A defesa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu ao juiz Sérgio Moro que o deputado cassado não seja transferido da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense.
A solicitação foi feita por meio de petição protocolada na quarta-feira (14), na Justiça Federal no Paraná, em resposta ao pedido da PF para que o ex-presidente da Câmara mude de cadeia.
Cunha foi preso em 19 de outubro, na Operação Lava Jato, na qual é réu por, segundo o MPF, ter recebido propinas em um contrato de Petrobras.
Para pedir a transferência, na segunda-feira (12), a polícia justificou que a lotação da carceragem em Curitiba já estava próxima do "limite aceitável" e que era preciso remanejar os presos em razão do "risco iminente a segurança".
Moro manifestou-se pouco depois de protocolado o pedido. Disse, nos autos, que preferia ouvir o que tinham a dizer as defesas e o Ministério Público Federal (MPF) antes de decidir sobre a transferência ou não.
Os advogados alegam que a ação penal em que Cunha é réu está em "pleno desenvolvimento", com depoimento marcado para 7 de fevereiro, e a mudança atrapalharia a rotina de reuniões entre cliente e defensores na PF.
A defesa também salientou que há presos custodiados a mais tempo e com o processo mais avançado. Portanto, solicitou que o deputado cassado seja, ao menos, mantido onde está até seu depoimento.
Além de Cunha, a PF também pediu a transferência do ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro) - já impugnada pelo magistrado federal - e do ex-tesoureiro do PP João Claudio Genu, cuja defesa também pediu para que ele não seja transferido e ainda aguarda resposta de Sérgio Moro.