Os investigadores da Operação Lava Jato buscam descobrir se o ex-deputado federal Eduardo Cunha usava um e-mail falso para se comunicar com o banco Julius Bär, da Suíça. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma conta de e-mail registrada em nome de Carlos Trívoli, pode ter sido usada para que Cunha fizesse contato com funcionários do banco.
Em um despacho protocolado nesta segunda-feira (5), o juiz federal Sérgio Moro determinou à operadora Vivo a quebra de sigilo de um IP, o número de endereço eletrônico único, que corresponde a cada acesso que se faz à internet. A empresa tem cinco dias para se manifestar.
O objetivo, segundo o juiz, é determinar a quem pertencia esse IP, que foi utilizado no último acesso à conta de e-mail do suposto Carlos Trívoli.
"Conforme bem pontuou o MPF, como o IP externo é variável e muda em cada acesso do usuário à internet, com o levantamento do sigilo cadastral e o fornecimento, à provedora de internet, do endereço IP e das informações de acesso (data e horário), é possível determinar, com elevado grau de precisão, os dados cadastrais do responsável pelo acesso e, portanto, do utilizador do email", escreveu Moro no despacho.
Eduardo Cunha está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, desde o dia 19 de outubro deste ano. O ex-deputado teve o mandato cassado, por ter mentido em uma sessão na Câmara, onde afirmou não ter contas na Suíça. Investigadores da Lava Jato afirmam que ele possui, sim, as contas no referido país.
O ex-parlamentar é réu em uma ação penal e em uma ação de improbidade administrativa, que correm na Justiça Federal de Curitiba. Além dele, a mulher, Cláudia Cordeiro Cruz, também é ré em uma ação penal. Eduardo Cunha é acusado de receber propina por contratos firmados na Petrobras. Nenhum dos processos foi julgado até o momento.
O advogado de Eduardo Cunha Marlus Arns de Oliveira disse que não vai comentar o assunto.
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