GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Bancada dos deputados federais de SP

  • Alexandre Leite
    DEM - SP
  • Eli Corrêa Filho
    DEM - SP
  • Jorge Tadeu Mudalen
    DEM - SP
  • Marcelo Aguiar
    DEM - SP
  • Missionário José Olimpio
    DEM - SP
  • Orlando Silva
    PC do B - SP
  • Baleia Rossi
    PMDB - SP
  • Edinho Araújo
    PMDB - SP
  • Fausto Pinato
    PP - SP
  • Guilherme Mussi
    PP - SP
  • Paulo Maluf
    PP - SP
  • Ricardo Izar
    PP - SP
  • Alex Manente
    PPS - SP
  • Roberto Freire
    PPS - SP
  • Capitão Augusto
    PR - SP
  • Marcio Alvino
    PR - SP
  • Miguel Lombardi
    PR - SP
  • Milton Monti
    PR - SP
  • Paulo Freire
    PR - SP
  • Tiririca
    PR - SP
  • Antonio Bulhões
    PRB - SP
  • Beto Mansur
    PRB - SP
  • Celso Russomanno
    PRB - SP
  • Marcelo Squassoni
    PRB - SP
  • Roberto Alves
    PRB - SP
  • Sérgio Reis
    PRB - SP
  • Vinicius Carvalho
    PRB - SP
  • Flavinho
    PSB - SP
  • Keiko Ota
    PSB - SP
  • Luiz Lauro Filho
    PSB - SP
  • Eduardo Bolsonaro
    PSC - SP
  • Gilberto Nascimento
    PSC - SP
  • Pastor Marco Feliciano
    PSC - SP
  • Goulart
    PSD - SP
  • Herculano Passos
    PSD - SP
  • Jefferson Campos
    PSD - SP
  • Bruna Furlan
    PSDB - SP
  • Bruno Covas
    PSDB - SP
  • Carlos Sampaio
    PSDB - SP
  • Duarte Nogueira
    PSDB - SP
  • Eduardo Cury
    PSDB - SP
  • João Paulo Papa
    PSDB - SP
  • Lobbe Neto
    PSDB - SP
  • Mara Gabrilli
    PSDB - SP
  • Miguel Haddad
    PSDB - SP
  • Ricardo Tripoli
    PSDB - SP
  • Silvio Torres
    PSDB - SP
  • Vanderlei Macris
    PSDB - SP
  • Vitor Lippi
    PSDB - SP
  • Ivan Valente
    PSOL - SP
  • Luiza Erundina
    PSOL - SP
  • Ana Perugini
    PT - SP
  • Andres Sanchez
    PT - SP
  • Arlindo Chinaglia
    PT - SP
  • Carlos Zarattini
    PT - SP
  • José Mentor
    PT - SP
  • Nilto Tatto
    PT - SP
  • Paulo Teixeira
    PT - SP
  • Valmir Prascidelli
    PT - SP
  • Vicente Candido
    PT - SP
  • Vicentinho
    PT - SP
  • Arnaldo Faria de Sá
    PTB - SP
  • Nelson Marquezelli
    PTB - SP
  • Dr. Sinval Malheiros
    PTN - SP
  • Renata Abreu
    PTN - SP
  • Antonio Carlos Mendes Thame
    PV - SP
  • Evandro Gussi
    PV - SP
  • Roberto de Lucena
    PV - SP
  • Major Olimpio
    SD - SP
  • Paulo Pereira da Silva
    SD - SP

Apresento os deputados federais do PRB -SP

  • Capitão Augusto
    PR - SP
  • Marcio Alvino
    PR - SP
  • Miguel Lombardi
    PR - SP
  • Milton Monti
    PR - SP
  • Paulo Freire
    PR - SP
  • Tiririca
    PR - SP
  • Antonio Bulhões
    PRB - SP
  • Beto Mansur
    PRB - SP
  • Celso Russomanno
    PRB - SP
  • Marcelo Squassoni
    PRB - SP
  • Roberto Alves
    PRB - SP
  • Sérgio Reis
    PRB - SP
  • Vinicius Carvalho
    PRB - SP
  • Antonio Bulhões
    PRB - SP

O destino político de Eduardo Cunha

Mais de dez meses depois de instaurado, o processo por quebra de decoro parlamentar contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem dia e horário para ser votado em definitivo: a noite desta segunda-feira, dia 12 de setembro. Os 513 deputados deverão decretar, em voto aberto, se Cunha, réu no escândalo do petrolão, será ou não cassado por ter mentido sobre a posse de contas na Suíça à CPI da Petrobras. Tudo indica que Cunha será cassado por mais de 257 votos de seus pares número mínimo. 

A revista VEJA fez uma enquete com parlamentares nos últimos dias: o número de votos quase atinge o mínimo pela cassação, quando declarados. 

Quando não, supera. Muitos só aceitaram falar em anonimato e indicaram que votarão pela perda do mandato. 

É ainda alta a quantidade de deputados que preferiu não declarar voto ou não quis responder.


Planalto abandona Cunha às vésperas da votação de cassação Governo de Michel Temer avalia que uma articulação do Planalto favorável a Cunha poderia fortalecer os protestos contra o presidente

A pressão das ruas contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e sobre o presidente Michel Temer levou o Palácio do Planalto a descartar qualquer possibilidade de ajudar o ex-presidente da Câmara a manter o mandato na sessão que decidirá o futuro político dele, marcada para amanhã. Para o governo, a digital da presidência numa articulação favorável a Cunha poderia fortalecer os protestos anti-Temer.
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), em Brasília (DF) - 12/07/2016A cassação do ex-todo-poderoso Cunha, por outro lado, seria a demonstração de que a gestão de Temer não tem compromisso com o colega de partido e antigo aliado, a quem o PT tenta atribuir a responsabilidade pelo impeachment de Dilma Rousseff em parceria com o próprio presidente.
Segundo um interlocutor de Temer, a pressão das ruas contra Cunha cresceu muito nos últimos dias, como se fosse uma “força de fora para dentro” e não há como se contrapor a isso. Ainda de acordo com esse assessor, Cunha está em uma situação muito delicada e sabe que não poderá ter o apoio de antigos aliados.
Por isso, na reta final do processo de cassação do deputado afastado, Temer optou por ficar distante das articulações para tentar salvá-lo e vai assumir os riscos que a perda do mandato do peemedebista podem significar para o governo – há expectativa de que Cunha, se cassado e sem direitos políticos, possa tentar uma delação premiada na Operação Lava Jato, comprometendo correligionários e integrantes do Executivo.
Na avaliação de interlocutores do presidente, o cenário neste momento é francamente desfavorável ao deputado fluminense. Um desses auxiliares do Planalto lembra que “a onda” é pela cassação, diante da pressão da opinião pública.
Setores do governo, porém, estariam sensíveis a um acordo em torno do abrandamento da pena do peemedebista. Anteontem, a defesa de Cunha e um deputado aliado entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para que o plenário da Câmara vote, em vez do parecer pela cassação de Cunha, um projeto de resolução. A peça permite emendas e, consequentemente, a proposição de uma pena mais branda, como uma suspensão temporária.
Às vésperas da sessão que julgará seu futuro político, Cunha passou os últimos dias no apartamento funcional em Brasília, longe do séquito de aliados. Os antigos apoiadores agora se esforçam cada vez menos na defesa pública do deputado afastado e usam a campanha eleitoral para se distanciar do caso. O peemedebista, por sua vez, tenta convencer seus pares a faltar à sessão ou se abster na votação para evitar a cassação.
Cunha começou a semana passada confiante de que não seria cassado. Segundo fontes próximas a ele, a percepção do deputado afastado era de que o governo havia conseguido neutralizar as investigações da Lava Jato e não tinha interesse em vê-lo perder o mandato. Com a ajuda de líderes de alguns partidos do chamado Centrão, a estratégia de Cunha era esvaziar a sessão de cassação e adiar o fim do processo na Câmara.
Levantamentos sobre a intenção de voto dos parlamentares mudaram, no entanto, essa percepção. Depois de uma carta emotiva aos parlamentares e mensagens de celular, Cunha passou a telefonar para colegas de Câmara. De acordo com relatos, ele cobra dos antigos aliados os favores e o espaço concedidos nos tempos em que era o homem mais poderoso da Casa. Dos peemedebistas, pede abstenção e, aos partidos do Centrão, sugere ausência na sessão.

EUA aprovam novo teste caseiro de fertilidade masculina Um dispostivo recentemente aprovado pela FDA permite que homens que planejam ter filhos façam a contagem de seus espermatozoides em casa


O Trak classifica a contagem de espermatozoides três níveis: baixo (o homem deve procurar um médico), moderado (pode haver demora em uma gravidez) ou excelente (maior rapidez em conceber uma gestação), de acordo com diretrizes da OMS e resultados de estudos clínicos.
A agência reguladora de alimentos e remédios nos Estados Unidos, a FDA, aprovou recentemente um novo teste caseiro de fertilidade masculina. O exame permite que os homens façam a contagem de espermatozoides sem sair de casa e descubram se precisam ou não procurar um médico. A infertilidade é um problema para um em cada oito casais no mundo. Embora as mulheres tenham uma tendência maior a procurar tratamento, em 40% dos casos o problema está relacionado ao homem.

Atualmente, o procedimento padrão consiste em procurar um médico e fazer o exame de fertilidade em uma clínica ou laboratório, o que, de acordo com aSandstone Diagnostics – startup que desenvolveu o teste –  é visto como uma experiência desagradável e constrangedora para muitos homens.
O dispositivo, que será comercializado sob o nome Trak, permite que os homens façam essa contagem em casa. O teste funciona da seguinte forma: com um conta-gotas (que já vem no kit), o usuário deposita uma amostra do esperma em um pequeno buraco no centro do equipamento. Em seguida, como em uma centrífuga, o Trak gira rapidamente o sêmen de modo que os espermatozoides se depositem no fundo do recipiente, onde um medidor faz a contagem das células.
O teste então classifica a contagem de espermatozoides em três níveis, baixa (15 milhões de espermatozoides ou menos por mililitro), moderada (até 55 milhões/ml) ou excelente (mais de 55 milhões/ml), de acordo com diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e estudos clínicos. Uma contagem baixa significa que o homem pode ter problemas de fertilidade e deve procurar um médico. Um resultado moderado está associado a uma maior dificuldade de gravidez e o excelente a uma maior rapidez em conceber uma gestação.
Já existe, no mercado americano, um teste que mede a fertilidade masculina. O SpermCheck também indica ao usuário se sua contagem está normal (pelo menos 20 milhões de espermatozoides por mililitro) ou baixa (menos de 20 milhões/ml). Mas, de acordo com Greg Sommer, presidente da Sandstone, o Trak “também fornece ferramentas de saúde digitais e dados demográficos para ajudar os homens a cuidar da sua saúde reprodutiva”.
O dispositivo pode ser ligado a um aplicativo – também desenvolvido pela empresa – que permite que o usuário mantenha um histórico dos seus resultados e os compare com estatísticas populacionais. Além disso, o aplicativo fornece um feedback sobre aspectos de vida que podem afetar a contagem de espermatozoides, como dieta, exercício, stress, exposição ao calor, exposição a toxinas e bem-estar em geral.
Imprecisão – Edson Borges, diretor clínico do Centro de Fertilização Assistida Fertility, em São Paulo, alerta para os problemas relacionados a testes caseiros. “O problema deste teste é que, como o SpermCheck ou qualquer outro teste caseiro que avalia amostras biológicas, ele é impreciso. Além disso, avalia apenas a contagem dos espermatozoides, quando os problemas de fertilidade masculina vão muito além disso.”
Uma baixa contagem de espermatozoides é apenas um dos fatores de infertilidade. A motilidade dos espermatozoides, volume, forma e vitalidade do sêmen também precisam ser analisados. É importante ressaltar que, para aqueles que suspeitam ter problemas de fertilidade, o teste não substitui uma visita ao médico.

EUA proíbem sabonetes antibacterianos por riscos à saúde Agência americana proibiu 19 ingredientes presentes em sabonetes antibacterianos. Empresas têm até 1 ano para tirar o produto do mercado

Lavando as mãos com saboneteA agência americana de medicamentos e alimentos (FDA, na sigla em inglês) proibiu a utilização de 19 ingredientes químicos nos sabonetes antibacterianos comercializados no país. De acordo com o órgão, essas substâncias – entre as quais estão o o triclosan, comum em sabonetes líquidos, e o triclocarban, presente na maior parte dos sabonetes em barra -, além de não terem se mostrado mais efetivas que os tradicionais, podem trazer danos para a saúde, como problemas ao sistema imunológico, propiciam a resistência bacteriana e estão associadas ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer. 
“Os consumidores podem pensar que os sabonetes antibacterianos são mais efetivos para evitar os germes, mas não existe evidência científica de que sejam melhores que água e sabão comum. Alguns dados, ainda por cima, sugerem que os ingredientes antibacterianos podem fazer mais mal do que bem em longo prazo.”, disse Janet Woodcok, diretora da divisão de drogas da FDA.
Segundo Theresa Michele, que trabalha na área de cuidados pessoais da FDA, 40% dos produtos não médicos que estão no mercado contêm ao menos um dos ingredientes agora proibidos. Os fabricantes têm um ano para cumprir as novas regras e, inclusive, alguns já começaram a retirar de seus produtos os ingredientes em questão. A proibição não inclui gel antisséptico, lenço umedecido nem produtos antibacterianos utilizados em hospitais e centros de saúde.
Apesar da proibição, a FDA ressalta a importância de lavar as mãos com sabonete para prevenir doenças. “Lavar as mãos com água e sabão é um dos passos mais importantes que um consumidor pode tomar para evitar doenças e prevenir a transmissão de germes a outras pessoas”, indicou o comunicado da agência.
Em 2013 a agência havia pedido que os fabricantes enviassem evidências comprovando a segurança e a efetividade desses ingredientes. Entretanto, a FDA disse que o material recebido não foi satisfatório em relação a 19 componentes presentes nesses produtos. Outros três compostos – cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio e cloroxilenol – ainda estão sob análise da agência e por enquanto não foram  proibidos.

O Instituto Americano de Limpeza (ACI, na sigla em inglês), que representa os fabricantes, afirma que estes sabonetes são seguros. “Os sabonetes antibacterianos são chave para a saúde devido à importância das mãos limpas na prevenção de infecções. Lavar as mãos com sabonetes antissépticos pode ajudar a reduzir o risco de infecção, mais que a lavagem com água e sabonete não antibacteriano.”, disse o ACI em um comunicado.
Por outro lado, o Grupo de Trabalho Ambiental, aplaudiu o anúncio da proibição. “Esta decisão da FDA é uma importante vitória para a saúde humana e o meio ambiente”, disse Ken Cook, cofundador e presidente deste grupo, que defendia há uma década esta proibição.

Brasil

Em 2012 a Proteste avaliou a eficácia de 12 sabonetes para acabar com quatro tipos de bactérias: Escherichia coli presente no intestino grosso e nas fezes humanas, Pseudomonas aeruginosa, causadora da infecção hospitalar, Serratia marcescens, que ataca o sistema urinário e respiratório e a Staphylococcus aureus que causa infecções na pele e até pneumonia.
Oito sabonetes eliminaram a bactéria Escherichia coli, presente no intestino grosso e nas fezes humanas. Dos cinco sabonetes que anunciavam proteger a pele contra o S. aures, somente o Dettol em barra confirmou sua ação. Protex e Lifebuoy, nas versões sólidas, garantem eliminar a S. marcescens, mas só o Lifebuoy conseguiu. Embora não indiquem ação bactericida específica em seus rótulos, Granado Antisséptico, Ypê e Racco e Protex demonstraram ação antibacteriana. Por sua vez, o Protex, que afirma eliminar 99,9% das bactérias presentes na pele, não cumpriu o prometido.
Na época, a  Proteste pediu à Anvisa a padronização dos testes de eficácia bactericida realizados pelos fabricantes.

Anvisa

A Anvisa informou, em comunicado por e-mail, que no Brasil existem 215 produtos notificados como sabonetes antissépticos que contém o Triclosan e 110 com Triclocarban. Ainda segundo a agência, o Triclosan tem seu uso previsto para qualquer produto de higiene pessoal, cosmético ou perfume com a função de conservante numa concentração máxima de 0,3%. O componente também pode ser utilizado com outras funções ou concentrações desde que  sua segurança e eficácia sejam cientificamente comprovadas.
O Triclocarban também é considerado um conservante, com concentração máxima de 0,2% e pode ser utilizado com outras funções, desde que em produtos destinados a serem enxaguados, com concentração máxima de 1,5%.

A Anvisa ressaltou que “tomou conhecimento dos recentes dados relacionados aos riscos decorrentes do uso destas substâncias em cosméticos e está estudando a necessidade de revisão da regulamentação”.

Governo quer abafar a Lava Jato, diz AGU demitido Fábio Medina Osório denuncia que sua saída é parte da tentativa de proteger aliados do Planalto envolvidos no escândalo da Petrobras

Demitido por telefone pelo presidente Michel Temer na sexta-feira passada, o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, resolveu quebrar o protocolo. Em vez de anunciar a saída com elogios a quem fica e sumir do mapa, ele decidiu pôr a boca no trombone. Em entrevista a VEJA no mesmo dia da demissão, Medina disse que sai do posto porque o governo não quer fazer avançar as investigações da Lava-Jato que envolvam aliados. Diz: “O governo quer abafar a Lava-­Jato”. Medina entrou em rota de colisão com seu padrinho, o poderoso ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Gaúchos, os dois se conhecem do Rio Grande do Sul, onde Medina foi promotor de Justiça, especializado em leis de combate à corrupção, e Padilha fez sua carreira política.

Boca no trombone: Medina, gaúcho como Padilha, diz que sua queda começou há cerca de três meses
Medina conta que a divergência começou há cerca de três meses, quando pediu às empreiteiras do petrolão que ressarcissem o Erário pelo dinheiro desviado da Petrobras. Depois disso, Medina solicitou acesso aos inquéritos que fisgaram aliados graúdos do governo. Seu objetivo era mover ações de improbidade administrativa contra eles. A Polícia Federal enviou-lhe uma lista com o nome de catorze congressistas e ex-congressistas. São oito do PP (Arthur Lira, Benedito Lira, Dudu da Fonte, João Alberto Piz­zolatti Junior, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria, Nelson Meurer e Roberto Teixeira), três do PT (Gleisi Hoff­mann, Vander Loubet e Cândido Vaccarezza) e três do PMDB (Renan Calheiros, presidente do Congresso, Valdir Raupp e Aníbal Gomes). Com a lista em mãos, Medina pediu ao Supremo Tribunal Federal para conhecer os inquéritos. Recebida a autorização, a Advocacia-­Geral da União precisava copiar os inquéritos em um HD. Passou um tempo, e nada. Medina conta que Padilha estava evitando que os inquéritos chegassem à AGU, e a secretária encarregada da cópia, Grace Fernandes Mendonça, justificou a demora dizendo que não conseguia encontrar um HD externo, aparelho que custa em média 200 reais. “Me parece que o ministro Padilha fez uma intervenção junto a Grace Mendonça, que, de algum modo, compactuou com essa manobra de impedir o acesso ao material da Lava-Jato”, conta Medina. O ex-advogado-geral diz que teve uma discussão com o ministro Padilha na quinta-feira, na qual foi avisado da demissão. No dia seguinte, recebeu um telefonema protocolar do presidente Temer. Grace Mendonça, assessora do HD, vai suceder a ele.
O ministro Padilha, que se limitou a divulgar um tuíte agradecendo o trabalho de Medina, manteve distância da polêmica e não deu entrevistas. Exibindo mensagens em seu celular trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, e com o juiz Sergio Moro, Medina afirma que a sua demissão tem significado maior — o de que o combate à corrupção não está nas prioridades do governo Temer. “Se não houver compromisso com o combate à corrupção, esse governo vai derreter”, afirma ele. Ainda assim, Medina faz questão de dizer que nada conhece que desabone a conduta do presidente.

Cármen Lúcia, nova presidente do STF: entre rosas e espinhos Ministra gosta de música francesa e cultiva um jardim. Na corte, é uma das que mais rejeitam liminares

Cármen Lúcia: Vaidade sóbria e jornadas de doze horas de trabalhoA partir desta segunda-feira caberá à ministra Cármen Lúcia definir os assuntos que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai votar, conduzir as sessões e dar o voto de minerva se houver empate no plenário. Será dela também a tarefa de substituir o presidente da República em caso de impossibilidade dos presidentes da Câmara e do Senado. A mineira Cármen Lúcia Antunes Rocha, de 62 anos, assumirá o comando da mais alta corte do país no lugar de Ricardo Lewandowski. Com isso, o Supremo ganhará uma titular rigorosa e tão diligente quanto seu antecessor. Um levantamento do projeto Supremo em Números, da Escola de Direito da FGV no Rio, mostrou que ela é, entre os magistrados do STF, a segunda que mais rejeita liminares, a quarta em recusa de recursos e novamente a quarta quando a questão é celeridade na hora de decidir sobre os pedidos de liminar (Lewan­dowski é o primeiro). O levantamento estudou 367 873 processos que passaram pela corte entre 2011 e 2015. Outro dado, este do próprio STF, reforça a agilidade da ministra: dos 662 casos que estão prontos para ser julgados no tribunal, 180 — mais de um quarto — têm a nova presidente como relatora.
Formada em direito na PUC-MG, Cármen Lúcia fez mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais e tem como principais áreas de atuação o direito administrativo e o constitucional. Antes de se tornar ministra do Supremo, foi advogada e procuradora do Estado de Minas Gerais, no governo de Itamar Franco. Entre 2012 e 2013, presidiu o TSE. Não se espera dela que dedique muita atenção à defesa dos interesses corporativos dos colegas, a exemplo de Lewandowski, que, em meio a outras coisas, se empenhou em defender o aumento salarial da categoria. “Ela pertence a uma geração que se formou como procuradora através de concurso e sempre teve como diretrizes o bom uso do recurso público e a moralidade dos servidores perante a sociedade”, diz o jurista Carlos Ari Sundfeld. A ministra já classificou de “penduricalhos” os complementos salariais dos servidores, por exemplo.
Cármen Lúcia vem de uma família de sete irmãos e foi interna em colégio de freiras até a idade de prestar vestibular. Nunca se casou e, segundo uma prima, a economista Silvana Antunes, sempre anunciou que não o faria. “Ouvi várias vezes de sua boca que não se casaria. ‘Vou me dedicar à profissão’, dizia.” Na intimidade, cultiva uma vaidade sóbria. Os fios de cabelo prateados e invariavelmente soltos ­jamais viram tintura. Prefere saltos baixos, meias-calças finas e vestidos brancos, cinza e pretos  mas já apareceu no plenário com um modelo pink. Em 2007, foi a primeira mulher a entrar de calça comprida no plenário do STF, o que era proibido até 2000.