O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro avaliou nesta terça-feira, 9, como “lamentável” a ação do Exército do Rio de Janeiro que matou o músico Evaldo dos Santos Rosa com 80 tiros, em Guadalupe, na zona norte da capital fluminense no último domingo, 7.
Na opinião de Moro, a segurança pública foi abandonada em governos anteriores, e isso causou a necessidade de se recorrer ao Exército. “A ação das Forças Armadas surge para suprir uma falha das forças policiais; o foco deles é outro. Não estou dizendo que coisas boas não tenham sido feitas, mas durante muito tempo existiu essa visão de que o o crime é um problema social. Até concordo, mas só isso não é o suficiente”, afirmou.
O ministro deu as declarações em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
Ele reforçou a necessidade de aumento de policiais nas ruas: “Costumam ver como negativo o aumento da segurança, porque existe essa ideia de que todos os criminosos são coitadinhos, o que não é verdade. O criminoso violento, ou corrupto, que mina os recursos públicos, precisa ser tirado da rua”. Ele ainda disse que as forças devem evitar confrontos com bandidos: “A gente não quer policial trocando tiro com criminoso na rua. Há risco de atingir inocentes e também o policial. Além disso, o bandido tem que ser punido com a lei, ou seja, prisão. Eventualmente, porém, essas situações de confronto são inevitáveis”.
Eleições 2022
Moro também negou qualquer intenção de se candidatar à presidência nas próximas eleições. “Eu nem penso nisso. As pesquisas são relativas, mas de todo modo, claro, me traz felidaide”, afirmou ao comentar a aprovação de 59% da população sobre seu trabalho.O ministro avalia que o número é uma consequência do trabalho realizado em anos de Operação Lava Jato e que ele tenta levar para a Pasta: “É aprovação de um projeto, que é firme no combate contra a corrupção, ao crime organizado e crimes violentos”.
Lula
Sergio Moro também deixou claro que não pretende falar mais sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Faz parte do meu passado, prefiro não falar mais disso”. O atual ministro da Justiça foi o responsável pela condenação em primeira instância do petista.
Ele também não comentou sobre o pedido de prisão de Michel Temer, mas elogiou o juiz Marcelo Bretas, responsável pelo caso. “A força-tarefa da Lava Jato, o juiz Bretas, e outros magistrados envolvidos na operação, prestam um serviço importante para o País. Estamos saindo de uma tradição de impunidade da grande corrupção e indo para um sistema de império da lei”
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