R$ 46.404,63.
Em resposta, o TJ-AM disse "que o valor de R$ 15.788,49 corresponde à Parcela Autônoma de Equivalência, no montante de R$ 10 mil, paga em cumprimento à decisão judicial, assim como acontece em todos os tribunais do país, devida aos magistrados ativos e inativos; e o valor de R$ 5.788,49, concedido por decisão administrativa que corresponde a uma diferença de subsídio do ano de 2005 autorizada pela Lei 3.506/2010, de 17/05/2010, cujo término do pagamento se deu em junho de 2016".
São esses penduricalhos nos salários que fazem o Judiciário pagar, em muitos casos, mais que o teto permitido pela Constituição, que é o vencimento bruto de ministro do STF: R$ 33.763.
Dipp afirma que "tem certos benefícios que não podem ser recebidos pelos aposentados, mas vários tribunais estão pagando".
O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJ-SC) reforçou, em agosto, por exemplo, o contracheque de um ex-desembargador com bonificação de R$ 11.516,34. Foi o repasse da Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), concedido pelo órgão catarinense a seus magistrados para corrigir perda salarial com a URV (Unidade Real de Valor), adotada em 1994 para fazer a transição do cruzeiro para o real.
Ele foi afastado pelo CNJ em junho de 2014. Ele perdeu o cargo por não denunciar a exploração sexual de uma adolescente. A Polícia Federal identificou que ele sabia de relações de um amigo com uma garota de programa de 16 anos.
O ex-magistrado catarinense recebe mais de R$ 22,5 mil líquidos como aposentadoria, mas custa mais de R$ 30,3 mil ao TJ-SC, entre vencimento e impostos. Ele recebe mensalmente outros R$ 300 como auxílio-saúde.
Em nota, o TJ-SC confirmou o benefício da "restituição de contribuição do Instituto de Previdência de Santa Catarina, cobrado de forma equivocada em relação aos magistrados, e naquele instante [agosto] recomposto ao patrimônio dos anteriormente prejudicados, em conformidade com a legislação vigente".
Para o ex-corregedor do CNJ, a crise econômica impõe mais rigor ao Judiciário com esse tipo de "penduricalho" e deveria partir do STF a revisão dos benefícios. "O ajuste fiscal [conduzido pelo governo federal], não importa quem seja o causador, deve corresponder a todo o serviço público."
O presidente da AMB defende um enxugamento nos benefícios dos magistrados. Ele avalia que o ideal é uma combinação de salário mais o adicional por tempo de serviço, que englobaria o auxílio moradia pago hoje a magistrados da ativa. "O que queremos é uma política mais estável para a magistratura. O Congresso entende isso, mas não se direciona para criar essa estrutura legal", diz João Ricardo Costa.

STF mantém Renan na presidência do Senado, mas o proíbe de substituir Temer

A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em sessão nesta quarta-feira (7), decidiu a favor de manter Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, com a ressalva de que ele fique impedido de substituir Michel Temer como presidente da República. Votaram desta forma seis dos nove ministros que participaram do julgamento, contra três que preferiam a saída imediata de Renan. Todos os votantes concordaram que Renan fica proibido de substituir Temer no caso de viagem do presidente. O presidente do Senado é o segundo na linha sucessória da Presidência da República. O primeiro é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Votaram para manter Renan no cargo os ministros Celso de Mello, Teori Zavascki, Dias Toffoli, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia. Optaram - sem sucesso - pelo afastamento os ministros Marco Aurélio Mello, relator do processo, Edson Fachin e Rosa Weber. Os outros dois ministros do STF - Gilmar Mendes, que está em viagem no exterior, e Luís Roberto Barroso, que se declarou impedido de julgar o caso - não participaram da sessão.
A votação por 6 a 3 referendou em parte a liminar que o ministro Marco Aurélio Mello concedeu na segunda-feira (5), em ação a pedido da Rede Sustentabilidade (leia mais abaixo), sob o argumento de que réus não podem ocupar cargos na linha sucessória da Presidência da República.
Em seu voto, Celso de Mello, que é o ministro com mais tempo de STF foi o primeiro a votar pela permanência de Renan, criticou a decisão do senador de não aceitar o afastamento provisório pedido por Marco Aurélio, mas também disse que "não se justifica o afastamento cautelar" de Renan, o que seria uma "medida extraordinária" com "grande impacto na agenda legislativa" em meio à "gravíssima crise que atinge e assola o nosso país".
Renan é réu por peculato (desvio de dinheiro público), por decisão do próprio STF no último dia 1º. A denúncia da Procuradoria-Geral da República que levou à decisão do STF de torná-lo réu acusa o senador de ter desviado parte de sua verba parlamentar, à que todo senador tem direito para pagar por atividades do mandato, para pagar a pensão alimentícia de uma filha. O desvio teria ocorrido, segundo a denúncia, por meio da simulação do aluguel de carros para o gabinete do senador. Ele nega ter cometido irregularidades.
Crise institucional
A decisão liminar de Marco Aurélio (de pedir o afastamento de Renan da presidência do Senado) foi alvo de surpresa e de severas críticas por parte de políticos e até mesmo de colegas, como o ministro Gilmar Mendes. Renan, seguindo orientação oficial da Mesa Diretora do Senado, desafiou o Supremo ao recusar o recebimento da ordem judicial e ficou à espera de decisão final do Supremo, que saiu nesta tarde.
O ministro Luís Roberto Barroso (que se declarou impedido de votar no caso) disse mais cedo que considerava a decisão de Renan de não se afastar um "crime de desobediência ou golpe de Estado". "Eu não participo desse julgamento por estar impedido e portanto não quero fazer comentário sobre ele. Porém, falando em tese, diante de decisão judicial é possível protestar e apresentar recurso. Mas deixar de cumpri-la é crime de desobediência ou golpe de Estado", afirmou. 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, era favorável ao afastamento e chegou a discursar na sessão desta terça-feira, antes dos votos dos ministros.
Em seu voto nesta tarde, Marco Aurélio disse que não afastar Renan seria um "deboche institucional" e classificou a postura do presidente do Senado em não aceitar uma ordem judicial de "inaceitável, intolerável e grotesca". "Desafiar uma decisão judicial é desafiar as noções fundamentais de um estado democrático de direito", disse.
A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, embora tenha votado pela permanência do senador alagoano, também condenou sua atitude. "Dar as costas a um oficial de Justiça é uma forma de dar às costas ao Poder Judiciário", afirmou. Segundo a magistrada, uma ordem judicial pode ser discutida, mas "tem que ser cumprida" para que não prevaleça "o voluntarismo de quem quer que seja". A presidente do Supremo disse ainda que todos estão "subordinados rigorosamente ao que está na Constituição".

MARCO AURÉLIO: RENAN TEVE POSTURA GROTESCA

ENTENDA O CASO

A ação que pedia o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, e que foi acatada por liminar provisória pelo ministro Marco Aurélio Mello, foi movida pelo partido Rede Sustentabilidade.
A legenda usou em seu pedido uma decisão do próprio STF, de maio deste ano, que afastou Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. À época, o então deputado era réu em duas ações penais no Supremo, e a própria Rede solicitou seu afastamento da presidência.
O Supremo acatou, também a pedido da Procuradoria-Geral da República, que acusava Cunha de usar o cargo para atrapalhar investigações contra ele. O fato de Cunha ser réu e estar na linha de substituição do presidente da República foi um dos fatores considerados pelo STF.
Após o Supremo transformar em réu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a Rede apresentou um novo pedido para que o STF determinasse também o afastamento dele do cargo.
O Supremo começou a julgar a ação da Rede no dia 3 de novembro, mas a sessão foi suspensa por pedido de vista do ministro Dias Toffoli, quando já havia maioria de seis votos (dos 11 ministros) a favor de impedir réus entre os substitutos do presidente da República. O caso voltou a ganhar força na semana passada, quando Renan Calheiros virou réu no STF por peculato.
A ação contra Eduardo Cunha foi citada por Marco Aurélio Mello no voto desta terça. "Qual é a diferença? Não há qualquer diferença." Ao falar do deputado cassado, o ministro disse que "parece elementar" que o presidente da Câmara deve "cumprir com requisitos mínimos", como não ser réu no STF, para fazer parte da linha sucessória da Presidência da República.

POR QUE RÉUS NÃO PODEM ESTAR NA LINHA DE SUCESSÃO?

O argumento para impedir que réus no Supremo ocupem a presidência da Câmara ou do Senado vem da determinação prevista na Constituição Federal de que, se for aberto um processo penal contra o presidente da República por crimes comuns praticados no exercício do mandato, o presidente fica afastado do cargo por 180 dias.
O dispositivo é semelhante ao do processo de impeachment, onde também há o afastamento do presidente. A diferença é que, no impeachment, o presidente é julgado pelo Senado por acusação de crime de responsabilidade, que são crimes de natureza política e administrativa.
A questão ganhou maior relevância após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, consumado em agosto.
Após o vice-presidente Michel Temer ser alçado a titular do cargo, os presidentes da Câmara e do Senado passaram a ser seus substitutos imediatos.
A linha de sucessão do presidente é composta, nessa ordem, pelo vice, pelo presidente da Câmara dos Deputados, pelo presidente do Senado Federal e pelo presidente STF.