O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, denunciado nas investigações da Operação Lava Jato, reagiu e, na última quinta-feira (15), fez um longo discurso para rebater as acusações de corrupção feitas pelo Ministério Público Federal (MPF).
No entanto, entre lágrimas e críticas ao MPF e ao Senado, o petista também disse que a profissão mais honesta é a do político, porque “por mais ladrão que seja”, ele tem que encarar o povo e pedir por votos a cada quatro anos (assista no vídeo abaixo). Lula completou ainda fazendo a comparação com funcionários públicos concursados, que, segundo ele, não precisam do mesmo esforço dos políticos.
A internet reagiu. Com inúmeros memes, como já era de se esperar, mas também com um texto: uma carta para o ex-presidente, de autor desconhecido, supostamente escrita por um funcionário concursado.
Confira:
“Já que falou de mim, concursado, sinto-me no direito de responder:
Senhor Ex-presidente, por mais ladrão que seja, sou concursado, com muito orgulho!
Para chegar lá, estudei, me dediquei, fiz uma prova tensa no concurso com o maior índice de candidatos/vaga daquele ano.
Após isso, passei 3 anos por um estágio probatório, para então, definitivamente, me efetivar no cargo. Na minha prova não adiantava eu mentir, nem tentar desqualificar meu concorrente. Tentar iludir o aplicador da prova com promessas de políticas sociais de nada adiantariam. Apontar para o colega do meu lado fazendo prova e alegar que ele mentia nas respostas e que ele iria acabar com o bolsa família, caso fosse aprovado, de nada serviria.
Não usei verba desviada de nenhuma empresa estatal para financiar a taxa de inscrição do concurso que fiz. O salário que recebo não me permite comprar sítios ou triplex. Não disponho de imunidade parlamentar, não disponho de auxílio moradia, nem paletó. Não sou financiado por empresas privadas e bancos.
Ser político é muito fácil. Dispensa estudo (vide o senhor). Dispensa atestado de bons antecedentes (vide o senhor). Dispensa conduta ilibada no exercício da função (vide o senhor). Para eleger-se, bastam mentiras bem contadas, projetos que iludam o povo, uma barba bem feita e um marqueteiro de primeira (vide o senhor).
Acusações, falsas ou não, contra o candidato opositor também são válidas. Aí, de 4 em 4 anos, vai pra rua pedir voto, equipado de obras superfaturadas, desvios de verbas e patrocínio de empresários e banqueiros, que doam dinheiro sem nenhum interesse.
Pão e circo funcionam desde a Grécia antiga, não é agora que vai falhar!
E finalizo lançando um desafio para o senhor. Nada complexo, nada difícil, eu consegui, o senhor mesmo julga ser fácil: