Há três anos, o pânico tomou conta do mundo financeiro e o gigante bancário Lehnman Brothers quebrou. A imagem de centenas de executivos, de todos os níveis da escada corporativa, deixando o banco de investimentos com caixas de papelão contendo seus pertences chocou o mercado global. As razões e circunstâncias dos eventos da época foram discutidas exaustivamente, e frequentemente a culpa recaía sobre a completa falta de liderança ou controle das pessoas situadas no mais alto escalão da empresa.
Desde então o clima político mudou, porém, a economia mundial ainda está confusa, os mercados se encontram em constante estado de pânico devido à crise do euro, e os políticos e financistas continuam discordando sobre o que fazer para nos guiar para longe de tantos problemas.
Assim, não é surpresa que exista hoje uma forte demanda por liderança em todo o mundo. Também não são surpreendentes as indagações que questionam se realmente as escolas de negócios produzem os melhores líderes.
Gianpiero Petriglieri, professor de comportamento organizacional na escola de negócios INSEAD, seus colegas Jack Wood, da escola de negócios IMD, na Suíça, e Jennifer Petriglieri, da escola de negócios de Harvard, publicaram juntos uma pesquisa sobre liderança. A pesquisa é focada no trabalho desenvolvido por cursos de MBA e programas executivos para "transformar" gerentes em verdadeiros líderes.
Os autores acompanharam as atividades de um grupo de 55 gerentes durante um ano de estudos em um programa internacional de MBA. No estudo, cujo título é "Construindo bases para o desenvolvimento de líderes através da personalização do ensino de gestão", todos os alunos receberam a rara oportunidade de trabalhar frequentemente com um psicoterapeuta. As conversas e questões que surgiram a partir da situação montada foram examinadas minuciosamente, assim como foram examinadas as ambições dos alunos, seus dilemas e desenvolvimento ao longo do ano. O processo foi parte de uma disciplina chamada "Eletiva de desenvolvimento pessoal" e servia para complementar a carga de informação oferecida por cursos mais essenciais, como os que ensinam gestão e trabalham com habilidades analíticas.
Até o fim daquele ano, os alunos passaram por um processo de "personalização", revelando três resultados amplos: maior autoconsciência, maior confiança sobre o autocontrole (habilidade de lidar com seus próprios sentimentos e comportamento) e um reexame de suas próprias histórias de vida. Com o passar do ano os alunos vieram a entender como sua trajetória pessoal podia influenciar seus comportamentos. O segundo passo depois de tal autoanálise seria evitar hábitos autoprejudiciais.