GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 12 de novembro de 2011

Lula tentará convencer Chalita a ser vice de Haddad

Ex-presidente pediu a interlocutor que marque uma conversa com o deputado

Gabriel Chalita: na mira de Lula
Gabriel Chalita: na mira de Lula (Fábio Guinalz/Fotoarena)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai entrar na negociação para convencer o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB) a desistir de sua candidatura em favor do petista Fernando Haddad. Mesmo em tratamento contra um câncer na laringe, Lula já pediu para um interlocutor próximo avisar a Chalita que quer conversar pessoalmente com o peemedebista sobre sua candidatura. O encontro ainda não foi agendado, mas o deputado deve fazer uma visita ao ex-presidente em breve.
Nesta sexta-feira, durante o anúncio da escolha de Haddad como o nome do PT à prefeitura paulistana, os dirigentes deixaram claro que pretendem procurar todos os partidos que compõem a base aliada da presidente Dilma Rousseff e discutir a possibilidade de se reproduzir a vitoriosa aliança nacional em nível municipal. "A preferência é pelos partidos que compõem a base da presidente Dilma", disse. E uma das prioridades do PT é o PMDB.
Haddad, perguntado por jornalistas se pretende insistir na desistência de Chalita para tê-lo como seu vice na chapa, disse que nem começou a discutir esse assunto com o peemedebista. "Eu não comecei a insistir", brincou o ministro da Educação, deixando claro que a escolha do vice vai obedecer à composição de forças que se formarão em torno da sua candidatura.
Ele afirmou que mantém uma boa relação com o deputado do PMDB e elogiou a postura de Chalita durante a campanha presidencial - o peemedebista foi um aliado fundamental no período da polêmica sobre a liberação do aborto - e se ele decidir se manter na disputa "terá todo o meu respeito".
Já o presidente nacional do PT, Rui Falcão, desconversou sobre as negociações para dissuadir Chalita de sua candidatura. "Não posso fazer previsões quanto ao futuro de Chalita."

Só a corrupção explica o poder do traficante Nem

Policial que investigava o chefe da Rocinha foi preso escoltando criminosos. Governador Sérgio Cabral reclama da dificuldade para expulsar maus policiais

Nem, o traficante que desafiava a polícia do Rio e a Justiça, é conduzido para o blindado 'Caveirão', da PM, para ser levado para o presído de Bangu 1
Nem, o traficante que desafiava a polícia do Rio e a Justiça, é conduzido para o blindado 'Caveirão', da PM, para ser levado para o presído de Bangu 1 (Paulo Araújo/AG.ODia)
Por mais genialmente diabólico que seja o bandido, nem na ficção uma quadrilha se estabelece com a mesma facilidade que Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, fincou sua bandeira no coração da zona sul do Rio de Janeiro. Só a corrupção, alimentada tanto pela fartura de dinheiro do tráfico quanto pelo apetite da banda podre da polícia, é capaz de explicar o longo e perverso reinado de Nem, elevado à condição de mito mais pela fraqueza moral dos policiais que deviam combatê-lo que por seus poderes à frente do bando.


A prisão de um policial civil, na tarde de quarta-feira, expõe a extensão dos tentáculos da corrupção na Rocinha. Carlos Daniel Ferreira Dias, agente da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública, foi detido em flagrante, acusado de escoltar comparsas de Nem em fuga, buscando abrigo longe da Rocinha. O policial, ironicamente, já combateu a quadrilha, como mostrou reportagem do jornal Extra desta sexta-feira. Até 2006, Dias era inspetor da 15ª DP (Gávea), delegacia que tem a Rocinha em sua área de responsabilidade. Ele conduziu um inquérito que resultou em processo que tramita na 33ª Vara Criminal contra o bandido.



No mesmo ‘bonde’ que escoltava comparsas de Nem, na quarta-feira, foram presos Carlos Renato Rodrigues Tenório e Wagner de Souza Neves, policiais civis lotados na Delegacia de Roubo e Furtos de Cargas; José Faustino Silva, PM reformado; e Flávio Melo dos Santos, ex-PM.



Não há razões para crer que sejam os únicos, nem que os ‘amigos ocultos’ da facção ‘Amigos dos Amigos’ estejam restritos a poucas unidades das polícias. A prisão de três policiais civis escoltando bandidos causou constrangimento para a instituição. Na coletiva sobre a prisão de Nem, a Polícia Civil não se pronunciou. A ausência, ou o silêncio, de algumas subdivisões da polícia causam estranheza no último capítulo da guerra da polícia contra o tráfico na Rocinha.



Rocinha e Vidigal estão na área do 23º BPM (Leblon). Mas as prisões de bandidos e o cerco são executados não por eles, que são, em tese, os maiores conhecedores daquela área e dos criminosos que lá atuam. Em vez disso, são homens do Batalhão de Choque, que fica no centro do Rio, os escolhidos para o chamado ‘cerco tático’ às favelas. O Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope), sempre presente nas ocupações de favelas para criação de UPPs, também não são, dessa vez, os ‘cabeças’ da operação que antecede a ocupação.



Na manhã desta sexta-feira, o governador Sérgio Cabral (PMDB) cobrou punição aos policiais envolvidos com traficantes e apelou para o Poder Judiciário para que esses homens sejam mantidos foram das corporações das quais são expulsos. As declarações ocorreram na solenidade de assinatura de convênios com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ministro informou que a Polícia Federal também está mobilizada para identificar e deter policiais envolvidos com traficantes e outros desvios de conduta. Cabral acusou os agentes que protegem ou que fazem negócios com bandidos de ajudar a matar "colegas sérios que estão combatendo o crime”. “A coisa é tão cruel porque eles estão matando os próprios colegas. Aqueles colegas que verdadeiramente estão se dedicando a enfrentar o crime organizado”, afirmou o governador.

Cabral lembrou que muitos agentes processados por desvio de conduta e expulsos das polícias Militar e Civil acabam sendo reincorporados a partir de liminares concedidas pela Justiça. 
Ele acredita que o assassinato da juíza Patricia Acioly, morta por policiais que participavam de grupos de extermínio em agosto, deve fazer com que os magistrados passem a atuar de maneira diferente nesses casos.


"A partir do caso Patrícia, eu acho que a Justiça passou a enxergar de uma outra maneira. Porque muitas vezes o cidadão é expulso da PM, é expulso da Polícia Civil, mas consegue uma liminar para as vezes até voltar para a corporação", disse o governador. "Expulsar um policial corrupto ou por má conduta é uma dificuldade. Um delegado, caso se comprove a participação de algum delegado, é uma dificuldade. A Justiça tem que nos ajudar também cada vez mais, como já tem nos ajudado".

Lupi usou avião alugado por presidente de ONG - que depois ganhou contrato do Ministério do Trabalho

Reportagem de VEJA revela viagem oficial do ministro do Trabalho em companhia de caciques do PDT e de um dos principais acusados de desviar verba de convênios com a pasta

Lapso - Lupi: "Eu não tenho relação nenhuma com o - como é o nome? - seu Adair"
Lapso - Lupi: "Eu não tenho relação nenhuma com o - como é o nome? - seu Adair" (Sérgio Dutti)
O ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, terá mais uma oportunidade de mostrar que é um "osso duro de roer". Reportagem de VEJA desta semana mostra que, em dezembro de 2009,  o ministro cumpriu agenda oficial usando um avião privado, alugado pelo dono de uma rede de ONGs. Pior: o dono de ONGs integrou a comitiva e, meses depois, ganhou um contrato (entre outros que já detinha, alguns deles investigados por irregularidades) para atender a projetos da pasta de Lupi na mesma região visitada com a aeronave. Como diz a reportagem, "mais uma daquelas clássicas confraternizações entre interesses públicos e privados, cuja despesa acaba sempre pendurada na conta do contribuinte".
Em dezembro de 2009, Lupi percorreu sete municípios do Maranhão para o lançamento de um programa de qualificação profissional no estado. Viajou a bordo de um King-Air branco com detalhes em azul, prefixo PT-ONJ, na companhia de três pedetistas e um convidado especial.
Os pedetistas eram o ex-governador do estado Jackson Lago, já morto; o então secretário de Políticas Públicas de Emprego, Ezequiel de Sousa Nascimento; e o então assessor de Lupi e hoje deputado federal Weverton Rocha. O convidado especial era Adair Meira, que chefia uma rede de ONGs conveniadas com o ministério. Foi ele, interessado direto no périplo de Lupi, quem 'providenciou' o avião.
Como é o nome? - Na semana passada, VEJA revelou que caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. As denúncias levaram o ministro a prestar esclarecimentos ao Congresso, onde afirmou desconhecer Adair: "Eu não tenho relação nenhuma com o - como é o nome? - seu Adair."
Lupi afirmou também nunca viajar em aviões particulares. Mas esqueceu de combinar a versão com seus antigos assessores. A VEJA, Ezequiel Nascimento confirmou a presença de Adair nos voos e foi taxativo ao apontar quem bancou o giro pelo Maranhão: "O Adair."
Procurado por VEJA, Weverton Rocha confirma que o avião foi alugado para servir à agenda oficial do ministro, mas diz que quem pagou por isso foi o PDT. Sua versão não faz sentido, dado que era uma viagem oficial do ministro. Ainda que fizesse, é um absurdo do ponto de vista ético. De resto, não explica o que Adair fazia no voo. No esquema de extorsão revelado por VEJA, Weverton é apontado o responsável por fixar os valores da propina cobrada das ONGs.
Competência - Indagado sobre o caso, Adair diz que nunca viajou no mesmo avião que Lupi, que não tem qualquer relação com o ministro e que suas ONGs são escolhidas pelo ministério por critérios de competência.
Entre as ONGs de Adair estão a Fundação Pró-Cerrado e a Renapsi. Desde 2008, elas já receberam 10,4 milhões de reais do ministério. Tanta competência ainda não convenceu a Controladoria-Geral da União. Ao passar um pente-fino nos contratos, a CGU encontrou irregularidades de todo o tipo e apontou: "não foi demonstrada nenhuma providência para superação das falhas". A Procuradoria da República já pediu a devolução dos recursos embolsados pelas entidades de Adair.

Ficha Limpa deverá ser preservada no STF Na retomada do julgamento sobre a constitucionalidade da lei, Fux deve alterar seu voto para fechar as brechas abertas por sua posição inicial

Na retomada do julgamento sobre a constitucionalidade da lei, Fux deve alterar seu voto para fechar as brechas abertas por sua posição inicial

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante sessão para decidir sobre a legalidade da Lei da Ficha Limpa
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante sessão para decidir sobre a legalidade da Lei da Ficha Limpa(Valter Campanato/ABr)
A Lei da Ficha Limpa será preservada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O temor de que um empate se repetiria no julgamento de quarta-feira, e que provocou um novo pedido de vista, não se confirmará, segundo avaliam ministros da Corte. Na atual composição do Supremo, o julgamento terminaria com seis votos pela constitucionalidade da lei.
Com esse placar, não seria sequer necessário aguardar a posse da nova ministra Rosa Maria Weber, que ainda depende de aprovação no Senado para ser empossada. A demora no julgamento, as idas e vindas do Supremo, os novos casos de corrupção e a percepção de que a lei pegou devem garantir sua sobrevivência. Um dos ministros que votou por adiar a aplicação da lei para 2012 admite que a Ficha Limpa foi "uma evolução nos costumes" e que "será preservada".
Mesmo alterações pontuais, sugeridas inicialmente pelo ministro Luiz Fux, relator das ações em julgamento no STF, são criticadas por esse ministro. De acordo com ele, a lei não deve sofrer alterações.
Nesta quinta-feira, quando Fux anunciou que deve rever pontos de seu voto, ele involuntariamente revelou a expectativa dos colegas de que um ministro surpreendentemente recuaria e votaria a favor da constitucionalidade da Ficha Limpa. Ao contrário do que esperavam os demais, Fux disse que não seria necessário aguardar a chegada da 11ª ministra para concluir o julgamento. "Eu acredito que até o fim do ano consigamos completar o julgamento", afirmou. "Mesmo sem a (nova) ministra".
O impasse sobre a Ficha Limpa envolvia a sua validade. Metade dos ministros defendia que ela devia vigorar nas eleições de 2010 e a outra metade queria jogar essa vigência para 2012. O impasse foi superado quando Luiz Fux tomou posse, no início deste ano: ao desempatar um outro julgamento, ele argumentou que a lei, por interferir no processo eleitoral, só poderia ser aplicada a partir de um ano depois de sua aprovação. Na prática, 2012.
Agora, alerta outro ministro, o Supremo julgará a constitucionalidade de todos os pontos da lei. E o placar, prossegue ele, não será necessariamente o mesmo. Essa não era a expectativa de parte dos ministros – tanto que Joaquim Barbosa pediu vista antecipada do processo justamente para evitar que o STF se desgastasse com um novo empate.
Nova data - A retomada do julgamento dependerá do ministro Joaquim Barbosa – o processo só volta ao plenário depois que ele o liberar. Em seguida, o presidente do Supremo, Cezar Peluso, marcará a data do julgamento. Caso a conclusão fique para 2012, Rosa Maria Weber seguramente participará da sessão. Mesmo que seu voto seja contra, o placar – hoje favorável à constitucionalidade da Ficha Limpa por 6 a 4 – não será mudado.
Na retomada do julgamento sobre a constitucionalidade da lei, Fux deve alterar seu voto para fechar as brechas abertas por sua posição inicial. Relator das três ações em julgamento, ele considerou ser inconstitucional tornar inelegível quem renuncia ao mandato para fugir da cassação por quebra de decoro antes de o processo estar aberto. Para o ministro, só se torna inelegível quem renuncia depois de o processo estar instaurado.
Essa posição, na prática, limpa a ficha de políticos que renunciaram no passado para evitar processos de cassação – como o ex- senador Joaquim Roriz (PSC-DF), os ex-deputados Jader Barbalho (PMDB-PA) e Paulo Rocha (PT-PA) e o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Em outro ponto do voto, Fux reduz o prazo de inelegibilidade de políticos condenados em segunda instância ou por órgãos colegiados da Justiça. A Ficha Limpa estabelece que o político condenado em segunda instância na Justiça fica inelegível até oito anos depois do cumprimento da pena. Mas o prazo acaba sendo mais longo, caso seja levado em consideração que o punido poderá recorrer da decisão e aguardar novas sentenças, cumprir a pena – e só depois disso é que os oito anos começariam a ser contados.
Fux defendeu em seu voto que fosse abatido do prazo de oito anos o tempo que decorreu da condenação em segunda instância até o trânsito em julgado do processo e o início do cumprimento da pena.
Os dois pontos poderão ser revistos pelo próprio ministro quando o processo voltar a ser julgado. "Você sempre reflete sobre a repercussão da decisão", admitiu o ministro. "Até o término do julgamento a lei permite que o próprio relator possa pedir vista ou retificar o seu voto. É uma reflexão jurídica e fática". 

TJ-SP quer aproximar juízes de usuários de crack

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) deve iniciar este mês uma experiência que visa a mudar a postura do Judiciário diante o problema do crack. O TJ-SP quer levar juízes aos locais em que se concentram os usuários da droga e promover uma audiência ali mesmo, para definir, junto com equipes médicas e de assistência social, o tratamento que deve ser dado aos dependentes.
 
Segundo o desembargador Antônio Carlos Malheiros, coordenador da área de infância e juventude do TJ-SP, as primeiras comitivas do tribunal devem ir até a região conhecida como a Cracolândia de São Paulo, no centro da capital. Lá, centenas de dependentes de crack usam a droga dia e noite, em ruas e calçadas próximas à Estação da Luz.
 
“Vamos começar por lá e se der certo podemos percorrer as outras cracolândias da cidade e do estado”, disse o desembargador, que afirmou também que as as crianças e adolescentes serão priorizadas, por serem mais vulneráveis.
 
Malheiros disse que a intenção é que equipes de juízes, defensores públicos, médicos e assistentes sociais caminhem juntas e abordem alguns jovens da Cracolândia. Os profissionais vão examinar o estado do usuário de droga, pedir informações sobre seus pais e, caso necessário, determinar que ele sejam encaminhado a um tratamento ou abrigo. “Internação [compulsória] só em último caso”, complementou.
 
O desembargador disse ainda que, por meio das comitivas, juízes e defensores vão tomar contato com uma realidade que muitos não conhecem. Assim, poderão participar de forma mais efetiva na construção e execução das políticas públicas de combate às drogas.
 
O presidente do Coned-SP (Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas de São Paulo), Mauro Aranha de Lima, apoia a medida. Ele diz que a integração das várias instâncias do Poder Público é melhor forma de atender os dependentes químicos.
 
Segundo Lima, na capital paulista, essa integração está sendo debatida há algum tempo. Agora, ela começa a surtir os primeiros resultados. “Os projetos estão saindo e espero que, a partir do ano que vem, possamos prestar um atendimento melhor aos usuários.”
 
A cidade de São Paulo conta hoje com 349 leitos dedicados exclusivamente à internação de dependentes químicos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Para o coordenador do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Dartiu Xavier de Toledo, isso ainda é pouco em relação à demanda de dependentes.
 
Toledo disse que o problema das drogas, especialmente do crack, já atinge todas as classes sociais, inclusive alunos da própria Unifesp, que têm informações e possibilidades de tratamento. Contudo, ele é mais grave entre as classes mais pobres e vulneráveis. Por isso, a ampliação da rede pública de atendimento aos dependentes é fundamental.
 
“Convencer um dependente a se tratar é a parte mais fácil do trabalho”, disse ele. “O difícil é encontrar locais e profissionais capacitados para que ele possa fazer seu tratamento.”
 
A Secretaria Municipal de Saúde informou que vem investindo na ampliação da rede de tratamento psicossocial. Em 2004, a cidade tinha 44 Caps (Centros de Atenção Psicossocial). Hoje, são 67.

Itamaraty renova passaporte diplomático de Edir Macedo

O Itamaraty renovou o passaporte diplomático do bispo e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e sua mulher, Ester Eunice Rangel Bezerra. A informação foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (11/11).


O documento é concedido para vários cardeais católicos e líderes evangélicos também passaram a solicitar o passaporte diplomático. Romildo Ribeiro Soares, cunhado do bispo, também possui o documento especial.O passaporte especial permite um tratamento diferenciado em aeroportos para seus portadores. Além disso, o passaporte dispensa a revista em vários países e faz com que o bispo não precise pegar filas. Macedo é dono de 90% da TV Record enquanto sua esposa é proprietária do restante das ações.

Essa não é a primeira vez que a concessão de passaportes diplomáticos causa polêmica. No início deste ano, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o MPF (Ministério Público Federal) contestaram a emissão dos documentos para dois filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em setembro, a Justiça Federal de São Paulo recebeu parcialmente a acusação do MPF em São Paulo e abriu processo contra o líder mundial da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e mais três pessoas.
O MPF denunciou Edir Macedo, a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa, o bispo da IURD e ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva e o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição pelos crimes de quadrilha para a prática de crimes de estelionato, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, na forma de organização criminosa, conforme previsto na Convenção de Palermo, ratificada pelo Brasil em 2004.

Justiça recebe denúncia contra envolvidos no caso ‘mensalinho’

A 15ª Câmara do Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo recebeu denúncia e determinou o prosseguimento da ação penal contra os acusados de envolvimento no caso conhecido como ‘mensalinho’, em Ribeirão Preto.


A empresa Leão & Leão executava serviços de varrição e coleta de lixo na cidade e recebia remuneração conforme planilha que apresentava e indicava serviços que não teriam sido prestados. Dessa forma, recebia pagamentos indevidos. Em contrapartida, a empresa entregava ao governo do município a importância mensal de R$ 50 mil, chamado de ‘mensalinho’.Segundo a denúncia, os acusados teriam praticado condutas que configuram os crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.


De acordo com o voto do relator, desembargador Camilo Léllis, “as condutas dos denunciados estão devidamente individualizadas”. Gilberto Sidnei Maggioni seria destinatário de repasses mensais e regulares da empresa Leão & Leão, Nelson Colela Filho, como responsável pela intermediação entre a referida empresa e o prefeito Maggioni, de que era assessor, negociando os repasses e o faturamento a maior de serviços prestados pela empresa.

Luciana Muscelli Alecrim é acusada de forçar funcionários subalternos a aceitarem planilhas falsas do grupo Leão & Leão, em detrimento daquelas elaboradas pela autarquia municipal. Luiz Cláudio e Carlos Alberto Ferreira Leão, diretores da Leão & Leão supostamente coordenaram as atividades da empresa para que participasse irregularmente de certame público, angariando notas fiscais frias de serviços e produtos para justificar recebimentos ilícitos da administração pública local, possibilitando saques em dinheiro para serem repassados aos ex-prefeitos, por intermediários.

 Wilney Márcio Barquete teria feito a intermediação de contatos entre a empresa e a Prefeitura para viabilizar as fraudes e possibilitar faturamento a maior para a empresa e recebimento de quantias mensais aos agentes municipais e; por fim, a de Luiz Carlos Altimari, teria fornecido mais de mil notas fiscais que não correspondiam a produtos fornecidos à Leão & Leão.

  De acordo com a decisão, no que diz respeito à denunciada Isabel, as provas contra ela decorrem dos depoimentos dos funcionários municipais que teriam verificado o erro na medição da varrição, e obrigados a forjar planilhas e documentos, a mando de Luciana.
 Em relação à rejeição da denúncia oferecida contra Donizete de Carvalho Rosa, o Ministério Público se conformou e não recorreu.
Os autos do processo foram desmembrados no que se refere ao ex-prefeito Antonio Palocci Filho em razão de ele ter assumido o cargo de deputado federal. O processo foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal que rejeitou a denúncia.

Cidades de porte médio atraem mais imigrantes e crescem mais que capitais, diz IBGE

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) obtidos com o Censo 2010, as cidades de porte médio (com população entre 100 mil e 500 mil habitantes) são as que mais crescem no país. Segundo os pesquisadores do instituto, isso demonstra a influência da migração no processo de crescimento demográfico de tais municípios. As informações fazem parte de um relatório, divulgado nesta sexta (15), sobre os deslocamentos demográficos no Brasil.
Grandes centros urbanosDentre todos os 5.565 municípios brasileiros, apenas 444 (8% do total) registraram um aumento demográfico superior a 3% ao ano na última década. Nenhum deles possuía mais de 500 mil habitantes.

Os pesquisadores do IBGE apontam que os municípios que tiveram os melhores indicadores de PIB per capita em 2008 encontram-se neste grupo, mas ressalvam que a explicação do crescimento não fica claramente justificada pelo indicador socioeconômico.

Por outro lado, mesmo com a expansão demográfica nas cidades de médio porte, a população brasileira continua concentrada nas grandes cidades. Segundo os dados do Censo 2010, existem no país 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. A população somada dessas cidades ultrapassa 40 milhões de pessoas, o que representa 21% da população nacional.

Porcentagem das cidades que cresceram acima de 3%, por número de habitantes

  • Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009
Entre 2000 e 2010, o número de municípios com mais de 500 mil habitantes passou de 31 para 38. Porém, nenhuma cidade com população superior a 500 mil habitantes cresceu mais que 3% ao ano.

Enquanto isso, 27% dos municípios brasileiros perderam população. Nesse grupo, 67,7% dos municípios possuem população inferior a 10 mil habitantes. Em termos de desenvolvimento, o IBGE considera tais municípios como espaços estagnados, uma vez que a maioria deles teve, no ano de 2008, um PIB per capita muito baixo. No estrato dos municípios que perderam população há quatro de porte médio: Foz do Iguaçu (PR), Ilhéus (BA), Lages (SC) e Uruguaiana (RS).

Na última década, quase a metade dos municípios (46%) tiveram crescimento nulo ou baixo (até 1,5% ao ano), ao passo que 19% cresceram entre 1,5% e 3% ao ano. Encontram-se nesse último grupo as cidades de tamanho médio e com PIB um pouco mais elevado do que o grupo anterior. Além disso, tiveram crescimento entre 1,5% e 3% ao ano 16 cidades de grande porte, das quais nove são capitais (Aracaju, Brasília, Campo Grande, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, São Luís e Teresina) e seis do interior (São José dos Campos [SP], Ribeirão Preto [SP], Uberlândia [MG], Sorocaba [SP], Feira de Santana [BA] e Joinville [SC]).

Eixos rodoviários

O estudo também aponta a influência de eixos rodoviários no crescimento de aglomerações urbanas. Entre Rio de Janeiro e São Paulo, um importante eixo de crescimento populacional se forma ao longo da BR-116, com cidades como São José dos Campos (SP) e Volta Redonda (RJ). No Sul, isso ocorre ao longo dos litorais catarinense e paranaense, acompanhando o traçado da BR-101.

Esta mesma estrada, que margeia boa parte do país, também incorpora municípios e aglomerações urbanas no Espírito Santo e próximo às capitais do Nordeste, caso de Camaçari (BA), Barra dos Coqueiros (SE), Ilha de Itamaracá (PE), Cabedelo (PB), Parnamirim (RN), Pacatuba (CE), Caucaia (CE) e Paço do Lumiar (MA).

Em Mato Grosso, a BR-158 (que sai de Barra do Garças [MT] vai até o Pará) e a BR-163 (entre Cuiabá e Santarém [PA]) delineiam uma área de ocupação mais recente. Em Rondônia também há uma ocupação linear, que se estende no mesmo traçado da BR-364.

Segundo a análise do IBGE, o crescimento populacional nas regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, norte do Maranhão, Piauí e oeste da Bahia ocorre devido à expansão da fronteira agrícola, sobretudo por causa do cultivo em larga escala de milho, soja e algodão. Os cultivos da cana-de-açúcar em São Paulo e do café em Minas Gerais possuem efeitos semelhantes.

Após escândalos, governo quer extinguir de vez convênios com ONGs

Após uma série de escândalos em que ONGs (organizações não-governamentais) foram usadas para desviar recursos públicos, o governo federal cogita acabar com todos os convênios com organizações a partir do ano que vem. Apesar de já ter suspendido repasses a entidades desse tipo por 30 dias, a presidente Dilma Rousseff está sendo convencida pelo secretário-geral, Gilberto Carvalho, a dar um passo além e decretar o fim desse mecanismo.

Atualmente existem quatro formas de contratar ONGs: convênios, termos de parceria, contratos de gestão e termos administrativos. Os dois últimos regulam serviços contínuos e contêm várias exigências. Os termos de parceria fazem requisições menos duras, por tratarem de projetos de curto prazo. Os convênios, por sua vez, são excessivamente permissivos, de acordo com a própria Abong (Associação Brasileira de ONGs).

Esse mecanismo já é criticado por falta de respaldo legal –apenas um parecer do TCU (Tribunal de Contas da União), ligado ao Poder Legislativo, dá guarida aos que o utilizam. De acordo com membros do comitê para formação de um marco regulatório para as organizações da sociedade civil, recém-instalado no Palácio do Planalto, é “quase unânime” a avaliação de que os convênios de ONGs com o governo precisam acabar.

Dança das cadeiras no governo Dilma

Foto 8 de 8 - O ministro Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do cargo no dia 26 de outubro após diversas acusações de irregularidades no Ministério do Esporte. Ele foi acusado de participar de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes Daniel Marenco/Folhapress

Mais de 5.000 ONGs estão cadastradas no Ministério da Justiça. A avaliação do governo e de dirigentes de entidades desse tipo é que o fim dos convênios e a obrigatoriedade de participação em licitações vai separar os organismos de financiamento político-partidário dos que realmente cumprem funções importantes na sociedade. Em meados de fevereiro, o grupo que foi instalado na última sexta-feira (11) divulgará medidas de médio e longo prazos.

Mas as medidas que não dependeriam de aprovação do Congresso, como a extinção dos convênios, podem ser anunciadas antes da conclusão do relatório. “É muito consenso para esperarmos tanto”, diz um dos participantes do encontro. Nos bastidores, o temor é de que a medida contamine votações no Congresso, como a da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que vai liberar mais de R$ 60 bilhões do Orçamento para o governo gastar como quiser.

Orlando Silva, ex-titular da pasta do Esporte e sexto membro do governo Dilma a deixar o cargo, sofreu bombardeio diário na imprensa por conta de convênios supostamente fraudulentos com ONGs. Ameaçado no cargo, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, também enfrenta denúncias de mau uso de dinheiro público em convênios desse tipo.

Aperto

Também na sexta-feira o governo começou a apertar o cerco contra as ONGs de caráter político-eleitoral. Uma portaria publicada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, junto da Controladoria-Geral da União (CGU), fixou normas mais duras para transferir recursos da União em convênios e contratos de repasse. Em setembro, Dilma já havia tornado obrigatório o chamamento público para firmar convênios com ONGs.

Agora os ministérios deverão “seguir um padrão e atender requisitos, critérios e exigências como a ampla publicidade do chamamento público, inclusive na primeira página do site do órgão concedente e no Portal dos Convênios (Siconv), onde deve permanecer disponível pelo menos por cinco anos”, de acordo com a CGU. Também será exigida a “comprovação de experiência da entidade, nos últimos três anos, em atividade semelhante ao objeto do convênio”.

“O edital de chamamento deverá conter ainda as seguintes informações: especificação do objeto da parceria; datas, prazos, condições, local e forma de apresentação das propostas; critérios objetivos de seleção e julgamento; valor previsto para a realização do objeto; e previsão de contrapartida, quando cabível”, diz a controladoria-geral.

Veja quais ministros de Dilma caíram e quem já ocupava pastas no governo Lula