Os pequenos empreendedores estão passando mais tempo na escola e, por isso, estão mais preparados para os desafios de manter seu próprio negócio. Essa é uma das conclusões do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2010/2011, lançado hoje (5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
De acordo com a pesquisa, em 2010, metade das pessoas que trabalhavam em pequenas e micro empresas do país tinha ensino médio completo ou ensino superior incompleto. Em 2000, só 23,9% dos pequenos empresários ou seus funcionários tinham formação equivalente.
O número de empreendedores e funcionários de pequenas empresas com ensino superior completo também cresceu. Em 2000, eles eram 3,4% do total. Em 2010, passaram para 5,3%.
Em compensação, o percentual de pessoas que trabalham em micro e pequenas empresas e têm um baixo nível de escolaridade caiu. Em 2000, 37,2% eram analfabetos ou não tinham o ensino fundamental completo e, em 2010, o índice estava em 16,4%.
Para o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, essa mudança no perfil dos pequenos empresários tem relação direta com a melhora no índice de sobrevivência das pequenas empresas no país. Em outubro, o Sebrae divulgou um estudo apontando que 73,1% dos pequenos empreendimentos abertos no Brasil mantêm-se abertos depois de dois anos. No ano passado, esse índice era 71,9%. 'Essa melhora tem muito a ver com o aumento do grau de escolaridade', disse Barreto.
Outra mudança destacada por ele foi a da participação das mulheres no total de pessoas que trabalham por conta própria. Em 2001, elas eram 29,6% do total de pequenos empreendedores. Atualmente, já somam 33,5% - crescimento de 13% em dez anos. 'Isso tem a ver com as mudanças no mercado de trabalho', explicou Barreto. 'Você tem um crescimento expressivo das mulheres entre os empregados e também entre os pequenos empreendedores.'
De acordo com o anuário, o Brasil tem, hoje, 6,1 milhões de micro e pequenas empresas. Elas são responsáveis por 52% dos empregos do setor privado. De cada R$ 100 pagos em salários no país, R$ 40 são provenientes de pagamentos feitos pelas pequenas empresas.