Uma das principais nadadoras do Brasil, Fabíola Molina foi flagrada no exame antidoping realizado no dia 22 de abril de 2011, durante a disputa da Tentativa para o Mundial, realizada no Rio uma semana antes do Troféu Maria Lenk, no Parque Aquático Júlio de Lamare, no Maracanã.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) tornou público na última terça-feira o resultado positivo do exame da nadadora. Fabíola foi flagrada pelo uso da substância metilhexanamina, um estimulante. A amostra foi analisada pelo Laboratório INRS - Institut Armand Frappier -, no Canadá, credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
Com isso, Fabíola, de 36 anos, está preventivamente suspensa por dois meses a partir do dia 8 de maio. Ela, portanto, perde o índice que conquistou para os Jogos Olímpicos de Londres, no ano que vem, e está fora da seleção brasileira que disputará o Mundial de Esportes Aquáticos, a se realizar entre os dias 17 e 31 de julho, em Xangai, na China.
Como a suspensão termina em 8 de julho, ela terá condições de participar dos Jogos Mundiais Militares, que serão disputados de 16 a 24 de julho, no Rio. Em longa e emotiva carta dedicada a amigos e à comunidade aquática, que foi divulgada pelo Minas Tênis, seu atual clube, a nadadora admitiu o erro. “Por um descuido ingeri essa substância que não é permitida em competição. Não tive a intenção de obter ganho de performance”, disse Fabíola.
Segundo a atleta, ela recebeu amostra grátis de um site norte-americano de suplementos, onde normalmente faz compras: um sachê que continha cafeína e outras substâncias. “Li rapidamente a embalagem”, lamentou Fabíola. “Não atentei às especificidades das substâncias. Achava que o produto era inofensivo.”
De acordo com ela, esse produto se chamava 1.M.R e continha a substância denominada metilhexanamina. “No momento do exame, relatei os suplementos que tinha tomado, inclusive o sachê que havia recebido. Na hora, o médico responsável me alertou para o componente nocivo do produto. Foi uma surpresa”, contou Fabíola
Ela teve de deixar a seleção brasileira de natação que treina em Londres, no Crystal Palace, local a ser usado como base da equipe olímpica do Brasil durante os Jogos de 2012, para retornar ao Brasil e receber a notificação da CBDA.
“Eu sempre valorizei a ação da agência antidoping porque acredito que o esporte deve ser o mais justo possível, e o ‘fair play’ deve prevalecer nas competições para que os atletas se sintam protegidos de performances alcançadas de forma ilícita”, diz a nota de Fabíola.
Para o médico da Wada, Eduardo de Rose, “ficou claro que não houve intenção de ganho de performance”.
Perfil
A nadadora Fabíola Molina começou a dar as primeiras braçadas aos 4 anos de idade e, aos 10, participou de sua primeira competição oficial. Desde ali, já se destacava no estilo costas. Ela integra a seleção brasileira há 20 anos, desde 1991, e já disputou duas edições da Olimpíada (Sydney, em 2000, e Pequim, em 2008), quatro dos Jogos Pan-Americanos e 11 do Campeonato Mundial. A atleta já se sagrou 95 vezes campeã brasileira, conquistou 49 medalhas em etapas da Copa do Mundo e foi a detentora de recordes sul-americanos de 50 e 100 metros nado de costas e 100 metros nado borboleta em piscina de 25 metros.