Na sessão desta segunda (12), houve mais uma discussão entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, devido a inversão da ordem do julgamento. É que na semana passada Joaquim Barbosa, anunciou que o próximo núcleo que teria as penas fixadas seria o financeiro, mas no entanto, na sessão de hoje começou a apresentar as penas do núcleo político.
E essa troca de núcleo fez com que o ministro Lewandowski deixasse o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) logo no início da sessão. Mas antes disse ao relator: “Eu não aceito surpresas, senhor relator. A imprensa está surpresa porque anunciou que seria o núcleo bancário. Não é possível procedermos desta forma. Eu estou surpreendido, os advogados, e seguimos regras, da publicidade e da transparência”, criticou o revisor.
Sendo que o ministro Joaquim Barbosa rebateu dizendo que o que está surpreendendo a todos é a lentidão no julgamento do processo. “O que surpreende é o joguinho. Eu que estou surpreendido com ação de obstrução de Vossa Excelência”. Após essa crítica, o ministro Lewandowski, pediu uma retratação sobre as acusações de obstrução, mas Barbosa negou, o revisor deixou o plenário.
A crítica de Lewandowski sobre a inversão no julgamento não foi acatada pelo presidente Carlos Ayres Britto, que ainda lembrou que, no início do julgamento, ficou definido que cada ministro adotaria a metodologia que considerasse melhor para o bom andamento do caso.
Com isso, Barbosa condenou José Dirceu a 2 anos e 11 meses por formação de quadrilha, voto que foi acompanhado por todos os ministros que condenaram o réu. No crime de corrupção ativa no episódio de compra de voto de parlamentares, o relator fixou a pena de 7 anos e 11 meses mais 260 dias multa.
Já o ex-presidente do PT, José Genoino foi condenado a 2 anos e 3 meses de prisão por formação de quadrilha, e 4 anos e 8 meses por corrupção ativa. Como a punição total não ultrapassa oito anos, a expectativa é que a pena seja cumprida em regime semi-aberto.