GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Descoberto o segredo do sorriso da Mona Lisa: era um sorriso de Mãe

Tecnologia ajuda a revelar por que a Mona Lisa sorria: de felicidade materna
É o que conta a reportagem de Antonio Ribeiro
Um mistério a menos
Mais de 7 milhões de pessoas formam, a cada ano, filas em torno da Pirâmide do Louvre, o acesso ao maior museu do mundo. Oito em cada dez visitantes enfrentam a espera atraídos, sobretudo, por uma florentina de 25 anos, magistralmente pintada num ícone renascentista do século XVI – a Mona Lisa. Muitos percebem na linha formada pelos lábios de Lisa Gherardini uma expressão enigmática, que há cinco séculos engendra uma mesma pergunta: qual o mistério por trás desse sorriso?
O Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França (C2RMF), com a ajuda do Conselho Nacional de Pesquisas do Canadá (NRC), acha que matou a charada. Depois de submeterem o quadro a uma formidável bateria de exames, na semana passada os pesquisadores revelaram que, em 1503, quando a mulher do comerciante de seda Francesco del Giocondo se sentou diante de Leonardo da Vinci, ela acabara de dar à luz o segundo filho. O quadro celebraria o nascimento do menino Andrea, dois anos depois de Lisa ter perdido a filha Camilla num parto malsucedido. A serenidade da Gioconda traduziria, assim, o sentimento de plenitude maternal.
No outono europeu de 2004, o quadro de 79,4 por 53,4 centímetros foi levado para os porões do Louvre, onde, durante 72 horas, esteve sob os cuidados de grupos alternados de quatro pesquisadores e foi fotografado sob luz rasante, raios X, infravermelhos e ultravioleta. Os sensores a laser de um scanner tridimensional canadense, utilizado nas sondas espaciais para mapear a superfície dos planetas, fizeram varreduras na frente e no verso do quadro. O equipamento é capaz de registrar detalhes em linhas de 0,01 milímetro de espessura – oito vezes mais finas que um fio de cabelo. "As radiografias antigas evidenciavam apenas a ossatura do quadro", compara Michel Menu, chefe do departamento de pesquisa do C2RMF. "Mas sua epiderme está impregnada pela sujeira de cinco séculos, o que obstrui a visão total a olho nu. As novas análises revelaram detalhes nunca vistos antes", completou Menu em entrevista a VEJA. Um desses detalhes é um sexto dedo na mão direita da Gioconda. Leonardo pintou o indicador, inicialmente, numa posição de tensão, como se a modelo estivesse prestes a se levantar. Num segundo momento, o pintor fez a única correção da obra-prima, relaxando sua mão.
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Cada vez mais os historiadores da arte se valem da tecnologia como ferramenta de trabalho. ... uma vez que se trata do quadro mais reproduzido da história, qualquer partícula de conhecimento que se acrescente a ele é útil, e de interesse geral.
Do ponto de vista físico, a Mona Lisa é uma tábua de álamo ligeiramente empenada e coberta por um mosaico de milhões de rachaduras de tinta e verniz ressecados – as "rugas", curiosamente, são mais numerosas no rosto e no colo da Gioconda. Até os novos exames, acreditava-se que ela estava prestes a se desmanchar. Engano. Os pesquisadores confirmam a fragilidade da obra, mas afirmam que o temor de uma deterioração acelerada é exagerado. A matéria pictural está muito bem colada ao suporte, e a fenda de 11 centímetros na madeira acima da cabeça da Mona Lisa não se moveu desde sua restauração. As maiores ameaças são a umidade e as mudanças de temperatura, razões pelas quais uma verdadeira UTI posicionada atrás do quadro o monitora continuamente na novíssima Salle de la Joconde.
A Gioconda guardava ainda outras surpresas. Bruno Mottin, conservador do patrimônio do C2RMF, disse ter sentido um frio na barriga ao examinar a imagem em infravermelho do decote da Mona Lisa. Ele descobriu um tecido finíssimo entre um motivo solto do bordado e o vestido escuro de Lisa Gherardini – um véu que era a vestimenta típica das aristocratas toscanas durante a gestação e nos meses seguintes ao parto.
"A descoberta nos permitiu datar o início da obra em torno do ano 1503 e também confirmar a condição social da Gioconda", diz Mottin. O véu joga por terra a conjectura de alguns historiadores de que a Mona Lisa seria uma mulher "liberada", já que na época os cabelos soltos eram mais comuns entre prostitutas do que entre mães de família. Há um segredo, porém, que exame nenhum conseguiu arrancar da Gioconda – o das técnicas imperceptíveis e dons intangíveis que Leonardo aplicou na criação da pintura mais famosa do mundo.
foto do quadro Monalisa foto em infravermelho do quadro da Monalisa
1 - A fotografia em infravermelho do quadro revela com muito mais clareza o véu da personagem, que estaria preso atrás da cabeça, em uma touca. Isso explica a linha sobre sua testa, para a qual não se tinha explicação convincente  
Como essa vestimenta era típica de gestantes ou de mulheres que acabavam de dar à luz, imagina-se que a pintura tenha sido feita para comemorar o nascimento do segundo filho de Lisa Gherardini, mulher de um comerciante de seda de Florença, que, segundo se sabe, serviu de modelo a Leonardo da Vinci. Isso ajudaria ainda a precisar a data da obra: 1503  
2 - As manchas esverdeadas no peito e nas mãos da Gioconda indicam o uso de pigmentos diferentes dos originais e, portanto, resultantes de restauros posteriores, de autoria de outros que não Leonardo  
3 - Originalmente, também, Leonardo pintara os dedos médio e indicador da mão direita mais próximos do que na versão acabada  
4 - Mediante uma outra técnica, os pesquisadores mapearam a teia de rachaduras infinitesimais que se espalha por toda a pintura. As manchas escuras no rosto e no colo da Mona Lisa indicam uma maior concentração de rachaduras nessas regiões. Elas provêm do recurso batizado por Leonardo de sfumato: o uso de sucessivas camadas de cor, com variações mínimas de tom, para suavizar as transições e conferir maior volume e profundidade

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