GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Escola do agreste de AL aprova 42 estudantes em universidades públicas

Quarenta e dois estudantes da Escola Estadual de Educação Básica Pedro Joaquim de Jesus, em Teotônio Vilela, na região agreste de Alagoas, foram aprovados em universidades públicas por meio das provas do Enem 2016 (Exame Nacional do Ensino Médio). No ano passado, foram apenas quatro. A escola, que fica a cerca de 100 km da capital, Maceió, tinha 200 alunos matriculados no terceiro ano em 2016.
O salto da aprovação de estudantes é creditado ao Filme Lab, laboratório destinado a estudantes do 3º ano do Ensino Médio para preparação específica para o Enem. Iniciativa da própria escola, o laboratório começou a funcionar em 2016, à noite, no contraturno escolar.
Na primeira chamada do Sisu 2016 (Sistema de Seleção Unificada), foram 32 estudantes aprovados e, na segunda chamada, mais dez foram chamados para cursos em universidades públicas. Os aprovados conseguiram ingressar na Ufal (Universidade Federal de Alagoas), Uneal (Universidade Estadual de Alagoas), na Uncisal (Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas) e UFS (Universidade Federal de Sergipe). A direção da escola afirma que dezenas de alunos também foram aprovados em vestibulares de universidades e faculdades particulares, sem especificar o número exato.
A estudante Maria Jackeline da Silva, 19, tentava pela terceira vez usar a nota do Enem para ingressar em um curso superior em universidade pública. No ano passado, ela participou do Filme Lab e, neste ano, foi aprovada em duas graduações: fisioterapia, na Uncisal, e letras, na Ufal.
"Estava havia dois anos tentando ser aprovada em fisioterapia. O diferencial desta vez foi a preparação que a gente teve durante todo o ano, além das dicas dos professores do Filme Lab, essenciais nesse processo de aprendizado", explicou a estudante.
Com 15 anos, Luiz Elias da Silva Filho concluiu o Ensino Médio e foi aprovado em primeiro lugar no curso de engenharia civil na Ufal. Ele conta que foi estimulado pelos professores a acreditar no potencial dele para terminar o ano escolar e ainda ser aprovado na universidade. "Não devemos desistir dos nossos sonhos e achar que não podemos realizá-los. É ter foco e dedicação nos estudos que todos conseguem, sejam pobres ou ricos", disse.
Filha de pais analfabetos, a estudante Maria Keliane da Silva Rocha, 16, vai cursar a faculdade de letras na Ufal e conta que será a primeira pessoa da família a ter um curso superior. Os pais dela são feirantes em Teotônio Vilela.
"Minha família está orgulhosa e eu também, pois venci a barreira ao mostrar que a universidade pública é para todos. Meus pais, mesmo analfabetos, sabem da importância de estudar e me incentivaram para eu não desistir e fazer um futuro diferente do deles", conta Rocha.

Escola criou meotodologia para entender o Enem

O Filme Lab foi idealizado pela coordenadora pedagógica da escola, Ana Carolina Vasco, em parceria com a diretora, Fátima Pimentel. Durante o projeto, Vasco decidiu se submeter ao Enem para entender melhor o processo do exame e, este ano, dar mais suporte aos estudantes da escola.
"É um incentivo para que os professores se atualizem e, além de pesquisar questões do Enem, prestem o exame também, se submetam ao estresse. É preciso entender o Enem para preparar o aluno", afirmou Vasco.
A diretora da escola, Fátima Pimentel, destaca que o resultado da aprovação dos alunos no Enem se compara a de escolas particulares, onde o ensino é voltado para os vestibulares. Segundo ela, entre 42 estudantes aprovados estão os primeiros lugares nos cursos de engenharia civil, química e letras na Ufal, campus Arapiraca, que está a cerca de 70 km de Teotônio Vilela.
Para Pimentel, o resultado se deve ao engajamento de funcionários da escola e à ajuda da Seduc (Secretaria de Estado da Educação de Alagoas), que cedeu quatro professores das disciplinas de português, matemática, química e física para atuar no projeto. As disciplinas de história, redação, geografia e filosofia foram ministradas por voluntários -- ex-alunos da escola que são professores ou graduandos nas áreas. 
"Criamos o laboratório de aprendizagem e adotamos uma metodologia para entender a dinâmica do Enem. Além disso, criamos certificados de alunos-destaque para que eles se sentissem estimulados a manter o reforço noturno no laboratório", explica a diretora. Segundo Pimentel, a escola é formada por estudantes pobres e, em grande parte, moradores da zona rural, filhos de agricultores e feirantes. "Trabalhar a autoestima fez com que acreditarem que tinham potencial e que a universidade não é só para ricos. Isso foi essencial nas aprovações."

Simulados e material próprio

No laboratório, os estudantes encontraram material próprio, com questões de exames antigos, treinamento de raciocínio lógico e cronograma para resolução das questões e preenchimento do cartão-resposta. 
"Fizemos simulados com o tempo similar ao do Enem para que os alunos fossem se preparando na organização do tempo. Mas, a nossa integração aluno e professor foi essencial", explicou Pimentel, que gastou R$ 700 do próprio bolso com a impressão das apostilas.
No ano passado, a escola tinha cinco turmas de terceiro ano do Ensino Médio com 40 alunos cada uma. No início do projeto, 120 alunos aderiram ao Filme Lab. Cerca de 50 chegaram à reta final. Em 2016, a escola tinha, ao todo, 2.200 estudantes matriculados e este ano contabiliza a matrícula de 1.887. A queda do número de matrículas se deve ao desmembramento de um anexo na zona rural, que atualmente se transformou em escola e atuará de forma independente este ano. 
A escola funciona nos três turnos e tem 47 anos de fundação. A unidade escolar possui 12 salas de aula –todas com ar-condicionado --, laboratório de ciências e linguagem, biblioteca, auditório, refeitório, pátio, campo de futebol e quadra de esportes.
O efeito imediato foi o aumento na procura por vagas no terceiro ano. "Estamos com as turmas fechadas, pois todo mundo agora quer estudar aqui para ter acesso ao Filme Lab", relatou Pimentel.
O ano letivo de 2017 começa na próxima segunda-feira (6). As aulas do Filme Lab 2017 terão início em maio, após avaliação do projeto.

ossário descoberto por Golan era especial por causa de uma inscrição que continha: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus".

Devido a ela, foi declarado em 2002 a primeira evidência física da existência de Jesus Cristo, o que repercutiu em todo o mundo.
As autoridades fizeram buscas nas propriedades do colecionador e recuperaram tanto o ossário quanto a tábua - era hora de saber se ambas eram genuínas.
Desta vez, porém, formaram um comitê de linguistas e cientistas para examinar os objetos.
Parte dos linguistas disse ser uma falsificação. Eles encontraram na tábua anacronismos, ou seja, expressões em hebreu cujos significados eram diferentes daqueles da época do Templo de Salomão.
Mas outros especialistas afirmaram que se sabia tão pouco de hebreu antigo que era impossível definir se a peça era mesmo falsa.

O que dizia a pedra

O comitê recorreu então à geologia.
Yuval Goren, geoarqueólogo e diretor do Instituto Arqueológico da Universidade de Tel Aviv, encontrou evidências de que sofisticados falsificadores enganaram os especialistas.
Ele descobriu que a composição da pátina da parte de trás da tábua era diferente daquela da frente. Era formada de sílica, mineral não encontrado em Jerusalém, e tinha grânulos de fósseis marinhos, embora o Tempo de Salomão não estivesse próximo do mar.
Além disso, notaram que a pátina da tábua foi fabricada artificialmente - partículas de carbono antigo e grânulos de ouro foram adicionados à mão.
O ossário, por sua vez, era autêntico. Mas a inscrição nele, não.
Os cientistas confirmaram a autenticidade da primeira parte: "Tiago, Filho de José", datada da primeira metade do século 1 d.C. No entanto, a segunda parte, "Irmão de Jesus", foi adicionada pelo menos 20 séculos mais tarde.
Os resultados dessas e outras análises levaram a concluir que a tábua de pedra e o ossário eram elaboradas falsificações.
Algo que, porém, nunca chegou a ser um consenso completo.
Fraude com conhecimento de causa?
Para as autoridades, tratava-se de uma equipe de falsificadores com especialistas em várias disciplinas.
Quando a polícia prendeu Oded Golan e inspecionou suas propriedades, descobriu uma oficina com uma coleção de ferramentas, materiais e "antiguidades" sendo produzidas.
A evidência indicava que eles estavam lidando com uma operação numa escala muito maior do que pensavam.
Os investigadores descobriram que colecionadores de todo o mundo tinham pagado centenas de milhares de dólares por artefatos que vinham de parceiros de Oded Golan.
Dezenas desses objetos foram examinados por Yuval Goren - e todos eram, na sua visão, falsos.
Em seguida, surgiu o receio de que artefatos feitos pela equipe de falsificadores tivessem chegado aos grandes museus do mundo.
Alguns arqueólogos pediram à época que tudo o que tivesse chegado ao mercado nas duas décadas anteriores à revelação e que não tivesse certificado de origem claro deveria ser considerado falso.
Muitos desses objetos, como a tábua que deu início à investigação, foram fabricados aproveitando-se do desejo de muitos de confirmar os escritos bíblicos, diziam.
Em dezembro de 2004, Oded Golan foi acusado de falsificar e fraudar antiguidades e enfrentaria um julgamento que se estenderia por oito anos.
Em 2012, ele foi absolvido das acusações de falsificação e fraude, mas condenado por uma ofensa menor: a de possuir objetos suspeitos de roubo e venda de antiguidades sem licença.
Segundo o juiz, a acusação não conseguiu provar que os objetos eram falsos. E determinou que eles fossem devolvidos a Golan.

Caso não resolvido

Mas as dúvidas continuam até hoje.
Golan falou sobre a tábua de pedra ao jornal israelense Ha'aretz:
"Pode ser da época do rei Joás, do século 9; pode ser uma cópia feita mais tarde da pedra original que estava no templo; ou até uma tentativa de gravar na pedra os reparos que foram feitos; ou pode ser uma falsificação feita há apenas 100 anos. Realmente não sei."

E os especialistas continuaram dando opiniões.

Em 2016, o professor Ed Greenstein, da Universidade Bar-Ilan, de Israel, publicou uma atualização de seu artigo "A suspeita inscrição de Joás: um postmortem", no qual conclui:
"Nenhum livro das antigas inscrições em hebreu incluirá o chamado texto de Joás; nenhum historiador da antiga Israel jamais contará com a inscrição como fonte; nenhum gramático ou lexicógrafo de hebreu antigo incluirá palavras, frases ou formas que se encontrem na inscrição como dados autênticos."
No entanto, outros especialistas estão inclinados ao contrário. Chaim Cohen, da Universidade Ben Gurion, escreveu em 2009 que, se fosse comprovada a falsificação, seria "a falsificação mais brilhante de todas".
Enquanto isso, Ronny Reich, um dos fundadores da Autoridade de Antiguidades, ressaltou:
"A inscrição me parece autêntica, pois é difícil acreditar que um falsificador (ou um grupo de falsificadores) possa saber tanto de todos os aspectos - físico, palográfico, linguístico e bíblico - para produzir tal objeto."

Acordos contra corrupção e cartel de construtoras da Lava Jato recuperam R$ 11,5 bilhões

  • O Cade é o órgão que investiga cartel em obras da Lava Jato, negocia acordos e estipula multas a construtoras
O Cade é o órgão que investiga cartel em obras da Lava Jato, negocia acordos e estipula multas a construtorasOs acordos nas esferas administrativa e criminal assinados com empresas de construção e serviços de engenharia no âmbito da Operação Lava Jato, até fevereiro deste ano, determinaram a recuperação de cerca de R$ 11,5 bilhões em recursos. O dinheiro advém de acordos contra formação de cartel, firmados com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), e de acordos judiciais contra práticas de corrupção e lavagem de dinheiro, fechados com o MPF (Ministério Público Federal). De alguns acordos, também participou a Justiça dos Estados Unidos, da Suíça e do Reino Unido.
A recuperação do dinheiro não é imediata, uma vez que o pagamento de alguns valores foi parcelado. O valor do acordo judicial com a construtora Odebrecht, por exemplo, foi dividido em 23 anos.
Dos R$ 11,5 bilhões em recuperação, apenas R$ 300 milhões são oriundos exclusivamente dos acordos com o Cade. O critério utilizado para o cálculo das sanções do Cade teria gerado multas com valores muito baixos, na avaliação de um dos conselheiros do órgão.
Encarregado de fiscalizar e garantir a livre concorrência no Brasil, o Cade considera cartel a prática ou acordo feito entre concorrentes para fixar preços, dividir mercados, estabelecer cotas ou restringir produção e fraudar licitações públicas. Tem consequência grave, uma vez que gera, segundo cálculos oficiais, sobrepreço de 10% a 20% em relação a um mercado competitivo.
Essas sanções financeiras a empresas de construção envolvidas na Lava Jato dizem respeito apenas a condutas anticoncorrenciais na esfera administrativa e não têm a ver, por exemplo, com processos que correm contra elas na esfera criminal, conduzidos pelo Ministério Público Federal.
As multas se originaram de cinco acordos assinados com o Cade, denominados de termos de cessação de conduta (TCC). Por meio desses acordos, a empresa participante de um cartel assume a culpa e se compromete a interromper as práticas ilícitas e a ajudar nas investigações do caso, beneficiando-se de desconto nas multas aplicadas.
Os termos de cessação de conduta foram assinados em duas investigações do Cade: de cartel em licitações de obras continentais ("onshore") de montagem industrial em unidades da Petrobras, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), do início dos anos 2000 a 2011/2012; e de cartel em concorrência de montagem eletromecânica na futura usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, em 2013/2014, pertencente à Eletrobras Termonuclear. O contrato era de cerca de R$ 3 bilhões.
Pelo TCC no processo de formação de cartel em obras de montagem industrial da Petrobras, a construtora UTC recebeu multa de R$ 129 milhões; a construtora Camargo Corrêa, de R$ 104 milhões; e a construtora Andrade Gutierrez, de cerca de R$ 50 milhões.
No processo sobre o cartel em obras de Angra 3, o acordo estipulou o pagamento de multa de R$ 10 milhões à UTC e de R$ 6 milhões à Andrade Gutierrez.
Somadas, essas multas chegam a R$ 300 milhões, valor repassado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça, com a finalidade de reparar danos.

Na usina de Angra 3, construtoras combinaram preços e dividiram mercado para fraudar licitação de obras de montagem, segundo a Lava Jato
Conforme a legislação em vigor, o Cade pode punir a empresa condenada por cartel a pagar multa de 0,1% a 20% do valor do faturamento bruto dela no exercício anterior ao processo. A punição também pode ser estendida aos administradores da empresa direta ou indiretamente envolvidos com o ato ilícito, com multa de 1% a 20% da aplicada à empresa.

Conselheiro criticou "baixo valor" de multa

Os valores das multas aplicadas às construtoras não são consenso dentro do próprio Cade. Para o conselheiro João Paulo de Resende, que votou contra a homologação dos TCCs da UTC e da Andrade Gutierrez no caso de cartel em obras da Petrobras, os valores de faturamento utilizados para calcular as multas resultaram em sanções rebaixadas e que não têm caráter dissuasório, isto é, não desencorajam novas práticas ilícitas. Contudo, o TCC foi aprovado em janeiro deste ano pela maioria do plenário do Cade.
Para a multa aplicada à Andrade Gutierrez, que ficou em pouco menos de R$ 50 milhões, o conselheiro avalia que o valor mais próximo da realidade seria de pelo menos R$ 620 milhões, considerando sobrepreço de 10%.
Em seu voto, Resende cita também entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União), que avalia o sobrepreço do cartel em 17% e, por isso, levaria a multa à construtora para perto de R$ 1 bilhão.

Acordo beneficia primeira a delatar

Nos dois processos, o Cade também formalizou acordos de leniência. Nas execuções de montagem industrial da Petrobras, foi acertada com a Setal/SOG Óleo e Gás. No caso de Angra 3, o acordo de leniência foi assinado com a Camargo Corrêa.
Nos processos de investigações de práticas lesivas à livre concorrência, a leniência é negociada apenas com a primeira empresa a identificar a existência de um cartel, assumir sua participação e culpa e identificar os demais participantes dele. Para os participantes do mesmo cartel, a opção de acordo é o TCC. As empresas que assinaram os acordos de leniência com o Cade se beneficiaram de isenção da multa.
Na maioria dos casos, foi beneficiada a Andrade Gutierrez, que homologou sua delação premiada em 2015 com a força-tarefa da Lava Jato. Nela, os executivos citaram que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) receberam propina da empreiteira. Atualmente, a empresa faz uma espécie de "recall", motivada pela delação de 77 executivos da Odebrecht, para adicionar informações aos depoimentos já relatados.
Já foram assinados pelo Cade, até fevereiro deste ano, outros cinco acordos de leniência em processos de formação de cartel com construtoras envolvidas em denúncias surgidas com a Lava Jato e em desdobramentos dela.
Há cerca de outros 30 processos de cartel relacionados com a Lava Jato em andamento no Cade, mas sobre os quais o órgão não fala "por razões legais e no interesse das investigações em curso".

Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, é levado para depor em Curitiba. Construtora acertou leniência com Ministério Público

Punição suspende novos contratos públicos

Além das sanções contra a ordem econômica no âmbito do Cade, as construtoras investigadas na Lava Jato também estão sujeitas a duas outras esferas de investigação e possível punição: do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, que pode aplicar punições administrativas e multas em dinheiro, impedindo a empresa de participar de novas concorrências públicas; e do Ministério Público e da Justiça, na esfera criminal, com penas de prisão e multas em dinheiro.
No campo da Lava Jato, pelo Ministério da Transparência, cinco construtoras já foram consideradas inidôneas e estão impedidas de participar de novas licitações públicas em todas as esferas (federal, estadual e municipal) e negociar contratos públicos por pelo menos dois anos após a publicação da decisão no "Diário Oficial da União".
"Essa pode ser a pena mais severa para uma empresa que só trabalha com grandes obras, porque essas obras são normalmente contratadas apenas por governo", contextualiza Thiago Bottino, professor da FGV Direito Rio. "Uma punição, portanto, que poderá quebrar essa empresa, tirando-a de vez do mercado."
As cinco construtoras que foram incluídas no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas são: Mendes Júnior (desde abril de 2016), Skanska (desde junho de 2016), Iesa Óleo & Gás (desde setembro de 2016), Jaraguá Equipamentos Industriais (desde dezembro de 2016) e GDK (desde fevereiro de 2017). Elas foram suspensas com decisões baseadas na lei de licitações (lei 8.666/1993), e não na lei anticorrupção (lei 12.846/2013), porque as condutas irregulares se deram antes da entrada em vigor desta última. Essas empresas não receberam multas em dinheiro. A lei de licitações não estabelece formas nem critérios de cálculo de multas.
No Ministério da Transparência, há outros 21 procedimentos administrativos de responsabilização em andamento no âmbito da Lava Jato, sobre as seguintes empresas de construção: Alumni; Andrade Gutierrez; Camargo Corrêa; Carioca Christiani-Nielsen; Construcap; Construtora Odebrecht; EIT; Engevix; Fidens; Galvão Engenharia; MPE; OAS; Odebrecht Ambiental; Odebrecht Óleo e Gás; Promon; Queiroz Galvão; Sanko; SOG (Setal); Techint; Tomé; e UTC.
Dessas 21 construtoras, 12 manifestaram interesse em fazer um acordo de leniência com o Ministério da Transparência, que garantiria que continuassem a disputar obras e contratos públicos, mantendo-se idôneas. As negociações com essas empresas continuam e ainda nenhum acordo foi fechado. Outros três processos, contra as empresas NM, Egesa e Niplan, foram arquivados por falta de provas.

Ministério Público já fechou nove acordos

Com o Ministério Público Federal, as empresas envolvidas na Lava Jato já firmaram nove acordos de leniência, que preveem penas mais brandas em troca de informações que contribuam efetivamente com as investigações. Dois dos acordos seguem em segredo de Justiça.
Para Gil Castello Branco, economista e secretário-geral da ONG Contas Abertas, que fiscaliza as contas públicas em todos os níveis de governo, as empresas envolvidas na Lava Jato "não foram multadas de forma aleatória", uma vez que se trata do maior escândalo de corrupção do mundo, em termos monetários.
"Essas empresas do cartel espoliaram os recursos públicos ao longo de muitas décadas. Para o mal que essas empresas causaram, estão pagando o preço certo. Não são vítimas."

Tábua de pedra do Templo de Salomão: fraude genial ou demonstração da verdade histórica da Bíblia?


De um lado, aqueles que acreditam tratar-se da primeira evidência da existência do Templo de Salomão, descrito na Bíblia como "A Casa do Senhor". De outro, os que veem uma elaborada falsificação.

E no meio dessa polêmica, a chamada Tábua de Joás, peça de pedra encontrada em 2001 e que até hoje intriga cientistas e autoridades de Israel.
Mais de uma década depois, especialistas ainda não conseguiram responder à dúvida: o artefato é verdadeiro ou uma elaborada falsificação?
No livro sagrado, o Templo de Salomão é o local construído para abrigar a Arca da Aliança, cofre que guardaria as tábuas de pedra dos Dez Mandamentos e que teria desaparecido após a destruição do espaço, incendiado pelo exército do rei babilônio Nabucodonosor em 586 a.C.
A Bíblia faz referências à reconstrução do templo por Joás de Judá, que reinou em Jerusalém um século depois de Salomão.
"Joás disse aos sacerdotes: Todo o dinheiro consagrado que se costuma trazer à Casa do Senhor (...) recebam-no os sacerdotes, cada um da mão de seus familiares, e consertem os postigos do Templo onde quer que se achem fendas", diz o capítulo 12 de Reis 2.
A tábua encontrada também descreve em hebreu as obras feitas pelo rei: "Reparei a construção e fiz os reparos no templo e nos muros que o rodeiam".

Autêntica ou falsa?

Após a descoberta, a Tábua de Joás foi encaminhada ao Serviço Geológico de Israel para que pudesse ser - ou não - autenticada.
Primeiro, examinaram a pátina, uma fina camada que se forma ao longo do tempo na superfície de uma rocha ou pedra pela interação de seus minerais com as substâncias químicas do ar, da água ou da terra.
Os geólogos logo notaram que a pátina era contínua na frente da pedra e nas letras da inscrição, o que significa que foram gravadas num passado distante.
Em seguida, com a técnica de datação de carbono, conseguiram precisar que a tábua tinha cerca de 2.3 mil anos.
Depois, os especialistas notaram que a composição química da pedra era a mesma das que estão presentes na região de Jerusalém.



E, finalmente, detectaram grânulos de ouro em sua superfície, precisamente o que se esperaria se a pedra estivesse no interior de um templo banhado de ouro, como descreve a Bíblia, durante um incêndio.

Em 2003, o Serviço Geológico declarou oficialmente que a tábua era genuína. O artefato foi então oferecido à venda ao Museu de Israel, que abriga boa parte dos tesouros do país.
Mas essa história não acabou aí.

O museu decidiu conduzir sua própria verificação da autenticidade da tábua. Nesse meio tempo, porém, tanto o objeto quanto o homem que o havia descoberto - cuja identidade ainda era misteriosa - simplesmente desapareceram.
A Autoridade de Antiguidades de Israel passou a investigar o caso e, nove meses depois, chegou ao colecionador Oded Golan, que é engenheiro.
Golan, por sua vez, insistiu que era apenas o intermediário de outro colecionador. Mas as autoridades suspeitaram: ele também era vinculado a outro artefato extraordinário descoberto dois anos antes, o Ossário de Tiago.

Frases modernas

No passado, judeus usavam ossários para armazenar restos mortais de familiares em cavernas e câmaras funerárias.


O ossário descoberto por Golan era especial por causa de uma inscrição que continha: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus".
Devido a ela, foi declarado em 2002 a primeira evidência física da existência de Jesus Cristo, o que repercutiu em todo o mundo.
As autoridades fizeram buscas nas propriedades do colecionador e recuperaram tanto o ossário quanto a tábua - era hora de saber se ambas eram genuínas.
Desta vez, porém, formaram um comitê de linguistas e cientistas para examinar os objetos.

Parte dos linguistas disse ser uma falsificação. Eles encontraram na tábua anacronismos, ou seja, expressões em hebreu cujos significados eram diferentes daqueles da época do Templo de Salomão.
Mas outros especialistas afirmaram que se sabia tão pouco de hebreu antigo que era impossível definir se a peça era mesmo falsa.

O que dizia a pedra

O comitê recorreu então à geologia.
Yuval Goren, geoarqueólogo e diretor do Instituto Arqueológico da Universidade de Tel Aviv, encontrou evidências de que sofisticados falsificadores enganaram os especialistas.
Ele descobriu que a composição da pátina da parte de trás da tábua era diferente daquela da frente. Era formada de sílica, mineral não encontrado em Jerusalém, e tinha grânulos de fósseis marinhos, embora o Tempo de Salomão não estivesse próximo do mar.
Além disso, notaram que a pátina da tábua foi fabricada artificialmente - partículas de carbono antigo e grânulos de ouro foram adicionados à mão.
O ossário, por sua vez, era autêntico. Mas a inscrição nele, não.
Os cientistas confirmaram a autenticidade da primeira parte: "Tiago, Filho de José", datada da primeira metade do século 1 d.C. No entanto, a segunda parte, "Irmão de Jesus", foi adicionada pelo menos 20 séculos mais tarde.
Os resultados dessas e outras análises levaram a concluir que a tábua de pedra e o ossário eram elaboradas falsificações.
Algo que, porém, nunca chegou a ser um consenso completo.
Fraude com conhecimento de causa?
Para as autoridades, tratava-se de uma equipe de falsificadores com especialistas em várias disciplinas.
Quando a polícia prendeu Oded Golan e inspecionou suas propriedades, descobriu uma oficina com uma coleção de ferramentas, materiais e "antiguidades" sendo produzidas.
A evidência indicava que eles estavam lidando com uma operação numa escala muito maior do que pensavam.
Os investigadores descobriram que colecionadores de todo o mundo tinham pagado centenas de milhares de dólares por artefatos que vinham de parceiros de Oded Golan.
Dezenas desses objetos foram examinados por Yuval Goren - e todos eram, na sua visão, falsos.
Em seguida, surgiu o receio de que artefatos feitos pela equipe de falsificadores tivessem chegado aos grandes museus do mundo.
Alguns arqueólogos pediram à época que tudo o que tivesse chegado ao mercado nas duas décadas anteriores à revelação e que não tivesse certificado de origem claro deveria ser considerado falso.
Muitos desses objetos, como a tábua que deu início à investigação, foram fabricados aproveitando-se do desejo de muitos de confirmar os escritos bíblicos, diziam.
Em dezembro de 2004, Oded Golan foi acusado de falsificar e fraudar antiguidades e enfrentaria um julgamento que se estenderia por oito anos.
Em 2012, ele foi absolvido das acusações de falsificação e fraude, mas condenado por uma ofensa menor: a de possuir objetos suspeitos de roubo e venda de antiguidades sem licença.
Segundo o juiz, a acusação não conseguiu provar que os objetos eram falsos. E determinou que eles fossem devolvidos a Golan.

Caso não resolvido

Mas as dúvidas continuam até hoje.
Golan falou sobre a tábua de pedra ao jornal israelense Ha'aretz:
"Pode ser da época do rei Joás, do século 9; pode ser uma cópia feita mais tarde da pedra original que estava no templo; ou até uma tentativa de gravar na pedra os reparos que foram feitos; ou pode ser uma falsificação feita há apenas 100 anos. Realmente não sei."

E os especialistas continuaram dando opiniões.

Em 2016, o professor Ed Greenstein, da Universidade Bar-Ilan, de Israel, publicou uma atualização de seu artigo "A suspeita inscrição de Joás: um postmortem", no qual conclui:
"Nenhum livro das antigas inscrições em hebreu incluirá o chamado texto de Joás; nenhum historiador da antiga Israel jamais contará com a inscrição como fonte; nenhum gramático ou lexicógrafo de hebreu antigo incluirá palavras, frases ou formas que se encontrem na inscrição como dados autênticos."
No entanto, outros especialistas estão inclinados ao contrário. Chaim Cohen, da Universidade Ben Gurion, escreveu em 2009 que, se fosse comprovada a falsificação, seria "a falsificação mais brilhante de todas".
Enquanto isso, Ronny Reich, um dos fundadores da Autoridade de Antiguidades, ressaltou:
"A inscrição me parece autêntica, pois é difícil acreditar que um falsificador (ou um grupo de falsificadores) possa saber tanto de todos os aspectos - físico, palográfico, linguístico e bíblico - para produzir tal objeto."

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Água tônica
A reportagem sobre alternativas à tradicional hidroginástica (23/11) foi interessante. Pena que muitas academias prefiram subutilizar as piscinas a propor inovações. É preciso inovar!
CRISTINA MANGIA

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RACHEL JOFFILY RIBA 

A expressão "significant other", traduzida literalmente, é insossa. Mas funciona nos EUA.
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"Meu homem" soa meio feminista, década de 80, aquela coisa "Malu Mulher" e Ivan Lins. Para os amigos, apresento só pelo nome. Mas para o porteiro, aí é meu marido mesmo. Vale qualquer coisa, desde que não seja "esposo".
ROSA AMANDA STRAUSZ 

Força no períneo
A leitora Denise Rodrigues, referindo-se à matéria que abordou o períneo (9/11), escreveu sobre um curso na Unifesp para a reabilitação do assoalho pélvico. Gostaria de maiores informações.
DAVID EMANOEL ALBERNAZ (São Paulo, SP)

Resposta - Para saber mais sobre essa especialização de fisioterapia em ginecologia ligue para (11) 5579-3321, fale com Karim. 

Do temor ao terror


A mera ameaça do tiroteio basta para nos deixar temerosos, como se fosse o tiroteio real

HÁ QUEM proteste com um simples "não gostei", ou com cartazes contra o desafeto da vez, sem causar mais transtorno do que um nó no trânsito. Outros partem para o confronto, em locais previsíveis e de consequências idem. É o que a polícia faz, por exemplo, ao reprimir ações criminosas.
E há quem resolva instalar o terror, atacando sem aviso em locais aleatórios ou, ao contrário, escolhidos a dedo para causar estragos visíveis e imprevisíveis. Como técnicas de submissão e controle, semear temor e terror funcionam muito bem, porque antecipar acontecimentos ruins para então evitá-los é uma especialidade do cérebro.
O cérebro tem seus meios de registrar quando seus feitos e previsões dão certo, ou quando coisas boas são esperadas. Esse é o papel do sistema de motivação e recompensa, sobre o qual vivo escrevendo por aqui.
Afinal, é esse conjunto de estruturas quem nos tira da cama e nos faz achar que a vida vale a pena -ainda que o final, um dia, seja o mesmo para todos.
Tão importante, contudo, é o sistema que serve de contrapeso: o conjunto de estruturas cerebrais que sinalizam quando algo dá errado ou tem chances de dar errado, e quão errado.
Esse sistema de avaliação de custos conta com a amígdala (do cérebro, não da garganta!), que detecta ameaças iminentes e nos faz responder a elas com alterações no corpo que, além de tornarem a ameaça fisicamente palpável (através de palpitações e tensão muscular, por exemplo), ainda nos deixam mais aptos a lidar com o problema; e o córtex cingulado anterior, nosso grande adivinho, que usa informações de experiências anteriores para antecipar problemas.
Dessa forma, tanto o tiroteio real quanto a mera ameaça dele bastam para nos deixar temerosos e dispostos a abrir mão das atividades usuais em nome da própria segurança.
O temor até tem seu lado bom: é o estado de antecipação de algo ruim associado a uma situação específica. Se ser preso é ameaça suficiente para impedir que alguém dirija alcoolizado ou venda drogas, ótimo. "Educativo", diriam alguns. O terror, contudo, não tem regras: ao mostrar que qualquer coisa pode explodir a qualquer momento e qualquer ato pode ser cruelmente punido, o terror ensina o cérebro a ter medo de estar vivo. Uma pena que o cérebro, capaz de tantas coisas boas, também possa gostar de ser temido.

VERÃO NA UNHA

O ato de fazer as mãos está cada vez mais complexo: são tantas cores e texturas lançadas que você vai sofrer na hora de escolher.

Fabricantes brasileiros nunca investiram tanto para dar conta da fome feminina por um verniz a mais.
As loucas por esmaltes, a julgar pelos números atuais desse mercado, não são apenas aquelas blogueiras, umas meninas que fazem convenções sobre a arte da manicure e que são capazes de passar horas discutindo a maneira de alcançar um tom.
A febre só sobe, agora já é delírio. Apenas em setembro de 2010 foram comprados 60 milhões de vidrinhos no Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. "Se fosse mantida essa proporção o ano todo, alcançaríamos um total de 720 milhões de unidades vendidas em 2010", calcula o presidente da associação, João Carlos Basilio. Equivaleria ao dobro de toda a produção do ano passado.
O bom é que não vão faltar opções de cores no verão. E como as grifes do Hemisfério Norte estão fazendo seus lançamentos de inverno -rapidamente copiados por aqui- as possibilidades de escolha são multiplicadas. Esmalte é democracia.
No ano passado, a cor mais desejada foi a do esmalte Jade, da Chanel. Agora, a grife criou hits em tons cáqui. A nacional Colorama já colocou no mercado seu verde Militar, inspirado no lançamento invernal da marca francesa.
Nos Estados Unidos e na Europa, estão em alta os tons de verde e os clarinhos, que apareceram nos desfiles mais recentes de Louis Vuitton, Fendi, Oscar de la Renta e Prada.
A M.A.C. acaba de lançar a coleção Nail Trend em parceria com a "guru das unhas" Jin Soon, manicure estrelada que nasceu na Coreia e tem um dos mais sofisticados centros de cuidados com mãos e pés do mundo, em Nova York, o Jin Soon Natural Hand & Foot Spa.
A coleção da M.A.C. traz cores inspiradas na China Imperial: laranja, azul, taupe, verde, roxo e vermelho.
Já as grifes brasileiras jogaram suas fichas nos tons de rosa e coral para o verão.

NADA DE MISTURINHA
A coleção da Risqué por Reinaldo Lourenço é inspirada nos anos 60 e tem cores clássicas e novidades.
Os esmaltes são divididos em texturas foscas (coral, cinza, rosa e azul celestial), e brilhantes (como vermelho mandarim, vermelho fechado e rosa flúor.
A "beauty artist" Agnes Mamede, que integra a equipe do maquiador Daniel Hernandez para desfiles de marcas brasileiras, afirma que os tons pastel devem predominar nos próximos meses. Tom pastel é uma coisa: não significa que aquela misturinha sem cor virou "fashion".
Quem gosta de acompanhar as tendências vai enlouquecer tendo que tomar decisões entre tantos tons de rosa, laranja, verde e azul, sem falar no prata.
Não bastasse ter que optar entre tantas nuances, agora há também as texturas. "O esmalte fosco é uma sensação", afirma Agnes.

MODOS DE USAR
E é preciso variar também na forma de aplicar o esmalte. A maquiadora da M.A.C. no Brasil, Fabiana Gomes, sugere fazer as mãos com diferentes tonalidades de uma mesma cor, quer dizer: pintar cada unha de um tom, para um efeito degradê.
Cláudia Simões, 33, manicure do Studio W, diz que a pintura em meia-lua dos anos 40, com a base da unha clara e a parte superior escura, vai pegar. A diva burlesca Dita Von Teese já adotou, assim como a atriz Mayana Moura, de "Passione". O pessoal do mundo fashion, porém, acha cafona.

A NOVA FRANCESA
A adaptação da francesinha já é bastante requisitada, segundo a manicure. Vale misturar as cores do verão: azul e verde, rosa e verde, ou até cores vivas com a tradicional listrinha branca.
Outra invenção que apareceu pelo Brasil nas mãos de modelos como Isabeli Fontana é a "unha filha única".
Todas as unhas da mão são pintadas da mesma cor e apenas uma fica diferente. Segundo Cláudia Simões, conhecida também como Dá, "ainda é muito raro pedirem isso aqui no Brasil".
Ela explica que essa moda vem das japonesas, mas aparece mais nas passarelas e nas mãos das mais ousadas.

ADESIVO
Batizado de Picnicdric, a "butique de esmaltes" localizada na loja da estilista Adriana Barra, nos Jardins, em São Paulo, é a primeira no Brasil a receber os adesivos especiais de unha termocolantes da americana Minx.
Os adesivos ganharam visibilidade depois que famosas como as cantoras Beyoncé, Katy Perry, Lady Gaga e a "estilista" Victoria Beckham o desfilaram em festas e tapetes vermelhos.
Para aplicá-los é preciso ter uma lâmpada especial, que amolece e fixa os adesivos nas unhas. Os padrões podem ser de oncinha, xadrez, com caveira, bolinhas, listras e flores. O adesivo dourado "craquelado" apareceu no último desfile da grife Alexander McQueen.

O CALOR DOS CORAIS
As grifes brasileiras apresentaram unhas vibrantes nos desfiles de verão, tanto em São Paulo quanto no Rio. É claro que a temporada por aqui é pródiga em esmaltes solares, que "ornam" muito bem com uma mão mais bronzeada. Há uma boa nova fornada de alaranjados, com subtons inusitados, apagados, mas nada básicos. Bons exemplos são os tons de amarelinho e de salmão. Mas são os corais mais potentes que estão fazendo a cabeça e as mãos da mulherada.

ROSAS NADA BOBOS
Difícil resistir a um fetiche cor-de-rosa na estação mais animada do ano. Há muitas opções novas, puxadas pelos esmaltes Pop e Rosa Flúor, dois lançamentos da Risqué. Há os tons feéricos, os queimados, os que flertam com o nude e o cáqui e o rosa-bebê que, na opinião da maquiadoa Fabiana Gomes, da M.A.C. no Brasil, vai ser o hit do verão. Mas é tudo rosa mesmo, nada de misturinha, de rosinha de bobinha, OK? 

MÃOS MILITARIZADAS
Começou com o Jade, o esmalte cor de chiclete de hortelã que a Chanel desfilou em 2009. Enquanto a cor não pulou da passarela para as lojas, as loucas (por esmaltes) fizeram fila de espera tanto na Europa quanto aqui. Houve tráfico de vidrinhos e uma profusão de genéricos imitando a cor. Era raridade, agora há uma avalanche de verdes no mercado, desde os tons de verde-água aos mais fechados. É o caso do Militar, da Colorama, que não fica nada a dever para o novo hit da Chanel, o Khaky Vert, que ainda não está à venda. Junto com os verdes, os tons de cáqui estão bombando e, mais uma vez, é tudo culpa da Chanel, que começou a guerra.

VERÃO NA UNHA

O ato de fazer as mãos está cada vez mais complexo: são tantas cores e texturas lançadas que você vai sofrer na hora de escolher.

Fabricantes brasileiros nunca investiram tanto para dar conta da fome feminina por um verniz a mais.

As loucas por esmaltes, a julgar pelos números atuais desse mercado, não são apenas aquelas blogueiras, umas meninas que fazem convenções sobre a arte da manicure e que são capazes de passar horas discutindo a maneira de alcançar um tom.
A febre só sobe, agora já é delírio. Apenas em setembro de 2010 foram comprados 60 milhões de vidrinhos no Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. "Se fosse mantida essa proporção o ano todo, alcançaríamos um total de 720 milhões de unidades vendidas em 2010", calcula o presidente da associação, João Carlos Basilio. Equivaleria ao dobro de toda a produção do ano passado.
O bom é que não vão faltar opções de cores no verão. E como as grifes do Hemisfério Norte estão fazendo seus lançamentos de inverno -rapidamente copiados por aqui- as possibilidades de escolha são multiplicadas. Esmalte é democracia.
No ano passado, a cor mais desejada foi a do esmalte Jade, da Chanel. Agora, a grife criou hits em tons cáqui. A nacional Colorama já colocou no mercado seu verde Militar, inspirado no lançamento invernal da marca francesa.
Nos Estados Unidos e na Europa, estão em alta os tons de verde e os clarinhos, que apareceram nos desfiles mais recentes de Louis Vuitton, Fendi, Oscar de la Renta e Prada.
A M.A.C. acaba de lançar a coleção Nail Trend em parceria com a "guru das unhas" Jin Soon, manicure estrelada que nasceu na Coreia e tem um dos mais sofisticados centros de cuidados com mãos e pés do mundo, em Nova York, o Jin Soon Natural Hand & Foot Spa.
A coleção da M.A.C. traz cores inspiradas na China Imperial: laranja, azul, taupe, verde, roxo e vermelho.
Já as grifes brasileiras jogaram suas fichas nos tons de rosa e coral para o verão.



NADA DE MISTURINHA
A coleção da Risqué por Reinaldo Lourenço é inspirada nos anos 60 e tem cores clássicas e novidades.
Os esmaltes são divididos em texturas foscas (coral, cinza, rosa e azul celestial), e brilhantes (como vermelho mandarim, vermelho fechado e rosa flúor.
A "beauty artist" Agnes Mamede, que integra a equipe do maquiador Daniel Hernandez para desfiles de marcas brasileiras, afirma que os tons pastel devem predominar nos próximos meses. Tom pastel é uma coisa: não significa que aquela misturinha sem cor virou "fashion".
Quem gosta de acompanhar as tendências vai enlouquecer tendo que tomar decisões entre tantos tons de rosa, laranja, verde e azul, sem falar no prata.
Não bastasse ter que optar entre tantas nuances, agora há também as texturas. "O esmalte fosco é uma sensação", afirma Agnes.



MODOS DE USAR
E é preciso variar também na forma de aplicar o esmalte. A maquiadora da M.A.C. no Brasil, Fabiana Gomes, sugere fazer as mãos com diferentes tonalidades de uma mesma cor, quer dizer: pintar cada unha de um tom, para um efeito degradê.
Cláudia Simões, 33, manicure do Studio W, diz que a pintura em meia-lua dos anos 40, com a base da unha clara e a parte superior escura, vai pegar. A diva burlesca Dita Von Teese já adotou, assim como a atriz Mayana Moura, de "Passione". O pessoal do mundo fashion, porém, acha cafona.



A NOVA FRANCESA
A adaptação da francesinha já é bastante requisitada, segundo a manicure. Vale misturar as cores do verão: azul e verde, rosa e verde, ou até cores vivas com a tradicional listrinha branca.
Outra invenção que apareceu pelo Brasil nas mãos de modelos como Isabeli Fontana é a "unha filha única".
Todas as unhas da mão são pintadas da mesma cor e apenas uma fica diferente. Segundo Cláudia Simões, conhecida também como Dá, "ainda é muito raro pedirem isso aqui no Brasil".
Ela explica que essa moda vem das japonesas, mas aparece mais nas passarelas e nas mãos das mais ousadas.



ADESIVO
Batizado de Picnicdric, a "butique de esmaltes" localizada na loja da estilista Adriana Barra, nos Jardins, em São Paulo, é a primeira no Brasil a receber os adesivos especiais de unha termocolantes da americana Minx.
Os adesivos ganharam visibilidade depois que famosas como as cantoras Beyoncé, Katy Perry, Lady Gaga e a "estilista" Victoria Beckham o desfilaram em festas e tapetes vermelhos.
Para aplicá-los é preciso ter uma lâmpada especial, que amolece e fixa os adesivos nas unhas. Os padrões podem ser de oncinha, xadrez, com caveira, bolinhas, listras e flores. O adesivo dourado "craquelado" apareceu no último desfile da grife Alexander McQueen.



O CALOR DOS CORAIS
As grifes brasileiras apresentaram unhas vibrantes nos desfiles de verão, tanto em São Paulo quanto no Rio. É claro que a temporada por aqui é pródiga em esmaltes solares, que "ornam" muito bem com uma mão mais bronzeada. Há uma boa nova fornada de alaranjados, com subtons inusitados, apagados, mas nada básicos. Bons exemplos são os tons de amarelinho e de salmão. Mas são os corais mais potentes que estão fazendo a cabeça e as mãos da mulherada.



ROSAS NADA BOBOS
Difícil resistir a um fetiche cor-de-rosa na estação mais animada do ano. Há muitas opções novas, puxadas pelos esmaltes Pop e Rosa Flúor, dois lançamentos da Risqué. Há os tons feéricos, os queimados, os que flertam com o nude e o cáqui e o rosa-bebê que, na opinião da maquiadoa Fabiana Gomes, da M.A.C. no Brasil, vai ser o hit do verão. Mas é tudo rosa mesmo, nada de misturinha, de rosinha de bobinha, OK? 



MÃOS MILITARIZADAS
Começou com o Jade, o esmalte cor de chiclete de hortelã que a Chanel desfilou em 2009. Enquanto a cor não pulou da passarela para as lojas, as loucas (por esmaltes) fizeram fila de espera tanto na Europa quanto aqui. Houve tráfico de vidrinhos e uma profusão de genéricos imitando a cor. Era raridade, agora há uma avalanche de verdes no mercado, desde os tons de verde-água aos mais fechados. É o caso do Militar, da Colorama, que não fica nada a dever para o novo hit da Chanel, o Khaky Vert, que ainda não está à venda. Junto com os verdes, os tons de cáqui estão bombando e, mais uma vez, é tudo culpa da Chanel, que começou a guerra.