GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Caio Fábio desmente Marco Feliciano

Governador Sérgio Cabral apoia Marco Feliciano

Preço do tomate: o que há por trás do aumento de 150%?


Aumento do preço do tomate: monocultivo e latifúndio desempregam o povo do campo e acabam com as roças voltadas para a produção de alimentos

No último ano, o preço do tomate subiu cerca de 150%. A imprensa culpa o clima e os custos de transporte para esse fato. Mas estaria aí a explicação? Vejamos alguns dados, tirados do último IBGE.
aumento preço tomate
O preço do tomate no Brasil aumentou no último ano cerca de 150% 
70% dos alimentos que chegam a mesa dos brasileiros vêm da agricultura familiar. Realizada em pequenas propriedades, em geral pelas próprias famílias, diferentemente da agricultura patronal. Essas pequenas propriedades representam cerca de 84,4% do total, mas ocupam apenas 24,3% da área agricultável no Brasil. As outras 15,6% de propriedades ocupam 75,7% da área agricultável nacional, são os latifúndios.
Esses latifúndios, produzem apenas 30% do consumo nacional agropecuário. Apesar de suas enormes dimensões eles não estão voltados para alimentar o povo brasileiro. Sua orientação maior é para o lucro e o que tem dado mais lucro a eles é a produção de soja para fazer, por exemplo, ração para os porcos na Europa.
Além disso, a agricultura familiar reponde por 74% do emprego de toda mão-de-obra formal no campo, enquanto o agronegócio emprega apenas 26%.
No entanto, a prioridade do governo não é garantir a alimentação de seu povo com qualidade e a um preço barato. Atualmente, a agricultura familiar, também conhecida como agricultura camponesa, recebe apenas 14% de todo crédito disponível para o setor agrícola, enquanto os 86% restantes ficam com a agricultura e a agropecuária de extensão, também classificados como agronegócio.
    Os dados, ao contrário de mostrarem uma melhora nesse cenário, mostram seu recrudescimento. A reforma agrária praticamente acabou no Brasil e os investimentos no agronegócio só vêm aumentando, inclusive pressionando a área agricultável familiar.
Portanto, o elemento central para a alta dos preços dos hortifrutis e do tomate (que tem sido tão falado) não é São Pedro. O responsável é o monocultivo e o latifúndio, que desempregam o povo do campo e acabam com as roças voltadas para a produção de alimentos, substituindo-as por plantações de soja. E o pior, o governo é cúmplice dos latifundiários, pois financia essa expansão.

Número de abortos no Uruguai diminui após descriminalização


Uruguai: número de abortos diminuiu após descriminalização. Dados preliminares apontam entre 300 e 400 abortos por mês no país

O Uruguai realiza por mês entre 300 e 400 abortos legais desde a promulgação, em outubro do ano passado, da lei que descriminalizou a prática até a 12ª semana de gestação. A informação foi divulgada pelo subsecretário de Saúde Pública, Leonel Briozzo, nesta terça-feira.
aborto legal uruguai
Aborto legal no Uruguai: antes da aprovação da lei, país registrava mais de 30 mil abortos por ano. 
Em entrevista à rádio Universal, Briozzo disse que, com esse número, o Uruguai chagaria a 4 mil abortos por ano, cifra inferior a estimativa anterior à aprovação da lei, de 33 mil. Na opinião dele, leis como a aprovada no ano passado “fazem com que diminua a quantidade de abortos”.
“A prática da despenalização diminui o número de abortos e abate a mortalidade materna, ou seja, faz com que o aborto seja seguro”, afirmou. Para ele, o referendo proposto pelo deputado nacionalista Pablo Abdala para consultar a população sobre o tema “não é a melhor forma de fixar o tema”.

Caso Zezé Polessa e o motorista falecido: a lição que fica


Ministério Público decidiu abrir investigação contra Zezé Polessa, pois é muito provável que sua atitude destemperada diante da falha do motorista possa ter desencadeado o ataque do coração que ele sofreu

Guilherme AAraújo, consultor de negocios e politicas
Um caso doloroso envolveu a atriz Zezé Polessa e motorista da Globo que a levava de casa à gravação da novela Salve Jorge e errou o caminho, fazendo-a se atrasar para evidente compromisso importante, desencadeando bronca veemente da atriz. O motorista acabou falecendo de ataque do coração por, supostamente, ter ficado nervoso com a reprimenda.
atriz zezé polessa motorista globo
Motorista da Rede Globo morreu após discussão com atriz Zezé Polessa. 
De um lado, há acusações de arrogância da atriz que são justificáveis porque pessoas dos estratos mais abastados costumam agir assim com subalternos. De outro lado, dizem que tentam “linchá-la” por reação igualmente justificável de se irritar com um motorista que, pago para conhecer caminhos, a levou a lugar errado, o que por certo lhe causou danos.
Que atire a primeira pedra quem nunca se irritou com um motorista de táxi, por exemplo, que errou o caminho e lhe causou atraso que, muitas vezes, pode ser muito prejudicial. Contudo, quantas vezes já não vimos um subalterno sendo humilhado enquanto se apavora e se submete à humilhação com medo de ser demitido?
Uma procuradora do Ministério Público decidiu abrir investigação contra a atriz, pois é muito provável que sua atitude destemperada diante da falha do serviçal possa ter desencadeado o ataque do coração que ele sofreu, o que seria agravado caso Polessa soubesse dos problemas de saúde do homem – o que parece pouco provável.
Discordo de opinião que está surgindo de que a conduta da procuradora é, apenas, vontade de aparecer. Uma vida humana foi perdida e, ainda por cima, durante o desempenho de função empregatícia da vítima. Ora, quem tem poder nesse tipo de relação, em uma situação como essa deve, no mínimo, dar explicações, as quais devem, sim, ser investigadas.
Por outro lado, penso que daí a partirmos para condenar primeiro a atriz e investigarmos depois o que foi que aconteceu, vai uma distância imensa. Uma das pragas que se abatem sobre este país é justamente essa, de atirarmos primeiro e perguntarmos depois.
Por fim, esse caso terrível deve servir de lição a todos nós que nos valemos da prestação de serviços de outras pessoas. Reclamar de erros que possam cometer e que nos causam danos é legítimo. Contudo, a vida que se leva nos dias de hoje não pode nos levar a transformar uma reclamação em uma sessão de humilhação daquele que errou.
Em vez de lincharmos alguém que pode, sim, ter errado – e feio –, talvez seja melhor tirarmos uma lição de vida desse caso, buscando sempre nos lembrarmos de que uma pessoa que nos presta serviço não pode ser tratada como escrava, até porque nunca se sabe que dramas pessoais podem levá-la a errar no desempenho de suas funções empregatícias.

Família alemã vive praticamente sem usar dinheiro há 3 anos


Famíla alemã vive há três anos praticamente sem usar dinheiro. Este novo modo de vida vem recebendo atenção de pessoas na Europa e fomentando discussões na internet

Um alemão de 29 anos conseguiu desenvolver um sistema de vida ao lado de sua família, cujo gasto de dinheiro é mínimo. Raphael Fellmer sustenta sua família há três anos com alimentos encontrados em caçambas de lixo de supermercados e adquire móveis e outros utensílios através da prática do escambo.
família alemã vive sem dinheiro
Fellmer mora com sua mulher e filho no bairro Kleinmachnow, em Berlim. (Foto: Reuters)
Fellmer mora de aluguel em um pequeno apartamento no porão de uma casa em Berlim, ao lado de sua esposa Nieve e seu filho. O casal paga as despesas de aluguel com serviços domésticos como jardinagem e reparos na residência. O único uso de dinheiro é para quitar contas de luz e água.

O casal utiliza dinheiro somente quando não há escolha. Uma dessas ocasiões foi durante a gestação do menino, quando Nieve teve que fazer um plano pré-natal. Raphael, nascido em uma família de classe média alta alemã e formado em Estudos Europeus, percebeu que há coisas mais importantes na vida do que o dinheiro.
    Para ele, o dinheiro é uma invenção do homem e seu sistema pode entrar em colapso a qualquer instante. Desta forma, Fellmer adotou o modo de vida para proteger sua família dos efeitos negativos do sistema. A inspiração ocorreu após decidir realizar uma viagem para o México ao lado de amigos sem gastar um centavo. Prestando serviços em troca de transporte em navios e contando com caronas em caminhões, o alemão percebeu que o dinheiro não é fundamental para a vida do ser humano.

família vive sem dinheiro
O alemão encontra os alimentos em caçambas de lixo de supermercados. Além de coletar comida na rua, Fellmer paga seu aluguel com serviços domésticos. 
Já em relação aos alimentos, o Raphael encontra tudo o que precisa nas caçambas de lixo orgânico dos mercados do país. Segundo Fellmer, grande parte dos alimentos recolhidos na rua estão em perfeito estado. De acordo com a Organização de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO), 30% de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado.
Este novo modo de vida vem recebendo atenção de pessoas na Europa e fomentando discussões em fóruns na internet. Fellmer é tido como o líder do movimento, batizado de “vida-sem-dinheiro”.
Guilherme AAraújo, consultor de negocios e politicas

147 empresas controlam quase metade da riqueza mundial


Apenas 147 conglomerados empresariais controlam 40% da riqueza mundial. Esse pequeno grupo de companhias – principalmente bancos – exerce um poder enorme sobre a economia global

Um estudo da Universidade de Zurich revelou que um pequeno grupo de 147 grandes corporações trasnacionais, principalmente financeiras e mineiro-extrativas, na prática controlam a economia global.
O estudo foi o primeiro a analisar 43.060 corporações transnacionais e desentranhar a teia de aranha da propriedade entre elas, conseguindo identificar 147 companhias que formam uma “súper entidade” que controla 40% da riqueza da economia global.
empresas ricas mundo nova york
A maior parte das corporações mundiais está no Hemisfério Norte e controlam a economia mundial com graves riscos para o mundo.
O pequeno grupo está estreitamente interligado através das juntas diretivas corporativas e constitui uma rede de poder que poderia ser vulnerável ao colapso e propensa ao “risco sistémico”, segundo diversas opiniões. O Projeto Censurado da Universidade Sonoma State de Califórnia desclassificou esta notícia sepultada pelos meios e seu ex diretor Peter Phillips, professor de sociologia nessa universidade, ex diretor do Projeto Censurado e atual presidente da Fundação Media Freedom /Project Censored, referiu-a em seu trabalho “The Global 1%: Exposing the Transnational Ruling Class” (1%: Exposição da Classe Dominante Transnacional), assinado com Kimberly Soeiro e publicado em ProjectCensored.org.
Os autores do estudo são Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston, pesquisadores da Universidade de Zurich (Suíça), os quais publicaram seu trabalho a 26 de outubro 2011, sob o título “A Rede de Controle Corporativo Global” (The Network of Global Corporate Control) na revista científica PlosOne.org.
Na apresentação do estudo publicado em PlosOne, os autores escreveram: “A estrutura da rede de controle das empresas transnacionais afeta a concorrência do mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, foram estudadas só pequenas mostras nacionais e não existia uma metodologia adequada para avaliar o controle a nível mundial. Apresenta-se a primeira pesquisa da arquitetura da rede de propriedade internacional, junto ao cálculo da função mantida por cada jogador global”.
“Encontramos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura como garavata de laço e que uma grande parte dos fluxos de controle conduzem para um pequeno núcleo muito unido de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como um bem econômico, uma “súper-entidade” que propõe novas questões importantes, tanto para os pesquisadores comoo para os responsáveis políticos”.
O diário conservador britânico Daily Mail foi talvez o único do mundo que recolheu esta notícia, a 20 de outubro 2011, apresentada por Rob Waugh com o chamativo titular “Existe uma “súper-corporação que dirige a economia global”. O Estudo clama que poderia ser terrivelmente instável. A pesquisa concluiu que 147 empresas criaram uma “súper entidade” dentro do grupo, controlando 40% da riqueza”.
Waugh explica que o estudo da Universidade de Zurich “prova” que um pequeno grupo de companhias -principalmente bancos- exerce um poder enorme sobre a economia global. O trabalho foi o primeiro a examinar um total de 43.060 corporações transnacionais, a teia de aranha da propriedade entre elas e estabeleceu um “mapa” de 1.318 empresas como coração da economia global.
O estudo encontrou que 147 empresas desenvolveram em seu interior uma “súper entidade“, controladora de 40% de sua riqueza. Todos possuem parte ou a totalidade de um e outro. A maioria são bancos -os 20 top, incluídos Barclays e Goldman Sachs-. Mas o estreito relacionamento significa que a rede poderia ser vulnerável ao colapso”, escreveu Waugh.
O tamanho dos círculos representa os rendimentos. Os círculos vermelhos são “corporações súper-conectadas” enquanto os amarelos são “corporações muito conectadas”. As 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia globalizada mostram suas conexões de propriedade parcial entre uns e outros, e o tamanho dos círculos corresponde aos rendimentos. Através das empresas seus proprietários controlam a maior parte da economia “real” (Ilustração dos autores, PlosOne, 26/10/2012).

O 1% do mundo

“Efetivamente, menos de 1% das empresas foi capaz de controlar 40% de toda a rede”, disse ao Daily Mail James Glattfelder, teórico de sistemas complexos do Instituto Federal Suíço de Zurich, um dos três autores da investigação.
Alguns dos supostos que subjazem no estudo foram criticados, como a ideia de que propriedade equivale a controle. “No entanto, os pesquisadores suíços não têm nenhum interesse pessoal: limitaram-se a aplicar à economia mundial modelos matemáticos utilizados habitualmente para modelar sistemas naturais, usando Orbis 2007, um banco de dados que contém 37 milhões as companhias e investidores”, informou Waugh.
Economistas como John Driffil, da Universidade de Londres, especialista em macroeconomia, disse à revista New Scientist que o valor do estudo não radicava em ver quem controla a economia global, mas em mostrar as estreitas conexões entre as corporações maiores do mundo. O colapso financeiro de 2008 mostrou que este tipo de redes estreitamente unidas pode ser instável. “Se uma empresa sofre angústia, esta se propaga”, disse Glattfelder.
Para Rob Waugh e o Daily Mail há um “senão”: “Parece pouco provável que as 147 corporações no coração da economia mundial pudessem exercer um poder político real, pois representam demasiados interesses”, assegurou o diário conservador britânico.
A riqueza global do mundo estima-se que se aproxima dos 200 biliões de dólares, ou seja, duas centenas de milhões de milhões. Segundo Peter Phillips e Kimberly Soeiro, 1% mais rico da população do planeta agrupa, aproximadamente, 40 milhões de adultos. Estas pessoas constituem o segmento mais rico da população dos países mais desenvolvidos e, intermitentemente, em outras regiões.
Segundo o livro de David Rothkopf “Súper-classe: a Elite de Poder Mundial e o Mundo que está Criando”, a súper elite abarcaria aproximadamente 0,0001% (1 milionésima parte) da população do mundo e compreenderia umas 6.000 a 7.000 pessoas, embora outros assinalem 6.660. Entre esse grupo, teria que procurar-se os donos das 147 corporaçõess que refere o estudo dos pesquisadores de Zurich.
Guilherme AAraújo, consultor de negocios e politicas

“No Brasil, capitalismo tem nome e sobrenome”


Quem são as famílias? Quem são as pessoas? Estudo aponta quais os principais grupos econômicos que concentram o poder no Brasil

Em levantamento inédito, o Instituto Mais Democracia (IMD) revelou na pesquisa “Quem são os proprietários do Brasil?” os grupos econômicos que são recordistas em concentração de poder no país. O estudo identifica todas as empresas que se articulam com as grandes corporações brasileiras: Vale, Gerdau, Votarantim, JBS, Grupo Ultra, entre outras. Além disso, um ranking explicita nomes e sobrenomes dos proprietários finais dessa intricada rede de poder empresarial.
concentração renda brasil
Capitalismo tem nome e sobrenome no Brasil.
Ao mesmo tempo, o instituto mostra que essas empresas recebem dinheiro público de estatais brasileiras sem a necessária transparência e controle social. A pesquisa completa será divulgada no próximo dia 12 de dezembro.
“Quem são as famílias? Quem são as pessoas? Normalmente se diz que o capitalismo não tem rosto, não tem nome. Pelo contrário, na maioria dos casos tem nome, sobrenome e endereço. São pessoas que se beneficiam de toda essa estrutura vigente e inclusive de todo o recurso público que é carreado através das estatais e do financiamento público”, explicou um dos coordenadores da pesquisa, o cientista político e professor universitário João Roberto Lopes Pinto.
Diferentemente de outros rankings divulgados pelo jornal Valor Econômico e revista Exame, o foco do Mais Democracia não é mostrar os maiores faturamentos, mas analisar a estrutura de poder por trás das empresas que se articulam com esses grandes grupos. “Com outra perspectiva, o ranking da concentração de poder econômico é um paralelo a esses rankings convencionais, é um ‘contra-ranking’. A primeira diferença é que vamos explicitar, renomear e colocar novos nomes no debate público com base no Índice de Poder Acumulado (IPA). E todas as empresas que estão no topo do ranking são irrigadas pelo dinheiro público”, explicou Pinto.
Geralmente difusas e de difícil acesso, as informações analisadas pelos pesquisadores constam em uma base de dados que está sendo construída por uma cooperativa de jovens desenvolvedores, a Eita – Educação, Informação e Tecnologia para a Autogestão. O ranking está sendo elaborado com base nos dados de 400 empresas de sociedade de capital aberto que foram fornecidas para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado acionário brasileiro. Além disso, informações disponíveis nas bases de dados Economática e Econoinfo também serão incorporadas. Dessas 400 empresas iniciais, os pesquisadores já estão monitorando mais de 5 mil empresas que atuam no interior delas. O instituto tem como referência uma metodologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Zurich que realiza o cruzamento do faturamento líquido dessas empresas com dados sobre a participação acionária dos proprietários.
O pesquisador revelou algumas empresas que controlam alguns grupos econômicos brasileiros, cujos nomes não costumam ser divulgados. “Não é Odebrecht é Kieppe, não é Vale é Bradesco e Previ, não é JBS é FB Participações, que também controla a Vigor Foods, empresa que controla todo o setor lácteo no Brasil, não é Camargo Corrêa é a Morro Vermelho”, antecipou Pinto. O pesquisador também revelou que no ranking dos maiores proprietários, ao lado do homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista, está uma das controladoras da Camargo Corrêa, a empresária Dirce Navarro Camargo, com patrimônio de 13,1 bilhões de dólares.
O instituto costuma utilizar o caso da Odebrecht para mostrar o emaranhado de articulações empresariais que compõem os grandes grupos econômicos no modelo capitalista contemporâneo. “A Braskem e a construtora Odebrecht são controladas pela Odebrecht Participações, que por sua vez é controlada pela Odebrecht Sociedade Anônima, que por sua vez é controlada pela Odebrecht Investimento, que por sua vez é controlada Kieppe Participações, depois Kieppe Patrimonial. Ou seja, Kieppe Patrimonial é o nome da Odebrecht e por trás da Kieppe está a família Odebrechet”, explicou João Roberto.

Participação

“O enfrentamento das corporações é um debate necessário, isto está no limite da democracia contemporânea. Com este grau de concentração, não se pode mais tratar essas empresas como se fossem atores individuais. São atores complexos que envolvem atores públicos. E essa rede complexa ninguém conhece ou discute”, afirmou o cientista político.
Em 2013, o Instituto Mais Democracia pretende cruzar o ranking dos proprietários com os dados oficiais sobre financiamento de campanha das últimas eleições. A ideia é analisar o retorno que essas empresas têm com a eleição dos políticos. Além disso, uma plataforma colaborativa com todas as informações utilizadas pelos pesquisadores serão disponibilizadas para a sociedade.

O bonzinho Bill Gates e os bajuladores brasileiros


Cidadãos de alma caridosa foram convencidos de que “mais vale acender uma vela na noite do que maldizer a escuridão” – e nunca mais se perguntaram a origem de tudo aquilo. Dá para entender que ninguém é bonzinho nesta história, não é mesmo?

A entrevista de Bill Gates a Raul Juste Lores, na Folha de S.Paulo, deverá inspirar um imenso cortejo de bajuladores brasileiros, que logo irão apontar o primeiro bilionário da internet como exemplo a ser seguido.
Não faltam pessoas prontas para elogiar os muito ricos e bem sucedidos por qualquer coisa – de preferência estrangeiros, que alimentam o conhecido complexo de vira-latas dos críticos de nossa vidinha social.
bill gates brasil doação filantropia
Bill Gates é fundador e proprietário da Microsoft
Bill Gates conta na entrevista que já doou grande parte de sua fortuna pessoal a entidades filantrópicas e agora pretende convencer seus pares do mundo inteiro a fazer a mesma coisa.
Sua ideia é que o pessoal que representa 1% (ou menos) da população mundial, mas controla 99% (ou mais) da riqueza, tenha bom coração e entregue 95% para a caridade.
Não custa reconhecer que, em matéria de utopias, já tivemos ideias mais ousadas.
Warren Buffet, bilionário do mesmo patamar que Bill Gates, foi mais coerente quando disse que os ricos pagam pouco imposto – e havia chegado a hora de o Estado cobrar mais.
Buffet também faz doações para instituições de caridade, mas reconhece a diferença entre uma coisa e outra.
A cobrança do imposto dos ricos, eliminado há mais de 30 anos nos EUA pelos republicanos, sempre foi uma forma de a sociedade cobrar dos bilionários uma retribuição pelos recursos acumulados.
Um instrumento da República para contribuir para a igualdade entre os cidadãos.
Isso porque nenhuma fortuna é obra de um indivíduo isolado. É um produto social, onde entram consumidores, investidores, clientes – e todo um conhecimento acumulado ao longo da história, que é patrimônio da humanidade.
No caso específico das fortunas da era tecnológica, não custa recordar que as inovações vieram acompanhadas de práticas monopolistas condenáveis e mesmo iniciativas para impedir o crescimento de concorrentes que foram parar na Justiça. Basta lembrar a disputa entre o sistema Windows e o Linux, não é mesmo? Ou entre o Internet Explorer e seus adversários.
Num artigo do início da década passada, o New York Times definia a internet como uma colônia dos Estados Unidos.
Pioneiros da internet argumentam que essas práticas ajudaram a tornar o acesso à rede de computadores mais caro, mais difícil e mais exclusivo.
Escrevo isso para dizer que as fortunas contemporâneas não são o capítulo final de um conto de fadas envolvendo um empreendedor com grandes ideias e muita perseverança num mundo de preguiçosos, decrépitos e pouco inteligentes. Há iniciativa, pode até haver genialidade, mas há luta, confronto, jogo de interesses e esquemas de poder.
Basta doar uma moeda de 1 real num semáforo para perceber uma coisa. Além do benefício imediato que este gesto pode causar – inegável em várias situações, pernicioso em outras –, essa moeda representa uma transferência de poder. Ainda que por uns minutos, aquele sujeito que recebeu o donativo deve gratidão ao doador. Irá lhe dizer palavras reverentes, respeitosas.
É por isso que há mais de 2 000 anos a Igreja Católica tornou-se a maior instituição de caridade que se conhece. Não vamos negar os benefícios que essa atividade da Igreja trouxe para muitas pessoas. Nem vamos esquecer o papel de padres e bispos no combate a regimes tirânicos, como a ditadura militar brasileira.
Mas basta visitar os tesouros do Vaticano para entender uma outra mensagem. Se distribuiu bondades, patrocinou artes e cultura, a Igreja também acumulou riqueza e muito poder. Financiou guerras, organizou exércitos, abençoou a colonização e fechou os olhos para tantos crimes em troca do direito de catequizar as almas do Novo Mundo. Em 1964, estava lá – abençoando tanques e baionetas.
Isso porque o principal compromisso de uma instituição desta natureza é com ela mesma, com sua preservação e expansão.
Com todas as distâncias guardadas, é razoável observar que nossos filantropos pertencem à mesma escola e filosofia. A questão é a autopreservação.
Doadores milionários são os patrocinadores das principais ONGs no mundo. Dirigem sua atividade, escolhem seus dirigentes e definem, conforme suas opções ideológicas, quais causas serão estimuladas e quais serão combatidas ou marginalizadas.
Sua fortuna serve, assim, como força política. Têm um poder de pressão acima de qualquer cidadão comum. Identificadas – corretamente ou não – a partir de causas generosas, que envolvem questões necessárias, têm uma legitimidade única.
Fazem uma atividade que, em outras situações seriam identificadas como simples atuação de lobistas – mas agora são chamados de ativistas. Entram em parlamentos, são recebidas por ministros, disputam verbas públicas. Fazem política sem precisar comprar o debate público nem pedir votos – porque seu sustento vem de fora, de donativos que os bilionários adoram sustentar. Como são privadas, não precisam prestar contas – nem fazer balanços políticos.
A expansão das ONGs nas últimas décadas coincide com um desmanche do Estado de Bem-Estar Social nos Estados Unidos e na Inglaterra, nos anos de Ronald Thatcher e Margaret Reagan. O corte de verbas públicas – inspirado pelo fim dos impostos para os mais ricos – foi tão grande que criou novos bolsões de pobreza e abismos entre os cidadãos.
Serviços que eram públicos se tornaram privados – ao alcance de quem poderia pagar por eles – reservando-se poucas migalhas para quem estava nos degraus inferiores da pirâmide. Os pensionistas da Previdência Pública eram tratados como marajás e estigmatizados.
Nessa situação de emergência social, era preciso chamar as boas almas (sim, boas almas, porque elas existem) da classe média para olhar pelo destino dos pobres.
Foi neste período que as ONGs se expandiram, ganharam recursos e adeptos, como a face generosa de um processo perverso.
Empresas “generosas” contratavam funcionários que eram obrigados a prestar serviços “voluntários” em suas horas de folga.
Cidadãos de alma caridosa foram convencidos de que “mais vale acender uma vela na noite do que maldizer a escuridão” – e nunca mais se perguntaram a origem de tudo aquilo.
Dá para entender que ninguém é bonzinho nesta história, não é mesmo?
Guilherme AAraújo, Consultor de negocios e politicas

O esquerdista fanático e o direitista visceral: dois perfeitos idiotas


Direitista visceral e esquerdista fanático os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo

Guilherme Araújo, Consultor de negocios e politicas entrevista o Frei Betto
Nada mais parecido a um esquerdista fanático, desses que descobrem a nefasta presença do pensamento neoliberal até em mulheres que o repudiam, do que um direitista visceral, que identifica presença comunista inclusive em Chapeuzinho Vermelho.
Os dois padecem da síndrome de pânico conspiratório. O direitista, aquinhoado por uma conjuntura que lhe é favorável, envaidece-se com a claque endinheirada que o adula como um dono a seu cão farejador. O esquerdista, cercado de adversários por todos os lados, julga que a história resulta de sua vontade.
frei betto direita esquerda
Frei Betto: “Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista”.
O direitista jamais defende os pobres e, se eventualmente o faz, é para que não percebam quão insensível ele é. Mas nem pensar em vê-lo amigo de desempregados, agricultores sem terra ou crianças de rua. Ele olha os deserdados pelo binóculo de seu preconceito, enquanto o esquerdista prefere evitar o contato com o pobre e mergulhar na retórica contida nos livros de análises sociais.
O esquerdista enche a boca de categorias teóricas e prefere o aconchego de sua biblioteca a misturar-se com esse pobretariado que nunca chegará a ser vanguarda da história.
O direitista adora desfilar suas ideias nos salões, brindado a vinho da melhor safra e cercado por gente fina que enxerga a sua auréola de gênio. O esquerdista coopta adeptos, pois não suporta viver sem que um punhado de incautos o encarem como líder.
O direitista escreve, de preferência, para atacar aqueles que não reconhecem que ele e a verdade são duas entidades numa só natureza.
O esquerdista não se preocupa apenas em combater o sistema, também se desgasta em tentar minar políticos e empresários que, a seu ver, são a encarnação do mal.
O direitista posa de intelectual, empina o nariz ao ornar seus discursos com citações, como a buscar na autoridade alheia a muleta às suas secretas inseguranças. O esquerdista crê na palavra imutável dos mentores do marxismo e não admite outra hermenêutica que não a dele.
O direitista considera que, apesar da miséria circundante, o sistema tem melhorado. O esquerdista vê no progresso avanço imperialista e não admite que seu vizinho possa sorrir enquanto uma criança chora de fome na África.
O direitista é de uma subserviência abjeta diante dos áulicos do sistema, políticos poderosos e empresários de vulto, como se em sua cabeça residisse a teoria que sustenta todo o edifício de empreendimentos práticos que asseguram a supremacia do capital sobre a felicidade geral.
O esquerdista não suporta autoridade, exceto a própria, e quando abre a boca plagia a si mesmo, já que suas minguadas ideias o obrigam a ser repetitivo. O direitista é emotivo, prepotente, envaidecido. O esquerdista é frio, calculista e soberbo.
O direitista irrita-se aos berros se encontra no armário a gola da camisa mal passada. Dedicado às grandes causas, as pequenas coisas são o seu tendão de Aquiles.
O direitista detesta falar em direitos humanos, e é condescendente com a tortura. O esquerdista admite que, uma vez no poder, os torturados de hoje serão os torturadores de amanhã.
O direitista esbraveja por ver tantos esquerdistas sobreviverem a tudo que se fez para exterminá-los: ditaduras militares, fascismo, nazismo, queda do Muro de Berlim, dificuldade de acesso à mídia etc. O esquerdista considera o direitista um candidato ao fuzilamento.
Direitista e esquerdista – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo.
Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista. Quero todos com acesso a pão, paz e prazer, sem que os direitistas queiram reservar tais direitos a uma minoria, e sem que os esquerdistas queiram impedir os direitistas de acesso a todos os direitos – inclusive o de expressar suas delirantes fobias.

Seja feliz, coloque um chinês trabalhando para você


O espertinho norte-americano, que não trabalha mais para a empresa, estava simplesmente colocando em prática o que o bizarro sistema produtivo de seu país lhe ensinou desde pequeno: lucre o máximo possível, colocando alguém para trabalhar por você

Guilherme Araújo, consultor de negocio e politicas
Uma notícia deliciosa está correndo a internet há alguns dias. Um programador norte-americano terceirizou para uma
empresa chinesa o próprio trabalho, pagando um quinto do seu salário, enquanto passava o dia navegando no YouTube, Facebook, eBay, entre outros. Conforme noticiou o jornal The Telegraph, com isso, ganhava centenas de milhares de dólares anuais, seu trabalho era considerado excelente e a performance tida como a melhor de todo o escritório.
trabalho escravo china eua
O programador passava o dia navegando na internet antes de enviar o relatório de desempenho diário a seus superiores
O causo é delicioso não pela lamentável relação de exploração trabalhador-trabalhador que se estabeleceu. Muito menos pelo orgasmo dos conservadores ao ler essa história, bradando que essa é a prova que o custo da força de trabalho nos Estados Unidos, Europa e mesmo no Brasil está mandando os empregos para longe e que, por isso, o modelo a ser copiado é o da China, Vietnã, Índia, entre outros. Como se a única coisa que importasse fosse o crescimento do bolo e não a sua distribuição ou a qualidade de vida dos envolvidos (onde mesmo que eu li isso?… Ah, claro, no material de divulgação da Gloriosa durante os anos de chumbo).
Não é justo perdermos empregos por aqui, muito menos explorar trabalhadores por lá para garantir que nossos bens de consumo favoritos sejam mais baratos. Eu, como consumidor, aceito pagar R$ 20 a mais no preço de um celular, se a Apple topar reduzir, por exemplo, o dobro desse valor em margem de lucro por aparelho, e esses R$ 60 forem destinados a melhorar os salários e condições dos trabalhadores. Isso já foi possível com trabalhadores do tomate que melhoraram suas condições de vida quando alguns centavos foram acrescentados ao preço do ketchup nos Estados Unidos.
Pois, quando uma grande empresa faz isso é uma excepcional política para uma cadeia de produção global visando à redução de custos e quando uma pessoa faz é um inaceitável comportamento antiético?
Essa “regra do jogo”, que varia conforme quem é o jogador, me faz lembrar um restaurante self-service. Os grandes passam com a bandeja primeiro e escolhem o que querem e o que não querem para o almoço. Os menores são obrigados a comer o que sobrou. Calados. Isso sem contar que quem cuida do restaurante, ou seja, o Estado, garante que essa ordem continue existindo. Afinal de contas, pessoas jurídicas valem mais que as físicas.
O espertinho norte-americano, que não trabalha mais para a empresa, estava simplesmente colocando em prática o que o bizarro sistema produtivo de seu país lhe ensinou desde pequeno: lucre o máximo possível, colocando alguém para trabalhar por você.

Vazamento inédito de lista de milionários abala “paraísos fiscais”


Offshore Leaks: vazamento de lista de milionários deixa paraísos fiscais em alerta. Grupo de jornalistas obteve informações sobre nomes e fortunas avaliadas em US$ 32 trilhões

Uma investigação conjunta de um coletivo de jornalistas investigativos provocou um severo abalo nos países e regiões conhecidos como “paraísos fiscais”. Foi publicada na manhã desta quinta-feira (04/04) uma lista com informações de milhares de registros internos dando nomes e valores de fortunas de milionários em contas guardadas nesses locais, em especial as Ilhas Virgens Britânicas.
Os documentos, já apelidados de “Offshore Leaks”, expõem a identidade de milhares de pessoas, de mais de 170 países, ligadas a empresas offshore com dinheiro em paraísos fiscais. O grupo ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists), com sede em Washington, foi apoiado por 38 veículos, como o jornais The Guardian, do Reino Unido, Le Monde, da França, e The Washington Post, dos Estados Unidos.
milionários paraísos fiscais
Offshore Leaks: vazamento de lista de milionários deixa paraísos fiscais em alerta. Jornalistas obtiveram informações sobre nomes e fortunas avaliadas em US$ 32 trilhões.
Os milionários citados somam em torno de 32 trilhões de dólares em paraísos fiscais. Se esse dinheiro fosse convertido em impostos, ele seria mais do que suficiente para, por exemplo, solucionar as crises de dívidas internas dos países da zona euro – em especial Grécia, Portugal, Irlanda, Itália, Espanha e Chipre –, hoje submetidos a regimes de austeridade fiscal que tem causado fuga de investimentos, queda nos salários e altos índices de desemprego.
Dois dos nomes mais conhecidos dessa lista são o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e do francês Jean-Jacques Augier, amigo e tesoureiro da campanha do presidente da França, François Hollande – que, desta maneira, enfrenta o segundo escândalo de corrupção em apenas uma semana.
O ICIJ diz ter mais de 200 gigabytes de dados relativos a operações efetuadas na última década nas Ilhas Virgens Britânicas, mas também em Cingapura, Hong Kong e ilhas Cook, que serão revelados ao longo dos próximos dias.
Para se ter uma ideia do volume de informações, a base de dados contém registros de 120 mil empresas e é 160 vezes maior que os arquivos divulgados em 2010 pelo WikiLeaks sobre o Departamento de Estado norte-americano.
A divulgação dessa lista pode causar uma crise de confiança no setor, que usa a prerrogativa do anonimato para transmitir segurança a quem pretende deslocar grande parte da sua fortuna para fora do país de origem. Com essa divulgação, muitos desses envolvidos poderão ser investigados por evasão de impostos, um dos motivos mais comuns para a transferência de dinheiro para essas contas.
O ICIJ obteve as informações por antigos funcionários de duas empresas de serviços financeiros offshore, a Portcullis Trustnet e a Commonwealth Trust Limited. São cerca de 2,5 milhões de documentos (como courreios eletrônicos, cópias de documentos de identificação, cartas, etc.). Para explorar essa gama de informações raras, o consórcio de jornalistas uniu forças com os outros grupos.

Os envolvidos

Jean-Jacques Augier é dono de uma empresa chinesa com sede nas ilhas Cayman, no Caribe, e possui também 25% de participação em outra empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Em visita ao Marrocos, o presidente francês, François Hollande, disse que não sabia nada a respeito do tema. Augier confirma as informações e alega não ter feito nada de ilegal.
O antigo ministro das Finanças da Mongólia, Sangajav Bayartsogt, também foi incluído. Durante suas funções no cargo (2008-2012), ele abriu a empresa Legend Plus Capital Ltd., com conta na Suíça. Ele declarou ter “cometido um erro” por não declarar essa operação.
Da lista constam ainda a baronesa espanhola Carmen Thyssen-Bornemisza, que, segundo a lista consultada pelo The Guardian, usa o offshore para comprar quadros; Olga Shuvalova, mulher do vice-primeiro-ministro russo, Igor Shuvalov; Tony Merchant, marido da senadora canadense Pana Merchant; Maria Imelda Marcos Manotoc, filha mais velha do antigo ditador filipino Ferdinando Marcos e atual governadora da província de Ilocos do Norte; e Denise Rich, ex-mulher do magnata Marc Rich, que recebeu um perdão presidencial de Bill Clinton em 2001 (seu último ato na Casa Branca) relativo ao não-pagamento de impostos na ordem de 100 milhões de dólares.
Ouvido pelo Guardian, o responsável financeiro pela administração do território britânico no Caribe, Neil Smith, rechaçou a acusação de que a ilha funcione como “um porto seguro para pessoas sem ética”. “Nossa legislação favorece um ambiente mais hostil para a ilegalidade do que a maioria das outras jurisdições”, disse.
Em seu editorial, o Le Monde publicou que o sistema offshore é “um inimigo patente da democracia”. O jornal promete publicar, na edição deste sábado (06/04) como BNP Paribas e o Crédite Agricole, dois grande bancos franceses, ajudam seus clientes a criar empresas offshore.
O jornal Ta Néa, da Grécia, publicou uma lista com cerca de cem offshores gregas, sendo que apenas quatro foram registradas pelas autoridades. O governo grego prometeu investigar essas contas.

Os brasileiros no corredor da morte na Indonésia


Itamaraty teme por brasileiros no corredor da morte na Indonésia. Somente uma clemência presidencial poderá salvá-los do fuzilamento

A retomada das execuções de prisioneiros condenados à pena capital na Indonésia na semana passada levou o Ministério das Relações Exteriores a intensificar a atenção dada a dois brasileiros que estão no corredor da morte.
Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte foram condenados em última instância à pena de morte por tráfico de drogas e somente uma clemência presidencial poderá salvá-los do fuzilamento.
brasileiro condenado morte indonésia
Marco Archer Cardoso é um dos brasileiros que estão no corredor da morte na Indonésia (Foto: Agência Brasil)
“O governo brasileiro acompanha com atenção a situação dos presos brasileiros na Indonésia e, respeitando as leis do país e as diferenças culturais existentes, procura prestar toda a assistência consular possível, tendo em vista o caráter humanitário da questão”, afirmou a assessoria do Ministério das Relações Exteriores.
A preocupação se deve ao fato de o procurador-geral do país, Basrif Arief, ter afirmado à imprensa que o país irá fuzilar outros nove condenados até o final do ano e que até 20 presos poderiam vir a ter suas penas executadas antes de 2014.
Na quinta-feira da semana passada o africano do Malauí Adami Wilson foi fuzilado por tráfico drogas. Ele tentou entrar no país com um quilo de heroína em 2004 e foi acusado de coordenar uma gangue internacional de dentro da prisão.
Até então, a última vez que a Indonésia havia executado um condenado fora em 2008, quando os terroristas responsáveis pelo ataque a bomba à praia de Kuta, em Bali, foram fuzilados.
“Estamos preocupados com os comentários do procurador-geral, de que pelo menos outras nove pessoas serão executadas”, disse  Josef Benedict, da ONG de Direitos Humanos Anistia Internacional.
Tecnicamente, os brasileiros ainda não poderiam ser fuzilados, pois o pedido de clemência presidencial ainda está sob avaliação, mas falta transparência quanto à situação dos presos que aguardam no corredor da morte.
“Nós estamos incertos sobre quem será o próximo a ser executado e quando. Pedimos ao governo da Indonésia que seja transparente e disponibilize qualquer informação à respeito das próximas execuções”, disse Benedict.

Execução

Em junho de 2012, a imprensa indonésia chegou a noticiar que Marco Archer Cardoso seria executado em julho, mas a informação foi desmentida pelo embaixador brasileiro após uma reunião pessoal com o procurador-geral Basrief Arief.
O carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi preso em flagrante ao tentar passar a fronteira com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos estruturais de uma asa-delta, em 2004.
Igualmente esportista, o surfista catarinense Rodrigo Muxfeldt Gularte foi pego ao tentar trazer cocaína dentro da prancha.
O advogado indonésio que defende os dois brasileiros, Riak Akbar, disse em janeiro à BBC Brasil que o processo de pedido de clemência não foi concluído e que havia esperança de que a pena de morte pudesse ser convertida em prisão perpétua.
“Eu espero que ambos sejam perdoados pelo presidente Susilo Bam-bang Yudhoyono e tenham a pena alterada”, disse Akbar.
Em dezembro de 2012, 113 presos aguardavam no corredor da morte na Indonésia – deste, 71 condenados por tráfico de drogas e muitos deles estrangeiros.

Embraer vende dois aviões a subsidiária da Aerolíneas Argentinas


 A Embraer anunciou nesta segunda-feira a venda de duas aeronaves E-190 à companhia Austral Linhas Aéreas, subsidiária da Aerolíneas Argentinas, que atualmente opera 20 aviões desse modelo.
A companhia brasileira, que não revelou o valor do contrato de venda, qualificou a operação como 'gratificante', segundo um comunicado.
'É sempre gratificante verificar um cliente incorporando mais E-Jets à frota. É uma demonstração incontestável da confiança na Embraer e de satisfação com o produto', disse Paulo Cesar Silva, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial
A empresa esclareceu que os Embraer 190 adquiridos pela Austral são do modelo Advanced Range, 'que permitem à empresa aérea voar qualquer rota dentro do território argentino e atingir importantes capitais do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, sem escalas'.
Os aviões vendidos são equipados com 96 assentos distribuídos em classes executiva e econômica.

Embraer vende dois aviões a subsidiária da Aerolíneas Argentinas

Governo argentino mantém silêncio sobre morte de Margaret Thatcher


Governo argentino mantém silêncio sobre morte de Margaret Thatcher

O governo da Argentina se mantém em silêncio sobre a morte da ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher, a mulher que declarou a guerra entre os dois países pela soberania das ilhas Malvinas, em 1982, e ganhou a disputa.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, teve hoje uma intensa atividade nas redes sociais para trocar impressões com vítimas das recentes inundações que castigaram a província de Buenos Aires e anunciou vários projetos para reformar a Justiça, mas não mencionou a falecida governante britânica.
A agência oficial 'Télam' se referiu a Thatcher como a responsável pelo afundamento do cruzeiro argentino General Belgrano durante a Guerra das Malvinas apesar de, segundo a versão argentina, o navio estar fora da zona de exclusão.
'Documentos classificados revelados há duas semanas revelaram que um grupo importante de conselheiros da ex-líder conservadora eram ir à guerra em 1982', lembrou a 'Télam'.
A agência ressaltou que a decisão de afundar o Belgrano foi tomada por Thatcher e seu gabinete durante um encontro no qual 'foi decidido flexibilizar a zona de exclusão e realizar o que para o mundo, exceto para Londres e seus aliados, foi um crime de guerra'.
O afundamento do Belgrano por disparos do submarino nuclear HMS Conqueror causou a morte de 323 soldados argentinos e foi definitivo para a derrota da Argentina na guerra.
A 'Télam' recorreu hoje a uma composição de Miguel Cantilo, criador de clássicos populares argentinos, para qualificar Thatcher como 'A senhora violência', e lembrou que outros artistas de reconhecimento internacional, como Elvis Costelo ou Elton John, se somaram às críticas contra a 'Dama de Ferro' em suas composições.
Margaret Thatcher declarou a guerra após o desembarque de tropas argentinas nas ilhas Malvinas, em 2 de abril de 1982.
A guerra terminou com a rendição argentina no dia 14 de junho e deixou quase mil mortos, em sua maioria (650) no exército argentino.