GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Teori homologa delação de pivô da queda de Jucá

Com a homologação, a delação passa a ter valor jurídico e novos inquéritos poderão ser abertos para investigar políticos e pessoas sem foro privilegiado.O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, homologou nesta terça-feira, 24, a delação premiada do ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobrás que também está na mira da operação, Sérgio Machado, pivô da queda do ministro do Planejamento nos primeiros 12 dias do governo interino de Michel Temer. Ex-líder do PSDB no Senado e posteriormente filiado ao PMDB, Machado pode entregar membros da cúpula do partido que assumiu o poder com o afastamento temporário de Dilma e acentuar ainda mais a crise política.
Com a homologação, a delação passa a ter valor jurídico e novos inquéritos poderão ser abertos para investigar políticos e pessoas sem foro privilegiado.
A homologação ocorre um dia após a reportagem do jornalista Rubens Valente, da Folha de S. Paulo, revelar gravações de conversas de Machado com Jucá em março, antes de ser votado pelo Congresso a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, nas quais eles falam em um "pacto nacional" para "estancar a sangria" da operação com a chegada de Michel Temer ao poder, após o afastamento de Dilma.
O episódio abalou o governo do peemedebista e levou à queda de Jucá, alvo de inquéritos da Lava Jato no Supremo sob a relatoria de Teori Zavascki. Com a homologação, além das conversas comprometedoras, Machado também entregou às autoridades novos detalhes e novos nomes de políticos implicados na maior investigação do País que avança sobre políticos dos maiores partidos do Congresso ligados à base de Temer e ao PT.
Também investigado, Machado vinha negociando o acordo de colaboração e gravou ainda conversas que manteve com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o ex-presidente José Sarney (PMDB). A divulgação das gravações causou grande apreensão no governo interino com a extensão do que mais poderia existir e que outras pessoas da cúpula do PMDB, com e sem ligações fortes com o Planalto, poderiam ser atingidas com as conversas.
Com a saída de Jucá, Temer agora tem cinco ministros com investigações em curso no Supremo Tribunal Federal. Ele questionou todos, quando foram convidados a compor seu governo interino, se teriam alguma pendência judicial. A resposta de Jucá foi absolutamente tranquilizadora, assim como dos demais, segundo interlocutores. Temer, então, avisou a cada um e repetiu isso, na primeira reunião ministerial, de que não aceitará qualquer tipo de desvio de ordem moral. Reiterou ainda que, se houvesse problemas, o titular da pasta seria afastado.
A preocupação no PMDB é grande. O entendimento é de que Machado, para se livrar das acusações das quais é alvo na Lava Jato, entregou caciques do partido como o ex-presidente José Sarney e os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Segundo relatos, Machado, que foi filiado ao PSDB e posteriormente ao PMDB, tendo relação com caciques peemedebistas há pelo menos 20 anos, chegou a tentar a realizar um encontro com Jader em São Paulo, que só não foi possível em razão de o senador, na ocasião, estar internado no Hospital Sírio Libanês.
Apesar de não ter conseguido falar com Jader, integrantes da cúpula do Senado têm como certo que Renan e Sarney não escaparam das gravações.O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça Federal no Paraná que recebeu R$ 500 mil de Machado - o dinheiro é suspeito de ser proveniente do esquema de corrupção.
Nos diálogos com Jucá revelados até agora, Machado fala sobre sua preocupação em ser investigado pelo juiz Moro, pois a investigação contra ele que estava no Supremo poderia ser remetida para a primeira instância, critica a prisão do ex-senador Delcídio Amaral, que foi autorizada pelo Senado, e chega a afirmar que "a solução mais fácil" para salvar os peemedebistas que estão na mira de Janot é botar Michel Temer no governo.
Veja trecho do diálogo que abalou o governo Temer:
"Machado - E ele [Janot] não tem nada. Se ele tivesse alguma coisa, ele ia me manter aqui em cima, para poder me forçar aqui em cima, porque ele não vai dar esse troféu pro Moro. Como ele não tem nada, ele quer ver se o Moro arranca...
Jucá -...para subir de novo.
Machado -...para poder subir de novo. É esse o esquema. Agora, como fazer? Porque arranjar uma imunidade não tem como, não tem como. A gente tem que ter a saída porque é um perigo. E essa porra... A solução institucional demora ainda algum tempo, não acha?
Jucá - Tem que demorar três ou quatro meses no máximo. O país não aguenta mais do que isso, não.
Machado - Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel.
Jucá - [concordando] Só o Renan que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
Machado - É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
Jucá - Com o Supremo, com tudo.
Machado - Com tudo, aí parava tudo.
Jucá - É. Delimitava onde está, pronto."

Moro se cala sobre Jucá, mas afirma: 'Instituições não dependem da vontade do governo'

O juiz federal Sérgio Moro, da 3ª Vara Criminal de Curitiba, durante sessão em São Paulo (SP), nesta terça-feira (29)

O juiz federal Sergio Moro, que conduz as ações decorrentes da Lava Jato em Curitiba, preferiu não comentar nesta segunda-feira, ao chegar ao Fórum VEJA, os áudios em que o ministro do Planejamento Romero Jucá trata com Sérgio Machado sobre um suposto pacto para deter os avanços das investigações, revelados pelo jornal Folha de S. Paulo.
O magistrado afirmou apenas que o Brasil tem instituições sólidas que não dependem do interesse de um governo para prosseguimento ou não dos trabalhos do Judiciário. O juiz disse ainda que espera que a Lava Jato acabe até o fim do ano, mas que novos fatos estão vindo à tona e não há um prazo fixo pra acabar. "O país tem um desafio muito grande."

'Aécio é o cara mais vulnerável do mundo', diz Machado em conversa com Renan



O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, aparece mais uma vez nos bombásticos diálogos do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com caciques do PMDB. Em uma das conversas com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre os avanços da Operação Lava Jato, no dia 11 de março, o parlamentar tucano é citado como sendo “o cara mais vulnerável do mundo”.
“Machado – E o PSDB pensava que não (seria atingido pela operação), mas o Aécio agora sabe. O Aécio, Renan, é o cara mais vulnerável do mundo.
Renan – É…”
O tucano também apareceu na conversa de Machado com Romero Jucá (PMDB) divulgada na segunda-feira, 23, e que acabou derrubando o senador do Ministério do Planejamento com apenas 12 dias do governo interino de Michel Temer (PMDB). Na ocasião, Jucá também afirmou ao ex-presidente da Transpetro que “caiu a ficha” de líderes do PSDB. “Todo mundo na bandeja para ser comido”, disse o senador.
Aécio é alvo de dois pedidos de inquérito no Supremo Tribunal Federal após ser citado pelo ex-senador Delcídio Amaral em sua delação premiada. Em um dos inquéritos, o procurador-geral da República pede para investigar o parlamentar pelas suspeitas de que ele recebia propina em contratos de uma diretoria da estatal Furnas indicada por ele.
Em outra frente, Janot quer investigar as suspeitas de que o tucano teria atuado para maquiar as contas do Banco Rural que envolveriam nomes do PSDB no esquema de corrupção operados por Marcos Valério em Minas Gerais durante a CPI dos Correios, em 2005, presidida na época por Delcídio Amaral. Os dois pedidos de inquérito estão sob relatoria do ministro Gilmar Mendes.
O presidente do PSDB aparece no diálogo, como sendo “o primeiro a ser comido”. “O Aécio não tem condição, a gente sabia disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei da campanha do PSDB…”, falou Machado. “A gente viveu tudo”, se limitou a dizer Jucá.
No diálogo revelado nesta quinta-feira, 26, pela repórter Camila Bonfim, da TV Globo, Sérgio Machado também cita vários outros políticos e critica nomes do DEM, como o deputado líder do partido na Câmara, Pauderney Avelino (AM) e o agora ministro da Educação do governo Temer, deputado Mendonça Filho (PE), chamados de corruptos na conversa.
“Machado – O Aécio é vulnerabilíssimo. Vulnerabilíssimo. Há muito tempo! Como é que você tem cara de pau Renan, aquele cara Pauderney (Avelino, líder do DEM na Câmara) que agora virou herói. Um cara mais corrupto que aquele não existe, Pauderney Avelino.
Renan – Pauderney Avelino, Mendoncinha (Mendonça Filho)…
Machado – Mendoncinha (Mendonça Filho), todo mundo pô? Que merda é essa querer ser agora dono da verdade? O Zé (Zé Agripino) é outro que pode ser parceiro, não é possível que ele vá fazer maluquice.
Renan – O Zé nós combinamos de botá-lo na roda. Eu disse ao Aécio e ao Serra. Que no próximo encontro que a gente tiver tem que botar o Zé Agripino e o Fernando Bezerra. Eu acho.”
Além das conversas com Renan e Jucá, Machado também gravou seus diálogos com o ex-presidente José Sarney (PMDB). Machado foi filiado ao PSDB por dez anos, período em que chegou a se eleger senador e virar líder da sigla no Senado. Posteriormente se filiou ao PMDB e, há pelo menos 20 anos, mantém proximidade com a cúpula do partido que chegou à Presidência da República após o afastamento temporário de Dilma Rousseff com a abertura do processo de impeachment no Senado.
COM A PALAVRA, AS DEFESAS:
Veja o que disseram os políticos citados nos diálogos à imprensa:
A defesa de Sérgio Machado afirmou que os autos são sigilosos e que, por isso, não pode se manifestar.
O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino, disse que nunca conversou com Sérgio Machado e que nunca indicou qualquer diretor para a Petrobrás ou qualquer estatal. Ele disse também que não tem envolvimento com a Operação Lava Jato ou qualquer outra operação. Para ele, o caso foi uma citação lamentável, de uma pessoa desesperada.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que as gravações comprovam que ele não está incluído nas irregularidades investigadas e que sua atuação como líder oposicionista ao governo do PT incomodou. Mendonça Filho disse também que seu papel nunca foi de dono da verdade, mas de fiscalizar as irregularidades do governo.
O senador Fernando Bezerra, que é investigado na Lava Jato, disse que não vai comentar uma eventual conversa de terceiros cujo conteúdo desconhece. Já o senador José Agripino disse que nunca teve nenhuma conversa com Renan, nem com Sérgio Machado, em que o assunto Lava Jato fosse sequer mencionado.
A Odebrecht e o jornalista Ricardo Noblat não vão se manifestar. O ministro Teori Zavascki também não vai comentar o conteúdo dos aúdios.
O PSDB disse que não existe nas gravações qualquer acusação ao partido ou ao senador Aécio Neves. O partido disse que vai acionar Sérgio Machado na justiça pelas menções que considera irresponsáveis feitas ao partido e a seus líderes.
O PMDB disse que sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país e que doações de empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da justiça eleitoral nas eleições citadas. Segundo o partido, em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas, não sendo encontrado nenhum indício de irregularidade.

Frota é recebido pelo Ministro da Educação e causa revolta na web



Alexandre Frota participou, na tarde desta quarta (25), de uma reunião no Ministério da Educação, em Brasília, para discutir "algumas ideias para ajudar o país", declarou o ator em seu perfil no Instagram.
Frota publicou algumas imagens em que aparece ao lado do ministro da pasta, Mendonça Filho, também no Facebook. "Agora no Ministério da Educação, onde o ministro nos recebeu para uma pauta colocada por nós", escreveu ele, que é membro do movimento Revoltados Online.
"Estive com o Ministro da Educação hoje [quarta], e pude colocar algumas ideias para ajudar um país que eu amo", declarou Frota. Também esteve presente na reunião, que não estava prevista na agenda oficial divulgada pelo MEC, Marcello Reis, fundador do coletivo.
O nome do ator se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter, acompanhado de críticas ao encontro. Internautas ridicularizaram as supostas propostas que Frota teria apresentado para a educação, lembrando algumas frases célebres do ator. 

Lobão polemiza ao comentar caso de estupro coletivo no RJ e é criticado na web

Músico foi detonado pelos internautasLobão gerou polêmica ao comentar o caso de estupro envolvendo uma adolescente de 16 anos e 33 homens, na zona oeste do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (26), em seu Twitter. O músico declarou que a situação não era “de se surpreender”.
“Num país em que se fabrica mini-p****, com uma farta erotização precoce e com severa infantilização da população, reduzindo as responsabilidades. Não é de se surpreender esses lamentáveis casos de estupro”, disse na rede social.
Após receber críticas, o artista ainda tentou justificar seu comentário. “Temos uma cultura de erotização precoce alarmante. Isso são fatos! Não é uma opinião.”
Os internautas, contudo, não perdoaram o ponto de vista do famoso. “Meu Deus do céu, como você tem coragem de falar um lixo como esse? A culpa não é da vítima”, disparou um usuário. "Lamentável", disse outro.
O nome do artista chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do Twitter. A hashtag “Estupro não é culpa da vítima” ficou em primeiro lugar na rede social nesta sexta-feira (27).
Quando a gente acha que o Lobão não consegue ser idiota, ele vai e prova que sim, impressionante...
Lobão é mais lixo que eu pensava. No final mais um machista

— Peter_ Lyra (@Peter_Lyra) 27 de maio de 2016 ">

Susana Vieira causa mal-estar nos bastidores da Globo

Atriz começou a comandar o “Vídeo Show”

Após assumir a bancada do “Vídeo Show” às quintas-feiras, Susana Viera começou a causar confusão nos bastidores da TV Globo. Tudo porque a atriz aproveitou o espaço para reclamar e alfinetar os colegas de emissora ao vivo.
Na emissora, todos temem que a veterana fale demais, já que ela não mede palavras para expressar tudo que pensa sem pudor, segundo o blog da jornalista Keila Jimenez.
Recentemente, a artista reclamou do horário de exibição do “SuperStar”. "Eu queria fazer uma reclamação. O programa é um pouquinho cedo demais. Gente, no domingo, a pessoa acorda um pouco mais tarde, tem aquele café da manhã com muita gente, sabe? O dia em que a empregada não vem e é você quem tem que servir. É um programa que merece a gente parar para ver tanto talento", disparou.
Em outro dia, Susana chamou o autor Walcyr Carrasco de “Valdir”. Houve quem especulasse que a troca foi de propósito devido a um desentendimento durante as gravações de “Amor à Vida” (2013).

José de Abreu critica visita de Alexandre Frota a Ministro da Educação:'Chacota'

José de Abreu critica visita de Alexandre Frota a Ministro da Educação: 'Chacota', nesta quarta-feira, 25 de maio de 2016

Visita do ator ao gabinete de Mendonça Filho aconteceu nesta quarta-feira (25)
Alexandre Frota ficou entre os assuntos mais comentados na internet na tarde desta quarta-feira (25). O ator causou polêmica ao ser recebido pelo Ministro da Educação, Mendonça Filho, para levar propostas para o ensino nacional, causando revolta e tornando-se motivo de piada no Twitter, rede social na qual atingiu o topo dos Trending Topics Brasil. Dentre os famosos, José de Abreu comentou a polêmica visita. O ator, que recentemente se envolveu em uma briga e cuspiu em um casal, em ato classificado como "reação de ser humano", fez duras críticas em sua página no microblog.
"Quando a gente acha que chegou ao fundo do poço, descobre que o ministro da Educação recebe sugestões do Alexandre Frota! Receptação, estupro, anti-drogas, injúria, são os processos que o Frota responde só em São Paulo", disparou José de Abreu, que jácriticou Luan Santana e Anitta em outra ocasião. "'Ministro de Temer recebe proposta de Alexandre Frota'. Foi de namoro ou noivado?", ironizou o ator em outra postagem, citando o presidente em exercício. "Chacota com educação é demais!", escreveu em mais um post, sendo replicado pelo ator Stepan Nercessian.
O jornalista e comentarista do "Amor & Sexo" Xico Sá também comentou a notícia. "Para, Brasil". Astrid Fontenelle escreveu sobre o polêmico ator, que em 2013 lançou uma autobiografia: "O que é isso? Ministro tá com tanto tempo assim?". "Só sei que a essa hora Darcy Ribeiro deve estar se revirando no túmulo", escreveu Bruno Mazzeo, lembrando o escritor e ex-ministro, conhecido por seu foco em educação.
Diversos internautas comentaram a visita. "Mas Alexandre Frota tem vários filmes educativos no campo da educação sexual", escreveu um internauta. "Profissional do sexo dá dicas de como terminar de f. com o Brasil", comentou outro. "Alexandre Frota debatendo educação com Ministro. Brasil não tá num buraco, tá num poço. Buraco tem fundo", lamentou um terceiro. "Saí uma hora da internet e quando volto o ministro da educação tá recebendo ideias do Alexandre Frota? O que tá acontecendo?", questionou mais um.

‘Dilma só volta à Presidência por um acidente de percurso’, diz Padilha

Eliseu Padilha (PMDB-RS): Padilha negou que o novo governo já enfrente uma crise política

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a presidente afastada, Dilma Rousseff, só voltará a comandar o País se houver um “acidente de percurso” e negou que o novo governo, com apenas duas semanas, já enfrente uma crise política. Padilha defendeu o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que foi afastado do Ministério do Planejamento após sugerir, em conversa gravada, um pacto para frear a Lava Jato, e destacou que um governo com mais de dois terços de apoio “não pode ter medo” de oposição.
Advogado, o chefe da Casa Civil disse que, sob o ponto de vista legal, é “perfeitamente possível” a absolvição da presidente afastada, mas observou que quem fez o movimento pela saída dela não foi o Congresso, mas, as ruas. A seguir, os principais trechos da entrevista.
O governo teve a primeira vitória no Congresso com a aprovação da revisão da meta fiscal. O sr. já tem uma ideia do tamanho da base aliada e com quantos votos o governo pode contar daqui para a frente?
O novo governo vem amparado por dois terços do Congresso e tem que acertar nas medidas econômicas. A crise maior, que fez com que a economia tivesse a queda que teve, decorreu da falta de confiança no Executivo.
Mas há medidas amargas pela frente. No momento em que o governo enfrenta uma crise política com a queda do ministro do Planejamento, Romero Jucá, qual é a estratégia para que essa base se mantenha?
O governo não vive crise política. Tem sustentação, tanto que aprovou o que tinha que aprovar. Romero Jucá entendeu que era melhor para o governo, para o Brasil e para ele se afastar do governo. Já condicionando que iria levar o caso ao Ministério Público e, se dissessem que não existe nada de ilícito e de ilegal, por certo gostaria de manter a posição no governo.
Há informações de que, em sua delação, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado fez mais denúncias, que surgirão contra outros peemedebistas, além do presidente do Senado, Renan Calheiros, já citado por ele.
Cada dia com a sua agonia. Com relação a esse fato (envolvendo o senador Jucá) ainda não há uma denúncia.
Os desdobramentos da Lava Jato, atingindo nomes de peso do PMDB, não afetam a governabilidade?
Absolutamente não. Nós temos certeza de que o presidente Michel Temer passa ao largo dessa questão da Operação Lava Jato.
A presidente Dilma afirmou que as gravações feitas por Sérgio Machado contra Jucá comprovam que houve um caráter golpista no impeachment.
Tenho muita dificuldade em ouvir pessoas que tenham boa formação falar em golpe quando o processo é regido pelo Supremo Tribunal Federal e foi aprovado, até o momento, por mais de dois terços do Congresso.
O sr. acredita que Dilma pode voltar ao cargo?
Sob o ponto de vista legal é perfeitamente possível. Sob o ponto de vista fático, a menos que haja um acidente de percurso – não do governo, mas dos interesses da sociedade –, fica muito difícil que se tenha o retorno da presidente Dilma.
O governo anunciou que pretende limitar o crescimento com gastos em saúde e educação e já provocou críticas da oposição, que considera as mudanças inconstitucionais. É possível aprovar isso num ano eleitoral?
Temos de fazer mais com menos. Haverá uma guinada político-administrativa. Não há nada inconstitucional. Zero. Não vamos cair num discurso fácil e eleitoreiro porque não haverá corte de absolutamente nada para saúde e educação. O que queremos dizer é: não criem novos gastos.
O PT já anunciou que vai obstruir todas as votações...
Quem tem mais de dois terços de apoio no Congresso não tem medo de obstrução, nem de oposição.
Mas a reforma da Previdência, por exemplo, é um tema que divide muito o Congresso...
É um tema que anteriormente já dividiu o Congresso porque os atores não foram os formuladores. Aqui não será uma fórmula do governo. Essa reforma é absolutamente inquestionável. O governo quer que seja uma construção coletiva.
O sr. diz que o governo comandado por Dilma deixou um rombo de R$ 170,5 bilhões. Mas o PMDB também fazia parte do governo do PT, não?
É piada? O PMDB nunca integrou o núcleo duro do governo. O partido foi colocado como um apoiador periférico, como os outros aliados.
Quem errou foi o PMDB?
Quem errou fomos nós de aceitar essa submissão. Eu termino essa questão com uma imagem que, normalmente, eu uso nas aulas da Fundação Ulysses Guimarães. O PMDB consegue contrariar a Lei da Gravidade, que impera no sistema solar. Sendo o maior, girou em torno de menores. No caso, agora, girava em torno de um menor, que é o PT.