GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 24 de julho de 2022

OMS declara emergência de saúde global por varíola dos macacos

 Na manhã deste sábado (23), a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou a disseminação da varíola dos macacos como emergência pública de preocupação global. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom.

A classificação foi tema de discussões na última semana, e o comitê de emergência da OMS não entrou em consenso sobre a doença ser tratada ou não como emergência global. Coube ao diretor, com critérios explicados durante o anúncio, decidir constatar a varíola de macacos como emergência pública que deve ser observada e combatida globalmente.

"Nós acreditamos ser o momento deste anúncio, considerando que, dia após dia, mais países e pessoas têm sido afetados pela doença. Precisamos de coordenação e solidariedade para controlar esse surto", disse Adhanom, afirmando que o risco no mundo ainda é relativamente moderado, exceto na Europa, onde é alto.

Outra preocupação da OMS é o estigma gerado pela doença. Hoje, segundo a organização, 90% das infecções por varíola dos macacos se dão em homens que têm relações sexuais com outros homens. "Estigma e discriminação podem ser mais perigosos que qualquer vírus", declarou Tedros Adhanom.

De acordo com um estudo recém-publicado no New England Journal of Medicine, realizado com 528 pessoas em 16 países --o maior até o momento--, 95% dos casos foram transmitidos sexualmente.

Segundo o portal Our World in Data, da Universidade de Oxford, até a última quinta-feira (21), foram confirmados 15.510 casos de varíola dos macacos em 74 países.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirma 607 casos da doença até a última sexta (22). O saldo é mais do que o dobro verificado no último dia 9, quando havia 218 diagnósticos confirmados em todo o país.

Os casos da doença concentram-se principalmente em São Paulo. No total, conforme dados do ministério, o estado registrou 438 diagnósticos positivos da doença até esta sexta, representando cerca de 72% do total.

No entanto, a Secretária da Saúde estadual disse que já são 466 casos da doença confirmados no estado. A maior parte deles é na capital paulista -no total, foram 385 somente na cidade.

"Todos os pacientes estão com boa evolução do quadro e são acompanhados pelas vigilâncias epidemiológicas dos seus respectivos municípios, com o apoio do estado", completa a nota da secretaria.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou à reportagem neste sábado que o Brasil já está negociando com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) a aquisição de vacinas contra a varíola dos macacos (monkeypox).

Segundo Queiroga, a SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde) está em processo de avaliar o quantitativo necessário, e a aquisição será por meio do fundo rotatório, um mecanismo internacional de cooperação técnica para acesso a vacinas.

"Só há uma fabricante [Bavarian Nordic] e não tem representante no Brasil. Assim, a aquisição deve ser via Opas", afirma o ministro.

Segundo ele, as medidas de contenção dos casos estão sendo adotadas, e a rede de diagnóstico está estruturada. "Todos os casos estão sendo acompanhados."

Nesta sábado (23), a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) recomendou a aprovação do alargamento da vacina Imvanex, usada no combate à varíola, para a proteção de adultos contra o vírus da varíola dos macacos, após estudos clínicos que a revelaram eficaz e segura.

Em comunicado, a EMA informa que o seu comitê de medicamentos humanos "recomendou o alargamento da indicação da vacina contra a varíola Imvanex para incluir a proteção dos adultos contra a doença da varíola dos macacos".

A vacina foi aprovada na União Europeia em 2013 para a prevenção da varíola, contendo uma forma atenuada de um vírus semelhante.

O primeiro caso da varíola dos macacos no Brasil foi confirmado em 9 de junho em São Paulo. Desde então, a doença já foi registrada em outras 13 unidades da Federação.

A enfermidade é causada pelo monkeypox, um vírus do gênero orthopoxvirus. Outro patógeno que também é desse gênero é o que acarreta a varíola comum, doença erradicada em 1980.

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos são principalmente dores no corpo, febre, mal-estar e cansaço. Então, a doença evolui para um quadro em que aparecem lesões no corpo em formato de bolhas.

O cenário de preocupação com a varíola dos macacos se iniciou em maio, quando ocorreu a disseminação do patógeno em regiões não endêmicas (até então, era um vírus endêmico na África central e ocidental), como na Europa e nos Estados Unidos.

Diante da situação, o Ministério da Saúde montou, em 23 de maio, uma sala de situação para direcionar ações de saúde pública e divulgar informações sobre a monkeypox. No entanto, no dia 11 deste mês, a sala foi descontinuada pela pasta.

A partir de então, as ações de vigilância para a monkeypox foram alocadas em diferentes áreas que compõem a Secretaria de Vigilância em Saúde.

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