Com objetivo de cumprir 16 mandados de prisão contra policiais militares do 17º BPM (Ilha do Governador), entre eles dois oficiais, além de 32 mandados de busca e apreensão, agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança realizam na manhã desta quinta-feira a Operação Ave de Rapina. De acordo com informações do Blog do Guilherme Araújo, a ação é realizada com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, Corregedoria Geral Unificada (CGU), da Polícia Civil e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO/IE).
Segundo a publicação, o ex-comandante do 17º BPM, tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel, e o chefe da Segunda Seção (P-2) do batalhão, 1° tenente Vítor Mendes da Encarnação, já foram presos nesta quinta. Eles tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e serão afastados de suas funções por ordem judicial.
A cúpula da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) decidiu trocar o comando de diversos batalhões e Dayzer Corpas havia deixado o da Ilha para integrar o quadro do Comando de Policiamento Especializado (CPE). Órgão considerado estratégico, principalmente com relação ao patrulhamento de vias expressas. Ele foi substituído por Wagner Guerci Nunes, conforme noticiou O Dia.
Policiais receberam R$300 mil para liberar traficantes - De acordo com as investigações, os PMs mantinham relações com diversos traficantes, especialmente com Fernando Gomes de Freitas, conhecido como Fernandinho Guarabu. De acordo com o SSINTE, no dia 16 de março deste ano, policiais do 17ºBPM realizaram uma abordagem num veículo com cinco criminosos. Com eles foram localizados quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Também foram subtraídos cordões de ouro e relógios. A ação dos PMs foi flagrada por uma câmera de segurança no local da ocorrência. Porém, os PMs apresentaram somente três dos cinco traficantes. Os outros dois foram levados para o bairro Itacolomi, ainda na Ilha do Governador, onde ocorreu a sequência da negociação. O resgate deles foi negociado com uma advogada e foram liberados após sete horas, após o pagamento de R$ 300 mil. Ainda de acordo com as investigações, as munições, pistolas e fuzis ficaram com os policiais, que depois foram negociados com os criminosos pelo valor de R$ 140 mil.
As investigações apontam que na ocasião, o comandante Dayzer Corpas Maciel e o chefe do Serviço Reservado Vítor Mendes da Encarnação souberam do ocorrido e se beneficiaram financeiramente com o fato. O comandante, por exemplo, teria ficado com a quantia de R$ 40 mil.
No último dia 15 de setembro, o coronel Alexandre Fontenelle, que era o comandante do Comando de Operações Especiais (COE), os majores Nilton João dos Prazeres Neto (chefe da 3ª Seção) e Edson Alexandre Pinto de Góes (coordenador de Operações), além dos capitães Rodrigo Leitão da Silva (chefe da 1ª Seção) e Walter Colchone Netto (chefe do Serviço Reservado) foram presos na Operação Amigos S/A. Além deles 21 PMs também foram presos acusados de receberem propinas.
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