Esqueça aquela menininha que apareceu aos 8 meses numa ponta mínima em “O trapalhão e a luz azul”, em 1999. Ela cresceu. E como! Lívian Aragão, aos 11 anos, já soma dez de carreira. Fez mais cinema que muitas veteranas por aí. Você pode até dizer que foi tudo muito fácil para ela. Afinal, é filha de Renato Aragão, de quem herdou o sobrenome e uma certa veia cômica. Mas que nada! Com Lívian foi aquela coisa de “Casa de ferreiro, espeto de pau”.
— Meu pai não queria que eu fosse atriz. Mas eu sempre pedia para gravar mais e mais. Aí ele foi deixando, né? E hoje já atuo de verdade, quero continuar e ser grande, para emocionar meu público — planeja a garota, já com o discurso pronto de estrela, quem sabe?
Não bastasse ser “filha do Didi”, o cara que muitos pirralhos e pirralhas sonharam um dia chamar de pai, Lívian vive num mundo encantado para a maioria das meninas de sua idade. Na confortável e gigantesca casa em que mora com a família, na Barra da Tijuca, ela é uma espécie de diretora de clube. Porque é isso mesmo que ela tem. Um clube com campo de futebol, anfiteatro, piscina, quartos para abrigar a turma, palco para encenar peças...
— A turma é grande, está sempre aqui $casa. A gente gosta de casa cheia. Daqui a pouco eles crescem e já não vão querer ficar por aqui, né? — justifica Lilian Taranto, a mãe, num tom quase de lamento.
A princesinha dos Aragão vive grudada com os pais. Ou com irmãos e tios. Agora, tem até assessora de imprensa. E é superprotegida. Ainda que tenha conseguido chegar outro dia em casa às 4h da manhã após uma festa. Irado!
A mãe até acha que, às vezes, exagera. Mas sabe que não pode dar mole. Lívian $á passou pela desconfortável e cruel onda de bullying, que, infelizmente, é cada vez mais comum.
— Uma menina do colégio parou de falar comigo e colocou as outras contra mim — conta ela, que muitas vezes foi só a “amiga da Sasha”.
E isso não era maldade de crianças:
— Não ligo para o que possam falar de mim. Poxa, tem tanta atriz famosona aí que conheço há um tempão e os outros $, sabe? Até falo com minha mãe: “Poxa, falaram isso e isso da fulana. Mas ela não é assim, eu conheço”.
Quanto a ser chamada de “a filha de Renato”, para Lívian é só orgulho. Provavelmente, ela é a fã número 1 do trapalhão, que, em contrapartida, baba abundantemente pela caçulinha. Mais que pai e filha, tornaram-se uma dupla. E, a partir de amanhã, começam mais uma intrépida aventura com “Acampamento de férias II – A árvore da vida”.
— Nesta temporada, ela é uma menina, assim, aventureira, sabe? É meio doidinha, que nem eu. Quer dizer, não sou assim doidiiiinha... Mas gosto de aventuras também — tenta explicar Lívian, naquela linguagem miguxa-adolescente.
Como toda adolescente, Lívian já tem suas preferências. No iPod está o que rola nas paradas de sucesso teen, como $Bieber, Jonas Brothers e Miley Cirus. No cinema, a-mou a saga “Crepúsculo”, mas prefere os músculos do lobisomem Taylor Lautner à palidez do vampiro Robert Pattinson:
— Ele é muito mais bonito!
Lili, o apelido da vida e da ficção, adora moda. Em casa, tem vários cadernos, nos quais desenha roupinhas e acessórios superdescolados. E as criações do papel já foram parar no guarda-roupa da mocinha. Era de sua própria autoria o vestido branco que usou na missa de 50 anos de carreira do pai em Aparecida do Norte. Outro passatempo ultrapowerblaster da moreninha é o futebol. A-do-ra, mas não pretende se profissionalizar:
— Atleta tem carreira curta. E olha a minha perna, está cheia de marcas!
Sim, a antes garotinha do papai já é uma mocinha vaidosa. Adora bijoux descoladas, tem alimentação saudável, possui um armário abarrotado de vestidos ainda com etiqueta de compra e sonha dar um corte no cabelão, mas o pai não deixa. Assim como ele também não pode ouvir falar que, num dia não muito distante, a filha terá um namorado:
— Acho que, quando arrumar um, é melhor ele nem saber, né?
É, Lívian, toda donzela tem um pai que é uma fera. Ainda que ele seja um tremendo trapalhão!