"Com a sensação do dever cumprido, Barrichello espera definição da Williams "
Com a sensação de dever cumprido e com o sentimento de ter feito o máximo em uma temporada bastante difícil para a Williams, Rubens Barrichello expressou sua motivação logo após o GP do Brasil, no último domingo (27), quando concedeu uma entrevista coletiva que atraiu vários jornalistas brasileiros.
O piloto mais experiente da F1, antes de qualquer coisa e se antecipando às perguntas, mostrou um desenho feito pelos filhos, Eduardo e Fernando, com o layout do capacete para 2012, deixando claro que sequer pensa em parar de correr. Com a motivação de um garoto, Barrichello mostrou que tem tesão para seguir correndo na F1, mas disse que prefere não pressionar a Williams, a quem comparou com uma desejada namorada. Mesmo ansioso para resolver logo a situação de sua permanência na equipe, Rubens prefere esperar pela decisão e continuar sua carreira no caminho de 20 temporadas na categoria.
Logo após mostrar o desenho dos filhos, Barrichello falou de sua luta no GP do Brasil, inclusive de um duelo que não aconteceu, relembrando os tempos de Ferrari com Michael Schumacher. O veterano disse que tem total certeza que a corrida do último domingo não foi sua última na F1.
'A única coisa que eu tenho para falar é que, antigamente, quando você fazia uma corrida dessa, em que você deu tudo, sua mão está toda rasgada, você acelerou e tal, bate até nervoso pelo fato de você não ter o ritmo que você queria. O carro estava andando lá atrás, no final o cara passou o rádio 'o Michael está chegando', aí eu pensei, 'essa briga a gente não vai ter' (entre risos). 'Buzinei' para o Massa, falei para dar uma mão, acelerei tudo o que pude e fiz minha melhor volta da prova na última', disse o brasileiro.
Rubens comparou o estado de indefinição quanto ao futuro com 2008, quando, com o fim da Honda, ficou sem rumo na categoria, até que a escuderia japonesa foi comprada por Ross Brawn, e Barrichello, readmitido ao lado de Jenson Button no ano em que conquistou sua última vitória na F1. Agora, o brasileiro segue otimista para o futuro.
'Então assim, tesão eu tenho. Saio daqui da mesma forma que saí em 2008, sem novidades, mas com muito boa perspectiva. Das coisas que eu vi, das coisas que eu falei e daquilo que eu ouço da equipe, o plano é bom. Acho que a gente tem que mudar muita coisa também para mudar os pilotos, então temos de esperar. Não sei quando, espero que seja quando for, mas estou esperançoso em que a resposta será positiva', comentou.
Mesmo com tesão, Rubens prefere esperar e não pressionar a desejada Williams. 'Essa coisa de ficar pressionando a equipe para saber é a mesma coisa que saber que a menina gosta de você e você fica ligando todo dia pedindo 'vamos namorar?'. Pode ter certeza que aí vai rolar um não bem grande', falou Barrichello em Interlagos.
'Então você tem de mostrar para a equipe o quanto você está motivado, a ponto de ser capaz de pegar um avião e ir para a Inglaterra, sem ter contrato, simplesmente para dar a cara e fazer a coisa toda. Estou disposto a fazer tudo para que possa funcionar. A esperança é que eu esteja assinado, confortável com a decisão, porque o carro vai será melhor. Pode ser que as questões financeiras não sejam boas, mas o carro vai ser melhor. Agora, quanto vai demorar, não sei', acrescentou o brasileiro, reforçando sua vontade em ficar na F1 e exibindo sua esperança em dias melhores para a Williams em 2012.
Esperança esta que reside no novo pacote técnico do time de Grove, sua prioridade para seguir na F1 na próxima temporada. 'Tenho algumas hipóteses, mas a mais realistas é a Williams', indicando que mesmo negociando com outras escuderias, sua preferência é ficar onde está. 'Acredito que com motor Renault no ano que vem, e a nova estrutura da equipe, com Mike Coughlan e o Jason Somerville, vai fazer um carro diferente, e eu quero estar guiando no ano que vem.'
Por fim, quando perguntado pela Warm Up sobre qual nota daria para seu desempenho na temporada que se encerrou ontem, Rubens preferiu não falar em números, mas entende que, apesar de ter sido um ano bem difícil para a Williams, seu saldo pessoal foi positivo.
'Meu desempenho foi bom, a gente marcou pontos enquanto deu, e não tem muito o que falar. O carro foi muito aquém daquilo que a gente imaginava, mas meu rendimento, os pontos que eu marquei foram suficientes para dar à equipe alguma distância para as equipes menores, mas a equipe foi mais fraca daquelas já existentes. Então o ano em si não foi bom, mas eu consegui ficar contente com meu rendimento porque eu dei tudo de mim', avaliou.