Dominique Strauss-Kahn e a camareira de um hotel que acusou o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional de abuso sexual em um hotel de Nova York no ano passado concordaram nesta segunda-feira em encerrar a ação civil que ela moveu contra ele em troca de uma soma não revelada.
Em uma breve audiência na Suprema Corte de Nova York, no bairro do Bronx, o juiz Douglas McKeon disse que os termos do acordo continuam confidenciais. Strauss-Kahn não precisou ir pessoalmente a Nova York. Sua acusadora, Nafissatou Diallo, estava presente como ordenado pelo juiz.
O acordo põe fim a uma saga legal que começou quando Diallo, de 33 anos, disse à polícia que Strauss-Kahn a atacara na suíte dele no Hotel Sofitel, em Manhattan, em 14 de maio de 2011. Seu processo alegava que um Strauss-Kahn nu surgiu do banheiro de sua suíte de 3.000 dólares de diária e a obrigou a fazer sexo oral nele.
O escândalo obrigou Strauss-Kahn a renunciar ao posto de chefe de uma das organizações financeiras internacionais mais influentes do mundo, e destruiu sua esperança de concorrer à Presidência em seu país-natal, a França.
Inicialmente os promotores expressaram confiança nas provas, inclusive no DNA que mostrava um encontro sexual. Mas arquivaram o caso em agosto de 2011 depois de surgirem dúvidas sobre a credibilidade de Diallo, incluindo o que disseram ser inconsistências em seu relato do que tinha acontecido logo depois do incidente.
O juiz também disse que uma ação separada aberta por Diallo contra o New York Post por causa do relato do tabloide de que ela era prostituta tinha chegado a um acordo. Os termos deste acordo também não foram divulgados.
Delatores em tais casos costumam se esconder da mídia, e muitas organizações de notícias, como a Reuters, protegem suas identidades não revelando seus nomes.
Mas Diallo, filha de um imã da Guiné, rompeu seu silêncio em julho de 2011 enquanto a investigação criminal estava em andamento, revelando sua identidade em entrevistas para a Newsweek e a ABC News.
Ela abriu a ação civil semanas antes de as acusações serem recusadas, alegando que ele a tinha forçado a fazer sexo oral e lhe causado danos emocionais e físicos.
Strauss-Kahn, de 63 anos, apresentou um contraprocesso no início deste ano contra Diallo por difamação. Ele disse que o encontro sexual foi consensual, mas admitiu ter cometido um "erro moral".
A resolução no caso civil aproxima Strauss-Kahn do fim de seus problemas legais, que persistem desde que voltou para a França depois do incidente inicial.
Strauss-Kahn aguarda uma decisão de um tribunal francês sobre seu pedido para suspender um inquérito para determinar se ele deveria ir a julgamento por acusações relacionadas a orgias frequentadas por ele e por prostitutas.
Ele começou a retomar sua carreira de maneira discreta nos últimos meses, fazendo discursos em conferências privadas e abrindo uma firma de consultoria em Paris
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