Por meio da sua conta oficial no Twitter, o presidente Michel Temer (PMDB) defendeu as 42 reuniões com deputados federais que terá ao longo desta terça-feira, identificadas por críticos como um esforço de convencimento para barrar a segunda denúncia contra ele apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de obstrução de Justiça e de pertencimento à organização criminosa.
O presidente afirmou que tem o “dia cheio de reuniões com parlamentares” e que “o diálogo é fundamental para a harmonia entre os poderes, rejeitando a associação entre os encontros e a tramitação da denúncia. “É uma rotina que sempre tive”, escreveu na rede social.
Michel Temer também elevou ainda mais o tom contra a acusação, que classificou de “inepta e sem sentido”, atribuída a “uma associação criminosa que quer parar o país”. A denúncia foi formulada nos últimos dias da gestão do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, desafeto do peemedebista, com base em diversas delações, em especial as prestadas pelos executivos do grupo J&F e pelo operador financeiro Lúcio Funaro.
A afirmação de que a proposta da denúncia partiu de criminosos não foi o único recado forte do presidente contra Janot. Em mensagem publicada na sequência, Michel Temer diz que “o Brasil não será pautado pela irresponsabilidade e falta de compromisso de alguém que se perdeu pelas próprias ambições”.
Para que a Câmara dos Deputados autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a processar o presidente, é necessário o apoio, em plenário, de 342 dos 513 parlamentares, enquanto Temer só necessita que 172 votem contra ou se abstenham no dia da análise da acusação. Neste momento, a acusação ainda tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que receberá a defesa do presidente e elaborará um parecer ao restante dos deputados, sob a relatoria de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).
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